A informação inesperada apareceu na tela do celular via WhatsApp na manhã deste sábado. O ex-goleiro e técnico Déo de Carvalho, 64, morreu vítima de infarto durante uma pelada com amigos no clube da Celacap. Adorava entrevistar o Déo por um motivo simples: ele e eu gostamos de contar histórias (assista ao vídeo neste post). Nossa conversa começava profissional, como entrevista. Daqui a pouco virava bate-papo. De repente terminava numa resenha sobre o futebol candango. Riamos bastante com casos do arco da velha lembrados por ele, claro. Só fazia o papel de anotar.
Há sete meses, falei com Déo pela última vez na produção de um post do blog. Estava escrevendo sobre os 50 anos do tricampeonato do Brasil na Copa do México. Campeão em 1970, Dadá Maravilha mudou-se para o Distrito Federal. Veio treinar o extinto Tiradentes. Déo era o goleiro titular do time comandado pelo folclórico técnico e tinha ricas memórias.
“O Dadá, na verdade, veio aqui para contar história. Nunca vi ter tanta história na vida”, riu Déo de Carvalho. “A gente (Tiradentes) havia sido campeão candango em 1988 com Jorge Medina e depois Ruben Delgado, que era um uruguaio. Em 1989, a diretoria fez o que sempre gostava, que era contratar técnico com nome no Brasil. Ai, veio o Dadá Maravilha”, lembrou.
Déo foi o técnico do Guará no título do Candangão 1996. No ano seguindo, em 1997, escalou Lúcio na zaga do time na derrota por 7 x 0 para o Internacional pela Copa do Brasil. Apesar do resultado terrível, o zagueiro chamou a atenção de Celso Roth, que pediu a contratação de Lúcio. O beque seguiu para as divisões de base do clube gaúcho.
Ele lembrou, ainda, de dois esquemas táticos malucos adotados por Dadá na derrota por 5 x 0 para o Corinthians na primeira edição da Copa do Brasil, em 1989. “No primeiro tempo ele disse que jogaríamos no sistema rala coco. Seguramos 0 x 0. No segundo, ele fez uma das mudanças lá e disse que atuaríamos no estilo Mike Tyson (pugilista em alta na época)”.
Déo encerrou a entrevista orgulhando-se de ter batido uma bola com Dadá — artilheiro do Brasileirão em 1971, 1972 e 1976. “Ele até jogou em alguns amistosos. Era técnico e jogador ao mesmo tempo. Entrou em campo contra o Uberlândia, Anápolis, Mineiros. Ele era uma figura com suas ideias revolucionárias”, recordou Déo.
Pentacampeão candango como goleiro do Brasília, Déo também entrou para a história do futebol local na função de técnico. Era o comandante do Guará no título de 1996. No ano seguinte, escalou o zagueiro Lúcio no time titular do Guará na derrota por 7 x 0 para o Internacional, pela Copa do Brasil, mas viu o beque ganhar asas justamente naquele jogo. O técnico colorado Celso Roth gostou de Lúcio e o levou para a base do clube gaúcho.
Lembrei duas de tantas histórias contadas por Déo de Carvalho em tantas matérias. Obrigado pela paciência de lembrar detalhes de cada uma delas. Minha gratidão!
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