Entenda por que o Galo é a esfinge a ser decifrada nas oitavas da Libertadores

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O maior recado do Atlético-MG aos concorrentes não é a goleada por 4 x 0 contra o Caracas na última rodada da fase de grupos da Libertadores nem o possível primeiro lugar geral entre os 16 classificados. O adversário do Galo nas oitavas de final terá de decifrar a principal esfinge tática do torneio sob pena de ser devorado.

Gustavo Scarpa é uma peça-chave no sistema de jogo do técnico Gabriel Milito. Há quem só o enxergue atuando aberto na direita na prancheta do argentino. A mobilidade do versátil meia é o tema a ser estudado pelo adversário a partir da etapa de mata-mata.

Gabriel Milito acumula 15 jogos no Atlético-MG. Ele posicionou Gustavo Scarpa aberto na ponta-esquerda cinco vezes. Foi assim nas vitórias por 3 x 0 contra o Cruzeiro e por 2 x 0 contra o Criciúma no Campeonato Brasileiro; na construção da classificação por  2 x 0 contra o Sport na partida de ida da fase da terceira fase da Copa do Brasil; no empate por 3 x 3 com o Fluminense na Série A e nesta terça-feira diante do Caracas na Libertadores.

A mudança de eixo do curinga na escalação inicial ou durante a partida é uma armadilha. Scarpa jogou espetado na extrema esquerda contra o Caracas. Em alguns instantes do jogo, era o homem mais avançado no 3-5-2. Foi de Scarpa a assistência para o primeiro gol do Galo marcado de cabeça por Pedrinho. Foi dele também o passe para o voleio de Alisson — no papel de Scarpa na direita — ampliar o placar na Arena MRV. Milito dá pinta de que está preparando o espaço para a chegada de Bernard. O menino com alegria nas pernas gosta de jogar aberto na direita.

Enquanto Scarpa se posicionava praticamente com o pé na linha lateral, Guilherme Arana tinha o papel de meia construindo por dentro. O lateral de origem iniciou o lance das duas assistências de Scarpa. Ele dá a bola e passa oferecendo a opção de ultrapassagem. Em outros trechos, abre na ponta e Scarpa volta ao meio. Movimentos sincronizados de um Galo cada vez mais engrenado sob a batuta de Milito. Cada jogador sabe o que fazer.

Tão importante quanto o repertório foi ver o ídolo Hulk desencantar. Havia chamado a atenção nas análises para a mudança de perfil do atacante na nova gestão. Em vez de flecha tem atuado como arco. Dá mais assistências do que faz gols com Gabriel Milito. Não balançava a rede havia nove jogos. Uma eternidade para quem é íntimo do gol. O tabu chegou ao fim. Pedrinho foi outra ótima notícia na saideira da fase de grupos, porém comenta-se nos bastidores de que ele não permanecerá no elenco ao término do contrato.

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Marcos Paulo Lima

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