Direto do Catar: como a Copa-2022 pode acirrar disputa entre marcas árabes de material esportivo

Compartilhe

O Catar do deserto, das águas verdes, dos prédios imponentes, da Copa-2022 e cada vez mais viciado em receber megaeventos internacionais tem outro desafio nos próximos três anos: emplacar a marca de material esportivo do país entre as seleções classificadas para o Mundial. Nem mesmo o anfitrião do torneio — atual campeão da Copa da Ásia — e o Paris Saint-Germain exibem a logo nacional bancada pelo governo do emir Tamim bin Hamad Al Thani

Disposto a brigar com as gigantes Nike e Adidas, o fundo Qatar Sports Investments (QSI) lançou, em 2007, a grife nacional batizada de Burrda. A marca entrou no mercado com vontade. Veste o time olímpico do Catar desde 2008. Conquistou espaço na Premier League ao assinar contrato com Leicester (2010-2012), Toulon (2011-2016), Nice (2011-2016), Wolverhampton (2010-2013), Twente (2011-2012) e Twente (2011-2012) entre os clubes.

O auge da marca ocorreu na Copa do Mudo realizada no Brasil. Na época, a Burrda era a fornecedora da seleção da Bélgica. Entrou praticamente como penetra, ganhou exposição e só caiu nas quartas de final contra a Argentina, no Mané Garrincha, em Brasília.

Como tudo no Catar é um pouquinho exagerado, a Burrda tinha qualidade demais para tentar rivalizar com a norte-americana Nike e a alemã Adidas. O custo elevado na produção de um material de excelência tornou o preço inacessível não somente no Catar e no restante do mundo. Atualmente, a equipe da casa é patrocinada pela Nike. O acordo com a Burrda esteve em vigor de 2009 a 2011. O país chegou a romper com a Adidas para bombar a grife da casa.

O ímpeto da Burrda diminuiu com o passar do tempo e foi ferida pela entrada de uma concorrente de um país vizinho no mercado. Em 2012, os Emirados Árabes Unidos lançaram a Romai Sports e também emplacou uma seleção na Copa. Senegal usou a marca no ano passado, na Rússia. Hoje, a marca mantém acordo apenas com o Bahrain até 2019. Nem os Emirados Árabes Unidos usam o próprio selo.

Com o boicote dos vizinhos árabes ao Catar, parece questão de honra para a Burrda vestir ao menos uma seleção em casa na Copa 2022. A disputa acirrada com os Emirados Árabes Unidos é na verdade uma queda de braço entre as duas grifes árabes: Burrda e Romai.

A ver…

O blogueiro viajou a convite da Associação de Futebol do Catar.

Siga o blogueiro no Twitter: @mplimaDF

Marcos Paulo Lima

Posts recentes

  • Esporte

Um gol só: o limite dos times brasileiros contra europeus no Mundial

Os times brasileiros jamais fizeram mais de um gol nos europeus desde que a Fifa…

7 horas atrás
  • Esporte

Cruzeiro é o sétimo clube do “Big 12 Brasil” comandado pelo técnico Tite

O acerto de Adenor Leonardo Bachi com o Cruzeiro torna o time celeste o sétimo…

1 dia atrás
  • Esporte

Pênaltis de Rayan e John Kennedy explicam Vasco na final da Copa do Brasil

Em 2023, Fernando Diniz fez do jovem John Kennedy, de 21 anos à época, um…

3 dias atrás
  • Esporte

Dorival leva Corinthians à final 261 dias depois da demissão na Seleção

Há 261 dias, Dorival Júnior era demitido da Seleção Brasileira. Se há volta por cima,…

3 dias atrás
  • Esporte

Flamengo 2 x 0 Pyramids: quando 1 centímetro a mais de altura faz diferença

A média de altura dos jogadores escalados pelo Flamengo no início da vitória por 2…

4 dias atrás
  • Esporte

Grêmio, Luís Castro e os métodos de contratação dos times brasileiros

  Na gestão do futebol brasileiro, pouco se cria, quase tudo se copia. Para mim,…

4 dias atrás