Ceilândia é finalista do Candangão porque tem o espírito copeiro que Gama perdeu

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O Ceilândia parte rumo ao sonho do tricampeonato do Distrito Federal. Foto: Ueslei Costa/Resenha Arranca Toco

O Ceilândia está na final do Campeonato do Distrito Federal porque tem uma característica perdida pelo Gama ao longo do tempo no processo de deterioração do clube: intimidade com o mata-mata. Há pouco tempo, o time alvinegro eliminou Londrina e Avaí na Copa do Brasil. Teve a experiência de duelar com Botafogo e Santos na Copa do Brasil. No ano passado, jogou de igual para igual com o Caxias nas oitavas de final da Série D. Perdeu a vaga na decisão por pênaltis. Experiências acumuladas sob a direção do mesmo técnico: Adelson de Almeida. Os erros e acertos dão casca grossa ao treinador e ao elenco.Segurança.

O Gama era assim. Lembro-me da campanha alviverde em 2001, por exemplo. A camisa alviverde pesava tanto e a experiência acumulada em mata-matas era tamanha que o lidou com a péssima campanha na fase classificatória com tranquilidade. Avançou em quarto lugar, com dois pontos a mais do quinto, Sobradinho, porém se transformou nos playoffs. Desbancou o Brazlândia, protagonista da melhor campanha, e venceu o Brasiliense na final.

A falta de calendário em anos consecutivas fez a instituição Gama desaprender a disputar mata-mata. Uma das premissas nesse tipo de competição é fazer o resultado em casa. O Gama não conseguiu porque o Ceilândia soube travá-lo no Bezerrão. Tem expertise. O Gato levou o empate por 0 x 0 para o Abadião e sabia que o um gol logo de cara abalaria o Gama. Os donos da casa só não esperavam ir para o intervalo goleando o adversárrios por 4 x 0.

Quando o plano é bem executado, nem mesmo os sustos abalam a confiança. O Gama ensaiou a reação no itervalo e fez um, dois, três… O quarto evitaria a derrota, mas não a eliminação. O Ceilândia avançaria se terminasse 4 x 4 devido ao segundo lugar na primeira fase. A resposta tardia do Gama frustrou uma torcida cansada de acumular decepções.

A resiliência do Ceilândia impressiona. O mesmo time responsável pelas classificações para a final do Candangão neste ano; e a Copa do Brasil, Copa Verde e Série D, em 2025,  perdeu para o Capital por 5 x 1 na fase classificatória. O trabalho continuou. Sustentado no cargo pela diretoria, Adelson de Almeida ultrapassou o Gama no sprint final da competição, terminou em segundo lugar e garantiu o direito de jogar a segunda partida da semi no Bezerrão. O alviverde não venceu na casa própria e desandou na residência alheia.

O Gama está fechado para balanço até o próximo Candangão. Não há mais nada a disputar em 2024. Fora de série, não disputará nenhuma das quatro divisões do Brasileirão neste ano nem no próximo. Quem sabe na temporada de 2026 em uma previsão extremamente otimista. Na contramão, o Ceilândia parte fortalecido rumo ao sonho do tricampeonato.

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Marcos Paulo Lima

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