A maturidade de Endrick para decidir e se divertir na “Disney” de Abel

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Em 2013, Neymar teve a oportunidade de conquistar o último título antes da transferência para Europa. Flertava com Real Madrid e Barcelona antes de escolher o clube catalão. Levou o Santos à final do Campeonato Paulista contra o Corinthians e poderia brindar o Peixe com o tetra consecutivo. Liderado por Tite, o Timão não permitiu. Venceu na ida por 2 x 1, no Pacaembu, segurou empate por 1 x 1 na Vila Belmiro, e Neymar foi embora sem ganhar nada naquela temporada. O último capítulo de outro fora de série, Endrick, no Estadual mais badalado do país, teve final feliz.

Aos 17 anos, a joia vendida pelo Palmeiras ao Real Madrid por 45 milhões de euros deu adeus ao Estadual comandando o tricampeonato alviverde. O Santos havia vencido na Vila Belmiro por 1 x 0. O Verdão era obrigado a triunfar por dois gols de diferença no Allianz Parque. Conseguiu, pois tem quem desequilibra. Aos 17 anos, Endrick tem maturidade para se divertir na Disney de Abel Ferreira. O Palmeiras brinca de ganhar títulos e transforma alguns torneios em um parque de diversão. Foi assim contra São Paulo, Água Santa e Santos no Paulistão.

Endrick recebe cartão amarelo aos 21 minutos do primeiro tempo. Sofreu pênalti polêmico aos 29 não marcado por Raphael Claus e revisado demoradamente pelo VAR. Dá a bola na mão de Raphael Veiga, o meia converte e o Palmeiras sai na frente dentro de casa. Pilha o estádio.

Parceiro de Flaco López no 3-4-1-2 de Abel Ferreira, Endrick foi novamente coadjuvante no lance do gol do título. É quem recebe o cruzamento na esquerda e repassa a bola rapidamente ao Piquerez. O lateral deixa Otero no chão e cruza na medida para Flaco López dar assistência de cabeça para quem invadiu a área como um centroavante. O volante Aníbal Moreno estufou a rede e decretou o último título de Endrick no Palmeiras.

Um dia, Abel Ferreira mandou Endrick brincar na Disney, curtir um pouco a adolescência antes de subir para o elenco profissional. O menino foi para Orlando com a família. Promovido ao time principal, o prodígio colecionou cinco títulos: um bicampeonato no Brasileirão em 2022 e em 2023, uma Supercopa do Brasil em 2023 e dois no Campeonato Paulista em 2023 e em 2024.

Dos 10 títulos de Abel Ferreira no Palmeiras desde o desembarque no clube na pandemia do coronavírus, em 2020, cinco foram com Endrick no elenco profissional. Pelo menos três com o protagonismo dele: a arrancada no Brasileirão de 2023 e os últimos dois estaduais.

O moleque também ajudou a transformar a passagem de Abel Ferreira pelo futebol brasileiro em uma espécie de Disney. Um parque de diversão na conquista de títulos em série. Endrick ajudou Abel a igualar a coleção de glórias de Oswaldo Brandão e a se tornar um dos recordistas na história do clube. Pode se isolar caso ganhe a Copa do Brasil, o Brasileirão ou a Libertadores no segundo semestre. Sem o Endrick. A despedida rumo ao Real Madrid está cada vez mais próxima. Vai fazer muita falta.

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Marcos Paulo Lima

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