Por Denise Rothenburg — De olho nos micros e pequenos empresários e empreendedores, o ministro do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de pequeno porte, Márcio França, tem encontro marcado, hoje, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a ampliação do prazo de opção pelo Simples, que vence em 31 de janeiro. “Basta uma resolução para passar isso para maio. Teremos esse período para providenciar o ‘desenrola’ para as pessoas jurídicas. O ‘desenrola’ era para 8 milhões de pessoas e 1,5 milhão o usou. Disse ao presidente Lula: os outros estão lá na PJ (pessoa jurídica). Desenrolar para PJ é dar vida a essas pessoas e opção de crédito”, disse o ministro, em entrevista à tevê Rede Vida, que foi ao ar nessa quarta-feira.
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Na virada deste ano, 374 mil foram excluídos do MEI (microempreendedor individual). Agora, a ideia é evitar que isso ocorra na virada para 2025. O governo está convencido de que a capacidade de geração de empregos está nesse segmento, de micros e pequenas empresas.
Será discutida a criação de uma “rampa”, para evitar que empresários que arrecadam um pouco acima do limite do MEI (R$ 81 mil) possam pagar seus impostos sem serem excluídos por terem faturamento superior. Ou seja, serviço não falta para esse encontro dos dois ministros.
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A hora do micro
Engana-se quem pensa que Márcio França está insatisfeito com a pasta do empreendedorismo. Experiente nessa área, ele criará um “cartão” a ser enviado para o endereço de todo o microempreendedor individual ainda este semestre. Assim, todos os MEIs passarão a ser identificados e vão ganhar pontuação para ter acesso mais facilitado ao crédito. França é da linha “o ministro é que faz a pasta”.
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Se a moda pega…
Alguns setores da bancada evangélica pretendem consultar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a possibilidade de sustar a decisão da Receita Federal que suspendeu o ato do governo Bolsonaro que ampliava os benefícios fiscais sobre prebendas de pastores. Se a área jurídica da Câmara aceitar levar a plenário uma proposta de decreto legislativo sobre o tema, outras virão.
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… nada ficará de pé
Hoje, o governo enfrenta dificuldades de manter os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se o Poder Legislativo passar a aceitar derrubar todas as medidas adotadas pelo governo, como decretos, portarias e resoluções, há muita gente convicta de que, aí sim, a administração pública acaba.
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Sai o PSB…
O convite ao procurador-geral de São Paulo, Mário Sarrubbo, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública, tira mais um integrante do PSB do Ministério da Justiça. O governo ainda não definiu o que fará com o quase ex-secretário Tadeu Alencar, nem com o secretário-executivo Ricardo Cappelli.
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… entra o STF
Ao escolher Sarrubbo, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski leva para o comando da segurança pública um nome próximo ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que já foi secretário de Segurança de São Paulo.
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Curtidas
Agora lascou/ Se Lula enfrentava dificuldades com a bancada evangélica, agora vai ficar pior. O fim dos benefícios fiscais concedidos às prebendas de pastores levará os oposicionistas aos templos com a narrativa de que o atual presidente não é amigo desses fiéis.
Hildo na espera/ O governo ainda não conseguiu resolver a crise no MDB. O partido está esperando a poeira baixar entre o ministro das Cidades, Jader Filho (foto), e o grupo de José Sarney, ao qual pertence o ex-secretário-executivo Hildo Rocha, exonerado na semana passada. Depois, é que vão sentar-se à mesa para resolver.
Onde mora o perigo/ Se o ministro escolher um novo secretário sem combinar com a bancada da Câmara, a relação interna no MDB vai piorar.
Governadores na lida/ De olho na ampliação das exportações da Região Centro-Oeste, os governadores do Consórcio Brasil Central receberão pelo menos 20 embaixadores na reunião de terça-feira. É hora de promover o agro e o cerrado.