Troca da guarda

Publicado em coluna Brasília-DF

No mercado da advocacia, há quem aposte na troca iminente da defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Supremo Tribunal Federal (STF). É que já foi detectada uma certa hostilidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o ex-procurador Antônio Fernando de Sousa, hoje advogado de Cunha. A substituição seria apenas no sentido de proteger o cliente.

Climão I
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não deu a menor satisfação ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que faria hoje uma sessão do Congresso Nacional. A leitura foi a de que a relação entre os dois não está lá essas coisas.

Climão II
O mesmo vale para a relação do PMDB com o presidente da Câmara. Nos bastidores, até aliados de Cunha alegam desconforto com a situação de ter o comandante da Casa réu na Lava-Jato. Se seguir por esse rumo, corre o risco de falar e não ser ouvido pelos seus pares. Por enquanto, ele ainda não passou por esse constrangimento.

Amedrontar para afastar
Os alertas sobre possíveis conflitos nas manifestações previstas para 13 de março, próximo domingo, levaram os oposicionistas a ficarem desconfiados de uma tentativa de esvaziar o movimento. Afinal, é sabido que a oposição só terá fôlego para tratar do impeachment se houver gente na rua para pedir o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Reflexão
“Se vier o apoio ao rompimento, ótimo. Se não vier, pelo menos, faremos o partido refletir a respeito.” Do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), autor de uma moção para que o partido rompa com o governo Dilma Rousseff

Que Lula, que nada!
O que preocupa os congressistas hoje é a delação de Delcídio do Amaral. Isso porque a situação está complicada: senadores acreditam que não têm como deixar de condená-lo. E, nesse caso, Delcídio não terá nada a perder, reforçando as suspeitas da força-tarefa sobre vários políticos com mandato. É isso que mais tira o sono de alguns senadores e vários deputados.

Direto ao ponto
Diante da polêmica a respeito da nomeação do ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, os palacianos comentavam que era o único nome neutro à disposição. Se a indicação for derrubada na Justiça, o jeito vai ser carimbar a pasta com um nome do PT de carteirinha. Wadih Damus está no páreo.

Ainda tem muito chão pela frente…/ A reportagem do Fantástico que apresentou a prateleira da fase 31 da Lava-Jato assustou os políticos. É sinal de que ainda vem muita coisa por aí e também que os detentores de mandato eletivo não estão fora da roda dos mandados de busca e apreensão.

Cochilo/ Dentro do próprio PT, há quem considere que o partido deveria ter arcado com as despesas de deslocamento da presidente Dilma Rousseff para São Bernardo no último sábado, quando ela visitou o ex-presidente Lula. Afinal, não era uma visita de estado e sim a solidariedade pessoal e partidária.

Périplo/ Os ministros que têm alguma responsabilidade, ainda que periférica, com as Olimpíadas vão passar pelo Rio de Janeiro esta semana e na próxima. A maratona termina em 18 de março numa reunião geral, com a presença da presidente Dilma Rousseff.

Firme?/ Quando o ministro Gilberto Kassab (foto) declara que seu partido está “firme”com a presidente Dilma, os deputados garantem que metade já foi embora.

8 de Março/ Se não fosse tanta crise, até que dava para comemorar.