Google gerou R$ 215 bilhões para empresas no Brasil em 2024

Publicado em Economia, Tecnologia

Por Eduarda Esposito — O Google Brasil apresentou o relatório de Impacto econômico do Google no Brasil – 2025. De acordo com o estudo, em 2024, ferramentas Google como, busca, Google Ads, AdSense Play, YouTube e Google Cloud, geraram R$ 215 bilhões em atividade econômica para empresas no Brasil, aumento de 15% em relação a 2023.

Além disso, o número de postos de trabalho conectados, direta ou indiretamente, ao mercado de desenvolvimento de aplicativos para a Google Play e o ecossistema Android chegou a 354 mil, o que representou um aumento de 7,5% de 2023 para o ano passado. O levantamento relizado pela Access Partnership, empresa que já realizou estudos semelhantes em outros países. De acordo com o Google, os Pequenos e Médios Empresários foram os maiores responsáveis por esse resultado.

“A gente sente que realmente o nosso produto muda a dinâmica de uma pequena empresa. Talvez para uma Coca-Cola não faça tanta diferença R$ 1 milhão a mais ou a menos, mas para um depósito de meia São Jorge R$ 100 mil a mais no faturamento dele muda a vida dos donos, dos funcionários, são várias famílias ali impactadas”, disse Adriano Nasser, diretor de negócios do Google.

No setor público, o Google Cloud mantém parcerias estratégicas com o Serpro e a DataPrev, fornecendo infraestrutura e serviços que podem incluir soluções de multinuvem ou nuvem soberana. O Google também tem clientes em diversas áreas do governo, como educação, e no Poder Judiciário e em esferas estaduais, federais e municipais.

Crescimento regional

O relatório também demonstrou que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste tivera um crescimento acelerado devido à abertura de novas oportunidades e da competitividade local.

Crédito: Google Brasil

Apesar do crescimento de 7%, a região Centro-Oeste teve uma desaceleração na economia devido aos efeitos das mudanças climáticas no setor do agropecuário. Já o Nordeste, teve um bom desempenho, incremento de 8%, devido ao aumento de renda e pela geração de empregos na região.

Inteligência Artificial

O levantamente revelou também que 91% dos consumidores no Brasil afirmaram utilizar algum tipo de ferramenta de Inteligência Artificial e 76% disseram que pretendem aumentaro uso. Os ganhos da ferramenta de IA do Google, o Gemini, mais citados foram a maior qualidade nas entregas e geração de novas ideias (87% cada).

O relatório também revelou que as principais razões dos consumidores brasileiros para o uso de IA são:

  • 66% aprender novas habilidades e adquirir conhecimento;
  • 49% melhorar o desempenho no trabalho;
  • 47% melhorar o desempenho na vida cotidiana.

Já no uso do Gemini, os principais usos na vida pessoa foram:

  • 79% explorar hobbies e interesses pessoais;
  • 83% facilitar tarefas diárias;
  • 77% apoiar o aprendizado;
  • 65% apoiar a comunicação na vida pessoal;
  • 79% entretenimento fornecido pela ferramenta ou inspiração critiva.

Quanto o uso na vida profissional:

  • 87% melhorar a qualidade de seus resultados no trabalho;
  • 87% gerar novas ideias ou conteúdos;
  • 86% aprender novas habilidades ou tópicos.

Entidades questionam Lula sobre a ausência do MCTI na organização da COP30

Publicado em COP30, GOVERNO LULA

Eduarda Esposito — A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) enviam carta ao presidente Lula em que questionam a ausência da Ciência, Tecnologia e Inovação no âmbito dos envolvidos na organização da COP30, que ocorrerá em Belém neste ano.

As entidades disseram que chegaram a enviar, ainda em junho de 2023, uma carta conjunta, referente a falta da pasta na organização do evento ambiental, para a presidência da República e aos ministérios da Casa Civil e do Meio ambiente, mas até hoje, seguem sem respostas. “Dado que até o momento não recebemos resposta e considerando a urgência do tema, reiteramos a solicitação para que o MCTI integre o conselho supracitado, juntamente com os demais Ministérios designados”, afirmam.

Leia o conteúdo na íntegra:

Rio de Janeiro e São Paulo, 17 de fevereiro de 2025

ABC-PR-22/2025-carta conjunta

Ao Excelentíssimo Senhor
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República

Senhor Presidente,

Inicialmente, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) gostariam de parabenizar o seu governo pelos esforços bem-sucedidos para a realização da 30ª Conferência das Partes (COP30) no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) no Brasil em 2025, trazendo o foco do mundo para a região amazônica. No entanto, observamos com preocupação a ausência da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no âmbito dos envolvidos na organização do evento.

Em 9 de junho de 2023, encaminhamos a Vossa Excelência o ofício SBPC-126/carta conjunta referente à ausência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no Conselho Nacional para a COP30. A mesma correspondência foi enviada para os Ministros da Casa Civil (SBPC-130/carta conjunta) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SBPC-127/carta conjunta). Dado que até o momento não recebemos resposta e considerando a urgência do tema, reiteramos a solicitação para que o MCTI integre o conselho supracitado, juntamente com os demais Ministérios designados.

Toda discussão sobre mudanças climáticas, sustentabilidade, biodiversidade e justiça climática e social deve basear-se nas melhores evidências científicas para embasar a tomada de decisão. A pesquisa científica permite compreender melhor os impactos das atividades humanas no meio ambiente, desenvolver tecnologias limpas e eficientes e orientar políticas públicas que promovam a redução de emissões de gases de efeito estufa, a conservação dos ecossistemas e a adaptação às mudanças já em curso. A integração do conhecimento científico nas decisões globais é essencial para alcançar os objetivos do Acordo de Paris e construir um mundo mais resiliente e equilibrado, onde o desenvolvimento econômico ande de mãos dadas com a preservação ambiental.

O Brasil deve priorizar a inclusão da ciência nas discussões da COP30, seguindo o exemplo de sua atuação em fóruns como o G20 e os BRICS, onde a ciência e a inovação têm sido pilares para o desenvolvimento sustentável e a cooperação internacional. No G20, o Brasil tem defendido a importância da ciência para a transição energética e a segurança alimentar, enquanto nos BRICS, o país promoveu parcerias em pesquisa e tecnologia para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas.

Na COP30, o Brasil pode assumir a liderança ao integrar dados científicos robustos e soluções baseadas em evidências, fortalecendo sua posição como protagonista na agenda climática global. Ao alinhar políticas públicas ao conhecimento científico, o país não apenas contribuirá para metas globais de redução de emissões, mas também assegurará um desenvolvimento econômico sustentável, preservando seus biomas estratégicos, como a Amazônia, e promovendo justiça ambiental e social.

Em julho de 2023, quando foi reinstalado o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), cujo mote foi ‘A Ciência Voltou’, Vossa Excelência proferiu palavras inspiradoras que reforçaram o papel central da ciência no desenvolvimento do país. Que essa mesma visão inspire as políticas do governo, especialmente no que se refere ao meio ambiente. A Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência se colocam à disposição para colaborar com o governo brasileiro e contribuir nos debates que serão realizados.

Cordialmente,

Helena Bonciani Nader
Presidente
Academia Brasileira de Ciências

Renato Janine Ribeiro
Presidente
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência