Matemática dos cargos é atropelada por 2022

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A disputa de 2022 atingiu em cheio as pretensões de deputados e senadores de ocupar cargos no governo. É que, ao atender os novos aliados, o presidente pode acabar prejudicando aqueles que apoiaram sua candidatura em 2018, como os sujeitos que compram um apartamento na planta. Um dos maiores exemplos está no Distrito Federal.

A deputada Celina Leão (PP-DF) circulou na festa em homenagem a Arthur Lira e alguns brincaram, chamando-a de ministra do Esporte. Só tem um probleminha: Bolsonaro não decidiu recriar esse ministério e, no DF, os primeiros da fila no coração do capitão são o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) e a deputada Bia Kicis (PSL-DF), fiéis escudeiros. Ambos são, a preços de hoje, candidatos a deputados em 2022 e, como não haverá coligação, dificilmente, Bolsonaro abrirá uma vaga no governo para uma potencial adversária de seus melhores amigos.

Arthur queria a Mesa inteira

A decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de anular o bloco de Baleia Rossi (MDB-SP), como seu primeiro ato, foi feita de caso pensado para dar ao bloco do Centrão e simpatizantes todos os cargos da Mesa Diretora ou, no mínimo, folgada maioria.

O diálogo do eu comigo
O jogo de Lira e do PP é evitar o placar de três a três na distribuição de cargos da Mesa, desenhada pela configuração dos blocos definidos na manhã de segunda-feira, e garantir maioria de parlamentares aliados ao Centrão na Mesa Diretora. Afinal, Lira prometeu que as decisões da Casa serão colegiadas. Agora, com quatro a dois, o presidente assegura que as coisas não fugirão ao seu controle.

Só teve um “probleminha”
O fato de Lira começar a gestão com uma “canetada” jogou ao vento todo o discurso de que a Mesa é equidistante da direita e da esquerda. Agora, apesar do acordo, será difícil restabelecer a confiança.

Dia da caça
A avaliação geral é de que o presidente do MDB e líder do partido, Baleia Rossi, terminou poupado por Arthur Lira porque o governo, hoje, não pode prescindir dos votos emedebistas. Só tem um probleminha: a retirada dos cargos dos deputados do partido deixou sequelas. E, sabe como é, o MDB, quando pode, se vinga.

Dia do caçador
O presidente Jair Bolsonaro quer ir, hoje, ao Congresso levar a mensagem presidencial de abertura do ano legislativo e mostrar que deseja uma relação cordial com o Parlamento. Não falará de reforma ministerial e, sim, da necessidade de reformas constitucionais.

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Lira com “i”/ Nas rodinhas de Brasília dos aficionados por BBB, Arthur Lira vem sendo comparado à rapper Karol Conká, no BBB 21. Faz sucesso na Casa, mas, no público externo, é só paulada.

Bia Kicis na CCJ/ Conforme adiantou, dia desses, a coluna, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) foi indicada pelo partido e vai presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Bia não será uma neófita ali. É advogada e procuradora do DF e já foi vice-presidente do colegiado.

E o Rodrigo, hein?/ Mais calmo, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia não definiu destino nem sabe mais se mudará de partido. Entre os amigos, é citado como alguém que jogou um cesto de pedras para cima e se esqueceu de sair de baixo. Agora, é se recuperar das pedradas para poder se mover.

O baile da ilha fiscal/ Se o primeiro ato do presidente Arthur Lira jogou fora o discurso de respeito às minorias, a festa para 300 pessoas até as 4h da matina tirou dos deputados o discurso de preocupação com a pandemia. A maioria desfilou sem máscara, como nos velhos e bons tempos em que os vírus resultavam em “gripezinha”. Num coquetel, com comes e bebes servidos o tempo todo, fica difícil manter o uso do acessório. Ocorre que, com a nova cepa do coronavírus circulando por aí, até quem já teve a doença não está seguro.

Enquanto isso, no Senado…/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, dispensou comemorações. Recebeu o governador de Minas, Romeu Zema, e se reuniu com alguns senadores para tratar dos cargos da Mesa Diretora. Já ganhou o apelido de Rodrigo, o discreto.

Partidos esperam reforma ministerial para depois do carnaval

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A expectativa de poder foi crucial para ajudar Arthur Lira (PP-AL) a acomodar seus aliados nos últimos dias, a começar pelo Republicanos, que abriu mão de um cargo na Mesa Diretora da Câmara e, agora, aguarda um ministério. O mesmo vale para o DEM, que, ao sair do bloco de Baleia Rossi, deu ao presidente Jair Bolsonaro o que o capitão mais desejava: derrotar Rodrigo Maia, antes mesmo de anunciado o resultado. Nos bastidores, os deputados afirmam que o presidente terá de cumprir os compromissos e acomodar os novos aliados ao seu lado.

Embora o presidente tenha dito que há “apenas uma vaga” em sua equipe, a Secretaria-Geral da Presidência, ele não tem uma situação tão confortável, do ponto de vista político, que lhe permita deixar ao relento a turma que, agora, assume o poder no Congresso. Afinal, se a economia não responder rapidamente, o presidente terá dificuldades de manter o eleitorado e, por tabela, os novos amigos da velha política.

2022 começa agora

A briga entre Rodrigo Maia e ACM Neto tem como pano de fundo os rumos do DEM para 2022. Neto ainda tem uma janela aberta para apoiar a reeleição de Bolsonaro e uma parcela da bancada interessada nesse caminho. Nessa trilha, Rodrigo não seguirá nem amarrado.

Rodrigo e Luciano
Do MDB, passando pelo PSDB, pelo Cidadania e até pelo PSL, Rodrigo Maia estudará bastante antes de escolher um partido para chamar de seu. Afinal, foi o primeiro presidente do DEM, quando o PFL trocou o nome, tem história política. Ele jogará junto do empresário Luciano Huck rumo a 2022. São amigos há 20 anos.

Por falar em PSDB…
Foi preciso uma intervenção do PSDB paulista, leia-se João Doria, para evitar que o PSDB fizesse igual ao DEM e saísse do bloco de Baleia Rossi. O movimento contava com o apoio do PSDB de Minas. O líder da bancada, Rodrigo de Castro, foi acusado pelo MDB de atuar para atrasar o pedido de registro do bloco de Baleia. A disputa no PSDB indica que Doria não terá vida fácil no ninho para ser candidato a presidente da República.

Apostas
O governo calcula que o mote da oposição para a eleição do ano que vem promete ser a pandemia e os erros do governo nessa seara. A aposta dos bolsonaristas, porém, é de que esse tema já terá passado e que o povo estará mais interessado na economia.

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Frota, o primeiro tiro/ A abertura da sessão preparatória, com o discurso de Alexandre Frota, do PSDB-SP, cheio de ácidas críticas ao governo, fez parte da estratégia da oposição de tentar levar o plenário a mudar de ideia em relação a Arthur Lira. Chamou Bolsonaro até de abutre, que acabou com a Lava-Jato, se omitiu na prisão em segunda instância; falou do líder com dinheiro na cueca (senador Chico Rodrigues) e por aí foi.

Lá e cá/ Depois que Luiz Miranda (DEM-DF) se juntou ao comboio para o passeio de moto, no último sábado, o presidente Jair Bolsonaro chamou o ex-deputado Alberto Fraga, de quem é amigo há 20 anos. Conversaram por mais de duas horas. Não dá para deixar um velho amigo com ciúmes de Miranda, que não foi chamado para conversar depois do passeio.

Diferenças importantes/ Arthur Lira fez campanha voltada para os deputados e não para o público externo. Aliás, na Câmara, quem fez campanha para os cargos internos, via público externo, invariavelmente, se deu mal.

Por falar em público externo…/ A aglomeração de deputados no plenário da Câmara, durante a sessão preparatória, deixou o corpo médico de plantão atônito por causa da pandemia da covid-19. Muitas excelências mantinham a máscara no queixo, outras cobriam apenas a boca. Preocupante. Até porque, diante de uma nova cepa, até quem já teve a doença não está completamente livre do vírus.

“Rodrigo Maia fez ouvidos moucos ao clamor dos brasileiros. A história é implacável”
Luiza Erundina (PSol-SP), referindo-se aos sucessivos pedidos de impeachment, que Rodrigo desprezou e ameaçou abrir no último dia, quando não havia mais tempo

 

A soma que diminui na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados

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Coluna Brasília-DF

Longe de ser uma ciência exata, a política no Congresso entrou na fase de “quem somar, diminui”. O grupo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está no seguinte pé: tem três candidatos, e, ao fechar por um deles, corre o risco de perder os votos dos demais.

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) era melhor para tentar angariar alguns votos no Centrão, mas perde no MDB, que tem Baleia Rossi (SP) como pré-candidato. No caso de Baleia Rossi sair candidato, o PT é que racha. Ainda mais, em se tratando de voto secreto.

Essa divisão colocou novamente Marcos Pereira (Republicanos-SP), atual vice-presidente, na roda como candidato. O movimento é perigoso, porque, embora leve votos dos evangélicos, ele é visto como a tomada de poder por Edir Macedo e a pauta de costumes. Ou seja, nenhum deles levará o grupo todo.

Bolsonaro quer tirar o discurso técnico de Doria

Jair Bolsonaro está convencido de que, ao liberar o dinheiro para compra das vacinas de covid-19, desde que aprovadas pela Anvisa, conseguirá deixar João Doria batendo boca com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, de quebra, ainda tirará do governador paulista o discurso de que está com a ciência.

A ideia do presidente, caso demore a aprovação do imunizante, é dizer que fez sua parte, ao liberar os recursos, e que os técnicos da agência é que devem dizer que vacinas devem ser aprovadas.

A internet mudou as finanças

A mais nova pesquisa da B3 — uma das maiores empresas de infraestrutura do mercado financeiro — sobre o comportamento dos brasileiros em relação à bolsa de valores, deixará os grandes bancos de cabelo em pé.

A pesquisa mostra que os brasileiros estão descobrindo a bolsa, 74% dos investidores são homens, têm em média 32 anos e 60% não têm filhos. E essas pessoas estão ingressando no mundo da bolsa via internet, segundo a pesquisa.

Palavra de especialista I

Marcelo Teixeira, investidor e ex-chefe global da área de seguros do HSBC, analisa detalhadamente a pesquisa da B3 e destaca que os brasileiros querem aprender sobre mercado de capitais e ter autonomia. “A bolsa de valores entrou definitivamente na vida dos brasileiros com poder de poupança, com muito espaço para crescer”, disse.

Palavra de especialista II

Teixeira destaca ainda que canais do YouTube e influenciadores aparecem como principal fonte de conhecimento (73%) versus 7% em ajuda do gerente do banco ou assessor financeiro, o que indica uma “exaustão do modelo tradicional de varejo bancário”. Chama a atenção ainda que 85% dizem saber o que é suitability (adequação do ativo ao apetite de risco/conhecimento do cliente). “Parece alto demais. Os reguladores estão atentos, mas será que é o suficiente?”, indaga.

CURTIDAS

Na solidão da urna…/ A discussão dentro do PSB sobre quem apoiar para presidente da Câmara promete ser acirrada antes mesmo de o grupo de Rodrigo Maia apresentar seu candidato. Tem uma turma que votará em Arthur Lira (PP-AL) e não tem conversa. Afinal, o voto é secreto.

… dá vontade de trair/ O maior medo dos deputados ligados a Maia, hoje, é terminar repetindo o que cenário que elegeu Severino Cavalcanti (foto), em 2005, contra Luiz Eduardo Greenhalgh, o candidato oficial do PT com a chancela do governo Lula. Severino era do PP, partido de Lira. Derrotou José Carlos Aleluia (PFL-BA), Virgílio Guimarães (PT-MG) e… Jair Bolsonaro (PFL-RJ), que obteve… dois votos!

Por falar em Bolsonaro…/ Nada tirou mais o presidente do sério do que a decisão da ministra Cármen Lúcia (STF) de pedir à Abin e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que expliquem a suposta ajuda ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no caso das rachadinhas. E em 24 horas. Ou seja, não dá muito tempo.

Nem tão cedo/ Entre os aliados do presidente, há quem diga que Bolsonaro precisa se preparar para conviver com essa história de Flávio e as rachadinhas por muito tempo. Até aqui, serve de consolo aos bolsonaristas o fato de a população ter separado o presidente dessa investigação. A esperança dos aliados de Bolsonaro é a de que continue assim.

Orçamentos turbinados para a eleição da Mesa Diretora da Câmara

dep. Arthur Lira (PP-AL).
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Coluna Brasília-DF

A sessão do Congresso Nacional, prevista para a semana que vem, vai reforçar orçamentos e complementar o PLN 30, que, no último esforço concentrado na Casa, aprovou a distribuição de R$ 6 bilhões para vários ministérios, sendo R$ 1 bilhão para o Fundo Nacional de Saúde, para estruturação da rede básica de saúde; R$ 2,8 bilhões para Desenvolvimento Regional; R$ 1,3 bilhão para infraestrutura, mais precisamente para o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), que faz a alegria das bases com obras pelo país afora. Agora, serão R$ 48 milhões para algumas pastas, sendo R$ 17 milhões para “infraestrutura turística” em “destinos estratégicos” para o setor, fora recursos para o Incra e para a Sudene.

No Congresso, os parlamentares aguardam mais as liberações que já foram aprovadas no PLN 30, de forma a garantir emendas normais e as “extras”, que vão atender os mais fiéis. Nas conversas reservadas, há quem diga que essas verbas vão ajudar a irrigar a candidatura de Arthur Lira (PP-AL). Os ministros negam e os parlamentares não vão deixar de votar projetos que podem ajudar os municípios por causa da briga em torno da Presidência da Câmara. Mas, já tem muita gente de olho nas liberações de recursos.

Corra, Maia, corra

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RE), é orientado a não abrir a próxima semana sem um candidato a presidente da Casa. Explica-se: é preciso ter logo um nome para não deixar Arthur Lira sozinho na pista principal.

Melhor de dois

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP) são os dois candidatos na reta final para definição, e está mais para Rossi. A preferência pessoal de Maia é Aguinaldo, mas Rossi leva 30 votos do MDB.

Onde mora o perigo

Os partidos de oposição estão meio resistentes a apoiar Arthur Lira, com receio da pauta mais ideológica do governo. Ontem mesmo, em sua live, o presidente disse que não iria conversar sobre “armamento” com o PT, tampouco “agenda de costumes” com o PSol.

Não tem almoço grátis

Nem toda a oposição tem esse medo de que, se Bolsonaro ajudar a eleger Arthur Lira, vai cobrar lá na frente a aprovação de seus projetos. O PSB, por exemplo, espera que o governo libere recursos para os prefeitos eleitos, que precisam cumprir suas promessas de campanha.

Vitória da CNC/ O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou, por unanimidade, o pedido de anulação das eleições para Diretoria e Conselho Fiscal da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ocorridas no segundo semestre de 2018. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, demonstrou, por meio da sua assessoria jurídica, que o papel constitucional do TCU é o de controle externo, voltado à fiscalização da aplicação de recursos federais. Ou seja, “fiscalizar eleições não é objeto de análise do TCU”, conforme definido pelos ministros na decisão.

Derrota de Adelmir/ O recurso ao TCU havia sido apresentado pelo ex-senador Adelmir Santana, que perdeu as eleições da CNC, em 2018, para Tadros, pelo placar de 24 a 4. Santana ingressou, primeiramente, na Justiça do Trabalho, com oito reclamações, entre mandado de segurança, recursos de agravos, recursos ordinários e de revista, tentando barrar a realização das eleições, sem sucesso. O recurso ao TCU foi visto no meio jurídico como uso indevido do tribunal. A Corte não tem como finalidade anular eleições sindicais. O caso deixou uma lição: quem quiser vencer, que seja no voto.

Me inclua fora dessa/ Na live desta semana, o presidente tratou de se afastar das derrotas de candidatos alinhados ao governo, ao dizer que conversou com candidatos e não passou de 20. Como está sem partido, não tinha prefeitos. Logo, “não ganhou, nem perdeu”.

Por falar em ganhar…/ Mesmo quem não gosta do governador de São Paulo, João Doria, no campo da política, tem dito entre quatro paredes que é graças aos movimentos dele que o governo federal acabou entrando na corrida pela vacina e tentando antecipar seu calendário. Esse mérito já está no currículo do governador paulista. Se a vacina der certo, esse gesto não será esquecido.

Rodrigo Maia, o não-candidato, dá o tom e chama governo a votar reformas

Rodrigo Maia
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é agora um não-candidato, em busca de um sucessor e de uma pauta para encerrar seu mandato com chave de ouro, chamado o governo a ajudar na aprovação de reformas cruciais que o país precisa. Esse é recado mais imediato da entrevista que concedeu há pouco à GloboNews, a primeira depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por 6 a 5 que nem ele e nem o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, podem ser candidatos à reeleição para esses cargos no ano que vem.

Ele acusa o governo de não aprovar a PEC Emergencial no Senado, prometida para em dezembro de 2019, como forma de aliviar o caixa e dar sinais positivos para o mercado. Maia considera que “acabaram as desculpas” para não votar essa matéria e diz com todas as letras: “A eleição já passou, não sou candidato a presidente da Câmara. Podem até derrotar um movimento pela independência da Câmara, mas é preciso avançar na pauta econômica”

Ao mesmo tempo em que cobrou uma postura mais ativa do governo em relação às reformas — ele cita ainda a reforma tributária —, ele lança a campanha “Câmara livre” para buscar um nome que represente seu campo da politica na troca de comando na Casa.

Maia terá o desafio de construir um candidato em oposição a Arthur Lira, que hoje é visto com o nome que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. “Precisamos da Câmara livre de interferência de outros poderes, de uma candidatura que seja a favor do Legislativo”, diz Maia, citando alguns nomes, como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), entre outros, tomando o cuidado de manter a ordem alfabética no elenco.

Ele menciona que não tinha a intenção de ser candidato e, justiça seja feita, nunca disse que seria. Antes da decisão do STF, tomou inclusive o cuidado de se manter equidistante daqueles que se apresentavam para concorrer à Câmara, de forma a poder ajudar e trabalhar a construção de um candidato depois que o STF desse seu veredicto. “Se esse campo que eu e muitos representamos chegar lá, não será a derrota do governo, será a vitória de uma agenda que moderniza o estado e a economia, a vitória da Câmara”, diz.

Ao mesmo tempo que elenca as pautas em curso e a sucessão para presidente da Câmara, Maia lembra ainda que, para 2022, se os campos da centro-esquerda e da centro-direita conseguirem se unir em torno de um nome têm tudo para soarem favoritos. E ele inclui nesse rol de Ciro Gomes (PDT) a João Dória (PSDB).

Quando ao presidente Jair Bolsonaro, ele menciona a questão adas vacinas como algo em que o governo pode perder o controle, uma vez que a população deseja as vacinas. A politica entra agora na fase de construção nos bastidores, algo que requer olho vivo e acompanhamento diário.

E, seja para perder ou ganhar, o não-candidato Maia é um personagem a ser acompanhado bem de perto nos próximos dois anos, porque, além de um nome para a Presidência da Câmara, estará dedicado à construção de uma candidatura de centro em oposição a Bolsonaro, caso o presidente não consiga agregar uma parcela expressiva desse campo político.

Centrão trava Congresso para não dar protagonismo a Rodrigo Maia

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A confusão está posta na relação do governo com o Congresso e entre os principais atores da politica dentro do Parlamento. E a pimenta que passa do ponto nessa mistura é a eleição para presidente da Câmara. O chamado Centrão, assim como Bolsonaro, cansaram de ver o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dando as cartas. O Centrão não quer dar protagonismo a Rodrigo Maia nessa reta final de mandato, porque isso significaria mais poder para o comandante da Casa trabalhar a própria sucessão. Aliás, o grupo mais ligado ao líder do Centrão, Arthur Lira, está em contagem regressiva para fevereiro, certo de que, se jogar direito, terá a força para comandar a Câmara. Esse jogo, somado ao da oposição, que se retirou do plenário virtual e presencial até que Rodrigo Maia coloque em votação a medida provisória que baixou o valor do auxílio emergencial para R$ 300, travou tudo.

O presidente Jair Bolsonaro tem buscado no portfólio do primeiro escalão do governo alguém com expertise política suficiente para desfazer esse nó, mas, ao mesmo tempo, não quer brigar com o Centrão, de onde tirou o novo líder do governo na Câmara. Pende a balança para o Centrão, mas não entrega ao grupo o que essa turma mais deseja, um espaço dentro do Planalto, leia-se a vaga de Luiz Eduardo Ramos.

Com a disputa de poder na segunda metade do governo e desta Legislatura fervendo nos bastidores, onde ninguém acerta o passo e todo mundo age para sobreviver mais à frente, restou ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, entrar nessa seara para ver se ajudava a resolver o problema grave da crise econômica, que derrete o real e pressiona os juros. O problema, porém, é que, num cenário em que muitos batem cabeça, a entrada de Campos Neto tumultuou ainda mais. A turma do Centrão viu ali uma articulação do próprio Maia __ e não do presidente do BC __ para tentar recuperar protagonismo, como aliás, está posto na Coluna Brasília-DF no Correio Braziliense de hoje.

Da parte do governo, ficou exposta a ineficiência dos líderes para separar a disputa pela Presidência da Câmara do bom andamento das pautas __ algo que hoje não interessa ao Centrão, para não dar protagonismo a Maia. Esse imbróglio, porém, tem que ser resolvido até que 15 de novembro, porque, terminado o primeiro turno da eleição municipal, com a maioria dos deputados e senadores livres para voltar a atenção ao dia-a-dia do Parlamento, acabará a desculpa oficial das eleições para essa trava nas votações. É o prazo para que os atores tentem buscar uma solução para essa trama cada dia mais intrincada, a fim de ajustar o foco nos problemas do país, que vão muito além da disputa de poder das excelências. Se não o fizerem, 2020, um ano quase perdido, terminará sem qualquer votação que renove as esperanças de dias melhores para 2021, o que significa o pior dos mundos para Bolsonaro. Quando a economia balança muito, é hora da politica ter juízo.

Salles não é o único do primeiro escalão insatisfeito com Ramos

General Luiz Eduardo Ramos
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Coluna Brasília-DF

O desconforto com o ministro da Secretaria de Governo (Segov), Luiz Eduardo Ramos, não é exclusividade de Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Outros integrantes do primeiro escalão têm reclamado que Ramos atende demais aos partidos, com verbas e cargos.

Muito além de Eduardo Ramos

Esses ministros consideram que o atendimento às demandas políticas foi o incentivo para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atacasse Ricardo Salles em seu Twitter e defendesse Ramos. Afinal, segundo pessoas próximas a Maia, para o DEM é muito mais importante a permanência de Ramos, que atende todos, do que um que possa pender a balança para a ala bolsonarista de raiz do governo ou algum partido do Centrão.

Emendas do Orçamento no Congresso passarão por pente fino

Publicado em coluna Brasília-DF

O inquérito que terminou por levar ao afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) deixou muitos políticos e investigadores de cabelo de pé, e levantou a necessidade de um pente fino urgente nas emendas de deputados e senadores ao Orçamento da União. É que além do propalado caso, os investigadores apontam que o senador Telmário Motta (Pros-RR), por exemplo, tinha um vereador encarregado de cuidar das suas emendas. As investigações indicam, ainda, que o foco era a liberação dos recursos e não as necessidades da população.

O receio dos investigadores é o de que esse foco em gastar o recurso de qualquer jeito, apenas para que não haja “sobra” da emenda, esteja espalhado pelo país. E isso apenas uma investigação séria será capaz de mostrar. Há quem aposte, que, se brincar, pode aparecer material para mais uma CPI do Orçamento. Afinal, indícios de má aplicação de recursos não faltam.

Sentiu o tranco
A visita de Jair Bolsonaro a Eduardo Pazuello foi um recado aos generais como um todo. Conforme antecipou a coluna, eles não ficaram nada satisfeitos com o pito público que o presidente passou no ministro da Saúde, por causa do protocolo da CoronaVac. Ontem, a foto do capitão ao lado do general representou, no modo Bolsonaro, um pedido de desculpas, com algo do tipo: “Foi mal aí, mas agora está tudo bem”.

Agora só falta você
Aliados do Planalto calculam que, se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), virar ministro do governo num futuro próximo, faltará levar o MDB para o Poder Executivo. Pelo menos, esse é o plano de parte dos apoiadores de Bolsonaro.

Limpa trilho
O MDB tem, hoje, Baleia Rossi (SP) como pré-candidato a presidente da Câmara e o partido tem ainda dois líderes do governo –– Fernando Bezerra Coelho, do Senado, e Eduardo Gomes, do Congresso. Com ministros bem acomodados no Poder Executivo, seria mais fácil tentar tirar Baleia da disputa abrindo caminho para Arthur Lira (PP-AL) para presidente da Câmara.

Descoordenados I
Deputados e senadores não têm mais dúvidas: quando chegar a vacina contra a covid-19, o país repetirá o que houve no caso do distanciamento social, recomendado pelas autoridades de saúde e negado pelo presidente da República. Resultado: o Supremo Tribunal Federal (STF) entrou no circuito e os governos estaduais e municipais puderam ajustar tudo, porém, não houve uma coordenação nacional do abre-fecha.

Descoordenados II
No caso das vacinas, porém, hoje está tudo a cargo da Anvisa. Bolsonaro, em sua live, diz que a agência é independente, mas os partidos estão de olho. A Anvisa estará em teste de independência, tão logo terminem os estudos sobre todas as vacinas no Brasil, seja qual for a nacionalidade.

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Apostas atuais/ Embora Celso Russomanno (PP-SP, foto) tenha sido ultrapassado por Bruno Covas (PSDB) na pesquisa do Datafolha para prefeito de São Paulo, a avaliação dos políticos é de que, faltando praticamente três semanas para a eleição, pouca coisa mudará e os dois devem ir ao segundo turno.

Apostas futuras/ Se esse cenário se confirmar, será mais uma arena para que Bolsonaro chame o governador João Doria para o ringue. No plano federal, há, ainda, quem diga que essa disputa será ainda mais um motivo para que o presidente aumente o tom contra a CoronaVac, defendida pelo governador de São Paulo.

Caminho das árvores/ Ao convidar diplomatas para sobrevoar a Amazônia, a fim de provar que não existe floresta queimada, ambientalistas consideram que o presidente pode perfeitamente escolher uma rota. Afinal, numa área tão vasta quanto a Amazônia brasileira, há, realmente, lugares intactos. Corrobora a tese presidencial, de que não está queimando, mas não prova que as queimadas são fruto da imaginação alheia.

Leila na live/ O Outubro Rosa entrou na agenda do Senado. Hoje, por exemplo, a senadora Leila Barros (PSB-DF), a Leila do vôlei, mediará o painel “Saúde mental da mulher com câncer de mama durante a pandemia”, às 16h.

Cotado para ser ministro, Maia sinaliza com gesto pró-Bolsonaro

Bolsonaro e Rodrigo Maia
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Coluna Brasília-DF

O cancelamento do encontro de Rodrigo Maia (DEM-RJ) com Doria, justo no dia em que Bolsonaro provocou mais um embate com o tucano, foi bem recebido no Planalto. A indisposição do presidente da Câmara, que passou a noite em claro por causa de uma virose da filha, terminou lida no governo como “uma boa desculpa para não receber o governador”.

Ministério na roda

Aliados do presidente da Câmara estão entre os que pressionam pela divisão do Ministério da Economia, para destinação de alguns cargos de primeiro escalão aos partidos. Nesse sentido, o nome de Rodrigo encabeça a lista daqueles cotados para assumir o Ministério do Planejamento.

Discurso já tem

A perspectiva de Rodrigo virar ministro é vista, inclusive, como uma forma de ele ter um espaço para consolidar a posição em favor da responsabilidade fiscal. O presidente da Câmara é um dos que mais defendem o teto de gastos, numa fala muito afinada com a do ministro da Economia, Paulo Guedes.

 

Rodrigo Maia vira o porta-voz de Paulo Guedes

Paulo Guedes e Rodrigo Maia
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Coluna Brasília-DF

A fala do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em defesa da não prorrogação do estado de calamidade, a fim de não comprometer ainda mais as contas públicas, vai exatamente no sentido do que pensa a equipe econômica do governo.

A turma de Paulo Guedes sabe muito bem que vem por aí uma disputa entre as áreas política e econômica. A primeira, de olho na popularidade, quer manter o auxílio emergencial de R$ 300, sem cortar programas. A segunda tem certeza de que não dá para fazer esse omelete sem quebrar os ovos.

De todas as disputas que o Congresso terá até o fim do ano, essa é a de maior importância. E a defesa de Maia da não prorrogação significa que as pazes entre ele e Guedes foram para valer. Falta combinar com o Centrão.

Um cargo para dois

Os partidos fazem as contas e acreditam que, se o governo do presidente Jair Bolsonaro acolher o MDB no ministério, talvez seja possível um acordo entre o PP e o partido capitaneado por Baleia Rossi.

Custo & benefício

Só tem um probleminha: se Bolsonaro partir para esse campo, estará perdendo o trunfo de ter montado seu primeiro escalão sem se render aos partidos.

Colado em Lula/ O PT de São Paulo fez subir a hashtag #LulatemTatto. A estratégia é tirar de cena as pressões dos cariocas do partido para que Jilmar Tatto desista em favor de Guilherme Boulos em troca do apoio do PSol no Rio de Janeiro.

Pensando bem…/ A liderança de Eduardo Paes nas pesquisas para prefeito do Rio de Janeiro levou muitos políticos da cidade a se recordarem da frase do ex-senador Heráclito Fortes, do Piauí: “Em política, o fundo do poço tem mola”.