Grupo de oposição a Renan Calheiros na presidência do Senado fica dividido

Renan Calheiros
Publicado em coluna Brasília-DF

O grupo de 12 senadores que se reuniu, há duas semanas, para traçar uma candidatura alternativa ao MDB do senador Renan Calheiros começa a minguar. No jantar mais recente, foram apenas sete. Nem todos fechados com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Alguns consideram que não será surpresa, por exemplo, se a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), como já disse a coluna há alguns dias, manifestar preferência por Renan. Ex-ministra de Dilma Rousseff, Kátia não esquece que Renan trabalhou e votou para que a ex-presidente mantivesse os direitos políticos, quando da votação do processo de impeachment.

Meio Ambiente vira isca tucana

O presidente eleito começa a olhar com mais atenção para o PSDB. Para atrair tucanos, fez chegar aos ouvidos de alguns deles que planeja nomear
o ex-secretário do Meio Ambiente de São Paulo Ricardo Salles para o último ministério a
ser anunciado.

PSL queima a largada

O governo nem começou, e o PSL, partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro, larga rachado e sob o signo da desconfiança interna e externa. Tudo por causa do vazamento do “barraco”, no grupo de WhatsApp do partido, entre os dois deputados mais votados da legenda, Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann, divulgado, ontem à tarde, no site do jornal O Globo.

Ninguém ficou bem I

O teor dos diálogos esfarela o discurso de que Bolsonaro não pretendia influir na escolha do futuro presidente da Câmara. A turma do DEM, ligada ao atual comandante da Casa, Rodrigo Maia, está uma arara. Tudo porque, em resposta a Joice, Eduardo diz que, por ordem do pai, trabalha nos bastidores para interferir na escolha do futuro presidente da Câmara e afirma que faz tudo na surdina para não irritar Rodrigo.

Ninguém ficou bem II

A conversa deixou o PSL em pé de guerra, num clima de desconfiança interna. Estão todos se perguntando quem vazou o “barraco”. E as apostas são as de que, se Joice continuar nessa queda de braço com Eduardo, terminará isolada na bancada e no parlamento.

Incertezas na economia

Economistas do mercado estão cada vez mais sem entender exatamente qual será a verdadeira política econômica do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, devido aos sinais trocados dele e do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Além da reforma da Previdência, que Guedes pretendia mandar de uma vez, e Bolsonaro menciona o fatiamento, fala-se ainda no resgate da CPMF. O imposto do cheque cresce na mesa de apostas dos especialistas após a confirmação de Marcos Cintra na equipe econômica. Bolsonaro, entretanto, repete diuturnamente que não terá novo imposto.

O que une Moro e Lula/ O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, divide uma paixão com o ex-presidente Lula. Ambos são loucos por fettuccine a carbonara. Lula costumava preparar essa delícia da culinária italiana para os petistas. Moro, idem.

O que une Moro a Lula/ Em Brasília, o ex-juiz costuma frequentar os restaurantes italianos e não perde a oportunidade de degustar um bom carbonara.

A força da esposa/ Há quem diga que a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, tem tido peso na escolha de alguns ministros, como a pastora Damares para ministra da Família e Direitos Humanos.

Por falar em Direitos Humanos…/ Em tempos de questionamento dos valores humanitários, a Esplanada foi tomada por enormes painéis afixados no alto de seus prédios, com cada um dos 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 70 anos em 10 de dezembro. De todos os pontos da larga avenida, pode-se avistar os princípios que reafirmam as condições da dignidade humana.

Colaboraram Leonardo Cavalcanti, Liana Sabo e Rosana Hessel

O fator Caiado

Publicado em coluna Brasília-DF

Até aqui, apenas os oposicionistas falavam em antecipação das eleições. Ontem, quando o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) trouxe esse debate para dentro da base do governo com um discurso e uma entrevista, o sinal de alerta do governo soou. O PMDB cerrou fileiras a fim de mostrar que Caiado é um pré-candidato jogando para a plateia. Para completar, dizia que, sem o auxílio do partido do presidente Michel Temer, uma proposta nesse sentido não vingará no plenário da Casa.
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Os peemedebistas jogam a partir de agora com o intuito de lembrar a todos aqueles favoráveis ao impeachment que, sem ultrapassar a corda bamba, não haverá 2018 para quem tem raízes na política. Quer assim evitar o isolamento a que ficou submetido o PT e que levou ao impeachment. Esse é o jogo para janeiro, em meio ao imponderável da Lava-Jato.

Contagem de votos

A reunião no gabinete de Renan Calheiros ontem à tarde serviu para providenciar a contagem dos votos para aprovar a lei do abuso de autoridade. Concluiu-se que todos querem o projeto. Porém, ontem não era o momento. Hoje, haverá nova investida.

Do chão não passa

Na reunião no gabinete de Renan foi dito que a classe política já está no chão com ou sem o projeto de abuso de autoridade. Portanto, o desgaste já está “precificado”. O que não dá é para acabar com a vida de uma pessoa e, depois, nada ficar comprovado.

Cálculos palacianos

O presidente Michel Temer demonstra que não cairá com o barulho da bala da Lava-Jato na cena política. Afinal, as doações empresariais eram legais quando ele jantou com Marcelo Odebrecht e, se tudo foi devidamente declarado à Justiça Eleitoral, dizem os aliados do presidente, não há o que temer. A disposição é atravessar a pinguela.

Lula lá…

Ao ver o ex-presidente Lula com oito pontos a mais na pesquisa Datafolha é só perdendo para Marina Silva, os petistas praticamente definiram que caberá a ele conduzir a tentativa de recuperação do PT. Falta combinar com a Justiça.

…E cá

O senador Lindbergh Farias, por exemplo, aproveita as redes sociais para empurrar Lula a uma candidatura presidencial no ano que vem. Falta combinar com os congressistas que precisariam mudar a Constituição para tornar essa ideia viável.

Renan, o tenso/ Ansioso e preocupado com o seu futuro político, Renan Calheiros tem brigado até com Romero Jucá. Bastou o líder do governo anunciar que haveria sessão de homenagem a Miguel Arraes no plenário da Casa para Renan retrucar que tudo ficaria para depois das votações.

Collor, o escritor/ O senador Fernando Collor (foto) publica esta semana pelo Senado um livro sobre tudo o que falou e escreveu sobre o seu impeachment e o da presidente Dilma Rousseff ao longo destes 10 anos de mandato na Casa. Réplica para a história: uma catarse não terá festa de lançamento. O momento é de sobriedade.

Vai que…/ O ex-ministro da Defesa de Lula, da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, e, ainda, do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim tem circulado mais no empresariado. Esses movimentos se intensificaram desde que seu nome foi citado para a Presidência da República na hipótese de naufrágio do atual governo.

Humor/ Perguntado como o PT pretende atuar no ano que vem, um senador petista reagiu assim: “Esse governo não vai pro brejo… Vai pro Odebrejo”.