Alta do PIB é comemorada por aliados do presidente

Publicado em coluna Brasília-DF

O crescimento de 1,2% do PIB do trimestre, acima do esperado pelo mercado, foi comemorado pelos políticos da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) como o motor para este último mês da corrida eleitoral. A ideia é a de que os programas no rádio e na tevê passem a bater bumbo sobre tudo aquilo que foi aprovado e proposto pelo governo e seus aliados, do período da pandemia para cá. A ordem é reforçar o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a melhoria se deve à política de governo.

A avaliação da equipe do presidente é de que será difícil os adversários conseguirem desconhecer o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e a queda do desemprego. Os adversários, porém, dizem ter uma resposta para isso: se a população não sentir essa melhora na vida e no bolso, o governo pode bater bumbo à vontade que o resultado será nulo.

300 por Bolsonaro

Os bolsonaristas esperam 300 ônibus vindo de várias regiões do país para acompanhar o 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Logo após o desfile oficial, o presidente sai da solenidade para fazer um discurso para esse pessoal. Aí, já será ato de campanha.

Por falar em campanha…
O advogado do presidente Jair Bolsonaro, Tarcísio Vieira de Carvalho, já orientou a ministros que não misturem agendas de campanha às viagens oficiais nesse período. É que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já avisou que não vai aceitar.

Veja bem
O 7 de Setembro no Rio de Janeiro está no meio do caminho. O presidente foi convidado para um ato oficial no Forte de Copacabana. Quando terminar, vai sair do evento oficial e deve subir num trio elétrico na Avenida Atlântica. Só aí é campanha. Mas a viagem para o ato oficial será custeada pelo Planalto. Pelo menos, essa é a ideia de parte dos políticos encarregados da campanha.

E o Lula, hein?
A ideia do ex-presidente é contar com os aliados nos estados. Na maioria deles, todos os que têm o apoio do ex-presidente o exibem no horário eleitoral como o líder das pesquisas, conforme apontou o Datafolha desta semana.

Por falar em Datafolha…
A pesquisa de Minas Gerais em que Romeu Zema (Novo) desfila com 52% das intenções de votos foi vista como um problema para o governo. É que se Zema vencer no primeiro turno, a desmobilização em Minas será geral para a eleição presidencial em segundo turno.

Enquanto isso, em São Paulo…/ O segundo turno para governador é uma certeza. Falta definir quem vai. A aposta dos petistas é de que concorrer contra Tarcísio de Freitas (21%), do Republicanos, será mais fácil, porque parte dos votos de Rodrigo Garcia (15%) seguirão para Fernando Haddad, que mantém a liderança, com 35%. O difícil, segundo deputados do PT, é uma parte dos votos de Tarcísio caminhar para o petista.

Segurança tensa/ A segurança de Bolsonaro pretende ocupar o alto dos prédios no Flamengo, Botafogo e Copacabana no 7 de Setembro.

Ele…/ A pesquisa Datafolha no Rio de Janeiro, que apontou o senador Romário na liderança, com 31%, e Alessandro Molon (PSB) em segundo, com 12%, foi motivo de reclamações dos petistas. Eles calculam que, se não fosse a candidatura de Molon, André Ceciliano (PT) estaria em melhor situação.

… que lute/ Ceciliano aparece com 6%, metade das intenções de Molon, com um crescimento de três pontos em relação à pesquisa anterior. Só tem probleminha: Molon está na frente de Ceciliano. Logo, os socialistas consideram que se alguém precisa desistir, que seja o petista.

Orçamento para 2023 prevê R$ 19 bilhões para emendas secretas

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A contar pelo Orçamento da União enviado ao Congresso esta semana, as emendas de relator estão mantidas e com o aval do atual governo. Aliás, se depender da disposição da maioria dos parlamentares, os R$ 19 bilhões das emendas não serão modificados, porque os congressistas já se acostumaram com esse modelo e ninguém quer abrir mão, nem os aliados do PT.

Além das emendas de relator — o chamado orçamento secreto —, o Auxílio Brasil de R$ 600 está no radar dos políticos, ainda que esse valor não esteja previsto. Isso significa que o Orçamento enviado ao Congresso é uma peça com prazo de validade até a eleição. O pós-eleições é que dará a negociação do orçamento real de 2023.

Teto balança

Seja quem for o presidente eleito, virá uma pressão sobre o teto de gastos. O orçamento de promessas feito por todos os candidatos não cabe no atual teto. Ou seja, novembro e dezembro serão de muitas negociações.

Simone empata com Ciro
A pesquisa XP/Ipespe sugere que os votos dos candidatos na região Sudeste não estão consolidados. A pesquisa de agosto indica que Lula (PT), o líder, perdeu três pontos, de 41% para 38%, enquanto Simone Tebet (MDB) subiu de 5% para 9%, empatando com Ciro Gomes Bolsonaro variou um ponto, de 36% para 37%. Felipe D’Ávila (Novo) subiu de 1% para 4%.

Noves fora…
A subida dos candidatos da chamada terceira via dá a eles a certeza de que a eleição caminha para o segundo turno. Em princípio, entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro. A série histórica da pesquisa indica que de março para cá, a avaliação positiva do governo subiu de 26% para 35%, no mesmo sentido caminhou a intenção de voto em favor do presidente. Lula, por sua vez, continua liderando. Tinha 43% em março e continua com os mesmos 43% em agosto.

Ganhou, mas…
… Dificilmente vai levar. A confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) calcula que 440 mil profissionais de saúde ficarão sem emprego, caso o governo não encontre meios de financiar o novo piso da enfermagem. A ideia é ou desonera a folha de pagamentos ou reajusta o valor pago pelo SUS em, pelo menos, 25%.

Não era, mas é/ Ana Cristina Vale, a mãe de Jair Renan, chega à corrida eleitoral na defensiva. Há um ano, ela disse que a mansão em que mora não era dela e sim alugada. Agora, declarou à Justiça Eleitoral a casa como de sua propriedade.

Ela que lute/ A campanha do presidente Jair Bolsonaro e o PL querem distância dessa confusão. Se a mansão é de Ana Cristina, ela é que deve dar explicações a respeito.

O diabo mora nos detalhes/ Depois da boa performance no debate, Ciro Gomes tropeça no discurso, ao mencionar que seria difícil explicar sua proposta para a “favela”. Soou como Eduardo Paes, ao, numa conversa sobre o sítio de Lula em Atibaia, comparar, de forma desrespeitosa, a cidade ao município de Maricá, no Rio de Janeiro.

E detalhe derrota muita gente/ Maricá, em 2018, castigou Eduardo Paes, dando a vitória a Wilson Witzel. Este ano, a cidade perdoou o prefeito do Rio e concedeu a ele o título de cidadão do município.

Mais pobres serão alvos preferenciais de Lula e Bolsonaro

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Passado o primeiro debate, as campanhas se voltam para os mais pobres, que demonstram preferência por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na tevê, Jair Bolsonaro (PL) manterá a estratégia de colar o Auxílio Brasil no valor de R$ 600, e o Bolsa Família nos R$ 192. Os bolsonaristas registraram, ainda, a forma como o PT abordou o benefício no horário eleitoral gratuito esta semana e ficaram com a impressão de que estão no caminho certo, uma vez que o programa petista de rádio desta semana foi dedicado a este tema, com o locutor dizendo que apenas Lula manterá o valor de R$ 600. O petista, aliás, terá outras inserções com referência aos programas sociais de seu governo. O estica e puxa pelos mais pobres e por obras continuará até o final da eleição.

Essa disputa por programas e projetos de governo é mais um ponto que tira de Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (UB) e Felipe D’Ávila (Novo) a perspectiva de quebrar a polarização. Mas nenhum deles desistirá no meio do caminho.

Tudo em paz

Os filmes publicitários e as inserções da campanha pela reeleição de Bolsonaro conseguiram apaziguar os diferentes núcleos: político, ideológico e a própria comunicação. Os vídeos mais elogiados pelas três instâncias são o da primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre a água, e o do próprio presidente falando do Pix. A criação, o roteiro e a direção dos comerciais são do marqueteiro Duda Lima.

Ranking de corrupção
O PT ainda não definiu como vai explorar a compra de imóveis com dinheiro vivo pela família Bolsonaro, conforme notícia publicada pelo site Uol. Uma ala do PT tem o receio de que muitos ataques nessa seara coloquem novamente em campo a delação de Antonio Palocci, altamente explorada pelos bolsonaristas nas redes sociais, e vire um tiroteio de quem é “o menos pior” nessa seara.

Por falar em receio…
O crescimento de cinco pontos de Cláudio Castro (PL) na pesquisa Ipec para o governo fluminense fará com que o PSB aumente a pressão para que Lula tenha mais agendas no Rio de Janeiro.

A chave para subir…
A análise do cientista político Alberto Almeida sobre a pesquisa CNT/MDA desta semana relaciona a melhoria da avaliação do governo Bolsonaro à redução da distância entre o presidente e Lula na corrida eleitoral. Almeida lembra que, de fevereiro para cá, a consulta CNT/MDA detectou que o ótimo e bom do governo medido pela mesma pesquisa subiu de 26% para 33%. O mesmo instituto mostrou que, em fevereiro, Lula estava 14 pontos à frente de Bolsonaro. Hoje, essa diferença caiu para oito pontos.

…é o governo
Em seis meses, a avaliação positiva do governo subiu sete pontos e a diferença entre Lula e Bolsonaro caiu para seis pontos. Alberto Almeida conclui: “A avaliação do governo será o fator preponderante para definir a eleição daqui a 32 dias”.

PSD dividido em Minas/ O ministro da Agricultura, Marcos Montes (PSD), avisa que não fará campanha para o candidato de seu partido ao governo do estado, Alexandre Kalil. “O rumo que ele tomou nos tira da campanha dele”, diz, referindo-se à aliança com o PT.

Carreira solo/ O Republicanos de Damares Alves tem dedicado seus programas eleitorais na tevê à ex-ministra. Ela aparece, inclusive, no programa dos candidatos a deputados federais do partido. Já o governador Ibaneis Rocha, que tem o apoio do partido, não é sequer citado. Damares tem como suplente Manoel Arruda, do União Brasil.

Por falar em União Brasil…/ O partido de Manoel Arruda tem Soraya Thronicke como candidata a presidente. Ela será a entrevistada de hoje no CB.Poder, logo após o horário eleitoral gratuito do início da tarde.

Caso Lula seja eleito, Orçamento será a primeira crise com o Parlamento

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Lula quer o papel de pacificador, mas, a contar pela entrevista ao Jornal Nacional, está contratada a primeira crise, caso seja eleito: o enfrentamento com um Congresso que começou a mandar no Orçamento e não pretende abrir mão dessa prerrogativa. “Vou convencê-los conversando com eles”, disse Lula. As reações dos congressistas, porém, assim que a entrevista terminou, foram no sentido de “aí vamos ver”, como quem se prepara para uma disputa lá na frente.

Para quem planeja levar uma bandeira branca, símbolo da paz, para o horário eleitoral a partir deste sábado, a intenção de tirar poder do Congresso sobre o Orçamento soou no Parlamento como uma declaração de que vem guerra por aí.

A prioridade do PP

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do Progressistas, e o deputado Cláudio Cajado, que está no comando da sigla, já avisaram a todos os filiados que a prioridade para este ano é a eleição de deputados federais. O partido avalia que conseguirá eleger de 52 a 58 deputados.

Empresários versus Moraes
Se até a operação contra os empresários o ministro Alexandre de Moraes recebia críticas apenas de bolsonaristas radicais e alguns juristas, agora a história mudou. O empresariado está revoltado com o fato de conversas de WhatsApp servirem para busca e apreensão. Até Ciro Gomes engrossou as cobranças. Ou o ministro vem a público e expõe provas que justifiquem seus movimentos ou verá a pressão contra ele ampliada em pleno período eleitoral.

Climão
A ausência do procurador-geral da República, Augusto Aras, na posse da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi atribuída, entre os convidados, à vontade de Aras de deixar o palco para uma mulher, a sub-procuradora Lindôra Araújo, e não à dor no ombro. Mas, na roda de advogados, o comentário era o de que o procurador quer evitar constrangimentos depois da operação contra empresários. Lindôra, ao discursar, citou os ministros do Supremo Tribunal Federal, mas não Alexandre de Moraes, que estava na frente dela.

E os militares, hein?
A contar pelos recados do Dia do Soldado, quem quiser buscar as tropas para qualquer golpe no país não encontrará apoio. A Ordem do Dia deixou claro que a mensagem é de respeito à Constituição.

Faixa de Gaza/ É assim que o grupo do governador Ibaneis Rocha tem se referido à disputa entre Flávia Arruda (PL) e Damares Alves (Republicanos), ambas candidatas ao Senado e apoiadoras da reeleição de Ibaneis. A ciumeira está grande de um lado e de outro. E, quanto mais próximo da eleição, mais tensa será essa guerra.

Hora de decisão I/ O presidente Jair Bolsonaro escolherá em breve um nome para a vaga de desembargador suplente do TRE-DF, espaço reservado a um jurista. Na votação da lista tríplice feita pelo TJDFT, em março, o primeiro colocado foi Guilherme Pupe da Nóbrega, doutor em Direito Constitucional, professor do IDP, ex-professor da UnB e presidente da Associação Brasiliense de Direito Processual Civil.

Hora de decisão II/ Guilherme Pupe da Nóbrega obteve 26 votos dos desembargadores em primeiro escrutínio. O segundo colocado foi Bruno Martins, com 24 votos, em quarto escrutínio. A terceira colocada foi Mírian Lavocat, também em quarto escrutínio. No TRE-DF, os suplentes ficam responsáveis pela propaganda eleitoral. Logo, serviço não falta.

Visitantes ilustres/ Os juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos aproveitaram a abertura do 150º Período Ordinário de Sessões, em Brasília, para fazer uma visita de cortesia ao ex-presidente Roberto Caldas, em sua casa. Na foto, da esquerda para a direita, Humberto Sierra Porto, colombiano, presidente em 2014/2015; Roberto Caldas, brasileiro, presidente em 2016/2017; Ricardo Pérez Manrique, uruguaio, atual presidente; Eduardo Ferrer, mexicano, presidente em 2018/2019; e Pablo Saavedra, chileno, secretário executivo.

Verba do PL só para quem fizer campanha para Bolsonaro

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Com um número de candidatos a deputados federais e estaduais chegando à casa dos 1,5 mil, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, decidiu que nenhum centavo sai dos cofres do fundo eleitoral do partido sem que tenha a rubrica dele na liberação. Valdemar é presidente, tesoureiro, conselheiro e… paciente. Embora não tenha gostado de Flávio Bolsonaro dizer que o partido só deve repassar recursos a quem fizer campanha para Bolsonaro, Valdemar está cumprindo esse “pedido”. É até uma forma de economizar nesses dias para ter dinheiro ao final.

Em tempo: Enquanto o PL crescia a olhos vistos com a entrada de parlamentares, foi prometido a cada um R$ 1 milhão. Como o tempo de campanha está reduzido, a pressão por recursos é grande. Mas a cúpula do partido e o senador Flávio Bolsonaro, que coordena a campanha do pai à reeleição, estão irredutíveis. Como o leitor da coluna já sabe, só receberá recursos quem fizer campanha para o presidente Jair Bolsonaro.

Agora, lascou

A denúncia de um ex-assessor de André Janones (Avante-MG) de que o deputado ficava com parte do salário de funcionários tira de cena qualquer aceno para ele ser candidato a presidente da Câmara no caso da eleição de Lula. Era uma esperança do deputado mineiro que, agora, foi para o ralo. Ainda que o parlamentar tenha desmentido, ficou ruim.

Já estava lascado
Na verdade, o caso da “rachadinha” do qual Janones é acusado soa mais como uma desculpa. No fundo, o PT sabe da dificuldade de apoiar alguém de fora do partido. Embora os aliados de Lula digam que um presidente da Câmara não deva ser do PT em caso de vitória de Lula, isso não é consenso na legenda. Mas ninguém tratará disso agora para não tumultuar a eleição. Afinal, antes é preciso saber quem será deputado.

Pule uma casa
O PT decidiu deixar as ruas no Sete de Setembro para os bolsonaristas. No máximo, haverá um pronunciamento do ex-presidente Lula nas redes sociais ressaltando a Independência do Brasil. A ordem é passar a data na paz, sem atitudes que sirvam de desculpa para violência por parte dos adversários.

Ensaio para hoje
Se os entrevistadores do JN fizerem alguma menção aos escândalos que marcaram o governo do PT, a intenção do partido é que Lula responda dizendo que nenhuma gestão da Polícia Federal teve mais liberdade de atuação do que nos governos petistas.

Enquanto isso, na campanha de Bolsonaro…
O tempo que Lula falar ao longo dos 40 minutos será medido milimetricamente. Há uma revolta na campanha, porque, conforme as medições de assessores, o presidente só falou por 24 minutos do total da entrevista, enquanto Ciro Gomes falou por 30 minutos.

A espera de cada um/ O presidente Jair Bolsonaro ainda não confirmou sua participação no debate do pool Band/TV Cultura/Uol/Folha no domingo porque quer saber se Lula vai. Lula, embora sua assessoria confirme a participação no debate, diz em conversas reservadas que pretende esperar passar a entrevista ao Jornal Nacional nesta quinta-feira.

Debater é preciso/ No PT, porém, há quem diga que não dá para se dizer democrata e faltar a um debate promovido por um pool de empresas justamente porque os candidatos pediram que fosse reduzido o número de encontros para garantir a presença de todos.

Compensa aí/ Com apenas 52 segundos de propaganda eleitoral na tevê aberta, Ciro Gomes (PDT) quer compensar com a TV Ciro, que estreou na internet. Só tem um probleminha: a internet é bolha e não entra na casa das pessoas naquele horário, entre o jornal e a novela ou o programa de auditório.

Brito eterno/ A família de Orlando Brito, ícone do fotojornalismo brasileiro falecido em março, lançou nesta semana o novo portal do fotógrafo: www.orlandobrito.com. Lá, os interessados podem comprar fotos e livros que registram a história e a arte de momentos marcantes da vida política do país e de seus personagens.

Ofensiva de Moraes pode acender radicais do 7 de setembro

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A operação contra empresários acusados de pregar um golpe no país em caso de vitória do ex-presidente Lula reacendeu a vontade de bolsonaristas radicais de aproveitar o Sete de Setembro para agitar as ruas contra o Supremo Tribunal Federal. Até aqui, o roteiro traçado pela campanha do presidente Jair Bolsonaro — e que o presidente vem seguindo — era baixar a poeira, Bolsonaro deixa de falar de urna e do Tribunal Superior Eleitoral. E, assim, o Sete de Setembro vira um ato de demonstração de força do presidente, em todo o país, levando muita gente às ruas. Agora, os mais próximos não sabem se conseguirão segurar os radicais.

Em tempo: dentro da campanha, a avaliação é a de que ou essa turma mais próxima a Bolsonaro segura os radicais, uma vez que o presidente precisa “sair da bolha”, ou corre o risco de o Sete de Setembro se transformar numa pregação para convertidos que irá afastar os eleitores que, segundo as pesquisas, Bolsonaro ainda precisa juntar para virar o jogo.

Feche o cofre

Em reunião dia desses no comitê de campanha, o senador Flávio Bolsonaro foi muito claro com os integrantes do PL: dinheiro para custear as despesas só será dado àqueles que mostrarem e citarem o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais e no material de campanha. Carreira solo às custas do partido, nem pensar.

Em paz…
Até o próximo desentendimento. O encontro entre o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e a cúpula do Ministério da Defesa e da Polícia Federal foi lido pelos políticos como um “baixar a poeira”. E ficou claro que quem manda na eleição é o TSE. Não significa que as propostas serão aceitas.

Ciro critica coalizão
Na bancada do JN, Ciro Gomes soltou a metralhadora contra o presidencialismo de coalizão que domina a política brasileira desde o governo de José Sarney. A estratégia é atrair eleitores decepcionados com a polarização entre Lula e Bolsonaro, dos governantes com a gestão lastreada pelo Centrão.

O trabalho de Alckmin/ Candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin trabalha silenciosamente. Foi um dos articuladores da reunião de Lula com empresários da construção civil em São Paulo, onde o presidente prometeu retomar o Minha Casa Minha Vida.

Climão/ O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e o procurador Augusto Aras estão que nem Estados Unidos e a antiga União Soviética nos tempos da guerra fria. Um tem munição contra o outro. “Xandão” já recebeu pedido de impeachment contra Aras, e Aras tem pedidos de impeachment contra o ministro, apresentados por bolsonaristas. Quem dá a palavra final sobre pedidos contra ministros do STF é o Senado.

Depois de Lula…/ Será a vez de o presidente Jair Bolsonaro fazer um comício em Belo Horizonte. Os organizadores esperam que seja o maior da campanha até agora. O presidente fará uma motociata de Betim, até a Praça da Liberdade, local do comício.

Soraia gravada/ Candidata do União Brasil ao Planalto, a senadora Soraia Thronicke ficou de fora da entrevista ao vivo no JN. A emissora ofereceu a ela uma entrevista gravada. O UB é o partido que tem maior fundo eleitoral, tem representação no Congresso, e, avaliam os auxiliares da senadora, não poderia passar por um tratamento diferente dos outros. A sabatina teria que ser ao vivo e com o mesmo tempo concedido aos outros candidatos.

 

Lei da Improbidade leva partidos a reavaliar candidaturas

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Os advogados eleitorais de candidatos que veem suas candidaturas balançarem por causa da não retroatividade da lei da improbidade avisam: o capítulo final dessa novela se dará apenas no período da diplomação. Só tem um probleminha aí: as nominatas dos partidos podem terminar prejudicadas, caso a Justiça Eleitoral casse o registro de algum candidato às eleições proporcionais. É que os votos dados a postulantes que não conseguirem o diploma terminam anulados.

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Portanto, diante do risco de nulidade de votos dados a candidatos enrolados, os partidos terão de decidir se mantêm essas candidaturas e arriscam, lá na frente, perder os votos dados a esses candidatos, ou buscam quem esteja fora de perigo de naufrágio ao longo do processo.

As contas de Pacheco

Em jantar, dia desses, com os senadores do seu partido, o PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e os parlamentares começaram a fazer as contas sobre as perspectivas de mais dois anos no comando da Casa. As projeções indicam que a legenda ficará maior que o MDB e, portanto, terá a prerrogativa de lançar Pacheco à reeleição como candidato oficial.

Teoria & prática
A conta, porém, não é tão redondinha assim. Em 2018, Davi Alcolumbre, que era do DEM, desancou Renan Calheiros, e seu partido tinha apenas seis senadores. O MDB, que corre o risco de ver sua bancada reduzir de 12 para oito, tem planos de voltar à Presidência do Senado.

Bolsonaro e o empresariado
O presidente Jair Bolsonaro aproveitará o evento desta semana, em São Paulo — em almoço do Grupo Esfera —, para reforçar que a economia está em fase de recuperação e que a inflação no país é, em grande parte, “importada”. Lembrará, também, que na Inglaterra, por exemplo, o índice está acima dos 10%, o maior nos últimos 40 anos.

Por onde vai Lula
O lançamento da campanha do ex-presidente Lula em São Paulo colocou de vez na roda a tentativa do PT e dos aliados de encerrar a eleição no primeiro turno. A ideia foi colocada logo no primeiro discurso da manhã, o do candidato ao Senado Márcio França (PSB).

As andanças de Moro/ Embora seja candidato ao Senado no Paraná, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, do União Brasil, tem andado muito por São Paulo. Por esses dias, ele esteve na capital para uma reunião com a senadora Soraya Thronicke, candidata ao Planalto pelo partido.

A mensagem da Caixa/ A campanha publicitária Caixa Pra Elas já está nas ruas. Com o conceito Uma CAIXA de Cuidado e Oportunidades Pra Elas, a comunicação é encontrada nos lugares de alta concentração da população, como rodoviárias, pontos de ônibus e, em especial, nos vagões de metrôs para mulheres e salões de beleza. Além disso, a tevê, o rádio e as redes sociais estão divulgando a iniciativa: apoio na denúncia contra a violência às mulheres e fomento ao empreendedorismo feminino.

Compensa aí/ Depois de o presidente Jair Bolsonaro lançar a sua campanha com um jingle bem sertanejo, os petistas corrigiram a “rota”. Em vez do Lula lá, o que firmou no Vale do Anhangabaú foi o jingle Lula é o cara, numa mistura de sertanejo com axé.

E na semana do JN…/ Os bolsonaristas espalharam pelo WhatsApp a ideia de dar audiência à entrevista do capitão ao Jornal Nacional, o telejornal mais tradicional do país, e, nos dias dos demais candidatos, desligar as tevês.

 

Bolsonaro e Lula vão ignorar candidatos da 3ª via

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Nas reuniões políticas mais reservadas desta semana, um grupo seleto de senadores alertou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, da necessidade de se dar uma resposta aos críticos do poder que o Congresso exerce sobre o Orçamento, leia-se, a instituição das emendas de relator, batizadas de “orçamento secreto”. Assim que acabar a eleição, a ordem é tornar tudo mais transparente, de forma a evitar que qualquer que seja o vencedor do pleito deste ano tente tirar dos parlamentares a prerrogativa de definir para onde vão os recursos.

A avaliação — que permeia todos os partidos e não apenas os do Centrão — é que ninguém é melhor do que o deputado ou o senador, que conhece os municípios e a população de perto, para indicar as obras e necessidades de cada região. Se tiver alguém desviando dinheiro dessas emendas, que seja punido. Mas, avaliam, a definição de onde aplicar os recursos públicos deve permanecer nas mãos dos congressistas.

Pode ficar pior

Se a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) contrária à retroatividade da Lei de Improbidade deixou alguns candidatos frustrados, outros casos pendentes na Corte aumentarão a tristeza de muitos. Está pendente de julgamento a constitucionalidade de dez artigos, requerida pelo Instituto Não Aceito Corrupção.

Santos de casa
A depender dos aliados do PT de Lula e do MDB de Simone Tebet, os presidenciáveis que apontam entre as promessas o fim do orçamento secreto vão ficar falando sozinhos. Nem o MDB e nem os aliados do PT querem devolver o poder ao Executivo.

Esqueçam eles
Lula e Bolsonaro vão permanecer atacando um ao outro. Nenhum dos dois quer chamar os nomes da terceira via para o debate. Aliás, no caso de Lula, a ordem é continuar jogando para tentar fechar a eleição em primeiro turno, conforme o leitor da coluna já sabe. Esta semana, por exemplo, ele relatou a integrantes do MDB que está muito preocupado com um possível segundo turno.

Você, para mim…
…é problema seu. A contar pelas andanças e conversas de Simone Tebet e de Ciro Gomes, esse discurso de preocupação com o segundo turno não passa de “esperteza” de Lula, que quer se colocar como a única alternativa para o país e desprezar as demais.

Começou cedo/ O incidente em que um youtuber foi empurrado na porta do Alvorada, local onde o presidente Jair Bolsonaro costuma conversar com apoiadores, e que viralizou nas redes sociais, fará com que a segurança do Planalto tome cuidado redobrado com o chamado “cercadinho”. Antes de ser candidato à reeleição, Bolsonaro é presidente da República, e não pode se pôr em risco.

Caiu na rede/ O apelido que o youtuber deu ao presidente, “Tchuchuca do Centrão”, correu o mundo nas redes sociais.

Esse santo quer reza/ Em plena largada da corrida eleitoral, o ex-presidente Michel Temer postou em seu Instagram um tbt com a imagem da recepção ao time de basquete Universo, no Palácio do Planalto, e a inscrição “Saudades do Planalto”.

Assessoria de Bolsonaro aposta em TV e rádio para subir nas pesquisas

Publicado em coluna Brasília-DF

As pesquisas divulgadas nesta semana de largada da campanha frustraram as previsões dos assessores do presidente Jair Bolsonaro, mas não o suficiente para uma mudança de planos. A expectativa é que, até o fim deste mês e o início de setembro, ele estará empatado com o ex-presidente Lula. Para isso, a ideia é colar a campanha do presidente à do governador Claudio Castro, que lidera a pesquisa no Rio de Janeiro, e não fechar totalmente as portas para Romeu Zema, governador de Minas Gerais que está bem à frente nas pesquisas.

O outro ponto no qual Bolsonaro se apega é o horário eleitoral de rádio e tevê, quando serão apresentadas as obras do governo e os dados da recuperação econômica, apesar de todas as dificuldades provocadas pela pandemia. De quebra, também pretende apresentar os escândalos que terminaram levando integrantes do PT para a cadeia.

PT faz as contas
Da mesma forma que os bolsonaristas calculam como tirar votos de Lula, os lulistas montam suas estratégias para buscar os votos que faltam para uma vitória em primeiro turno. Os focos principais são Minas Gerais e São Paulo. E, também, os comícios que o PT batizou de “ato pela democracia”, em uma estratégia para recriar o clima das Diretas Já, que uniu o país contra a ditadura militar, no início da
década de 1980.

Ação & reação

O pedido da Polícia Federal para que o presidente Jair Bolsonaro seja indiciado por propagar notícia falsa relacionando a vacina da covid ao perigo de contaminação pelo vírus da aids é visto como mais um alerta ao chefe do Executivo de que toda a ação tem consequência. Daqui para frente, no período eleitoral, alguns auxiliares pediram a ele que evite comentários polêmicos. Afinal, avaliam alguns, a eleição será de quem errar menos ao longo dos próximos 45 dias.

Temer na área…
O ex-presidente Michel Temer continua na ativa, em defesa do legado de seu governo. Em suas redes sociais, passou a defender a reforma trabalhista. Esta semana, por exemplo, postou que, antes da reforma, havia no Brasil mais de 17 mil sindicatos. “Com a nossa reforma, o imposto sindical se tornou opcional e a o número de sindicatos no Brasil caiu quase que pela metade.”

…delimita o campo
A postagem, dizem alguns, vem um dia depois de Temer ficar ao lado do candidato e ex-presidente Lula, com quem trocou algumas palavras do tipo “Você está bem, hein?”. Temer quer deixar bem claro que não abre mão do que considera as boas propostas de seu governo, entre elas, a reforma trabalhista.

Ficou no roteiro
Aliados do presidente Jair Bolsonaro consideraram que ele cumpriu o script que estava previsto na posse de Alexandre de Moraes. Compareceu, cumprimentou. “Foi uma ida institucional, e não pessoal”, avisam alguns.

Arruma uma cadeira aí!/ A ida do vereador Carlos Bolsonaro à posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral não estava no script. Tanto que, quando ele chegou, houve um chamamento ao cerimonial para que, rapidamente, lhe conseguissem um lugar no plenário, as áreas vips estavam todas com lugares marcados.

Por falar em plenário…/ Os bolsonaristas registraram o ambiente decorado em vermelho do plenário do TSE. O tapete vermelho e as cadeiras vermelhas estão lá desde a inauguração, em 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff.

Um palco a menos/ Ao cancelar o tradicional desfile militar de Sete de Setembro, o Comando Militar do Leste deixa a concentração na orla de Copacabana.

É hoje!/ Os candidatos ao governo do Distrito Federal fizeram banners em suas redes sociais a fim de chamar os eleitores e militantes para o debate do Correio Braziliense/TV Brasília/ Rádio Clube FM, hoje, às 20h30. É a oportunidade para você conhecer melhor os candidatos e suas propostas. Além da TV Brasília, canal 6, o debate terá transmissão pelas redes sociais do Correio. Não perca!!

 

Bolsonaro não aplaudiu trechos do discurso de Alexandre de Moraes

Publicado em coluna Brasília-DF

Se tem algo que ecoará daqui até a eleição, do discurso lido pelo ministro Alexandre de Moraes em sua posse, é a defesa da regra do jogo e a referência à Justiça Eleitoral brasileira como a “única que apura e divulga no mesmo dia, com agilidade, segurança, competência e transparência”, motivo de “orgulho nacional”. A depender das autoridades que aplaudiram essa parte da fala de Moraes — algumas o aplaudiram inclusive de pé, algo incomum no meio do discurso nesses tipos de solenidades —, não haverá espaço para reclamações do resultado das urnas. Ou seja, quem está no jogo, que respeite as suas regras.

Bolsonaro sabia da saraivada de recados que viria no discurso de Alexandre de Moraes, tais como não confundir liberdade de expressão com agressão verbal e a defesa da urna eletrônica. O presidente, porém, continuará jogando da mesma forma que vem fazendo: lá e cá. Ou seja, recua, ao prestigiar a posse, mas não a ponto de aplaudir trechos de um discurso do qual discorda. Discordar faz parte. O que não pode, dizem os juristas, é querer ganhar no tapetão, com desrespeito ao resultado lá na frente.

Lula aposta nos cristãos

A contar por seu discurso na largada da campanha, em São Paulo, o ex-presidente Lula trabalha para tentar conquistar votos entre evangélicos e arrefecer a mensagem falsa que circulou pelo WhatsApp, de que ele fechará igrejas. Por várias vezes, ele citou Deus.

Enquanto isso, em Juiz de Fora…
Jair Bolsonaro bateu e baterá forte na tecla dos escândalos que levaram uma leva de petistas para a cadeia no passado recente. Com os números da economia melhorando, o presidente acredita que conseguirá reverter a sua rejeição, hoje muito próxima ao total de intenção de voto que o ex-presidente Lula apresenta nas pesquisas.

Nas internas, Lula circulou mais
Antes de os políticos entrarem para o plenário do TSE, os relatos das autoridades à coluna apontaram Lula mais solto e Bolsonaro mais recolhido com seus ministros.

Política de gestos I/ Lula, ao chegar ao plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi cumprimentar o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal José Paulo Sepúlveda Pertence, jurista que foi seu advogado em parte do processo do petrolão.

Política de gestos II/ O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez questão de cumprimentar todos os ex-presidentes, inclusive Dilma Rousseff. A ordem no governo agora é distensionar.

Lugares cuidadosamente marcados/ Na fileira dos ex-presidentes, Dilma Rousseff foi colocada na ponta esquerda, ao lado de José Sarney, seguido de Lula, e à direita, Michel Temer. Não se cumprimentaram. Atrás de Lula, estava o time de ministros do presidente Jair Bolsonaro.

Por falar em ministros…/ A presença do ministério de Bolsonaro foi justamente para dar demonstração inequívoca de apreço à Justiça Eleitoral. Os ministros são quase que unânimes em afirmar que guerra, agora, é contra o maior adversário do governo, leia-se o PT e Lula.