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Bolsonaro se aproxima de Temer para aprender receita de como enterrar os pedidos de impeachment
Coluna Brasília-DF
O gesto de Bolsonaro em chamar Temer para chefiar missão humanitária ao Líbano tem um único objetivo: aproximar ambos a ponto de Michel revelar a Bolsonaro a receita para enterrar os pedidos de impeachment e salvar os seus.
…e votos
Entre os aliados do presidente, ninguém se esquece de que Temer conseguiu manter uma base congressual, mesmo diante de uma saraivada de problemas. A mira dos bolsonaristas, agora, é segurar todos os votos possíveis dentro do Parlamento.
Desconfiados
Os integrantes do PP de Arthur Lira estão para lá de desconfiados com essa história de Michel Temer chefiar a missão humanitária do Brasil ao Líbano. É que o atual presidente do MDB e líder do partido na Câmara, Baleia Rossi (SP), pré-candidato a presidente da Casa, é ligado a Temer. Logo, mais próximo de Bolsonaro, o ex-presidente pode perfeitamente ajudar a puxar a sardinha para o seu correligionário.
Nomeações do Centrão para cargos na Esplanada visam blindar Bolsonaro
Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
Há semanas a aproximação entre o Planalto e o Centrão tem mostrado resultados, com a nomeação de integrantes da composição de legendas para cargos no governo federal, em troca de uma promessa de apoio parlamentar e a construção de uma blindagem contra um eventual processo de impeachment. Na última semana, o acordo provocou mudanças na composição de vice-líderes do governo na Câmara.
Três vagas deverão cair nas mãos do insaciável apetite do Centrão. Um dos atingidos com a negociação foi Daniel Silveira (PSL-RJ), destituído do cargo. Bolsonarista atuante, disposto a enfrentar manifestantes nas ruas que divergem da política do presidente, o deputado não escondeu a insatisfação de ter sido convidado a se retirar do posto.
“Estranha essa relação de homens tão próximos manobrarem enfraquecimento da base do presidente. Ser líder só tem ônus, mas ao menos que seja alguém de honra”, disse. Deputado federal por 27 anos, Jair Bolsonaro sabe que não se constrói uma base parlamentar apenas com afinidades ideológicas. Não existe, portanto, uma nova política. É a política de sempre, no tradicional toma lá dá cá e sempre sujeita a mudanças, que está em curso para angariar estabilidade ao governo Bolsonaro.
AntiSupremo
Outro ponto nevrálgico na mudança é a urgência do Planalto em evitar novos confrontos com o Supremo. Daniel Silveira é investigado no inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos. Otoni de Paula (PSC-RJ), outro vice-líder que ficou sem cargo, disparou uma sequência de impropérios contra o ministro Alexandre de Moraes — “lixo”, “esgoto do STF” e outros termos — antes de desocupar a cadeira.
Conselho a Guedes
O procurador-geral Augusto Aras enviou recomendação ao ministro da Economia, Paulo Guedes, com propostas para dar mais transparência ao recursos federais destinados ao combate à covid-19. Guedes tem 30 dias para informar se vai acatar as recomendações ou apresentar justificativa para não implementar as medidas. A Procuradoria observou que a flexibilização do regime fiscal, financeiro e de contratações adotado durante o período de calamidade pública não dispensa o governo federal de adotar políticas que garantam transparência, controle e fiscalização dos recursos gastos no combate à doença.
Pária financeiro
Defensor de uma retomada econômica verde, o ex-presidente do Banco Central, Pérsio Arida, afirma que o Brasil tornou-se um pária do investimento internacional em razão do descaso do governo federal com o meio ambiente. Um dos formuladores do Plano Real, Arida também rebate críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes: “Ressentimento e inveja são assuntos para divã de psicanalista.”
Correspondência
Duas cartas enviadas ao governo brasileiro pela ONU e pela OEA indicam que a proposta, no atual formato, poderá violar compromissos que o Brasil assumiu com a comunidade internacional. A maior preocupação é a proteção legal ao direito à privacidade. Amanhã, a Câmara realiza a primeira audiência pública sobre o projeto aprovado no Senado. O evento será transmitido pela internet, e deve ter a participação do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Prontos para o voto
Um levantamento preliminar feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que 125 parlamentares — 124 deputados federais e um senador —, em exercício do mandato, podem concorrer a uma vaga para prefeito ou vice-prefeito nas eleições municipais de 2020. As legendas com maior número de pré-candidatos são o PT (13), o PSL (12) e o PSB (12). Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro concentram o maior número de concorrentes, com 15, 14 e 9 políticos aptos para a disputa eleitoral.
Imunes
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro (foto), anunciou nas redes sociais que não está infectada por covid-19. Ela publicou seu teste com o resultado “não detectado” para o vírus. “Minhas filhas e eu testamos negativo para a covid-19. Agradeço as orações”, escreveu. Michelle é mãe de Laura, 9 anos, sua filha com o presidente Jair Bolsonaro, e Letícia Firmo, 17 anos, fruto de outro relacionamento da primeira-dama. As duas filhas residem no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.
Follow the money
A operação do Ministério Público do Rio de Janeiro que resultou na prisão de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do governador Wilson Witzel, na última sexta-feira, apreendeu um total de R$ 8,5 milhões em dinheiro vivo. Boa parte dessa bolada foi entregue aos promotores por um dos investigados. Edmar Santos é acusado de liderar um esquema de desvio de recursos em compras para atender à emergência da covid-19. Ele foi exonerado no mês de maio, em meio às denúncias de fraudes. A defesa do ex-secretário afirma que o dinheiro não foi encontrado em nenhum dos endereços do ex-colaborador de Witzel.
Sem conseguir processo de impeachment, oposição mira cinco ministros
Coluna Brasília-DF
Sem condições de levar adiante qualquer processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, os partidos de oposição vão centrar fogo nos ministros que apareceram no vídeo da reunião de 22 de abril. Além do ministro da Educação, Abraham Weintraub, a lista para convocação a dar explicações ao plenário da Câmara e do Senado inclui outros quatro: Ricardo Salles, do Meio Ambiente, para explicar a passagem da “boiada’ de decretos de desregulamentação; a ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, para esclarecer que história é essa de pedir prisão de governadores e prefeitos; o da Economia, Paulo Guedes, para explicar a “granada” do congelamento de salários e, de quebra, a frase em que fala em privatizar “essa p…”, referindo-se ao Banco do Brasil.
O quinto elemento da lista é o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que funcionou como uma espécie de porta-voz de Bolsonaro, ao divulgar uma nota sobre o pedido da oposição para a apreensão do celular do presidente. Heleno, na avaliação dos líderes partidários, entrou na seara política, com ameaças à instabilidade institucional, em vez de centrar as atenções no serviço de garantir a segurança do presidente e de seus parentes. Nunca antes na história do GSI um ministro foi tão político no exercício da função. Porém, na avaliação do Planalto, Heleno não extrapolou um milímetro. Afinal, seu gabinete é de Segurança “Institucional”.
Peças fundamentais
Dois personagens são acompanhados de perto pelos fiéis escudeiros de Bolsonaro: o procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem cabe legalmente, se for o caso, oferecer denúncia contra o presidente; o outro é o vice-presidente Hamilton Mourão.
A história ensina
O vice entrou na roda porque se verificou que, nos dois processos de impeachment –– de Fernando Collor, em 1992, e de Dilma Rousseff, em 2016 ––, os vices terminaram entrando no jogo político e ajudando no processo. Mourão, justiça seja feita, tem sido leal a Bolsonaro.
Nota & atitude
A nota aos brasileiros divulgada por Bolsonaro, falando de respeito entre os Poderes e membros do Legislativo e do Judiciário, foi bem recebida. Porém, será preciso unir o discurso à ação. Na reunião de 22 de abril, em que Abraham Weintraub chamou os ministros do Supremo de “vagabundos”, não houve sequer uma reprimenda pelo presidente.
Flávio na roda
Ao pedir para acompanhar o depoimento do empresário Paulo Marinho, hoje, sobre a tentativa de interferência na Polícia Federal, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pretende se precaver do que vem pela frente. Como o primeiro depoimento foi sigiloso, a ordem agora é tentar saber o que Marinho tem de provas e se organizar para não ser pego de surpresa, em caso de acusações diretas por parte de seu suplente.
Toca o barco/ Congressistas aliados a Bolsonaro comentam que Augusto Heleno submeteu a nota da semana passada ao presidente, antes de divulgá-la. Foi aquela sobre as consequências imprevisíveis por causa do pedido de apreensão do celular.
Devagar quase parando/ A ausência de sessões virtuais na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News começa a incomodar. Afinal, se a comissão de acompanhamento externo da pandemia da covid-19 está funcionando, a CPMI deveria seguir esse exemplo.
Serviço não falta/ Notícias falsas sobre a covid-19, por exemplo, têm se espalhado. Até aqui, nem o presidente, senador Angelo Coronel (PSD-BA), nem a relatora, Lídice da Matta (PSB-BA), se movimentaram para retomada dos trabalhos.
Vai dar o que falar/ A demora para a CPMI retomar os trabalhos provoca desconfianças de acordos entre os governistas e o PSD, que comanda da comissão. Quanto mais demorar, mais desconfiança vai gerar.
Aliás…/ As fakes news foram, inclusive, parte do discurso do novo presidente do TSE, Luiz Roberto Barroso, que ressaltou a necessidade de atenção redobrada no período eleitoral: “Na medida em que as redes sociais adquiriram protagonismo no processo eleitoral, passaram a sofrer a atuação pervertida de milícias digitais, que disseminam o ódio e a radicalização”, constatou.
Bolsonaro restabelece laços com Guedes para tentar evitar impeachment
Coluna Brasília-DF
Depois de perder dois ministros populares, Jair Bolsonaro começa a semana restabelecendo o poder de comando do ministro da Economia, Paulo Guedes, como era no início do governo. Esse movimento vai muito além da tentativa óbvia de estancar a sangria de apoiadores entre empresários e mercado financeiro.
Ao manter o apoio desses setores, o presidente quer amortecer os movimentos contrários de congressistas e, por tabela, dificultar a instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Aliados do presidente estão convencidos de que, se mantiver a economia no caminho prometido na campanha, ou seja, com ajuste fiscal e sem gastar a rodo mais à frente, quando a pandemia passar, Bolsonaro manterá o mercado e o setor empresarial ao seu lado e evitará a perspectiva de qualquer pedido de impeachment.
Até aqui, os dois presidentes que perderam o cargo em processos desse tipo, Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, estavam com a economia em frangalhos. Se Guedes continuar como o fiador de dias melhores no pós-pandemia, pelo menos até as eleições de 2022, acreditam os bolsonaristas que qualquer ação mais contundente contra Bolsonaro permanecerá na gaveta.
O pacificador
Quem comandou a operação que terminou recolocando Guedes no lugar de destaque foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, já na sexta-feira, detectou um cenário preocupante de elevação do Risco Brasil e fuga de investidores. Em conversa com Guedes e Tereza Cristina (Agricultura), marcou o café com o presidente para que, juntos, alertassem para a necessidade de reforço político à equipe econômica.
Os cacifados
Além de Guedes, Tereza e Campos Neto, está nesse rol o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, também visto como um craque fundamental para levar adiante a agenda de concessões.
Um pelo outro
Ao colocar o advogado-geral da União, André Mendonça, no Ministério da Justiça, Bolsonaro espera arrefecer o clima contra Alexandre Ramagem na Polícia Federal.
O problema da PF
O novo diretor-geral da PF terá que arrumar um meio de preencher as 4.500 vagas existentes no efetivo da comporação. No total, são 15 mil policiais federais em todo o país e só há 10,5 mil na ativa.
Lombardia…
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, está numa sinuca de bico. É que a semana começou com os vereadores aprovando leis de volta ao trabalho, sem a menor base científica em plena pandemia. Tudo começou quando os evangélicos apresentaram um projeto de lei para reabertura dos templos. E, aí, começou o toma lá dá cá.
…ou Nova York é aqui?
Com o projeto, defensores de outros segmentos pediram aos cristãos que apoiassem suas emendas para liberação de construção civil, bares, restaurantes, lancherias (como os gaúchos chamam as lanchonetes) e por aí foi, cada um defendendo o seu nicho. “Um absurdo. Não vi isso em nenhum lugar do mundo”, diz o prefeito, que até aqui mantém a situação sob controle graças ao isolamento.
Os amigos/ Sergio Moro e Paulo Guedes se aproximaram tanto no governo que era comum encontrá-los no restaurante Avenida Paulista, nas noites candangas, para tomar um vinho depois do longo expediente.
A máscara e o sapato/ O sapato que o ministro da Economia usava era um modelo de uFrog, calçado de neoprene com solado antiderrapante desenvolvido no Brasil por Meg Gonzaga, irmã do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Admar Gonzaga. Já a máscara, dizem amigos do ministro, proteção por causa do vírus e, de quebra, esconder sua insatisfação com a situação.
“Sou a favor de que se investigue e confio no nosso presidente. Se Bolsonaro aprontar, fizer coisas graves, não vou apoiar, mas está longe de aparecer alguma coisa contra Bolsonaro”
Deputada Bia Kicis (PSL-DF)
Moro usou “arma secreta” e deixou pista para a oposição pegar Bolsonaro
Uma coisa não estava nos cálculos do presidente Jair Bolsonaro quando ele preparou seu pronunciamento em resposta a Sergio Moro, na sexta-feira (24/4). O ex-ministro da Justiça tinha uma “arma secreta”: mensagens trocadas pelo celular com o próprio presidente e a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).
Moro exibiu na tevê as mensagens, nas quais Bolsonaro aparece afirmando que um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que mira deputados bolsonaristas seria “motivo para a troca” do diretor-geral da Polícia Federal. Já Carla surge pedindo a Moro que aceite a troca e vá, em seguida, para o STF, indicado por Bolsonaro. Moro respondeu que não estava à venda. A exibição das mensagens assustou o governo e sua base.
A pista de Moro
Moro deu ainda uma dica preciosa que pode municiar a oposição. Ao citar o Rio de Janeiro e Pernambuco como os estados nos quais Bolsonaro queria trocar os superintendentes da PF, deixou uma pista que será seguida pelos adversários do presidente: no Rio, estão os filhos e, em Pernambuco, aliados como o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), que responde a ação de improbidade.
Procurado pelo blog para comentar o assunto, Coelho negou qualquer tentativa de influência. “Jamais conversei com o presidente sobre a Polícia Federal”, disse.
Coluna Brasília-DF
Em 2005, quando o país viu eclodir o escândalo do mensalão, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva vislumbrou um possível processo de impeachment. À época, disse a adversários que qualquer movimento contra ele resultaria em ruas lotadas em sua defesa. Agora, o presidente Jair Bolsonaro tem dito o mesmo a um pequeno grupo da sua confiança. Para isso, entretanto, ele precisa recuperar parte da popularidade, sem dividir os louros das medidas adotadas com ninguém, e tratando tudo como se fosse iniciativa do seu governo.
Foi nesse sentido que Bolsonaro anunciou, de bate-pronto, na porta do Alvorada, o valor de R$ 600 mensais de ajuda para os trabalhadores informais, o triplo do projeto inicial do Poder Executivo. O projeto já estava em votação e, àquela altura, a área econômica aceitava, no máximo, conceder R$ 300. O Congresso ia dar R$ 500 e o presidente anunciou R$ 600. Enquanto essa disputa por protagonismo político ajudar a população, será bem-vinda. As consequências, como sempre, virão depois.
Perfil do comando
As trocas de militares no Alto Comando já eram previstas, mas a nova leva é ligada ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e ao comandante do Exército, general Edson Pujol.
Até eles
Alguns hospitais privados, inclusive, no Distrito Federal, projetam queda de faturamento, por causa do cancelamento de cirurgias eletivas e consultas. Até alguns setores da medicina passarão por dificuldades diante da pandemia de coronavírus.
Até ele
Com o estado de Nova York definido como o novo epicentro da pandemia da Covid-19, as declarações do presidente Donald Trump a respeito do coronavírus vão na linha de “pandemia grave”, e que veria, caso a caso, a necessidade de manter ou afrouxar as medidas de isolamento.
Ciência versus política
A virada de Trump é lida entre alguns aliados de Bolsonaro como fruto da campanha política que o presidente dos Estados Unidos enfrentará em breve. Porém, entre opositores do bolsonarismo, é a certeza de que Trump não teve saída, a não ser o que dizem os técnicos e infectologistas.
Só para contrariar/ A ideia de Bolsonaro aparecer com duas caixas de remédio que não precisa usar, e receitar como a promessa contra o coronavírus, teve uma motivação: provocar o médico Ronaldo Caiado, governador de Goiás, seu mais novo adversário.
Joyce na cobrança/ Em seu discurso no plenário da Câmara, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) não mediu as palavras ao cobrar do presidente que pare com essa história de negociar com o Congresso num momento e, minutos depois, ir às redes sociais dizer que não negociou. “Seja homem e cumpra de pé o que combina sentado. Eu o desafio à paz, ao diálogo, à união”.
Muito além da Mega-Sena/ O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) postou vídeos de reclamações para a abertura de casas lotéricas. Há cidades em que esses estabelecimentos são o canal para receber os benefícios governamentais e, fechados, as pessoas não conseguem sacar valores de aposentadorias, por exemplo.
Espelho meu/ Lula chamou a crise econômica de “marolinha”. Dilma Rousseff saudou a mandioca e queria estocar vento. Bolsonaro chama pandemia de gripezinha e diz que brasileiro mergulha no esgoto e não pega nada. Qualquer semelhança é mera coincidência.
Para congressistas não é hora de impeachment, é hora de trabalho
Coluna Brasília-DF
Esse é o espírito dos congressistas, mas sem cenas de “amor” para com o presidente da República. A avaliação dos líderes partidários que, inclusive, levou Rodrigo Maia a recusar a participação na reunião com Jair Bolsonaro é de que não dá para “passar a mão na cabeça presidencial”, depois de o Planalto levar quase 15 dias se esquivando de uma crise de saúde pública grave. Agora, é trabalhar nas soluções a serem enviadas pelo governo, sem dar palco para o capitão aparecer bem na foto. Porém, nenhum líder vai tocar pedidos de impedimento de Bolsonaro ou tentar surfar neste momento gravíssimo definido pelo próprio ministro da Defesa, Fernando Azevedo, como uma situação de guerra.
Eles já calculavam a explosão…
Em 7 de março, o fim de semana depois do carnaval, as informações na área da Saúde, conforme publicou esta coluna, eram de que o número de casos aumentaria exponencialmente, dada a quantidade de voos da Europa para o Brasil no período pré-carnaval. No Planalto, entretanto, a ação demorou a ocorrer, uma vez que a gestão se mostrava mais focada em outros temas.
… mas a ação demorou
Agora, depois de perder um tempo precioso em manifestações, e em não querer alarmar a população para segurar a economia, o presidente Jair Bolsonaro entra atrasado e vai tentar recuperar o tempo perdido. Segue o ditado “antes tarde do que nunca” e torce para fazer valer o “tardo, mas não falho”. Terá de combinar com o povo, que, agora, percebeu a gravidade do que está por vir.
Onyx anuncia medidas
Ausente na coletiva do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, anunciará, hoje, um conjunto de medidas para os idosos e os mais vulneráveis, além do que já foi dito ontem por Paulo Guedes na coletiva. “Vamos atender idosos do BPC (Benefício de Prestação Continuada), Bolsa Família e informais. Atenção e proteção total”, disse o ministro à coluna.
Termômetro I
Em outubro de 2018, moradores de condomínios de luxo de Brasília vibraram e comemoraram a eleição do presidente Jair Bolsonaro com fogos de artifício e muitos “fora, ladrões”. Ontem, nesses mesmos condomínios, o panelaço foi o do “fora, Bolsonaro”. Houve também panelaço a favor, segundo moradores isentos, mais sonoro que o primeiro.
Termômetro II
Na SQS 108, assim como nos bairros nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde Bolsonaro ganhou de lavada em 2018, o “fora” predominou. A ira da população registrada nos panelaços foi detectada também por quem faz medições de redes sociais. Sinal de que a coletiva do presidente não foi suficiente para reverter a situação. Se Bolsonaro vai se recuperar, só o futuro dirá.
CURTIDAS
Segure os seus pit bulls/ A forma como o senador Flávio Bolsonaro (foto) se referiu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pesou na recusa do deputado em posar para foto numa reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Flávio foi às redes dizer que o deputado queria ser presidente do Brasil e ameaçava a democracia com ataques contra o Executivo. Quem atacou o Congresso foram os manifestantes de 15 de março.
Mandetta, o novo queridinho do Brasil/ Depois da live de quinta-feira, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, quem puxou as reuniões e pontes com outros Poderes, Congresso, Supremo Tribunal Federal, Procuradoria-Geral da República e Tribunal de Contas da União (TCU).
e da política/ O ministro ganhou nos meios políticos e empresariais a tarja “se sair, piora”, que hoje acompanham o cartão de visitas de Paulo Guedes e Sérgio Moro.
Por falar em Guedes/ O mercado em pleno ataque de nervos com a economia derretendo começou a entoar o “chama o Meirelles”. Do Planalto, entretanto, vem a sensação de que Bolsonaro jamais pedirá alguém que trabalhou com Michel Temer no comando da economia e hoje é secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, comandado por João Doria.
Prepare-se/ A confirmar-se as notícias de que o aumento de casos continuará exponencial, o período de permanência em casa será prolongado. Pode esperar.
O governo fala de previdência, de economia, de programas sociais, mas o que tira o sono mesmo por esses dias é a proximidade da votação do impeachment e os movimentos que possam surgir em favor da presidente Dilma Rousseff. A avaliação ontem era a de que, conforme adiantou alguns dias a coluna, os reajustes salariais concedidos aos servidores e ao Judiciário vão tirar da porta do Congresso boa parte dos manifestantes que faz coro contra o governo Dilma e faria contra qualquer outro que não lhe atendesse as reivindicações. Mas só isso não basta.
O presidente em exercício, Michel Temer, chegou ao ponto em que, além de votos para permanecer no Planalto, precisará mostrar ao mercado que tem maioria para aprovar qualquer coisa, inclusive emendas constitucionais. Neste sentido, a ideia é aproveitar o impeachment para demonstrar que ficará com respaldo para fazer valer o projeto em curso. Antes disso, nada acontece.
Quem não
deve, não teme
A postura do ministro da Educação, Mendonça Filho, que quando acabou citado, foi lá e se explicou, virou um mantra no governo em exercício. Agora, quem estiver que dar qualquer justificativa em relação a doações de campanha ou envolvimento na Lava-Jato, que o faça. Se não tiver como se explicar, que peça o boné. Simples assim.
Enquanto isso, no
Rio Grande do Sul…
A campanha em Porto Alegre promete. Dia desses, o presidente do PSB local, Beto Albuquerque, foi chamado de “golpista” pelo pré-candidato do PT, Raul Pont, e devolveu assim: “E tu aplaude um bando de ladrão”, referindo-se aos tesoureiros petistas enroscados no mensalão e no petrolão.
Metamorfose ambulante…
Confirmada a aliança entre Marta Suplicy e o pré-candidato do PSD, Andrea Matarazzo, a dificuldade será explicar os impropérios trocados entre ela e o ministro de Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. Há quatro anos, Marta se referia a ele como um “pesadelo”. E, em 2008, a campanha de Kassab mencionava a então petista como “a prefeita das obras paradas”.
…Onde algo não muda
O racha do PSDB, que sempre existiu, agora está exposto: uma parte, a do ministro José Serra, torce por Marta Suplicy e Andrea Matarazzo. A outra, do governador Geraldo Alckmin, trabalha por João Dória.
Recorde em intolerância/ Pesquisa de análise de comportamento nas redes sociais aponta que o Distrito Federal tem proporcionalmente a maior taxa de intolerância do país. A conclusão foi feita a partir de análise de 393.284 menções de internautas no Facebook, no Twitter e no Instagram, entre os meses de abril e junho, e em comentários em blogs e sites.
Recorde em intolerância II/ A amostragem, da agência Nova/sb mostra que a maior intolerância é a política, com 220 mil citações no universo analisado, mais de quatro vezes superior à misoginia, 50 mil menções.
Michelzinho vai à escola/ Começaram as aulas do filho mais novo do presidente em exercício, Michel Temer. No primeiro dia, entretanto, quem foi levar o pequeno à escola foi a mãe, Marcela (foto). O presidente já estava em reuniões de trabalho.