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Os estrategistas do presidente Jair Bolsonaro (PL) pesaram os prós e contras e consideraram que a ausência do presidente nos debates do primeiro turno não causará grandes estragos. Até porque o adversário que mais bem pontua hoje nas pesquisas de opinião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez a mesma coisa em 2006, quando concorreu à reeleição. Logo, avaliam os bolsonaristas, o petista não poderá chamar de “ato antidemocrático”. Afinal, agiu assim lá atrás e, agora, quer um número reduzido desses encontros entre os candidatos. Fernando Henrique Cardoso também não foi a debates em 1998, alegando que estava muito ocupado cuidando da crise econômica que assolava o país. Ambos se releram. FHC, em primeiro turno, numa eleição sem debates.
Quem está no poder ou lidera as pesquisas sabe que será atacado e, por isso, prefere se ausentar. Pior para o eleitor. Agora, sem Bolsonaro e com Lula escolhendo os debates de que participará, será a chance dos outros candidatos se apresentarem ao eleitor e tentar quebrar a polarização. Uma dessas janelas foi a sabatina de ontem, do Correio.
Vai virar um monstrengo
A dificuldade do Congresso em votar a reforma tributária, que mais uma vez não deu quórum, indica que o sistema tributário do país continuará confuso, pelo menos até o final desta década. Até porque, qualquer sistema que seja aprovado em 2023 ou 2024 passará por um período de transição por alguns anos.
Sem tributária, resta o ICMS
Com mais um adiamento da reforma tributária na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado, a perspectiva é de os senadores ajustarem o foco para a aprovação do projeto que limita a cobrança de ICMS sobre combustíveis e energia.
Vai ser assim até outubro
As declarações do ministro Edson Fachin, em defesa do sistema eleitoral brasileiro, vão se repetir insistentemente até a eleição. Já Bolsonaro coloca o sistema em dúvida. Os demais candidatos disseram, na sabatina do Correio, que confiam plenamente no sistema eletrônico de votação do país e não acreditam em golpe.
Veja bem
Até aqui, a maioria dos pré-candidatos ao Planalto promete exterminar o tal Orçamento Secreto, apelido das emendas de relator-geral (RP9). Só tem um probleminha: esse dinheiro é controlado pelo Congresso. E só terminará se os parlamentares assim o desejarem. Estão fazendo promessas sem combinar com as excelências.
CURTIDAS
Novos atores/ A campanha presidencial deste ano, que promete mobilizar ainda mais as redes sociais, apresentará os candidatos que têm um tempo minúsculo na tevê aberta e sofrem boicote das grandes emissoras na hora dos debates. Na sabatina do Correio, por exemplo, o desconhecido Pablo Marçal (PROS), que chegou cercado de seguranças e apoiadores, atingiu duas mil pessoas assistindo simultaneamente pelo canal do YouTube do jornal.
Escondidinho de Bivar/ Luciano Bivar, do União Brasil, será candidato ao Planalto, mas, nos estados, seu partido trata de esconder esse fato. Em suas andanças pela Bahia, por exemplo, ACM Neto nem cita que há um presidenciável do partido. Ali, onde o PT de Lula reina, Neto vai cuidar da própria candidatura ao governo estadual.
Simone, a disciplinada/ A senadora Simone Tebet (MDB-MS) evita avançar o sinal sobre o que seu partido fará no Rio Grande do Sul, estado considerado crucial para o PSDB fechar o apoio à pré-candidata. Quem fala sobre isso é o presidente do partido, Baleia Rossi (SP).
Tem nome e está no Código Penal/ O advogado criminalista Renato Stanziola Vieira, doutor em direito processual penal pela USP e sócio do escritório Andre Kehdi & Renato Vieira, diz que o crime que ocorreu em Umbaúba, em 25 de maio, causando a morte de Genivaldo Jesus Santos, foi homicídio qualificado: “Foi um homicídio cometido por tortura e asfixia, por motivo fútil, e com total impossibilidade de a vítima exercer defesa”.
Aliados pressionam Guedes por medidas para baratear alimentos
Faltando quatro meses para a eleição, a área política do governo vai aumentar a pressão para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, dê um jeito de o país apresentar um quadro de recuperação mais visível, especialmente, nos preços dos alimentos. Ainda que o governo tenha que subsidiar alguma coisa a mais para as classes mais pobres.
Te vira nos 90
O presidente Jair Bolsonaro (PL) não irá demiti-lo — longe disso. Mas a área política quer algo que permita à população conseguir ampliar seu poder de consumo de alimentos. A avaliação é a de que os efeitos dos R$ 400 do Auxílio Brasil não foram sentidos por causa da inflação.
Se for a votos, passa
Com o projeto que limita o ICMS de energia e combustíveis previsto para votação em junho, os governadores dão uma demonstração de boa vontade para com a redução dos preços dos combustíveis ou a proposta aprovada na Câmara será a saída adotada pelos senadores. Esse é o resultado político dos primeiros encontros e conversas das excelências para sobre o texto. Os senadores não ficaram nada satisfeitos com a “volta” que levaram dos estados no projeto que pretendia estabilizar a cobrança do ICMS do diesel em patamares mais baixos, e os estados optaram pelo percentual mais alto. Dessa vez, será diferente. O Senado deu tempo para buscar a solução, mas isso não significa que largará a proposta a “Deus dará”.
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Vale lembrar: Miguel Coelho, filho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), é pré-candidato a governador de Pernambuco e o projeto tem tudo para dar discurso a quem for candidato. No Ceará, por exemplo, Capitão Wagner, pré-candidato a governador, tem dito em suas redes que mesmo sem a aprovação do Senado, baixará o ICMS se estiver no comando do estado em 1 de janeiro de 2023.
E as pesquisas, hein?
Ao comparar a recepção ao presidente da República Brasil afora com os resultados das pesquisas pré-eleitorais, os bolsonaristas ficam irritados. Mas, nos bastidores da campanha, seguem o que dizem essas consultas para melhorar a performance presidencial.
Enquanto isso, em Pernambuco…
A liberação de R$ 500 milhões para a reconstrução das áreas atingidas é um alento para a população que sofre com as chuvas. Mas sem um planejamento para conviver com as fortes chuvas, a tragédia se repetirá no futuro.
O Hang da Colômbia/ Brasileiros que acompanham atentamente a eleição na Colômbia só se referem a Rodolpho Hernandez, também conhecido “viejito do TikTok”, como o “Velho da Havan” colombiano. Só tem uma diferença: por aqui, Luciano Hang apoia Bolsonaro, mas não é visto como alguém disposto a ocupar a cadeira do presidente.
Milton Gonçalves/ O grande ator, falecido ontem, aos 88 anos, era um emedebista histórico. Chegou a concorrer ao governo do Rio de Janeiro, em 1994, e a participar de campanhas presidenciais, como, por exemplo, a de Ulysses Guimarães.
Por falar em MDB…/ Alguns senadores ainda não desistiram de tentar tirar Simone Tebet do páreo. Só em um probleminha: faltam a eles votos na convenção nacional do partido, prevista para julho.
Hoje tem!/ Sabatina do Correio com os presidenciáveis com transmissão nas redes sociais do jornal. Vem com a gente!
PT considera que o Sul é crucial para vitória no primeiro turno
A região em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera as pesquisas é vista pelo PT como prioritária para tentar consolidar os votos que faltam para garantir uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno, conforme avaliam seus aliados. Os lulistas acreditam que se o ex-presidente melhorar a performance na região, a conta de chegada fecha e o partido pode conquistar a marca inédita em sua história. O trabalho, agora, será conquistar tudo o que for possível em termos de apoios e reforçar, no Sul, o discurso de ameaça à democracia. Lula irá ao Rio Grande do Sul com Geraldo Alckmin e, além desse tema, tentará organizar o palanque estadual e evitar que o PSB siga para Ciro Gomes (PDT).
Vale lembrar que, além do PT, quem vê o Sul com esperança de crescimento nas pesquisas é Simone Tebet, do MDB. Ela trabalha para levar o diretório gaúcho a apoiar a candidatura de Eduardo Leite a governador. Leite ainda não anunciou oficialmente que será candidato a mais quatro anos no Piratini. Simone aguarda apenas esse anúncio para tentar garantir a união de tucanos e emedebistas no estado.
Vai com calma
A pressa de alguns aliados de Lula em busca de declarações de apoio ao ex-presidente ainda no primeiro turno, por parte de adversários nos estados, é vista como um movimento que pode terminar prejudicando o próprio PT. Em São Paulo, por exemplo, os petistas não querem saber de conversa com o governador Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato à reeleição. Apoio não se nega, mas os mais afoitos têm que entender que o lugar de Lula é ao lado de Fernando Haddad, avisam alguns.
Qualidade do gasto
Com dois presidentes na disputa ao Palácio do Planalto, a forma como os governos gastam o suado dinheiro dos impostos vai entrar na campanha deste ano. Os bolsonaristas vão lembrar dos financiamentos milionários ao porto de Mariel, em Cuba, e obras na África, além de aportes em projetos que não deram certo. Os petistas vão citar os gastos com as emendas de relator, que beneficiam os aliados do Planalto.
Memória
Os bolsonaristas, aliás, estão coletando todos os investimentos feitos nos governos petistas que terminaram dando em nada. Neste fim de semana, por exemplo, ao ler a entrevista do economista Marcos Mendes à Folha de S.Paulo, aliados do presidente já pediram a técnicos os gastos com estaleiros e sondas, inclusive caso da Sete Brasil, empresa criada para construir sondas para exploração do pré-sal, que terminou servindo ao propinoduto desvendado pela Lava-Jato.
Água fria
A fala do secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, contra o projeto que limita a cobrança de ICMS sobre energia e combustíveis, terá reflexo no voto dos senadores. Salto dirigiu o Instituto Fiscal Independente (IFI) do Senado, e é respeitado por todos os partidos na Casa.
Mudança de hábito/ Bolsonaro fez a motociata em Goiás de capacete. A atitude veio depois que Genivaldo Santos foi parado pela Polícia Rodoviária Federal por estar sem o equipamento de segurança obrigatório e terminou morrendo depois de ser colocado dentro de uma viatura transformada em câmara de gás.
Neto na área/ Depois de saber que os adversários colocaram olheiros para acompanhar as andanças pela Bahia, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, decidiu fazer pirraça. Pede a todos os presentes que levantem as mãos e faz uma selfie num ambiente lotado. A presença dos olheiros, porém, é para tentar caracterizar as imagens como pedido de voto para ingressarem com ações na Justiça Eleitoral por campanha antecipada.
Sabatina do Correio/ O Correio Braziliense tem encontro marcado com os pré-candidatos à Presidência da República na terça-feira. Vamos ouvir as propostas que a maioria deles defenderá na campanha.
Últimas semanas/ Com as festas juninas logo ali Nordeste afora, e a campanha eleitoral aquecida, essas duas semanas antes do dia de Santo Antonio, em 13 de junho, são consideradas cruciais para debate presencial de temas importantes no Parlamento.
Enquanto a Câmara debatia o projeto de ICMS dos combustíveis, o líder dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, foi até o Parlamento e deu o seguinte aviso: “Essa questão do ICMS é um paliativo, ajuda, mas não resolve o problema, porque, mesmo baixando o valor do imposto, vem o aumento e acaba ficando o mesmo preço na bomba. Isso afeta a categoria e a gôndola do mercado. Não estamos aguentando mais. Vamos parar“, disse à coluna, depois de um périplo junto aos principais líderes partidários, aos quais esse recado foi dado com todas as letras.
O aviso ajudou na mobilização para aprovar o texto do limite de 17% ao ICMS, que é considerado “melhor do que nada”, mas não foi suficiente para convencer todos os atores. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, vai conversar, primeiro, com governadores e secretários de Fazenda, antes de colocar a matéria em votação; e o presidente Jair Bolsonaro disse que “não tem cabimento” dar compensação aos estados para eventuais quedas de arrecadação. Se nada for feito para reduzir o preço, os caminhoneiros vão apimentar a largada da campanha eleitoral.
Lula interfere na bancada
Interessado em tirar do governo o protagonismo de qualquer iniciativa que ajude a baixar os preços dos combustíveis, o ex-presidente Lula entrou em campo para levar a bancada petista a votar favoravelmente à proposta de limitação do ICMS para o setor. “Não dá para votar contra um projeto desses”, disse Lula.
PT quer surfar
O PT vai explorar a declaração do presidente Jair Bolsonaro, contrária à compensação aos estados que perderem arrecadação, como um freio do próprio governo em iniciativas para tentar baixar o preço dos combustíveis. O chefe do Executivo não disse, porém, que vetará, apenas comentou e afirmou que ouvirá a equipe econômica antes de tomar qualquer decisão. Daqui para a frente, tudo terá um viés eleitoral, seja para o bem, seja para o mal. E cada um terá a sua versão das declarações dos pré-candidatos.
Luciano Bivar quer usar projeto do ICMS para embalar a candidatura
Pré-candidato a presidente da República pelo União Brasil, o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE), quer aproveitar o projeto do deputado Danilo Forte (União-CE), relatado pelo líder da legenda na Câmara, Elmar Nascimento (BA), para puxar um discurso que sirva de alavanca para a disputa pelo Palácio do Planalto. Até aqui, Bivar tem se mantido discreto, mas quer mudar essa situação com a confirmação do seu nome num evento na próxima terça-feira.
A avaliação dos integrantes do União Brasil é de que ele será candidato, nem que seja para apresentar a nova agremiação ao país. E de quebra evitar que o tempo de tevê, o maior de todos, termine distribuído a outros partidos. A ideia é fazer propaganda da legenda. Afinal, em política, vale a máxima: time que não joga não tem torcida.
Curtidas
A hora da verdade em São Paulo/ O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin terão uma conversa com Márcio França para decidir a candidatura ao governo estadual. A ideia do petista é tirar o nome do PSB da disputa. Não foi isso que Alckmin combinou com Lula lá atrás.
Veja bem/ O PT dirá a França que a candidatura do PSB corre o risco de ficar isolada e perder terreno para o candidato do Republicanos, Tarcísio de Freitas, que tende a ficar com os votos de Bolsonaro.
O desafio de Tebet/ Candidata do MDB e do Cidadania ao Planalto, a senadora Simone Tebet (MS) tem agora a missão de agregar apoios nos próximos dias, em especial o PSDB e a bancada feminina. Se os tucanos demorarem a fechar a aliança, soará como má vontade.
Por falar em tucanos…/ O ex-governador João Doria embarca para os Estados Unidos. Vai descansar e repensar seu futuro empresarial e político. Mas deixou um recado a todos: “Não desistirei do Brasil”.
Embora 90% das candidaturas estaduais do MDB tenham chancelado o acordo pelo lançamento da senadora Simone Tebet à Presidência da República, o PT e seus aliados vão trabalhar para conquistar o que puder ainda no primeiro turno. Na reunião que formatou o conselho político da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi dito que, em todos os anos de eleição presidencial, o PT nunca encontrou um cenário tão favorável em maio quanto o de agora. A expressão “primeiro turno” não foi dita por Marcos Coimbra, que fez a apresentação dos dados e comparações. Mas muitos dos presentes saíram com vontade de dizê-la, quebrando o histórico de que o PT não vence no primeiro turno.
A avaliação de que a polarização está consolidada será cada vez mais difundida e a ideia é tentar minar as demais candidaturas. Além do MDB, as investidas vão crescer sobre o PDT de Ciro Gomes e, conforme o leitor da coluna já sabe, vão se intensificar também sobre o PSDB, via Geraldo Alckmin.
Onde mora o perigo
O presidente Jair Bolsonaro ficou numa sinuca com o resultado da disputa interna do PL para decidir quem substituirá o deputado Marcelo Ramos no cargo de primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados. O vencedor Lincoln Portela é da bancada evangélica, aliada do Palácio do Planalto. Porém, o deputado Capitão Augusto (SP), bolsonarista de carteirinha, vai concorrer.
Recua aí, talquei?
A avaliação dos aliados do presidente é de que o melhor caminho é o Planalto, agora, manter distância regulamentar dessa disputa. Não dá para brigar com a bancada evangélica em pleno ano eleitoral.
Não tem benefício grátis
Os estados vão pressionar para que o teto do ICMS de 17% sobre combustíveis, energia e transporte público, instituído pelo projeto do deputado Danilo Forte (União-CE), não baixe a arrecadação. Se hoje não se chegar a um “gatilho” em caso de perda de arrecadação de 5%, por exemplo, a União teria que arcar com a diferença. Aí, quem não quer é governo federal.
No Congresso passa
O problema é que, se for a votos, a proposta passa. Com ou sem gatilho. O projeto já ganhou fama de que ajudará a baixar os preços dos combustíveis. Para completar, até no Senado, a casa dos estados, há um mal-estar em relação aos pedidos dos governadores, porque os estados não cumpriram à risca a lei que tentou padronizar a cobrança de ICMS sobre os combustíveis.
Guedes na lida/ No Fórum Mundial de Davos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, passou boa parte do dia tentando acalmar os investidores sobre as mudanças na Petrobras.
Por falar em Guedes…/ A prévia da inflação altíssima, divulgada esta semana, trará mais dores de cabeça para a equipe econômica. A ala política quer resultados imediatos para a população.
Ausentes/ O senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Eunício Oliveira (CE) não foram à reunião da Executiva do MDB. O único apoiador de Lula presente era Veneziano Vital do Rego (PB), que elogiou Simone Tebet, mas foi direto: “Lá (Na Paraíba) estamos com Lula”.
Assunto da hora/ O Instituto de Direito Público (IDP) lança, hoje, às 19h, no Salão Nobre do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o livro Eleições e Democracia na Era Digital. A obra traz o olhar de mais de 40 pessoas sobre o tema, juristas renomados, entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do TSE. A coordenação é de Paulo Gonet, Reynaldo Soares da Fonseca, Pedro Henrique Gonet, João Carlos Banhos Velloso e Gabriel Campos Soares da Fonseca.
Saída de Doria fará PT pressionar Geraldo Alckmin por mais apoio
A saída de João Doria da disputa presidencial fará com que o PT cobre mais protagonismo de Geraldo Alckmin (PSB) no sentido de buscar votos para o pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas legendas de centro. Na reunião desta semana, por exemplo, Lula foi muito claro ao dizer que seu partido precisa ampliar o leque, ainda que não seja em alianças formais. E essa tarefa, avaliam os petistas, estará mais afeita a Alckmin.
A equação, entretanto, não é fácil. Ao sair do PSDB, o ex-governador de São Paulo não levou grandes puxadores de votos do centro. E, até aqui, ele se dirigiu mais à esquerda, deixando o espaço anti-PT que ele ocupava aberto a outros personagens. Nesse sentido, será difícil Alckmin cumprir o que esperam dele.
Longe da pacificação
A saída de Doria da disputa presidencial ainda não representa a pacificação do PSDB. Ao contrário. Aumenta a pressão sobre a cúpula partidária para encontrar um caminho viável a um partido que sempre teve candidato a presidente da República. De quebra, ainda deixa o presidente do partido, Bruno Araújo, com a obrigação de ajudar a manter São Paulo, a joia da coroa — que desde 1995 é comandado pelos tucanos.
Data limite é julho
Embora tenha restado apenas a senadora Simone Tebet (MDB-MS) entre os pré-candidatos da terceira via, o PSDB não fechará agora o apoio a ela. Uma ala do PSDB não se conforma com o fato de o partido não ter um candidato a presidente da República.
Bolsonarista na área
Com a destituição do deputado Marcelo Ramos (PSD-AM) do cargo de primeiro vice-presidente da Câmara, o PL tende a permanecer com o posto. O partido quer alguém ligado ao presidente Jair Bolsonaro a fim de evitar surpresas. A fila está grande, mas existe uma torcida para a indicação do líder do governo, Vitor Hugo (GO).
O recado aos estados
A Câmara se prepara para aprovar, esta semana, o teto do ICMS para combustíveis, energia e transporte público. No Senado, a Casa dos estados, o tema é controverso. Ali, os governadores têm mais peso.
Lá e cá/ Com a terceira via caminhando para Simone Tebet, o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), ficará numa situação indigesta. Pré-candidato ao Palácio do Buriti, ele se vê, agora, no mesmo palanque que o governador-candidato Ibaneis Rocha (MDB). Izalci foi um dos maiores entusiastas da candidatura de Doria, a quem apoiou nas prévias de novembro.
Por falar em prévia tucana…/ O golpe da cúpula tucana em Doria acabou de vez com a credibilidade de prévias do PSDB. O partido sai menor e com a pecha de escolher seus candidatos por conchavo de gabinete, e não por livre escolha de seus filiados.
Por falar em candidatos…/ O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, pré-candidato à reeleição, fez questão de ficar bem longe da capital paulista quando Doria anunciou que não iria concorrer à Presidência da República. Estava em Araraquara, junto com o deputado Wanderlei Macris.
Temer, o imortal/ Nesta quinta-feira, às 17h, o ex-presidente Michel Temer toma posse na Academia Paulista de Letras. Aliás, o emedebista nunca foi tão homenageado como nos últimos tempos.
O governo está quebrando a cabeça para tentar descobrir uma fórmula de retomar algum poder de gestão orçamentária. Essa prerrogativa de comando escorre pelos dedos dos presidentes da República desde 2015. Em seus primeiros meses como presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha fez valer a sua maioria e aprovou sem dificuldades o Orçamento impositivo para emendas individuais. Abriu-se a porteira. Depois, veio a mesma obrigatoriedade de liberação para as emendas de bancada e, recentemente, para as de relator, as RP9, hoje controladas por Arthur Lira.
As apostas do governo são as de que, com o controle sobre o Orçamento e com o preço dos combustíveis nas alturas, a tendência dos parlamentares será buscar outros caminhos em 2022. Dificilmente Bolsonaro terá gente sua nos estados e nas redes sociais pedindo votos pela sua reeleição. Não por acaso, o próprio Eduardo Cunha, conhecedor das manobras políticas, avisou em recentes conversas que, se Bolsonaro não resolver o problema do preço dos combustíveis e a inflação, pode esquecer um segundo mandato. A essa avaliação, outros congressistas têm acrescentado as liberações orçamentárias.
Os testes de Paulo Guedes
As especulações sobre a saída de Paulo Guedes da Economia foram prontamente descartadas por ministros do Planalto. Bolsonaro não vai demitir Guedes, que está em missão no exterior, em reuniões com o BID e o FMI e, ainda, tem reunião do G-20. Até aqui, a ideia é de que o Posto Ipiranga esclareça a offshore e apresente os dados da economia ao Congresso.
Uma no cravo…
O presidente da Câmara, Arthur Lira, pretende votar esta semana a mudança de cálculo do ICMS que incide sobre os combustíveis para ver se será possível dar aquela aliviada para o contribuinte. E, de quebra, melhorar a imagem de quem está no poder.
… outra na ferradura
Os líderes querem ver ainda se aproveitam essa semana curta pelo feriado desta terça-feira para ver se conseguem votar a emenda constitucional que mexe na composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e já vem sendo chamada de “a PEC da vingança”. Nesta quarta-feira, inclusive tem manifestação dos procuradores contra a mudança.
Duas medidas
A negativa do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski para obrigar o Senado a marcar a sabatina de André Mendonça foi um balde de água fria para os senadores. Eles esperavam que o STF tivesse decisão idêntica àquela que obrigou a instalação da CPI da Pandemia. Porém, não há uma norma escrita que defina um prazo para essa sessão. É diferente de um pedido de CPI, que, protocolado, deve ser lido no plenário da Casa.
Vai sobrar para ele
Já tem senador dizendo, entre quatro paredes, que ou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enfrenta o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre, ou o país que espere a boa vontade do senador amapaense.
A união faz a força/ É bom a deputada Celina Leão (PP-DF) “já ir se acostumando”, dizem aliados da deputada Bia Kicis
(PSL-DF). É para lá que Bia deve ir, caso o presidente Jair Bolsonaro se filie mesmo para o Progressistas.
Cálculos políticos/ Bia foi eleita praticamente sozinha em 2018, pelo PRTB, no embalo do bolsonarismo. Celina, por sua vez, conforme o leitor da coluna já sabe, teve uma ampla coligação, inclusive com o PSL, partido de Bolsonaro à época. Agora, os aliados de Bia acreditam que, num cenário sem coligação, será inclusive melhor para Celina ter Bia no seu partido. Só tem um probleminha: se conseguirem conquistar uma vaga só, e Bia mantiver a posição de uma das mais votadas, Celina vai sobrar.
Estado laico e religiosidade I/ O tema volta à baila no livro do advogado João Paulo de Campos Echeverria, A religiosidade do Estado laico e a secularização do sagrado normativo. O estudo considera que há um equívoco quando se considera que um Estado laico não pode ter qualquer relação com a religião. Echeverria lembra que a história brasileira é de um Estado formado a partir de um povo cristão. E, ao negar o exercício da religião, o Estado nega a si mesmo.
Estado laico e religiosidade II/O autor autografa o livro nesta quarta-feira, 13, a partir de 19h, no restaurante Carpe Diem, no Centro Cultural Banco do Brasil, setor de Clubes Norte.
Dia da padroeira do Brasil e das crianças, Que Nossa Senhora Aparecida nos proteja hoje e sempre.
Em conversas reservadas, aliados do presidente Jair Bolsonaro revelam que a maior preocupação dele, hoje, é o preço dos combustíveis, que acaba afetando toda a cadeia econômica. Embora o governo mantenha a versão de que tudo é culpa dos governadores que não baixam o ICMS desses produtos, a área política que percorre os estados percebe que a população de um modo geral atribui parte dessa responsabilidade ao Poder Executivo. O presidente, inclusive, tem feito reuniões em busca de saídas para baixar o preço dos combustíveis. Porém, qualquer perda de arrecadação nesse momento, teria que ser compensada em outros impostos.
A percepção de Bolsonaro é a de que, se os preços não derem uma aliviada e não houver um atendimento àqueles que o elegeram e agora têm dificuldades econômicas, a difícil reeleição ficará quase impossível. Esse é, aliás, um dos pontos que leva o governo a pensar em prorrogar o auxílio emergencial. É que, enquanto não tiver um financiamento efetivo para o novo Auxílio Brasil, ficará difícil tirar o emergencial.
A fonte vai secar…
Bolsonaro vai mandar demitir toda a diretoria do Banco do Nordeste, depois de ser informado que o banco mantém um contrato, sem licitação, com uma ONG ligada ao PT, no valor de R$ 583 milhões. O acordo, para captação de microcrédito, foi divulgado pelo blog CN7, do Ceará. Bolsonaro imediatamente cobrou do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, padrinho do comandante do BNB, Romildo Rolim.
… e Valdemar vai indicar
O presidente do PL chegou a gravar um vídeo, ontem, para dizer que não tem nada a ver com esse contrato e já enviou ofício a Bolsonaro dizendo que demita a diretoria. Em conversas reservadas, Valdemar comentou com alguns colegas de partido que esse contrato era do tempo em que o PT comandava o BNB, em parceria com o MDB de Eunício Oliveira. Agora, o PL vai começar a selecionar os nomes para indicar uma nova diretoria para o Banco do Nordeste.
Bolsonaristas liberados…
Para conter a ansiedade de alguns aliados, Bolsonaro liberou seus apoiadores para escolherem os respectivos partidos. Afinal, se vier logo a janela que lhes permitirá sair do PSL, o grupo não pretende ficar esperando o presidente se resolver.
…e em busca de pouso
Em entrevista, ontem, ao programa Direto ao Ponto, comandando por Augusto Nunes, na Jovem Pan, Bolsonaro disse não considerar o horário eleitoral na tevê aberta essencial para lhe garantir a reeleição. Afinal, como se sabe, o presidente construiu sua campanha via redes sociais. E pretende repetir essa dose em 2022.
Nem tanto
Em 2018, porém, Bolsonaro obteve um tempo de noticiário superior aos demais candidatos, por causa do atentado que sofreu em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG), em plena campanha eleitoral.
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O objetivo de Ciro Nogueira/ A perspectiva de o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, eleger a ex-mulher, Iracema Portella, candidata a governadora, abre uma vaga na Câmara dos Deputados para Júlio Arcoverde, braço direito do ministro e deputado estadual.
Por conta e risco/ Até aqui, o único no PL a mencionar abertamente o convite para que Bolsonaro se filie ao partido é o senador Jorginho Melo (PL-SC), pré-candidato a governador num estado em que o bolsonarismo é fortíssimo.
Cada um no seu quadrado/ Valdemar Costa Neto tem feito “cara de paisagem” quando alguém pergunta sobre uma possível filiação de Bolsonaro. E já avisou ao pessoal do PL que ali não tem essa de fusão com outro partido.
O que interessa/ Deputados e senadores farão, esta semana, mais um esforço para tentar uma fórmula que resolva a questão dos precatórios. Será um malabarismo para não passar ao mercado a ideia de calote ou o velho “devo, não nego; pago quando puder”.
Proposta de zerar tributos pode se estender para gás de cozinha
Coluna Brasília-DF
O ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), no seu gabinete ontem. Braga foi um dos senadores que cobrou o envio das propostas do governo para a reforma tributária nesta semana. Ele saiu do encontro satisfeito, mas não quis falar de prazos. Ressaltou que o importante é o governo estabelecer um diálogo com os parlamentares, “sem que haja açodamento e atropelamento de temas que são importantes”.
Gás nas alturas
Em relação à proposta do presidente Bolsonaro de zerar os tributos dos combustíveis, Braga disse que “não dá para fazer uma renúncia fiscal dessa”. E indicou que, mesmo assim, essa proposta pode não ficar só na gasolina, no diesel e no etanol, como sugeriu o presidente, caso de fato seja apresentada ao Congresso. “Teria que valer para todos os derivados de petróleo, especialmente o gás de cozinha”, afirmou. O senador e ex-ministro ressaltou o alto preço do produto para o brasileiro. “E a média de tributação chega perto dos 50% se considerarmos os tributos estaduais e federais”, disse.
Pensando bem
Também entrou na conversa a privatização da Eletrobras, que está na previsão orçamentária do governo, mas sofre resistência de parte do Congresso. O recado de Braga foi de que só dá para aprovar a venda, que pode render R$ 16 bilhões, caso a proposta do governo seja remodelada. Guedes ouviu a ponderação e ficou de refletir.
Impasse fiscal
Apesar da resistência dos estados em abrir mão do ICMS, especialistas do setor de combustíveis não veem outra solução a curto prazo para reduzir o preço da gasolina na bomba. Esse é um entendimento ouvido entre integrantes da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis.
Rumo à autonomia
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, recebeu um grupo de deputados ontem. Chefiado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o grupo apresentou a Campos Neto o parecer elaborado pelo deputado Celso Maldaner (MDB-SC) para o projeto de autonomia do Banco Central. A ideia agora é apresentar esse parecer para as bancadas da Câmara a fim de esclarecer as dúvidas dos deputados e tentar colocar o projeto em pauta já na volta do carnaval.
Conta em dólar
Maia já prometeu dar prioridade ao projeto de autonomia do BC neste início de ano. Campos Neto aproveitou, então, para lembrar aos deputados que outro projeto de interesse do Banco Central aguarda votação do Congresso. É o projeto de lei cambial, que permitirá abrir contas em dólar no Brasil.
Atrás da Argentina
O Brasil ficou em 11ª lugar em um ranking mundial de think tanks, espécie de laboratórios de ideias de pesquisa, elaborado pela Universidade da Pensilvânia, com 103 instituições analisadas. Contamos hoje com 103 desses centros de inovação e desenvolvimento — menos de 10% do total existente nos Estados Unidos. O que chama mais atenção, porém, é a posição ocupada pela Argentina. O país vizinho tem 227 desses institutos, mais do que o dobro dos centros em atividades no Brasil.
Ilhas de excelência
Há entidades brasileiras muito bem posicionadas. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, figura em quarto lugar na lista global; e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), é o segundo principal think tank na região da América do Sul e Caribe.
Voo certo
Após abater em pleno voo o secretário executivo da Casa Civil, Vicente Santini, o presidente Bolsonaro avisou que apenas os ministros estão autorizados a utilizar o avião da FAB. “Suplente, ministro interino, não usa avião, a não ser que tenha uma coisa gravíssima para resolver e, assim mesmo, vai ter que chegar no meu conhecimento”, disse.
Céu azul
O Aeroporto de Brasília foi o mais bem-avaliado entre os terminais do país que recebem até 15 milhões de passageiros por ano, segundo pesquisa do Ministério da Infraestrutura. O hub da capital federal ficou à frente dos terminais do Galeão, Congonhas e Guarulhos, concorrentes na mesma categoria.
Ranking
O levantamento nacional ouviu 24.948 passageiros, que opinaram sobre a qualidade dos serviços aeroviários de 20 aeroportos brasileiros no último trimestre do ano passado. Florianópolis e Viracopos também receberam a melhor avaliação, nas respectivas categorias.