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Caso Lula seja eleito, Orçamento será a primeira crise com o Parlamento
Lula quer o papel de pacificador, mas, a contar pela entrevista ao Jornal Nacional, está contratada a primeira crise, caso seja eleito: o enfrentamento com um Congresso que começou a mandar no Orçamento e não pretende abrir mão dessa prerrogativa. “Vou convencê-los conversando com eles”, disse Lula. As reações dos congressistas, porém, assim que a entrevista terminou, foram no sentido de “aí vamos ver”, como quem se prepara para uma disputa lá na frente.
Para quem planeja levar uma bandeira branca, símbolo da paz, para o horário eleitoral a partir deste sábado, a intenção de tirar poder do Congresso sobre o Orçamento soou no Parlamento como uma declaração de que vem guerra por aí.
A prioridade do PP
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do Progressistas, e o deputado Cláudio Cajado, que está no comando da sigla, já avisaram a todos os filiados que a prioridade para este ano é a eleição de deputados federais. O partido avalia que conseguirá eleger de 52 a 58 deputados.
Empresários versus Moraes
Se até a operação contra os empresários o ministro Alexandre de Moraes recebia críticas apenas de bolsonaristas radicais e alguns juristas, agora a história mudou. O empresariado está revoltado com o fato de conversas de WhatsApp servirem para busca e apreensão. Até Ciro Gomes engrossou as cobranças. Ou o ministro vem a público e expõe provas que justifiquem seus movimentos ou verá a pressão contra ele ampliada em pleno período eleitoral.
Climão
A ausência do procurador-geral da República, Augusto Aras, na posse da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi atribuída, entre os convidados, à vontade de Aras de deixar o palco para uma mulher, a sub-procuradora Lindôra Araújo, e não à dor no ombro. Mas, na roda de advogados, o comentário era o de que o procurador quer evitar constrangimentos depois da operação contra empresários. Lindôra, ao discursar, citou os ministros do Supremo Tribunal Federal, mas não Alexandre de Moraes, que estava na frente dela.
E os militares, hein?
A contar pelos recados do Dia do Soldado, quem quiser buscar as tropas para qualquer golpe no país não encontrará apoio. A Ordem do Dia deixou claro que a mensagem é de respeito à Constituição.
Faixa de Gaza/ É assim que o grupo do governador Ibaneis Rocha tem se referido à disputa entre Flávia Arruda (PL) e Damares Alves (Republicanos), ambas candidatas ao Senado e apoiadoras da reeleição de Ibaneis. A ciumeira está grande de um lado e de outro. E, quanto mais próximo da eleição, mais tensa será essa guerra.
Hora de decisão I/ O presidente Jair Bolsonaro escolherá em breve um nome para a vaga de desembargador suplente do TRE-DF, espaço reservado a um jurista. Na votação da lista tríplice feita pelo TJDFT, em março, o primeiro colocado foi Guilherme Pupe da Nóbrega, doutor em Direito Constitucional, professor do IDP, ex-professor da UnB e presidente da Associação Brasiliense de Direito Processual Civil.
Hora de decisão II/ Guilherme Pupe da Nóbrega obteve 26 votos dos desembargadores em primeiro escrutínio. O segundo colocado foi Bruno Martins, com 24 votos, em quarto escrutínio. A terceira colocada foi Mírian Lavocat, também em quarto escrutínio. No TRE-DF, os suplentes ficam responsáveis pela propaganda eleitoral. Logo, serviço não falta.
Visitantes ilustres/ Os juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos aproveitaram a abertura do 150º Período Ordinário de Sessões, em Brasília, para fazer uma visita de cortesia ao ex-presidente Roberto Caldas, em sua casa. Na foto, da esquerda para a direita, Humberto Sierra Porto, colombiano, presidente em 2014/2015; Roberto Caldas, brasileiro, presidente em 2016/2017; Ricardo Pérez Manrique, uruguaio, atual presidente; Eduardo Ferrer, mexicano, presidente em 2018/2019; e Pablo Saavedra, chileno, secretário executivo.
Depois de quase “uma blitz” nos estados para evitar coligações com o PT de Lula, o Progressistas, partido do ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PI), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), querem agora que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não jogue seu peso político apenas em um candidato, quando houver dois aliados concorrendo a governo estadual. Os pepistas colocam, pelo menos, três estados como cruciais nesse sentido: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Acre.
No caso do Rio Grande do Sul, Bolsonaro tem como candidato ao governo o deputado Onyx Lorenzoni (PL), aliado de primeira hora, e o senador Luís Carlos Heinze (PP). Embora Onyx tenha sido ministro, a cúpula do PP lembrou ao presidente com todas as letras que Bolsonaro, se quiser vencer, precisará dos votos de ambos. Portanto, é bom colocar os dois no mesmo patamar quando chegar a hora de fazer campanha. O presidente disse aos pepistas que irá avaliar o que pode ser feito.
Esconde aí, tá?
Enquanto o PL e o PP querem o presidente próximo de seus candidatos, a turma do União Brasil, por exemplo, prefere manter distância. É assim, por exemplo, que tem feito ACM Neto (BA) e Capitão Wagner (CE), ambos candidatos a governador pelo partido.
Empata o jogo
Depois do ato em defesa da democracia no Largo do São Francisco, em São Paulo, com a leitura da carta com quase um milhão de assinaturas, a ideia dos aliados de Bolsonaro é aproveitar a ida do presidente à posse do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para amortecer o impacto da manifestação. Ao prestigiar o evento, a ideia é reforçar que o ato desta semana, em vez de defesa da democracia, foi mesmo um ato contra o governo.
Por falar em democracia…
O presidente vai bater na tecla de que o PT deseja o controle da mídia. Na live de ontem, por exemplo, estava no roteiro inicial citar o fechamento de rádios católicas na Nicarágua, onde o governo “tem o apoio do PT”.
O primeiro passo
Dessa vez, foi Bolsonaro que mandou a pomba da paz a Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE. Interlocutores fizeram chegar a ele que o presidente havia manifestado disposição de ir à posse. Diante da sinalização, o ministro decidiu ir pessoalmente levar o convite.
CURTIDAS
Depois do Flow…/ Com o recorde de visualizações da entrevista ao canal do YouTube, Bolsonaro está quase desistindo de participar de debates.
Efeito cascata/ Se Bolsonaro não for, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto, dificilmente participará. Afinal, não irá para um debate para virar alvo dos adversários.
Agora vai/ Quem tem o que comemorar esta semana é o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Depois da recusa de um recurso do Ministério Público pelo desembargador Néviton Guedes, ele está liberado pelo TRF-1 para concorrer às eleições deste ano.
Enquanto isso, no DF…/ A aprovação da lei que permitirá a regularização dos terrenos da colônia agrícola 26 de Setembro serviu de palco para que, no plenário do Senado, a deputada Flávia Arruda (PL), candidata a uma cadeira na Casa, puxasse o senador Izalci Lucas (PSDB), candidato a governador, para dar uma palavrinha a quem estava ao vivo em suas redes sociais.
… as candidaturas se misturam/ Flávia soltou, ainda, um “estamos juntos”, o que, para muitos, foi lido como a possibilidade de a deputada se transformar numa candidata ao Senado com dois candidatos ao governo, Ibaneis Rocha (MDB) e o tucano. Sabe como é: com Damares Alves puxando votos do bolsonarismo, Flávia precisa caminhar para o centro a fim de compensar o segmento que ficará com a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Eleição na Câmara é avaliada como desgaste para Flávia Arruda
A deputada Flávia Arruda (PL-DF) se lançou candidata a vice-presidente da Câmara em meio à queda de braço entre o Planalto e Valdemar da Costa Neto para a articulação política na Câmara. Terminou atropelada pelo acordo de líderes que fez de Lincoln Portela o primeiro-vice. O fato de ter sido ministra da Secretaria de Governo e ter apenas 83 votos foi considerado, dentro do PL, um desgaste desnecessário para a deputada.
Nada a ver
Alguns aliados de Flávia viram na candidatura uma forma de tentar negociar a retirada de Damares Alves da disputa pela vaga ao Senado pelo Distrito Federal. O jogo do DF, porém, é do Republicanos e não passou pelos partidos que estavam disputando as três vagas na Mesa Diretora — PL, PT e PSDB.
Ao fechar o ingresso no PL, o presidente Jair Bolsonaro deflagrou acordos para os cargos importantes que estão na roda para… 2023. Sim, eles negociam no mercado futuro. O PP, que já tem a Presidência da Câmara com Arthur Lira, terá o apoio para permanecer no comando da Casa. O Republicanos, que não tem, permanecerá no comando do Ministério da Cidadania, onde há os programas sociais do governo. Falta combinar com o eleitor, que, para que esse acerto funcione, terá de reeleger Bolsonaro. O eleitor, porém, só vai tratar do pleito em 2022. Até lá, é um aceno que, lá na frente, corre o risco de ser atropelado pela conjuntura.
Em tempo: esse tipo de negociação não é novidade. Quando Dilma Rousseff foi reeleita, em 2014, o MDB tinha Michel Temer na vice-presidência e tentou combinar algo semelhante com o PT para fazer de Eduardo Cunha presidente da Câmara. O PT não topou e deu no que deu. Bolsonaro, pelo visto, não pretende cometer os mesmos erros de Dilma.
Família, família!
Nova Russas (CE) tem algo em torno de 30 mil habitantes e é a quinta cidade mais agraciada com recursos de emendas, conforme aponta levantamento de O Globo. A prefeita é esposa do deputado Júnior Mano, do PL, que “carimbou” a verba. Em Tauá, a prefeita é a mãe do deputado Domingos Neto (PSD-CE), que mandou um caminhão de recursos para a cidade.
O destino de Flávia
Até aqui, os planos do presidente incluem a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, como candidata ao Senado. E, assim, apoiar um candidato ao governo que aceite essa composição com a ministra. Para o presidente, virou questão de honra ter uma bancada de senadores aliados.
Otimismo relativo
No Planalto, a aposta nas últimas horas era de que a emenda constitucional dos Precatórios será aprovada em segundo turno. O que deixa assessores e ministros apreensivos são os 11 destaques que faltam para encerrar o primeiro turno.
Slogan de candidato
A filiação do ex-juiz Sergio Moro ao Podemos, nesta quarta-feira, chega com o banner da campanha eleitoral pronto. “Por um Brasil justo para todos” estará espalhado pelos quatro cantos do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Curtidas
Se deu bem/ O deputado Fausto Pinato (PP-SP), que já vislumbrava a perspectiva de ter que mudar de partido por causa da filiação de Bolsonaro ao Progressistas, respira aliviado. Não terá mais de mudar de “casa”.
Ele tem tempo…/ O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, do PL-AM, que torcia para que Bolsonaro escolhesse o PP, vai refletir um pouco mais antes de definir sua estratégia eleitoral para 2022. Afinal, a janela para mudança de partido só abre em março do ano que vem.
…e projeto/ Ramos acaba de apresentar um projeto de resolução para dar transparência às emendas de relator, com divulgação do objeto, do deputado que indicou e a localidade beneficiada. Só tem um probleminha: vai ser uma grita geral dos parlamentares que não tiveram acesso a esses recursos.
É hoje!/ Brasília vive, hoje, uma “super-terça” de eventos. Começa com o seminário no Dúnia Hall, em que empresários e o presidente da Câmara, Arthur Lira, debatem a crise econômica e saídas. O dia emenda com casa cheia na Câmara dos Deputados para votar a PEC dos Precatórios. À noite, Jack Corrêa, um dos ícones das relações governamentais, lança seu livro Lobby stories, na Trattoria da Rosário.
Lobby versus advocacy/ Diferenças e semelhanças entre o lobby e o advocacy e o papel de cada um deles para o fortalecimento da democracia são alguns dos aspectos discutidos, nesta quinta-feira, no webinar do ITCN — “O Papel das Associações em Relações Governamentais”, que terá como convidada a professora da FGV Andrea Gozetto.
Desde que o presidente Jair Bolsonaro anunciou a reforma ministerial, as salas do Palácio do Planalto viraram um mar de especulações. Quem mais tem sido objeto desse disse me disse é a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, que “passeou” pela Esplanada como se estivesse certo seu deslocamento para outras pastas. Até aqui, de certo mesmo é o deslocamento do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, que, avaliam os políticos, é simpático, mas não tinha o traquejo para o cargo. Na Secretaria de Governo, por enquanto, não há qualquer confirmação de mudança por parte dos auxiliares diretos de Bolsonaro.
Flávia, pelo visto, terá no senador Ciro Nogueira (PP-PI) um coordenador político para acelerar o “atendimento” das excelências, sempre incansáveis na busca de emendas e espaços no governo. E como a Casa Civil tem diversas atribuições, ele terminará dividindo esse trabalho com a ministra. E até prefere alguém mais “calma”, como Flávia, do que alguém que ficaria disputando espaço.
A pressão continua
Além da pasta do Trabalho e Emprego, há uma pressão nos bastidores para a volta do Ministério do Planejamento, que sempre cuidou do Orçamento e das políticas públicas. Só tem um probleminha: Bolsonaro, em princípio, não quer saber de tirar tanta coisa das mãos de Paulo Guedes, o seu “Posto Ipiranga” da área econômica.
Tamanho P
A greve dos caminhoneiros até aqui não provocou tantos estragos quanto previu a oposição.
Tamanho GG
O sonho do Progressistas é, na Casa Civil, conseguir fazer crescer a bancada do partido nas próximas eleições. Já tem gente, inclusive, sugerindo a Ciro Nogueira que não concorra ao governo do Piauí, no ano que vem, para manter o status quo em pleno ano eleitoral.
Nada passou, mas…
Ao cancelar os estudos sobre a Covaxin solicitados pela Precisa, empresa intermediária citada em um esquema de pedido de propina sob investigação, o governo acredita que será possível deixar claro que não houve malfeito na compra de vacinas. Só tem um probleminha: tentativa também é crime. E é por aí que a maratona da CPI da Covid volta na semana que vem.
Ele não/ A forma como Bolsonaro se referiu ao vice-presidente Hamilton Mourão, segunda-feira (26/7), como “aquele cunhado que você tem que aturar”, foi vista como um sinal de que não há hipótese de essa parceria ser mantida em 2022.
E o fundão, hein?/ Se ficar em R$ 4 bilhões, ninguém vai chiar.
Toque feminino/ A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) ganhou uma integrante em sua diretoria. Especializada em regulação de transportes aquaviários, Flávia Takahashi é a primeira mulher a ser indicada para a diretoria da autarquia.
Fadinha/ Diante das incertezas que o país atravessa, especialmente na educação, a medalha de Rayssa Leal, aos 13 anos, foi vista com um incentivo e um sinal de que nem tudo está perdido. A prática esportiva é o portal que temos nesses tempos estranhos.
Grupo de Omar Aziz e Renan Calheiros está recomposto na CPI da Covid
A defesa que o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), fez do senador Renan Calheiros (MDB-AL) como relator deixou os governistas com a certeza de que o grupo se recompôs. O senador alagoano, por sua vez, foi muito mais cordato em suas colocações, o que indicou para os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro um acerto para manter o grupo unido. Assim, resta aos governistas preparar um relatório alternativo e, de quebra, lutar ao final desta semana para mudar o rumo da comissão.
Flávia, a equilibrista
A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, tem se equilibrado entre as disputas internas do Progressistas de Arthur Lira (AL) e do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR). Depois das especulações de que seria afastada do cargo, Bolsonaro determinou a todos que se entendessem. Barros, inclusive, fez uma longa reunião com a ministra para tratar da votação da MP da Eletrobras.
Ele quer paz
Muitos podem não acreditar, mas o sonho do presidente é uma base tranquila para poder centrar o foco em organizar o seu jogo para 2022. Ele não quer saber de confusão do PL com o Progressistas e nem dentro do próprio Progressistas. Nesse caso, basta Barros e Lira acertarem os ponteiros. Com o PL, reza o ditado popular, “são outros 500”.
Valdemar também
Para resolver o PL, falta o Planalto, leia-se a Casa Civil, de Luiz Eduardo Ramos, promover as nomeações pretendidas por Valdemar Costa Neto. Até aqui, a maioria dos cargos não saiu do papel. E sabe como é: quanto mais perto do ano eleitoral, mais pressão virá.
Mandetta, o carioca
Com a saída de Rodrigo Maia e Eduardo Paes do DEM, os estrategistas de ACM Neto planejam uma vingança: mudar o título eleitoral do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta para o Rio de Janeiro, de forma que ele saia candidato a governador.
Falta Bruno Covas no cenário tucano
Aliados do governador de São Paulo, João Doria, consideram que a morte de Bruno Covas fez romper a ponte entre o grupo do governador e aqueles que desejam apoiar Geraldo Alckmin ao governo, seja no PSD ou DEM. Alckmin está entre um e outro.
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Vai encarar?/ O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que já foi aconselhado a ficar longe da CPI, fez questão de se sentar na primeira fila, de frente para o relator da comissão, Renan Calheiros. A escolha do local é de caso pensado. Tudo o que os bolsonaristas querem agora é tirar Renan do sério, para reforçar apoios futuros a um relatório a ser produzido pelos aliados do Planalto, a fim de confrontar o do alagoano.
#fiqueemcasa/ O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou os expoentes do PT do Ceará, inclusive o governador Camilo Santana, para uma reunião a fim de deixar claro que são petistas e devem defender o partido, e não o PDT. A ideia é fechar desde já o grupo para não dar espaço a Ciro Gomes, de quem Camilo é aliado.
Ciumeira na economia/ O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, surge lá fora como um oásis de defesa da economia sustentável e verde no Brasil. Ganhou o prêmio de “banqueiro central 2020” pela revista britânica The Banker e, agora, acaba de sair muito bem no Financial Times. Tem gente com ciúmes do presidente do BC, inclusive Paulo Guedes.
Por falar em Guedes…/ No grupo de WhatsApp, Guedes se comparou a lorde Horatio Nelson, o almirante inglês que se preparava para a batalha contra Napoleão. A história ficou famosa, porque Nelson pediu uma túnica vermelha para que, quando fosse atingido, ninguém percebesse. Porém, quando soube do número de navios, ordenou: “então, me tragam a calça marrom”. Para alguns ministros, o colega passou recibo.
Os intocáveis: Flávia Arruda é orientada a manter equipe de ex-ministro na Secretaria de Governo
Blindagem diante da tensão…
…e da pandemia
Os novos limites de Lira…
… e do governo
A história recomenda cautela
Nos bastidores, parlamentares avaliam que Guedes tenta montar discurso de saída do governo
Pragmatismo em três atos rumo a 2022
A ministra da “transição”
Agora vai
Onde pega
Por falar em filhos…
A troca dos comandantes militares vem para o presidente Jair Bolsonaro cumprir o que queria, ou seja, afastar o comandante do Exército, general Edson Pujol, com quem se sente contrariado há tempos. Porém, isso não quer dizer que o Exército, sob nova direção, levará as Forças Armadas a tomar uma atitude a fim de garantir o cumprimento daquilo que o presidente prega desde o início da pandemia, ou seja, o fim do lockdown e do isolamento social. As Forças Armadas vão ajudar na distribuição de alimentos, remédios, equipamentos, oxigênio, transporte de pacientes, vacinas, mas não vão se prestar ao papel de garantir aglomeração em plena pandemia, tampouco defender a reabertura do comércio ou o fim de toque de recolher, enquanto a ciência recomenda o inverso, ainda mais com recordes de mortes.
Cabe ao governo, avisam os militares, cuidar dos desafios de garantir recursos para o atendimento de saúde, o novo auxílio emergencial, que até hoje não foi pago, e cumprir sua obrigação constitucional de vacinas para todos. O foco é a pandemia. E, a contar pela Ordem do Dia deste 31 de março de 2021, o “movimento de 64 é parte da trajetória histórica do Brasil” e assim deve ser entendido. Para bons entendedores, a menção de “Forças Armadas conscientes de sua missão constitucional” foi a senha para acalmar a tropa e avisar que não há ruptura institucional.
Faria Lima preocupada, mas…
A mudança na Secretaria de Governo, com a chegada da deputada Flávia Arruda, foi lida pelo mercado como um sinal de que pode haver mais compromisso entre Legislativo e Executivo.
… de olho
A repercussão das trocas militares do governo de Jair Bolsonaro, porém, preocupa. A turma do mercado está com muitas dificuldades de explicar aos grandes fundos internacionais o que está acontecendo por aqui. Na Europa, então, onde o presidente é tratado como “ultradireita” ou “extrema direita”, é ainda mais difícil explicar o governo.
Senadores insatisfeitos
Os senadores não estão colocando muita fé nas mudanças anunciadas, até aqui, pelo presidente Jair Bolsonaro. Nem na gestão da deputada Flávia Arruda (PL-DF), hoje um expoente do grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira. Há uma pressão sem fim para mudança nas pastas do Meio Ambiente e de Minas e Energia, que, aliás, era um lote do Senado no governo de Dilma Rousseff.
O retorno/ Quem está feliz é o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O desembarque de Flávia Arruda no Planalto lhe garantiu o ingresso pela porta da frente, de onde estava afastado há tempos.
Eu sou democrata/ O líder do PSL, Major Victor Hugo, contou à coluna que apresentou o projeto para incluir pandemia no programa de mobilização nacional pensando, exclusivamente, no atendimento de saúde, na possibilidade de requisitar empresas para a produção de insumos básicos. “Era um projeto para ajudar o país. Não seria nada feito sem aprovação do Congresso Nacional”, defende o autor.
Nem vem/ Os líderes partidários, porém, consideraram que, neste momento, é melhor ter calma e não tratar desse assunto. Resultado: a proposta foi
para a gaveta.
Pente-fino/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, agora analisa, um a um, os pedidos de seguidores em seu Twitter. Diante dos ataques que recebeu de redes bolsonaristas nos últimos dias, a intenção é preservar a sua timeline e identificar os robôs.
A chegada da deputada Flávia Arruda (PL-DF) ao cargo de ministra da Secretaria de Governo do Palácio do Planalto, sob as bênçãos do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), serve para compensar o Centrão por não ceder o Ministério da Saúde. E, depois de presidir a Comissão Mista de Orçamento, ela desembarca no quarto andar do Planalto com o compromisso de garantir a execução da lei que ajudou a aprovar.
Só tem um probleminha: a equipe econômica está preocupada com o Orçamento e já avisou que, do jeito que está, não será possível cumprir. Isso significa que Flávia terá dificuldades em cumprir sua missão. Se tem uma qualidade que ela terá que exercer daqui para frente, será a paciência para lidar com os ministérios que executam o Orçamento, tarefa essa que sempre incomodou todos os que passaram pela Secretaria de Governo. No desespero para azeitar a base política, Bolsonaro pode ter comprado uma briga com a equipe econômica.
Arrumou um canto…
… e desarrumou outro. No meio militar, a perspectiva de saída dos comandantes é vista como um sinal de que essa área voltará a ser motivo de tensão e é o ponto nevrálgico da reforma. Afinal, reza a Constituição, as Forças são instituições de Estado e não de governo. Agora, também está na Carta que cabe ao presidente da República nomear o ministro da Defesa. Portanto, não dá para reclamar tanto.
Tudo bagunçado
O primeiro teste do futuro chanceler Carlos França será o organograma do Itamaraty. Ernesto Araújo colocou secretários para comandar ministros e conselheiros, desrespeitando a hierarquia da Casa. Se não promover um reordenamento, França será mais do mesmo.
Esqueceram dele
Em meio à reforma ministerial, quem continua quietinho no governo é o assessor internacional Filipe Martins. Bolsonaro não quer demiti-lo. E, vale lembrar, o cargo de assessor internacional não é apenas mais um assessor. Tem lugar reservado no terceiro andar do Planalto e ajuda a elaborar a chamada “diplomacia presidencial”.
Faltou ele
Até aqui, a reforma ministerial atendeu à Câmara e representou uma atenção ao Senado, ao afastar Ernesto Araújo. Porém, a manutenção de Filipe Martins, que fez o gesto indecoroso e está sob investigação no Parlamento, não vai sanar o problema como um todo. E, de quebra, ao entregar a Secretaria de Governo à Câmara, o poder entre as duas Casas se desequilibra.
Última forma
No Centrão, está muito claro que, se a reforma não servir para apaziguar o meio político, o grupo segue outro rumo sem pestanejar. Afinal, seus líderes fizeram isso ao largar o PT e se aninhar a Jair Bolsonaro.
Curtidas
Reforma agita o jogo eleitoral do DF/ A política do “quadradinho” vai ferver daqui para frente. Flávia Arruda é citada como candidata a governadora com o apoio de Bolsonaro. Falta combinar com outros aliados, por exemplo, a deputada Bia Kicis (PSL-DF).
Chance perdida/ Em meio às mudanças na equipe, mais uma vez Bolsonaro deixou de fora um amigo, Alberto Fraga. Internamente, há quem diga que, se o presidente quisesse, teria arrumado um lugar para o ex-deputado.
Chance agarrada/ Quem aproveitou o embalo da saída de Ernesto Araújo foram os filhos de Bolsonaro: 01 e 03 ajudaram a emplacar Anderson Torres no Ministério da Justiça e, segundo políticos, o outro padrinho é o vice-presidente nacional do PSL, Antônio Rueda.
Sonho era príncipe no Itamaraty/ Se dependesse exclusivamente do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o nome para o ministério de Relações Exteriores seria o do correligionário Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP). Era a forma de compensar o “príncipe”, depois que o PSDB ficou com a comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Enquanto isso…/ Vale lembrar que as mudanças de ministros do governo não despacharam o vírus. Este, só as vacinas. E olhe lá.