Ação eleitoral: União Brasil quer Auxílio Brasil de R$ 600

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A reunião do União Brasil serviu de termômetro do que está por vir no plenário da Câmara, quando a Medida Provisória do Auxílio Brasil de R$ 400 for à votação. Dos 52 deputados da bancada, nenhum foi contra quando Danilo Forte defendeu que o partido apresente uma emenda passando o benefício para os R$ 600 pagos no primeiro ano da pandemia, de forma a não deixar essa “bondade” como obra dos partidos de oposição. “Todos os entes federados tiveram aumento de arrecadação. E já que não querem ceder em impostos para aliviar o preço da energia e dos combustíveis, que deem esse dinheiro para a população mais pobre”, defendeu Forte, com o aval de toda a bancada. O único que ficou calado foi o líder, Elmar Nascimento. E, diz o ditado, quem cala consente.

Os partidos mais ligados ao governo, porém, vão apostar nos R$ 400, o piso do Auxílio que, em alguns casos, ultrapassa o valor de R$ 800. E deixar claro que é melhor aprovar do jeito que está do que voltar aos parcos recursos pagos pelo antigo Bolsa Família. A discussão promete.

Cena fluminense

Alguns cultos evangélicos no interior do estado do Rio de Janeiro começam com a entrada da bandeira do Brasil e o Hino Nacional. Quem esteve por lá recentemente viu que, quando a música para, um pastor diz: “A nossa bandeira jamais será vermelha”.

Eu sou você amanhã
Dificilmente, a maioria da Câmara dos Deputados vai corroborar a ordem do STF, de cassar o mandato de Daniel Silveira. A ordem que impera nos partidos é na linha do que foi dito pelo presidente Arthur Lira, ou seja, o Parlamento é quem decide a sorte dos deputados.

Direito autoral
Se fosse por um processo interno, Daniel poderia ser até punido, mas cassação por ordem do STF os parlamentares tendem a rejeitar.

Nossos índios estão sozinhos
A denúncia do caso de estupro e morte de uma menina ianomami de 12 anos, em Roraima, obteve até aqui respostas protocolares das autoridades locais. Em Brasília, silêncio de todos os ministérios, seja de Direitos Humanos, seja da Justiça. E se fosse a sua filha?

Terrivelmente chateado/ A alguns amigos, o presidente Jair Bolsonaro disse que, se soubesse que o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, votaria contra Daniel Silveira, teria escolhido Ives Gandra Martins Filho ou Augusto Aras para o STF.

Por falar em escolhas…/ O ex-ministro Carlos Marun (MDB) decidiu que não será candidato a nada. “Descobri que há vida fora do Parlamento”, diz ele.

A boa regra/ Na exposição em homenagem aos 62 anos de Brasília e do Correio, diversas autoridades comentavam o indulto a Daniel Silveira — exceto o ministro Gilmar Mendes. Ele só fala nos autos.

Portfólio/ Onde a deputada Bia Kicis vai, ela carrega o relatório do trabalho de seu período na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Em 2021, em plena pandemia, foram apreciadas ali, em 2021, 934 matérias, entre elas o projeto que prorrogou o subsídio para 17 setores da economia, que ela negociou pessoalmente com o ministro Paulo Guedes.

Alguns ministros do STF avaliam que Barroso avançou o sinal

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A depender das conversas entre ministros do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso avançou o sinal ao dizer que as Forças Armadas estão orientadas a pôr em dúvida o processo eleitoral no Brasil. Nos bastidores, há quem tema que as declarações de Barroso sirvam para que as Forças tomem partido nessa tensão entre o Poder Executivo e o Judiciário e para que o presidente Jair Bolsonaro inclua outros temas, muito além da graça que Bolsonaro concedeu a Daniel Silveira.

A citação por parte de Bolsonaro do novo marco para demarcação de terras indígenas, em discussão no Supremo Tribunal Federal, é vista como um exemplo. O presidente não pode simplesmente dizer que não cumprirá uma determinação da Suprema Corte.

Muita calma…

Os líderes partidários mais aliados ao Planalto não estavam muito dispostos a entrar nessa briga entre Planalto e Supremo Tribunal Federal. Mas o projeto da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que concede anistia ao deputado Daniel Silveira, tenta colocar a turma no redemoinho.

…nessa hora
Em princípio, a ideia que alguns vão levar ao presidente da Câmara, Arthur Lira, é deixar esse projeto tramitando normalmente, para esperar um pouco e ver se esfria a tensão entre Planalto e STF. Falta combinar com os bolsonaristas, ávidos por ver Daniel Silveira candidato.

Ou vai ou racha
O início das inserções de rádio e tevê do PSDB é a esperança dos aliados de João Doria dentro do partido. Se subir alguns pontinhos e reduzir a rejeição, ninguém tira a candidatura dele.

Nem vem
No MDB, porém, há um grupo que não quer saber do tucano. Muita gente diz que, se Simone Tebet não for candidata, uma ala apoiará Lula, e outra, Bolsonaro. No DF, como o leitor da coluna já sabe e o telespectador do CB.Poder também, o governador Ibaneis Rocha apoiará Bolsonaro.

Por falar em DF…
O pré-lançamento da candidatura de Damares Alves ao Senado foi lido, nos bastidores, como um sinal de que nem tudo está tão tranquilo para a deputada Flávia Arruda na base bolsonarista. Até aqui, a ex-ministra da Secretaria de Governo era considerada o nome para a vaga, em parceria com Ibaneis Rocha à reeleição. O movimento de Damares embaralhou esse jogo.

… o jogo é bruto
Agora, está reaberto o leque de especulações sobre uma possível candidatura de Flávia Arruda ao governo. Aí tem outro problema: parte dos bolsonaristas não quer. Até julho, temporada das convenções, tem conversa.

E por falar em Dia do Trabalho…/ Com o propósito de incluir motoristas e entregadores que atuam por meio de plataformas digitais no sistema público da previdência, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) pretende reunir parlamentares, empresas, governo federal e acadêmicos no evento Plataformas Digitais nesta quarta-feira, 27, no auditório da FGV, em Brasília, para debater o tema, o futuro da proteção social no trabalho digital.

… eles querem discutir/ Já confirmaram presença o secretário-executivo do Ministério da Fazenda e Previdência, Bruno Dalcomo; os deputados Rodrigo Coelho (Podemos-SC), Marco Bertaiolli (PSD-SP), Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Paulo Ganime (Novo-RJ). A Amobitec, que representa empresas como Uber, 99 e iFood, defende a construção de um ambiente regulatório com segurança jurídica para o modelo de negócio das plataformas.

Anteprojeto/ A ideia é chegar a um sistema que propicie a proteção social aos profissionais independentes, que hoje totalizam cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil. No evento, será apresentada uma carta de princípios do setor sobre o tema, que já vem sendo citada como algo que poderá ajudar na construção de uma nova legislação a respeito.

É lá/ Ficou a ver navios a turma que costuma fazer fila na casa do ex-presidente José Sarney todo 24 de abril para cumprimentá-lo pelo aniversário. Os 92 anos foram comemorados no Maranhão. Com Roseana Sarney candidata a deputada federal para puxar votos, a maioria da família não sai de lá.

Bolsonaro põe STF na arena política

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Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza (interino)

O indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira, contrariando o entendimento de dez ministros do Supremo Tribunal Federal, empurra o Poder Judiciário ao terreno do bolsonarismo. O gesto do chefe do Planalto põe a política no caminho da Justiça, em um ano eleitoral. O desgaste para os integrantes da mais alta Corte de Justiça do país será incontornável.

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Ao justificar a concessão do perdão ao parlamentar, Bolsonaro empregou argumentos jurídicos, como defesa da liberdade de expressão, e noções subjetivas, como a de que a “sociedade encontra-se em legítima comoção”. O objetivo, entretanto, é claramente político. Não se trata de preservar um senso de justiça, mas manter no campo eleitoral uma controvérsia que, na última quinta-feira, ganhou claro entendimento no Judiciário.

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O STF pode frear o ímpeto presidencial em resposta ao decreto, mas não conseguirá evitar a tensão institucional detonada pelo Palácio do Planalto, com evidentes efeitos políticos e econômicos. Note-se que o réu em questão foi condenado por incitação a atos antidemocráticos e ataques aos ministros do Supremo.

“Covarde”
Paola Daniel, esposa de Daniel Silveira e pré-candidata a deputada federal, cobrou uma reação mais firme do chefe da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). “Daniel Silveira não é criminoso para ter pena estipulada. Ele não cometeu crime algum e posso garantir que ele não está assustado. Está ainda mais decidido a despertar pessoas para o que poderemos enfrentar. Arthur Lira é um covarde!”, escreveu em uma rede social.

Joio e trigo
Quando ainda não era ministro do Supremo, André Mendonça deixou claro aos senadores que o ouviam em sabatina. “Na vida, a Bíblia. No Supremo, a Constituição”, dizia, sinalizando que saberia distinguir religião e laicidade. Ontem, diante da revolta de bolsonaristas com a condenação a Daniel Silveira, o ministro recorreu às suas convicções morais e jurídicas. “Sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e [b] como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja”, disse.

Está bagunçado

A crise na comunicação da pré-campanha de Lula obrigou o petista a intervir. Ontem, o partido dispensou o marqueteiro Augusto Fonseca, em um revés para o ex-ministro Franklin Martins, até aqui chefe da estratégia de comunicação da campanha de Lula. “A campanha vai ser mais ampla que o PT” e Lula vai “resolver a questão”, disse ao Correio uma fonte do entorno do ex-presidente. O partido ainda não decidiu quem vai ser o novo marqueteiro.

Pé quente
Setores do PT tentam emplacar um marqueteiro mais ligado ao partido. O preferido é o publicitário Sidônio Palmeira, que esteve à frente das campanhas vitoriosas do partido ao governo da Bahia em 2006 e 2010, com Jaques Wagner, e em 2014, com Rui Costa.

Reajuste suspenso
O ministro do STF Luís Roberto Barroso suspendeu o reajuste extra concedido a servidores da saúde, educação e segurança pública de Minas Gerais
. O subsídio foi aprovado pela Assembleia Legislativa do estado e elevou em 14% os salários do funcionalismo. Com a decisão do magistrado, fica valendo o reajuste 10,06% dado a todos os servidores do estado. A medida fica em vigor até a análise do caso pelo plenário da Corte. Na decisão, Barroso alertou para o “risco de impacto significativo e irreversível nas contas do Estado”.

A guerra do auxílio
O governo se articula para barrar a tentativa da oposição de aumentar o valor do Auxílio Brasil para R$ 600. O Planalto pretende deixar a medida provisória que complementa os pagamentos do programa caducar e, em seguida, editar um decreto para fixar o benefício em R$ 400 até o fim de 2022. PT, PSol, PSB, PCdoB e PDT tentam, além de elevar o valor do Auxílio Brasil, tornar o benefício permanente. Nesta guerra, além do cálculo eleitoral, pesa a questão orçamentária.

Mais arrocho
Recentemente elogiado pelo ex-ministro Guido Mantega, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, segue fiel à amarga receita para conter a inflação. A investidores estrangeiros, em Washington, ele disse que o Copom deve aumentar a taxa Selic em um ponto percentual na reunião prevista para o início de maio. Atualmente, a Selic está em 11,75%. Na avaliação do presidente do BC, é “apropriado continuar avançando significativamente no processo de aperto monetário para um território ainda mais restritivo”.

Doria ou Leite: PSDB tenta se unir para evitar fracasso total

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A conversa entre os ex-governadores João Doria e Eduardo Leite foi o primeiro passo para, se for o caso, mais à frente, o PSDB buscar uma chapa pura para a Presidência da República. A portas fechadas, foi dito que o União Brasil descartou Sergio Moro como candidato e apresentou Luciano Bivar, que não é visto como opção real. Simone Tebet já afirmou que não aceita ser vice de ninguém, e o partido dela, o MDB, está para lá de dividido. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), cogita apoiar Bolsonaro num cenário de segundo turno entre o atual presidente e Lula, enquanto os senadores da legenda defendem o apoio a Lula logo na convenção de julho. Portanto, resta de chances, numa terceira via, o PSDB.

Quanto a quem será o candidato, Doria tem a preferência. Venceu as prévias e, pelo critério de intenção de voto, não há outro nome que seja mais viável que o dele dentro dos partidos que decidiram buscar uma candidatura única para enfrentar Lula e Bolsonaro. Quanto à rejeição, argumento usado pelos aliados de Eduardo Leite para tentar tirar Doria do páreo, o paulista rebate dizendo que venceu duas eleições — prefeitura e governo de São Paulo — e que a dinâmica da campanha mostrará sua viabilidade. Doria e Leite, juntos, têm a chance de se diferenciar da turma que, de público, busca uma candidatura para se contrapor à polarização Lula-Bolsonaro, mas, nos bastidores, permanece o estica-e-puxa entre esses dois extremos. Resta saber se as torcidas de Doria e de Leite aceitarão uma chapa única, que periga só sair em julho, temporada das convenções para escolha de candidatos. Até lá, muita água ainda vai rolar sob a ponte da terceira via.

A senha

A entrada da presidente do Podemos, Renata Abreu, no portfólio da terceira via vem sendo usada como argumento para deixar a escolha de um candidato único mais para a frente. Ou seja, 18 de maio foi estipulada como a data para a definição do nome, mas no balanço das horas tudo
pode mudar.

Enquanto isso, nos polarizados…
Se Lula e Bolsonaro participarem dos debates eleitorais em agosto, um dos rounds será sobre obras. O PT de Lula se prepara para dizer aos quatro ventos que o atual governo não lançou sequer uma obra e o que fez foi apenas concluir as que já estavam em andamento, idealizadas na gestão petista.

… a briga pela paternidade rola solta
Os aliados de Bolsonaro repetem, diariamente, que foi tanto desvio de recursos, no passado, que não foi possível concluir as obras.

Melhor de três
Por fora daqueles que tentam se unir em torno da terceira via estão o PDT, de Ciro Gomes, que, paulatinamente, vai tocando sua pré-campanha, tentando ampliar seu espaço, e… o PSD. Gilberto Kassab garante que seu partido terá candidato próprio ao Planalto.

Deu ruim I/ Aliados do presidente Jair Bolsonaro consideraram para lá de infeliz a frase em que ele disse se sentir um prisioneiro no Planalto. É que pode passar a ideia de que ele não deseja ser reeleito.

Deu ruim II/ Alguns governadores chamados a conversar sobre um possível apoio a Lula foram recebidos por José Dirceu, João Paulo Cunha e João Vaccari Neto. Saíram convencidos de que o partido dificilmente trará algo de novo.

Nem tanto/ Nas entrevistas que tem dado nas rádios Brasil afora, o ex-presidente tem lançado as bases de um novo programa de governo. Esta semana, falou em nova legislação trabalhista, que leve em conta os avanços tecnológicos, em especial o home office.

Corda em casa de enforcado…/ A deputada Bia Kicis (PL-DF) levou o assunto da compra de Viagra pelo governo do Rio Grande do Norte para a solenidade do Dia do Exército. Na ala reservada às autoridades, ao lado do deputado general Girão (PL-RN), ela fazia uma transmissão ao vivo para suas redes sociais e perguntou ao parlamentar: “E aí? Sua governadora está comprando Viagra lá para quê?” Eis que o deputado responde: “Tive um problema cardíaco e precisei tomar esse medicamento. Os petistas criticaram e, agora, morderam a língua. Disseram que compraram por decisão judicial”, respondeu Girão. Alguns militares que ouviram a conversa não gostaram de ver o tema recolocado. Ainda que fosse em defesa das Forças Armadas.

 

Classe média se torna a esperança de Bolsonaro

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Alvo de adversários do governo, a classe média é considerada estratégica pelos bolsonaristas. Eles acreditam que é nesse eleitorado que o presidente Jair Bolsonaro conseguirá a alavanca para reduzir a rejeição a níveis mais seguros, capazes de garantir um segundo mandato. Por isso, a ordem no governo é, daqui por diante, valorizar tudo que foi feito para esse segmento. Como, por exemplo, o reajuste da tabela do imposto de renda.

De quebra, a turma do presidente jogará luz sobre o que os adversários têm dito. Em especial, Lula. O ex-presidente disse, há poucos dias, que a classe média ostenta desnecessariamente. No passado, Aristóteles, Montesquieu e Tocqueville destacaram a importância da classe média. Afinal, quem está abaixo quer ascender.

Corrida pelos evangélicos

Justificam-se os gestos dos pré-candidatos ao eleitorado evangélico: eles representam hoje 34% dos religiosos. Em 2010, eram 20%.

Difícil tirar deles
Quem acompanha todas as pesquisas de intenção de voto considera que a tendência desta temporada eleitoral é a reeleição. Pelo menos, para os governadores-candidatos. A maioria deles recebeu recursos durante a pandemia e tem a caneta na mão para inaugurar obras.

Solidariedade assediado
Desde que anunciou que estava fora do palanque de Lula, Paulinho da Força vê uma romaria de pré-candidatos à sua porta. Agora, foi a vez de Eduardo Leite. Os aliados do ex-governador gaúcho continuam tentando buscar um movimento de fora para dentro.

O tema é a economia
Os bolsonaristas chamam Lula de ladrão, os petistas listam vários escândalos do governo. Jogo empatado nesse campo, os dois lados que hoje torcem pela polarização consideram que o grande tema desta campanha será a economia.

Por dentro…/ O deputado Aécio Neves (PSDB-MG) aproveitou a segunda-feira morna em Brasília para dinamitar João Doria em São Paulo. Ele esteve com Fernando Henrique Cardoso, com quem discutiu os cenários eleitorais e as chances de Eduardo Leite.

… e por fora/ Com Michel Temer, Aécio discutiu a chapa Simone Tebet/Eduardo Leite. Aliás, depois que a senadora anunciou, em entrevista ao Correio, que não será vice de ninguém, o único que resta no papel de vice é Leite.

Enquanto isso, em Minas Gerais…/ Em João Pinheiro, o visitante se depara com a cachaça artesanal Caninha do Lula. No rótulo, escrito “aguardente de cana roubada” e “engarrafada secretamente no
Palácio do Planalto”.

… a campanha começou/ Um outdoor na estrada traz a foto de Jair Bolsonaro, que visitou recentemente a região.

Doria vai ocupar o horário eleitoral do PSDB a partir de 26 de abril

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Coluna Brasília/DF, por Denise Rothenburg

No papel de pré-candidato oficial do PSDB à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo João Doria ocupará o horário gratuito do partido que vai ao ar na tevê a partir de 26 de abril. Só tem um probleminha: com o presidente do partido, Bruno Araújo, afastado da coordenação da pré-campanha, aliados de Eduardo Leite dentro do PSDB já estão em campo para aproveitar a situação e tentar dar fôlego ao nome do ex-governador gaúcho. A ordem é espalhar a ideia de que haverá uma chapa única dos partidos de centro em 18 de maio. E não será Doria o escolhido.

Da parte dos aliados de Doria, a avaliação é a de que a pré-candidatura de Leite não existe, porque foi derrotada na prévia, realizada democraticamente pelo partido. Essa situação, segundo a turma do ex-governador paulista, só muda se ele abrir mão de concorrer ao Planalto. Ou seja, os tucanos viverão 30 dias de muito empurra-empurra.

Montadoras em movimento…

A reforma tributária em discussão no Senado, por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 110, tem como pano de fundo uma queda de braço entre as montadoras de veículos instaladas no país. É que o grupo Stellantis, proprietário das marcas Fiat e Jeep, é beneficiado por uma emenda do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), para prorrogar o subsídio de incentivos fiscais que a fábrica das montadoras recebe por sua unidade em Goiana (PE).

…pela livre concorrência

As demais montadoras são contra e já começaram um périplo pelo Legislativo para barrar a proposta de Bezerra. Até aqui, a andança tem funcionado. Começa a cristalizar o discurso de que já deu tempo de a empresa atrair e amortizar o investimento. Para completar, o resultado do grupo, em 2021, foi expressivo e não justifica mais destinar R$ 5 bilhões por ano a uma única fábrica.

Emprego e Orçamento reforçados

Os argumentos ainda vão mais além. Primeiro, o incentivo termina reforçando o lucro de uma empresa privada em vez de destinar recursos aos fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Quanto à geração e empregos, outras montadoras que podem se instalar por ali acabam desestimuladas, por causa dos benefícios concedidos a quem já está na região.

 

“A política já foi xadrez, depois virou pôquer. Passados alguns anos, foi transformada em truco. Hoje é MMA”

Paulo Kramer, cientista político e professor

 

 

Se vencer a disputa presidencial, PT não apoiará reeleição de Arthur Lira

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Antes mesmo de aberta a temporada oficial da campanha deste ano, o PT já sabe o que não fará em fevereiro do ano que vem, caso o ex-presidente Lula vença o pleito de outubro: não apoiará Arthur Lira para mais um mandato à frente da Câmara dos Deputados, ainda que o parlamentar tenha lastro para ser candidato. “O PT e seus aliados terão outro nome para a Presidência da Câmara”, afirmou o secretário-geral do partido, deputado Paulo Teixeira (SP), em entrevista à Rede Vida que foi ao ar esta semana.

Os petistas consideram que Lira hoje é do grupo aliado ao presidente Jair Bolsonaro e está muito ligado ao governo. Portanto, não será o nome defendido pelo PT.

Procuradoria paulista faz escola
Depois que a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo pediu ao Ministério Público no estado que investigue se a transferência de domicílio eleitoral do ex-juiz Sergio Moro obedeceu às normas legais, a procuradoria gaúcha cogita fazer o mesmo com o vice-presidente Hamilton Mourão.

Noves fora…
Os bolsonaristas têm feito as contas e consideram possível que o presidente Jair Bolsonaro ultrapasse Lula nas pesquisas até julho. Para isso, acreditam que basta dar uma “melhoradinha” na economia.

… menos um
A avaliação é de que, além da economia, o tema que poderia dar mais trabalho era a pandemia. Esse assunto, porém, já está de saída da agenda eleitoral. Apesar das milhares de mortes, a euforia por andar sem máscaras e a oferta de vacinas a todos terão mais destaque. Afinal, o brasileiro tende a ver o lado positivo das coisas.

Atentado?
O ataque ao jornalista Gabriel Luiz no Sudoeste, bairro nobre e de classe média alta da capital da República, mobilizará todos os segmentos políticos, em busca de uma investigação séria e rápida. Muito esquisito não terem roubado nada do rapaz, considerado um exímio repórter investigativo. Não pode ter a mesma velocidade de apuração do atentado à vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro.

Não confie/ A senadora Simone Tebet (MDB-MS) terá de ter cuidado redobrado quando chegar a hora de ser indicada oficialmente candidata do MDB à Presidência da República. A turma do Nordeste, que apoiará Lula, não é fácil.

Histórico/ Em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso era presidente, candidato à reeleição, e uma parcela expressiva do MDB defendia a continuidade da parceria, o então pré-candidato Itamar Franco foi humilhado na convenção do partido, que teve vidros quebrados.

Nem tanto/ A sorte de Simone Tebet é que quem mais humilhou o ex-presidente Itamar Franco à época foi o então líder do PMDB, Geddel Vieira Lima. Atualmente, depois do “apartamento-caixa-forte” e da prisão, não tem mais moral para exigir nada da legenda.

E o Alckmin, hein?/ O discurso de Geraldo Alckmin para as centrais sindicais virou uma saraivada de memes. Ele já foi chamado até de “Chêraldo”, numa referência a Che Guevara. Só tem um probleminha: se a chacota for demais, a chapa corre o risco de virar uma piada e atrapalhar a pré-campanha de Lula.

“Difícil encontrar um candidato”, diz José Sarney

Publicado em coluna Brasília-DF

Do alto de seus 92 anos e considerado o político mais experiente do país, o ex-presidente José Sarney vê a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) como algo praticamente consolidado. “Candidato a presidente da República não se faz do dia para a noite. Obviamente, existem exceções”, diz ele. Sinal de que o tempo da terceira via está cada vez menor.

As exceções a que Sarney se refere foram representadas pelo próprio Bolsonaro, em 2018, e Fernando Collor, em 1989. Porém, vale lembrar, tanto Collor quanto Bolsonaro já eram da política. Sobre quem tem mais chances e o que fará o MDB, Sarney, que recebeu a visita de Lula esta semana, evita polêmicas: “Estou meio afastado. Não estou na militância política. Com 92 anos, não quero me meter mais, não vou entrar em nenhuma luta política. Já dei minha contribuição”, diz o político que todas as semanas recebe os mais novos, que vão procurar seus conselhos.

Eles já estão lá na frente

No jantar dos senadores do MDB com Lula, discutiram-se estratégias para a campanha que está por vir. Por exemplo: como combater Bolsonaro nas redes sociais. Na avaliação unânime dos presentes, é preciso puxar as pessoas para a percepção da dura realidade econômica. E quanto à pandemia, lembrar que o estrago poderia ter sido menor, se houvesse uma gestão eficiente na área da saúde.

Três meses de tensão e pretensão
A discussão do jantar é a prova cabal de que, até 20 de julho, quando abre o prazo para as convenções que irão escolher os candidatos a presidente da República, nenhum nome da terceira via pode dizer com certeza que aparecerá na urna como uma opção real ao eleitor. À exceção de Ciro Gomes, do PDT, os demais terão problemas.

Ninguém está tranquilo
O MDB lulista deixa claro que está disposto a tentar barrar a candidatura de Simone Tebet ao Planalto na convenção. O PSDB vislumbra uma disputa entre o ex-governador de São Paulo João Doria, que venceu a prévia, e o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite. E Sergio Moro não tem maioria no União Brasil.

Melhor de três
Neste cenário de incertezas, quem está com mais chances de segurar a candidatura é Doria. O ex-governador tem se dedicado a conquistar os tucanos e isolar os opositores. Em comparação a Tebet, Moro e Leite, é que tem mais recursos para isso.

Enquanto isso, no Planalto…
O feriadão da Semana Santa será dedicado a buscar um meio de sair da defensiva, depois das questões relacionadas à CPI do MEC, ao Orçamento e ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Em princípio, a ideia no gabinete presidencial é atribuir tudo ao jogo eleitoral, que já está em curso.

Acalmem-se, meninos!/ Aliados de Bolsonaro querem que os filhos dele fiquem mais “discretos” durante esse período de campanha, até para evitar maiores desgastes à imagem presidencial. Só tem um probleminha: os filhos do presidente consideram que é preciso partir para cima dos adversários e tratar tudo como perseguição política.

Os companheiros/ O senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB) acompanhou Lula na visita ao acampamento indígena, em Brasília. Pré-candidato ao governo da Paraíba, ele está cuidando da própria campanha. Em solo paraibano, a aliança MDB-PT está consolidada.

Prioridade petista/ O PT definiu a Bahia como um dos estados em que Lula irá intensificar a pré-campanha. A aposta dos petistas é que se conseguirem tornar o ex-secretário Jerônimo Rodrigues mais ligado a Lula até julho, será meio caminho andado para o partido conseguir manter o governo baiano em 2023.

Sem essa de “Luneto”/ A ideia do PT é tirar de cena o “Luneto” ensaiado pelo líder das pesquisas, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que não tem hoje um presidenciável atrelado à sua campanha e jogará para deixar a disputa estadual dentro dos temas mais vinculados ao estado.

Lula quer mostrar amplitude

Publicado em coluna Brasília-DF

Depois das declarações desastrosas a respeito do aborto, da classe média e do estímulo a movimentos na porta dos políticos, o ex-presidente Lula teve este jantar em Brasília, na casa do ex-senador Eunício Oliveira, para compensar com um gesto político o que falou em termos de comunicação direta com a sociedade. A avaliação interna é a de que o crescimento de Jair Bolsonaro tem se dado justamente por erros estratégicos do petista, em várias entrevistas. A ordem, agora, é mostrar que, em termos de diálogo suprapartidário, Lula é quem tem mais espaço ao centro. Falta combinar com o eleitor deste segmento que, se confirmada a saída do ex-juiz Sergio Moro da disputa, fortalece o presidente da República — que seja quem for, e candidato à reeleição, não é um personagem fácil de vencer no mano-a-mano.

A maioria dos senadores que jantou com Lula já é considerada voto do petista. Ou seja, faz vista, mas não amplia o volume da pré-campanha.

O que eles temem

Senadores de partidos de centro e que retiraram as assinaturas da CPI do MEC não querem saber do exército bolsonarista na internet perturbando eles e seus partidos durante a campanha eleitoral. Embora alguns não sejam candidatos, não querem ver seus aliados como alvos daqueles que apelidaram de “milicianos virtuais”.

Projetos pessoais dominam…
Se tem algo que os principais personagens da terceira via já perceberam é a falta de vontade política de uma parcela expressiva de estrelas de seus próprios partidos para viabilizar suas apostas. O setor do MDB que se reuniu com Lula na casa do ex-senador Eunício Oliveira, por exemplo, acredita que voltará a ter protagonismo com o petista no Planalto. E embora não anuncie abertamente, não apoiará a senadora Simone Tebet (MS).

… e atrapalham o centro
Há vários movimentos cuja resultante é o sufocamento da terceira via. No União Brasil, partido no qual Moro jogou suas fichas, há uma banda que tende a apoiar Bolsonaro, outra João Doria (PSDB) e uma maioria que não deseja candidato a presidente da República, conforme o leitor da coluna já sabe. Entre os tucanos, Doria passou a buscar um movimento de fora para dentro, uma vez que terá dificuldades em conseguir fazer com que seus adversários internos deixem de buscar a candidatura de Eduardo Leite para tirar-lhe fôlego.

Por fora
A “trairagem” no PSDB, no MDB e no União Brasil foram os ingredientes que levaram tanto o PDT de Ciro Gomes quanto o PSD de Gilberto Kassab a ficarem longe das conversas sobre candidatura única. Ciro tem feito a pré-campanha em carreira solo, enquanto os pessedistas permanecem quietos organizando os palanques estaduais, buscando um nome para concorrer ao Planalto.

Gato escaldado…/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já disse a amigos que não irá segurar CPI na base da “canetada”.

… tem medo de água fria/ O senador não quer repetir o que houve na CPI da Covid, quando ele passou pelo constrangimento de ter que instalar a comissão por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

Janela de votações…/ Esta é a última semana de funcionamento da Câmara pelo sistema híbrido. Semana que vem, a Casa volta às sessões presenciais. Será quase que um último esforço concentrado para tentar aprovar propostas polêmicas e reformas estruturantes antes da eleição de outubro.

…será curta/ Em junho, com as primeiras festas juninas do pós-pandemia, a intenção é deixar as votações mais frouxas para que os deputados nordestinos, por exemplo, possam cuidar das agendas locais.

 

Deputados do União Brasil são contra a sigla ter candidato próprio ao Planalto

Publicado em coluna Brasília-DF

A depender da vontade da maioria dos deputados que integra a bancada do União Brasil, o partido não terá candidato a presidente da República. O presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), foi muito cobrado em reunião fechada, esta semana, do compromisso de dar liberdade aos estados para cada um seguisse o caminho que considerasse melhor. Pelas contas, 99% querem distância de um candidato a presidente.

A deputada Clarissa Garotinho (RJ), por exemplo, foi incisiva ao dizer que a maioria do partido não era de esquerda e que, se continuasse do jeito que está, melhor seria apoiar logo o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado Danilo Forte (CE) lembrou que os partidos que hoje discutem uma candidatura única, já abandonaram seus candidatos no passado — a começar pelo MDB, que abandonou Ulysses Guimarães, em 1989, e o PSDB, que abandonou todos os seus postulantes desde a campanha de José Serra, em 2002, terminando por fazer o mesmo com Geraldo Alckmin, em 2018. Seria muito ruim o União Brasil, em sua primeira eleição, fazer o mesmo.

As cobranças sobre Bivar foram tantas que, conforme relatos dos participantes da reunião, ele chegou a dizer que a data de 18 de maio, fechada com os demais partidos de centro para fechar uma candidatura única, pode ser revista. A ideia é que, em maio, definam-se os critérios para essa escolha. Logo, conforme o leitor da coluna já sabe, antes das convenções partidárias, em julho, vai ser difícil se fechar um acordo com todos os partidos de centro.

PF na cobrança…

Delegados federais se reuniram, esta semana, em assembleia na Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF). O assunto, claro, foi a reestruturação das carreiras policiais ligadas ao Ministério da Justiça, como a PF e Polícia Rodoviária Federal (PRF). A classe confia que Bolsonaro cumprirá o compromisso de enviar a medida provisória sobre a reestruturação a tempo de ser aprovada pelo Congresso ainda este ano.

…e na esperança
Os delegados, em todas as intervenções durante a reunião, foram muito claros no sentido de dar um voto de confiança a Bolsonaro. Eles acreditam que o rompimento do compromisso geraria um desgaste muito grande para um governo que tem a segurança pública como bandeira.

Calendário
A demora em marcar a data para o lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto se deu porque o partido ainda não tinha acertado o leque de alianças. O PSol, por exemplo, só bateu o martelo sobre sua participação oficial na aliança petista à Presidência da República esta semana. Rede, PCdoB e PSB, que já estavam fechados, queriam uma data em que pudessem levar todos os seus principais líderes. A ideia é mostrar que Lula uniu quase todos os partidos de esquerda numa grande frente e, no dia seguinte, seguirem todos juntos para o ato do Dia do Trabalho.

Por falar em Dia do Trabalho…
O governo não pretende deixar a data passar em branco. No Planalto, a ideia é dar destaque ao interesse de empresas estrangeiras em vir para o Brasil, e ao crescimento da economia brasileira, apesar dos problemas que o mundo enfrenta.

Pimenta nos olhos dos outros…/ “Bem-vindo ao clube”. Assim, os bolsonaristas brincaram com um petista, esta semana, no plenário da Câmara, que, inicialmente, não entendeu. Eis que o bolsonarista explicou: “Antes, era Jair Bolsonaro que tropeçava no ‘sincericídio’. Agora, o ex-presidente Lula segue pelo mesmo caminho, ao dizer abertamente o que pensa a respeito do aborto, dos parlamentares, da classe média, dos militares e por aí vai”.

… é refresco/ Os bolsonaristas brincam no plenário, mas, fora dele, já se preparam para surfar contra o discurso de Lula, de que a classe média ostenta um padrão acima do necessário. Vão sacar as fotos em que o petista exibe um relógio Piaget, de R$ 80 mil.

“Amortecedor”/ Assim como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, é o amortecedor das crises no Planalto, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, será uma espécie de airbag dos discursos de Lula. Hoje, por exemplo, no encontro em São Paulo entre PT e PSB para apresentação de Alckmin como o nome para a vice de Lula, será exaltada a proximidade do ex-tucano com a Igreja.

O retorno/ Sergio Moro volta dos Estados Unidos na semana que vem e, embora retirado das pesquisas de intenções de voto de alguns institutos, pretende manter inalterada a sua agenda de pré-candidato a presidente. Segunda-feira, estará no Rio Grande do Sul.

E o Jair Renan, hein?/ A chegada de Jair Renan, o filho 04 de Bolsonaro, à Polícia Federal, foi devidamente registrada para a campanha eleitoral dos opositores do governo. Ele foi depor sobre denúncia de tráfico de influência, mais um tema de desgaste para a família presidencial.