Tag: eleições 2022
Deputados nordestinos do PL, do PP e do Republicanos já avisaram às respectivas direções partidárias que vão cuidar da própria campanha nos estados, sem vinculação com a do presidente Jair Bolsonaro. A ideia dos parlamentares é manter uma certa distância do chefe do Executivo, especialmente nos estados onde Lula apresenta o dobro das intenções de votos de Bolsonaro. A avaliação deles vai na linha do “precisamos sobreviver” e, por isso, vão seguir o “cada um por si”.
No PL, será mais difícil manter esse distanciamento do presidente da República. Afinal, é o partido de Bolsonaro, e o nome dele estará em todo o material de campanha da legenda.
Rueda informa
Meio avesso a entrevistas, o vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda, afirma à coluna que a reivindicação dos deputados para que o partido financie as pré-campanhas não será atendida. “Não prometemos financiar pré-campanha. Não existe financiamento de pré-campanha. Não vou colocar em risco o meu CPF, o do presidente do partido e o da tesoureira financiando algo que não está na legislação eleitoral. Seguiremos estritamente o que está na lei.”
A união das tensões
Ao juntar as apurações das milícias digitais com as investigações sobre os ataques às urnas eletrônicas, o ministro Alexandre de Moraes tenta preparar terreno para ações futuras. No plano político, já tem muita gente interessada em montar estratégia para o caso de o presidente Jair Bolsonaro continuar atacando as urnas com o objetivo de elaborar uma narrativa que lhe permita rejeitar um resultado eleitoral desfavorável à reeleição. Daqui até outubro, ninguém terá tranquilidade.
Saída honrosa
Congresso e Supremo Tribunal Federal tentam encontrar um meio para resolver o caso Daniel Silveira (PTB-RJ) e, ao mesmo tempo, não desmoralizar instituições. As avaliações até aqui são de que a Corte não tem como desfazer o perdão concedido por Jair Bolsonaro ao deputado. O jeito, dizem alguns, é jogar o assunto para resolução no Parlamento.
Por falar em Parlamento…
O presidente da Câmara, Arthur Lira, deixou o assunto Daniel Silveira em “banho-maria” e não pretende tirar desse fogo brando tão cedo.
E a terceira via, hein?
A bancada do PSDB deu carta branca ao presidente do partido, Bruno Araújo, para que negocie uma candidatura única. Só tem um probleminha: João Doria não abrirá mão da disputa para apoiar Simone Tebet, do MDB. A senadora, por sua vez, já declarou que não será candidata a vice de ninguém. Logo, a “carta branca” da bancada tucana e nada são quase a mesma coisa.
Almoço discreto/ O ministro da Justiça, Anderson Torres, almoçou com o vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda. Perguntado se vai para o partido, Torres apenas sorriu. O ministro não será candidato agora, mas dá todos os sinais de que a política permanece nos seus planos.
Um abrigo para dois/ No União Brasil está Sergio Moro, um dos antecessores de Torres na Justiça e adversário ferrenho do presidente Jair Bolsonaro.
Sai daí rapidinho I/ Afastado da direção partidária há tempos, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não tem carta branca do pré-candidato Lula para negociar apoios. No comando petista, há quem diga que Dirceu age por conta própria.
Sai daí rapidinho II/ Desde os tempos do mensalão, quando o presidente do PTB, Roberto Jefferson, fez apelos para que Dirceu saísse do Planalto para não atrapalhar o então presidente Lula e usou a expressão “sai daí rapidinho”, o ex-ministro perdeu a ribalta. Mas nunca a influência na base do PT. Agora, nesta eleição em que Lula concorrerá pela última vez, o comando do partido não quer ruído.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre
Mais uma vez, o Tribunal Superior Eleitoral asseverou a lisura, a transparência e a segurança da urna eletrônica, em resposta a questionamentos elaborados pelo Ministério da Defesa. Infelizmente, é improvável que as explicações concedidas pelo corpo técnico do tribunal dissipem a celeuma — ou cortina de fumaça — alimentada pelo presidente Bolsonaro, seus eleitores e as Forças Armadas. Faz parte da estratégia eleitoral do candidato à reeleição colocar em xeque o sistema que o levou ao Planalto.
Tão grave quanto o diversionismo utilizado para questionar a lisura do processo eleitoral, é o deserto de propostas para enfrentar os imensos problemas que aguardam o próximo presidente em 2023. Inflação de dois dígitos, taxa básica de juros em igual patamar, contas públicas em estado lastimável e pobreza a níveis assustadores formam o cenário dificílimo para o próximo inquilino do Planalto, seja ele quem for.
Os dois candidatos com mais chance de chefiar o Executivo pouco ou nada dizem para tratar dessas questões. Enquanto o ex-presidente Lula recorre à nostalgia de seus governos anteriores para prometer um futuro promissor — sem dizer de maneira clara, por exemplo, o que pretende fazer da economia brasileira em 2023 —, Bolsonaro aposta na escalada do confronto, quando o país precisa de pacificação. Com a Terceira Via em estado de inanição, o país segue perigosamente para a curva da incerteza.
Fico
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM), se preparou para a contra-ofensiva do Planalto ao movimento da bancada amazonense em favor da Zona Franca de Manaus. Ramos recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o ministro Alexandre de Moraes concedeu liminar que permite ao vice-presidente continuar membro da Mesa Diretora. Cabe recurso à decisão.
Piauí e Ceará em disputa
Uma disputa territorial envolvendo o Piauí e o Ceará por uma área fronteiriça de 2,8 mil km² pode alterar o mapa dos estados. O litígio corre no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2011, quando a Procuradoria Geral do Estado do Piauí reivindicou áreas situadas na divisa entre os entes federados equivalente a treze municípios cearenses. Na última semana, a governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), disse que vai pessoalmente “defender o Ceará” na Corte.
Desde o Império
A atual divisa entre os dois estados foi traçada em 22 de outubro de 1880, por Decreto Imperial. Em 1920, Piauí e Ceará permitiram ao governo federal fazer uma revisão cartográfica, mas isso não ocorreu. Desde então, áreas conhecidas como Cerapió e Piocerá, localizadas na Serra da Ibiapaba, permaneceram sob disputa.
Elas no Senado
No próximo dia 30, o Senado promove o Seminário Mais Mulheres na Política, a fim de discutir os desafios que impedem a valorização do gênero feminino. Elas formam a maioria do eleitorado, mas estão longe de ter representatividade nos círculos do poder. Segundo a mais recente atualização do TSE, o Brasil conta com 149.836.269 eleitores, sendo 79.224.596 mulheres e outros 78.444.900 homens.
Do TST ao Planalto
O presidente Jair Bolsonaro recebeu ontem os quatro últimos ministros indicados para ocupar uma cadeira no Tribunal Superior Eleitoral. O presidente da Corte, Emmanoel Pereira, conduziu o quarteto, formado pela ministra Morgana de Almeida Richa e pelos ministros Alberto Bastos Balazeiro, Amaury Rodrigues Pinto Junior e Sérgio Pinto Martins.
Mais um
Bolsonaro já nomeou cinco integrantes da Corte trabalhista. Pode indicar mais um, com a aposentadoria do ministro Renato Lacerda, em setembro.
Os estrategistas do presidente Jair Bolsonaro (PL) não pretendem mudar o discurso adotado até agora em relação à inflação, mas focará no cenário que cada presidente enfrentou. Os bolsonaristas ensaiam um discurso de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu primeiro mandato, pegou céu de brigadeiro na economia e poderia ter feito mais, mas não fez por causa dos malfeitos, a começar pelo mensalão.
Quanto ao quadro atual, de preços elevadíssimos dos alimentos, gás de cozinha e gasolina, o atual governo manterá o discurso de que a pandemia derrubou mercados e economia no mundo todo — e que Bolsonaro fez o que estava ao seu alcance, como o auxílio emergencial e as mudanças posteriores no Bolsa Família, que resultaram no programa Auxílio Brasil. Vai sobrar também para os governadores que adotaram o lockdown, quando os casos de covid-19 estavam num patamar elevadíssimo.
O comportamento das empresas com aumentos considerados abusivos também serão objeto do discurso bolsonarista. Daqui para frente, o presidente aproveitará as lives para reclamar dos preços dos combustíveis e fazer apelos à Petrobras, com um lucro líquido de R$ 44,5 bilhões, para que não promova aumentos, além de reforçar que “não pode intervir” na estatal.
Esse reforço da não-intervenção, aliás, agrada ao mercado e, entre os estrategistas do presidente, há quem diga que atrairá votos. Falta combinar com o eleitor que está pagando tudo mais caro.
Lula terá conselho de comunicação
Depois das derrapadas do ex-presidente no quesito comunicação, o PT montará um conselho para gerir essa seara da campanha. A equipe de comunicação da campanha terá que ter sincronia com a Secretaria de Comunicação do PT, comandada por Jilmar Tatto. Daí, a ideia de fazer um conselho com Edinho Silva, Rui Falcão, Tatto e profissionais de comunicação e marketing já contratados.
Separados
Em breve, Geraldo Alckmin começará a ter uma agenda própria de campanha, voltada ao eleitorado de centro. Especialmente, no interior de São Paulo, onde o ex-governador tem peso.
Por falar em Alckmin…
Nas redes sociais, os bolsonaristas massificam as declarações antigas de Alckmin criticando Lula. Os petistas acreditam que é melhor ser agora porque, quando chegar mais perto da eleição, esse material estará velho.
E o Doria, hein?
Esqueçam a proposta de colocar o ex-governador de São Paulo João Doria como candidato a vice numa chapa encabeçada por Simone Tebet (MDB-MS). Ele acredita que pode virar o jogo, da mesma forma que fez em São Paulo, nas duas eleições que disputou. Começou na casa dos 6% e venceu.
Na pista/ O ex-ministro Sergio Moro continua com uma agenda de pré-candidato a presidente da República como se nada tivesse acontecido. Hoje, por exemplo, tem um “debate para o futuro do Brasil” na Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), em São Paulo, a partir das 9h30, com transmissão on-line.
Vai que…/ Aliados de Moro ainda têm esperança de que o União Brasil o coloque na vitrine.
… no futuro emplaca/ Esses mesmos aliados acreditam que Moro tem tudo para repetir Bolsonaro, que começou, em 2014, sua pré-campanha eleitoral de 2018 com andanças pelo país. Na época, a maioria dos profissionais da política não levava os movimentos do atual presidente a sério. Tal como fazem com Moro agora.
Vale emoldurar/ “Onde imprensa não é livre, Constituição é mera folha de papel” — do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
Esqueçam a união entre os partidos que deflagraram conversas para apresentarem uma candidatura única para tentar se contrapor à polarização da disputa presidencial entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. O sonho do “juntos chegaremos lá” acabou. Simone Tebet, do MDB, tem dito que não será vice de ninguém e está com dificuldades internas. O PSDB não abrirá mão da candidatura do ex-governador de São Paulo João Doria e, internamente, não se descarta uma chapa com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) no papel de vice. O União Brasil abandonou as conversas.
Logo, o 18 de maio, quando os partidos deveriam selar a coligação, será o momento de separação. Casamento, nesta data definida pelas legendas, só mesmo o de Lula com Janja, que terá Geraldo e Lu Alckmin como padrinhos.
Reclamação geral
A base aliada está indócil com a demora do governo em liberar as emendas de relator, as tais RP9. Se não sair até junho, só depois da eleição.
O que eles suspeitam
Tem muito parlamentar desconfiado de que é esse mesmo o objetivo do governo: amarrar toda a turma do Centrão à campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) e, passado o pleito, quem foi fiel terá sua cota. Os assessores do presidente, porém, pedem calma aos políticos e garantem que o dinheiro vai sair.
O que anima João Doria
As leituras aprofundadas das pesquisas de intenção de voto feitas pelo PSDB indicam que a eleição está em aberto. Aliados do tucano garantem que a decisão real do eleitor só se dá a três semanas do pleito. Ou seja, ainda tem muito terreno pela frente.
Por falar em terreno…
Nos bastidores da posse da diretoria da Anfavea, pela primeira vez em Brasília, a avaliação é de que ainda é cedo para definições em torno de qualquer candidatura à Presidência da República. O que o setor deseja mesmo é mostrar que é indispensável a manutenção de empregos no Brasil.
Melhor de três/ Em setembro do ano passado, falava-se em 10 nomes para a chamada terceira via: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil); o empresário Luciano Huck; o jornalista José Luiz Datena; o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE); a senadora Simone Tebet (MDB-MS); o ex-ministro Ciro Gomes (PDT); e os ex-governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), ambos do PSDB. A seis meses do pleito, sobraram Tebet, Doria e Ciro.
Nome promissor/ O discurso de Rodrigo Pacheco, na solenidade de posse da diretoria da Anfavea, foi aplaudido diversas vezes. Alguns dirigentes de montadoras sentados nas fileiras mais atrás diziam para quem quisesse ouvir: “Esse seria o meu candidato”. Pacheco, porém, desistiu da empreitada.
O papel de Moro/ O ex-juiz Sergio Moro, que está praticamente fora do páreo presidencial, definiu a defesa da Operação Lava-Jato como a sua missão nesta quadra política. Por isso, não está descartado que seja candidato a um mandato eletivo para o Congresso.
E a capa da Time, hein?/ Os petistas e aliados vibraram com a capa da revista norte-americana e a entrevista de Lula. Mas no corpo diplomático que serve em Brasília, a fala do ex-presidente sobre a guerra da Ucrânia e o papel da ONU deixou a desejar. Sinal de que o PT terá que trabalhar melhor o que apresentará em termos de política externa. Entre os petistas, porém, a avaliação é a de que esse tema não será tão crucial, e qualquer coisa que o partido fizer será melhor do que a diplomacia de Bolsonaro.
Lula contrata crise com o parlamento ao rechaçar semipresidencialismo
Ao rechaçar a discussão do semipresidencialismo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marca desde já um embate com os congressistas no ano que vem, caso seja eleito. O mundo mudou, a Câmara dos Deputados mudou. Hoje, graças às emendas impositivas — ou seja, de liberação obrigatória pelo governo —, tem muito mais independência do que 19 anos atrás, quando Lula foi eleito presidente pela primeira vez. Nos bastidores do Congresso, há quem diga que se Lula quer apoio, não vale começar apontando o que os parlamentares devem fazer ou debater.
Quem entende do andar da carruagem afirma que, antes de conversar sobre os temas em debate no Parlamento, há uma eleição no meio e que, passado o período eleitoral, será preciso um pacto sobre o Orçamento, condição preliminar para definir a agenda política do futuro. Ou seja, não dá para brigar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), desde já.
Se o governo não retomar o controle de, pelo menos, parte dos investimentos, o Poder Executivo não terá capacidade de impor a sua pauta. Especialmente se vencer com um país dividido.
Caso à parte
Menos de 24 horas depois do encontro do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com o Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, para tentar estabelecer a paz entre os Poderes e servir de ponte entre o Executivo e o Judiciário, a multa de R$ 405 mil que o ministro Alexandre de Moraes impôs a Daniel Silveira reaviva a exaltação dos ânimos. No Planalto, a reação à multa foi de palavrões e xingamentos. Moraes, porém, quer que o caso Daniel Silveira sirva de exemplo para mostrar que decisões judiciais precisam ser cumpridas.
Falem bem, falem mal…
… Mas falem de mim. Lula tem conseguido dominar a pauta da pré-campanha. Só tem um probleminha: em alguns casos, esse controle corre o risco de tirar mais votos do que agregar. O PT quer que ele concentre as falas em dois temas: economia (inflação) e ameaças à democracia. Fora isso, até aqui só deu confusão.
E a terceira via, hein?
Aos poucos, as candidaturas vão perdendo força. As apostas, hoje, indicam que restarão João Doria, pelo PSDB, e Ciro Gomes, pelo PDT. Simone Tebet está com dificuldades de segurar o MDB.
Enquanto isso, no PSD…
Gilberto Kassab não terá dificuldades em levar o partido a apoiar Lula, ainda que seja no segundo turno. A leitura de muitos por ali é de que alguns estados que querem o partido livre de coligação para presidente da República, se não houver uma candidatura própria, não descartam fechar com o petista — como deve acontecer no Rio e em São Paulo.
Paz relativa/ Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que já acompanharam reuniões entre Alexandre de Moraes e o PT, com a presença do ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, juram que os embates entre os dois ficaram no passado. O tempo dirá.
O corpo fala/ O semblante de Geraldo Alckmin, quando Lula defendeu os sindicatos ao receber o apoio do Solidariedade, foi lido por alguns dos presentes como de suma contrariedade. A impressão é a de que nem tudo são flores na aliança. Por enquanto, só impressão.
Encontro de gigantes I/ Os ministros aposentados do STF Marco Aurélio Mello e Nelson Jobim confirmaram presença como palestrantes no IV Encontro Nacional de Lideranças Empresariais, em 2 de agosto, no estádio Mané Garrincha.
Encontro de gigantes II/ O evento ocorre na largada da campanha eleitoral e reunirá 600 representantes dos principais setores da economia brasileira — indústria, bancos, fundos de pensão, inovação, ciência e tecnologia. Momento propício para discutir o Brasil.
Aliados pedem a Lula guinada ao centro para conter crescimento de Bolsonaro
Os mais moderados apoiadores de Lula na seara política dizem que ou ele faz logo uma guinada ao centro, ou correrá o risco de ser ultrapassado por Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Em São Paulo, levantamentos já detectaram esse movimento. Portanto, melhor moderar logo o discurso do que ficar
esperando o auge da campanha.
Até aqui, Lula praticamente fechou os partidos de esquerda, mas não está agregando votos ao centro. Se continuar assim, a tendência, segundo alguns, é surgir espaço para algum nome da terceira via, ou Bolsonaro tomar mais espaço de centro. As duas situações preocupam os apoiadores do petista.
E a tensão não vai passar
A tomar pelas manifestações nos atos pró-governo, a tensão com o Supremo Tribunal Federal não vai terminar tão cedo. Será de altos e baixos ao longo de toda a campanha.
Não será fácil para ninguém
Não é só Bolsonaro que tem problemas com o ministro Alexandre de Moraes. O PT terá entre seus advogados nesta eleição o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, mas o deixará nos bastidores. É que Aragão e Moraes, futuro presidente do TSE, tiveram um embate em 2017 que até hoje não foi resolvido. Aragão acusou Moraes, seu então sucessor no Ministério da Justiça, de ligações com o PCC, e Moraes respondeu que iria processar Aragão para que o antecessor aprendesse a “calar a boca”.
Turma da paz
Os petistas planejam colocar como seus representantes junto ao TSE a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o secretário-geral, Paulo Teixeira, uma dupla para lá
de paciente.
Faça a conta
Ainda não há lastro orçamentário para o aceno a mais vagas para contratação de policiais que o presidente Bolsonaro fez em telefonema ao ministro da Justiça, Anderson Torres, enquanto conversava com apoiadores no cercadinho do Alvorada. Porém, no Planalto, a turma diz que algo terá que ser feito. Falta combinar com o caixa do governo, que já está para lá de apertado.
Quem prorroga quer briga/ O PTB viu na prorrogação dos inquéritos envolvendo o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) no Supremo Tribunal Federal um sinal de que o ministro Alexandre de Moraes não deixará barato a concessão da graça ao parlamentar. A avaliação dos petebistas é a de que quem quer paz tem que fazer gestos.
Pauta religiosa I/ A sessão de hoje da Câmara dos Deputados vem sob encomenda para atrair a bancada evangélica. Estão em pauta o Dia Nacional do Cristão, a garantia ao livre exercício da crença e dos cultos religiosos, e, ainda, um terceiro que veda qualquer alteração, edição ou adaptação de textos e versículos
da Bíblia.
Pauta religiosa II/ O projeto que proíbe até adaptação dos tetos bíblicos promete provocar confusão. Afinal, há uma vasta literatura adaptada de passagens bíblicas.
Vamos votar!/ As candidatas do concurso Miss Bumbum 2022 também entraram na campanha para que os jovens tirem o título de eleitor. Todas elas posaram para fotos com o documento em mãos.
A dificuldade em montar as nominatas para a eleição de deputado federal em vários estados está levando os partidos a chamarem os vereadores a concorrer, a fim de ajudar a conquistar vagas. Em São Paulo, por exemplo, onde o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha será candidato a deputado federal pelo PTB, os integrantes de Assembleias Legislativas serão contatados com o seguinte aviso: quem não quiser ajudar agora pode ficar sem o pedaço do fundo eleitoral daqui a dois anos, quando for disputar a própria reeleição.
O fim das coligações para a eleição proporcional, porém, já apresenta como resultado positivo a eliminação de candidatos “laranjas”, ou seja, colocados para concorrer apenas para constar. Agora, com a redução do número de candidatos e a obrigação de ter votos, muitos partidos querem distância dos “sem-voto”.
O que vem por aí
Quem acompanha a Vaza-Jato garante que ainda tem muito material de diálogos de procuradores da Lava-Jato pronto para vir a público em meio à campanha eleitoral. Sabe como é, com Deltan Dallagnol pré-candidato a deputado federal no Paraná, os diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil voltarão à baila.
Muita calma nessa hora
Os políticos mais experientes aliados a Lula têm pedido encarecidamente aos mais otimistas que evitem falar em vitória no primeiro turno. A campanha ainda nem começou, e todas as vezes que o PT venceu foi em dois turnos, inclusive há 20 anos, quando era favorito na disputa contra o tucano José Serra. Para completar, quem conta com a vitória no primeiro turno e não leva passa para o segundo com cheiro de derrotado, ainda que esteja na rodada final.
Bolsonaristas comemoram…
O presidente Jair Bolsonaro aparece à frente de Lula no levantamento feito em São Paulo e divulgado neste fim de semana pelo Instituto Paraná Pesquisas. Bolsonaro, que em abril tinha 31%, aparece com 35,8%, e Lula, com 34,9%.
… e tucanos também
João Doria também melhorou sua performance junto ao eleitorado paulista. Aparece com 5,5%, empatado tecnicamente com Ciro Gomes, com 5,4%. O resultado estimula o PSDB ligado ao ex-governador a insistir na candidatura nas conversas com os demais partidos de centro, uma vez que Simone Tebet tem 1,9%.
Nem tanto
Os emedebistas, porém, não estão convencidos. Dizem que João Doria deveria estar muito à frente, uma vez que já governou São Paulo. E, para completar, na pesquisa espontânea, aquela em que o eleitor diz em quem vai votar sem consultar uma lista de opções, Doria aparece com 0,7%, e Tebet, com 0,4%, ambos atrás de Sergio Moro (1%) e Ciro (1,5%). Bolsonaro lidera, com 22,1%. Lula surge com 20,7%.
Apostas eleitorais/ Os mais atentos aos bastidores da terceira via vislumbram uma chapa João Doria e Simone Tebet. A construção, porém, só será fechada em julho.
Preservem as mães, por favor/ O União Brasil poderia até se aliar a Ciro Gomes, mas a resposta do ex-governador aos bolsonaristas na Agrishow leva o partido de Luciano Bivar e ACM Neto a segurar qualquer aproximação. A história de responder a agressões citando a mãe de um brasileiro de forma jocosa foi pesado.
Mergulha, Daniel/ O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) foi aconselhado a sair de cena e do fogo cruzado para baixar a poeira do processo que pede a suspensão do exercício do mandato.
Dia do Trabalho/ Que seja um domingo de manifestações pacíficas.
Nos bastidores do XV Congresso do PSB, realizado em Brasília, o ex-presidente Lula se dedicou a tentar organizar os palanques de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que ainda não estão totalmente resolvidos entre petistas e socialistas. E, em princípio, o mais difícil é o Rio de Janeiro. Lula conversou com o deputado Marcelo Freixo, pré-candidato a governador, e concluiu que a tendência é mesmo a coligação ter dois candidatos ao Senado, Alessandro Molon, do PSB, e André Ceciliano, do PT.
Os socialistas consideram que não dá para abraçar a candidatura do petista ao Senado, muito ligado ao atual governador Cláudio Castro, do PL, partido de Jair Bolsonaro. O receio é de que Ceciliano acabe “escondendo” Freixo e fazendo campanha para a reeleição de Castro.
Campo minado
A campanha de Lula ainda quebra a cabeça para saber o que fazer no interior. É que nas pequenas cidades, os prefeitos estão de olho nas RP9. Muitos não têm sequer abertura para conversar com os petistas. A ordem, nesse caso, será tentar criar uma onda pela democracia.
O legado de Eduardo Campos
Depois das homenagens a Eduardo Campos em praticamente todas as falas dos socialistas no XV Congresso do PSB, a família se reuniu para jantar na Trattoria da Rosário, um dos preferidos do ex-governador pernambucano, que morreu num acidente de avião em 2014 em plena campanha presidencial. A ex-primeira-dama reuniu todos os filhos, noras, genro, e o primeiro neto, Eduardo, de dois meses e meio. Da esquerda para a direita, José Henrique Campos, João Campos (prefeito de Recife) com a namorada, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP); Augusta, esposa de Pedro Campos, seguida pelo marido; a ex-primeira-dama Renata Campos, Miguel Campos, Eduarda Campos (de pé), com o filho, e, em primeiro plano, o marido, Tomaz Alencar.
Ajuda aí, Geraldo!/ O ex-governador do Maranhão Flávio Dino fez questão de abordar Geraldo Alckmin na convenção do partido, a fim de ajudar na construção de uma candidatura única para o governo estadual. O PT vai de Fernando Haddad, e o PSB, de Márcio França.
Muita calma nessa hora/ Alckmin, já confirmado como pré-candidato a vice-presidente numa chapa encabeçada por Lula, e tarimbado na política, prometeu ajudar. Mas não garantiu sucesso.
Morde-assopra/ Jair Bolsonaro entrou no modo assopra, ao dizer que não quis “peitar” o Supremo quando concedeu a graça constitucional a Daniel Silveira. Sinal de que a corda da tensão entre os Poderes deu uma afrouxada.
Limão-limonada/ As críticas de Lula aos meios de comunicação, por terem, segundo ele, destruído a sua vida ao noticiarem as acusações feitas pela Lava Jato, foram lidas pelos políticos atentos como um sinal de que o “Lulinha paz e amor” ficou no passado.
Confiantes na aprovação do novo Auxílio Brasil pelo Senado, os estrategistas do presidente Jair Bolsonaro acreditam que está posto o discurso social para que ele apresente na campanha pela reeleição. O chefe do Executivo dirá que não elevou o valor do Auxílio Brasil porque preferiu transformá-lo num programa permanente, “muito melhor” do que o Bolsa Família do PT de Lula. Falta acertar o que fazer com a economia. O anúncio da prévia da inflação de abril, esta semana, deixou o cenário ainda mais nebuloso nessa área.
Até aqui, a estratégia do governo é dizer que está ruim no mundo todo. Porém, avaliam os governistas, isso não basta, porque Lula virá com o discurso de que no governo petista a população comia melhor, e os candidatos da terceira via, em especial, Ciro Gomes, que já foi ministro da Fazenda, também vão puxar a campanha para esse lado. Paulo Guedes terá de se virar para construir um discurso capaz de convencer o eleitor de que é melhor a continuidade do que a mudança nesse setor. Até aqui, a contar pelas pesquisas, o eleitor não se convenceu, e o tempo está se esgotando.
O “sim” de Lula
A fala de Lula em reunião da Rede Sustentabilidade, assumindo de vez a candidatura ao Planalto, vem sob encomenda para que ele possa desfilar hoje, no Congresso do PSB em Brasília, com o convite oficial a Geraldo Alckmin. A partir de agora, os dois caminharão mais juntos nas andanças da pré-campanha.
Dinheiro em caixa
A aprovação dos projetos de suplementação orçamentária, esta semana, vai garantir os recursos para o reajuste do funcionalismo. E também o Plano Safra. Essa fogueira, dizem deputados governistas, o Executivo pulou.
Não os provoque!
Ao dizer que o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) não fará parte da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), tenta acalmar os ânimos, além de promover a paz entre os Poderes. Ele quer evitar uma investida ainda maior do Supremo Tribunal Federal sobre as emendas de relator.
Falta combinar
Lira, porém, ainda precisa se acertar com o PTB. O partido de Roberto Jefferson tem a prerrogativa de indicar quem quiser para compor o colegiado.
Anfavea em Brasília/ Pela primeira vez em seus 65 anos de história, a Anfavea fará a posse de sua diretoria na capital da República, em 3 de maio. É hora de estar mais perto do centro do poder no Brasil. Entre os que já confirmaram presença está o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mineiro como Márcio Lima, o presidente que assume o comando da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Iniciativa do bem I/ A Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) e a Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Distrito Federal (Adep-DF) lançarão, em 5 de maio, a campanha nacional “Onde há defensoria, há justiça e cidadania”. Para marcar o início da campanha, haverá um mutirão de atendimento jurídico prestado pela Defensoria Pública do Distrito Federal, no pátio da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Iniciativa do bem II/ Os defensores públicos realizarão petições iniciais de direito de família e prestarão orientação jurídica para a população. Haverá, também, atendimentos do Núcleo de Direitos Humanos e do Núcleo de Assistência Jurídica da Central de Relacionamento com os Cidadãos (CRC). Outro destaque será o atendimento do Programa Paternidade Responsável, que proporcionará exames de DNA entre as partes. Os atendimentos serão realizados das 8h às 13h.
Noite de homenagens/ A sessão em comemoração aos 62 anos da TV Brasília, na Câmara Legislativa do DF, reuniu autoridades, diretores do grupo Diários Associados e empresários. A primeira emissora de tevê da cidade é parte da história do Brasil.
Auxílio Brasil permanente é vitória do governo Bolsonaro e da base aliada
A decisão de tornar o Auxílio Brasil de R$ 400 permanente, conforme emenda do líder do Republicanos, Hugo Motta, foi tomada sob encomenda para dar aos governistas o discurso que impedisse ampliar para os R$ 600 defendidos pelo União Brasil e pela oposição. De quebra, a base do presidente Jair Bolsonaro ainda sai com a narrativa de que levou o governo a rever a proposta de encerrar o Auxílio em dezembro de 2022. A oposição, por sua vez, não teve saída, senão aceitar a proposta do deputado João Roma (PL-BA), que, quando ministro da Cidadania, implantou o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
A negociação de João Roma foi lida no Planalto como um gol que tirou o governo do desgaste e da discussão dos R$ 400 versus R$ 600. No governo, diz-se que, se Bolsonaro for reeleito, João Roma terá assento garantido no ministério.
Lula, fase um
O discurso de Lula sobre o aborto, revisão da reforma trabalhista e militares em cargos civis foi feito com o objetivo de agregar os partidos de esquerda em torno de sua candidatura. Deu certo. PSol, que, em 2018, lançou Guilherme Boulos, já fechou com Lula. Assim como o PSB, que não apoiou integralmente o PT, e o PCdoB. Naquele ano, a legenda ensaiou a candidatura de Manuela D’Ávila, que terminou vice de Fernando Haddad.
Lula, fase dois
Agora, o ex-presidente voltará sua atenção para o centro, de olho em construções que possam levar a turma da terceira via a apoiá-lo num provável segundo turno contra Bolsonaro. O PT acredita que a polarização está posta e não tem mais volta. Esse discurso moderado e voltado ao centro começa em 3 de maio, no ato com Paulinho da Força, do Solidariedade.
Daniel, jurista de recado
A indicação do deputado Daniel Silveira para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara pelo seu partido, o PTB, foi vista como uma chacota ao Supremo Tribunal Federal e um recado: ali, na Câmara, quem manda são os deputados.
Finalmente
O governo federal enviou uma comissão para verificar a denúncia de estupro e morte de uma menina ianomâmi de 12 anos. Antes tarde do que nunca.
Eles são de todos/ Todos os pré-candidatos ao Planalto que foram à 23ª Marcha dos Prefeitos saíram de lá com a sensação de que terão apoio da maioria dos prefeitos. Só tem um probleminha: nos bastidores, os prefeitos só querem saber mesmo é das RP9, as emendas de relator.
Apostas/ O União Brasil calcula que poderá eleger dez deputados no Rio de Janeiro. Para isso, porém, quer distância da tal terceira via e uma aproximação com Jair Bolsonaro.
Sai daí rapidinho!/ Aliás, os planos estaduais do partido é que levam o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, a pensar seriamente em abandonar as conversas da terceira via com o PSDB, o Cidadania e o MDB. Ele já percebeu que dificilmente sairá consenso entre essas agremiações. A avaliação no União é a de que João Doria, do PSDB, não desistirá da candidatura. Nem Simone Tebet, do MDB.
Enquanto isso, no Ceará…/ O ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB) é pré-candidato a deputado federal e, se eleito, tem grandes planos. Por exemplo, concorrer à Presidência da Câmara, se Lula vencer a eleição presidencial.
… o céu é o limite/ Depois que o secretário-geral do PT, Paulo Teixeira, declarou com todas as letras à coluna que não irá apoiar Arthur Lira, os aliados de Lula estão todos pensando em ocupar a cadeira onde hoje está o alagoano.