Tudo ou nada: 7 de Setembro é o “ponto de virada” das campanhas presidenciais

Publicado em coluna Brasília-DF, ELEIÇÕES 2022

Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg

 

Caio Gomez/CB/D.A.Press

As manifestações deste Sete de Setembro marcam a mudança das estratégias dos candidatos e nenhum escapa desta sina. Da parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o plano consiste em ampliar a pregação pelo voto útil, a fim de liquidar a fatura no primeiro turno. Da parte de Jair Bolsonaro, a ideia é aumentar o volume dos escândalos de corrupção que marcaram os governos petistas e, de quebra, se apresentar como o defensor supremo da liberdade (leia detalhes nas notas ao lado). Da parte de Simone Tebet, a ordem é se colocar como a solução para pacificar o país, algo que os “polarizados” Lula e Bolsonaro não podem garantir a preços de hoje.

No PDT, Ciro Gomes deixa de lado qualquer política de boa vizinhança com o PT, na esperança de tirar votos do presidente Jair Bolsonaro e de Tebet. Felipe D’Ávila (Novo), por sua vez, pretende colar na campanha de Romeu Zema, em Minas Gerais. É uma forma de tentar arrematar uma parte dos eleitores que hoje garantem a Zema uma vitória no primeiro turno. Já a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) continuará com a aposta no imposto único.

Guerra é guerra

Em reuniões esta semana, Fabio Wajngarten, que coordena a comunicação da campanha do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, fechou com os publicitários Duda Lima e Sérgio Lima a estratégia daqui para frente. A intenção é trazer o histórico do PT e de ministros presos por corrupção, mais especificamente, Antonio Palocci. A campanha vai comparar ainda os desvios das estatais e os lucros que as empresas apresentam atualmente.

 

Veja bem

O presidente Jair Bolsonaro vai se desdobrar ainda para explicar o termo “moeda corrente nacional” traduzido nas reportagens como compra de imóveis com dinheiro vivo. Em entrevistas, ele tem dito que o termo se refere a compras em real, mas não significa, especialmente em transações mais antigas, que tenha sido em dinheiro vivo.

 

Simone apostará no Nordeste

Depois das pesquisas que indicaram uma aproximação dos índices de Simone Tebet e Ciro Gomes nas pesquisas, a candidata do MDB vai às capitais nordestinas para tentar tirar uma lasquinha de votos de Lula e de Bolsonaro, apostando no discurso de pacificação do país.

Dallagnol em dificuldade

As agruras do ex-procurador Deltan Dallagnol estão longe do fim. Resta um único recurso no Tribunal de Contas da União (TCU) para tentar evitar o pagamento de R$ 2,8 milhões aos cofres públicos. E quem conhece o andar da carruagem por ali acredita que o ex-procurador dificilmente terá êxito.

Tensão

O ingresso de caminhões na Esplanada nos Ministérios, se mantido, aumentará a tensão nos arredores do Supremo Tribunal Federal (STF). Há o receio de que algum mais afoito resolva partir para cima do edifício sede do Tribunal na Praça dos Três Poderes.

Enquanto isso, no Canadá…

As Cataratas do Niágara serão iluminadas hoje por 15 minutos, a partir de 23h15, com as cores verde, amarelo, azul e branco em homenagem ao Dia da Independência do Brasil. As imagens podem ser vistas ao vivo aqui.

O Fibe e a Independência

O Fórum de Integração Brasil Europa (Fibe) realiza esta semana uma série de debates em Lisboa, Porto Coimbra e Cascais, com o tema Independência e Integração. Para esta quarta-feira, a rodada de debates terá como oradores o ministro do STF Gilmar Mendes, que presidente o conselho consultivo do Fibe, e a ministra Cármen Lúcia.

Candidatos montam estratégias para o 7 de Setembro

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A equipe de Jair Bolsonaro (PL) se reuniu para tratar da estratégia de campanha desta semana, além de entrevistas e debates. Até aqui, a tendência é a de um “tom mais leve” para o 7 de Setembro, se comparado com aquele de 2021, quando o ex-presidente Michel Temer foi, inclusive, chamado para tentar apaziguar o presidente da República e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. É a esperança para evitar que Bolsonaro perca os pontos que obteve de fevereiro para cá nas pesquisas de opinião.

Enquanto na equipe do presidente há a esperança de moderação, no QG de Luiz Inácio Lula da Silva há quem esteja torcendo por uma radicalização contra o STF nos discursos e mensagens dos apoiadores de Bolsonaro. É que um posicionamento mais radical dos bolsonaristas dará ao PT os argumentos para que o ex-presidente reforce o discurso de fiador da democracia e o clima de Diretas Já que os petistas tentam criar desde o início da campanha.

Nos bastidores, há quem diga que nesse discurso de Bolsonaro, amanhã, está a chave para que o PT renove a esperança de uma vitória em primeiro turno ou se prepare para o segundo.

Fachin joga gasolina

A decisão do ministro Edson Fachin, do STF, que suspendeu decretos sobre armas às vésperas do 7 de Setembro, foi lida como uma forma de provocar os bolsonaristas a elevarem o tom amanhã. Os conselhos dos aliados são no sentido de que Bolsonaro ignore essa decisão em seu discurso dos 200 anos da Independência.

A esperança de Simone
Não são apenas Bolsonaro e Lula que observam atentos o 7 de Setembro. Apoiadores da candidata do MDB, Simone Tebet, também esperam que um discurso radical do presidente na data nacional faça com que uma parte do empresariado migre para a campanha dela.

Barroso expõe Legislativo
Ao suspender a vigência do novo piso da enfermagem, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, manda um recado ao Poder Legislativo: antes de aprovar qualquer aumento de gastos, ou investimentos, é preciso combinar com quem vai pagar a conta. Caso contrário, o tema vai parar na Justiça.

Se colar, vai
A compilação das pesquisas estaduais do Ipec, divulgadas em cada estado, indica que Bolsonaro tem o apoio de, pelo menos, quatro governadores-candidatos: Gladson Cameli (AC), Ibaneis Rocha (DF), Antonio Denarium (RR) e Carlos Moisés (SC). A ideia é tentar “colar” nos candidatos aos governos estaduais que podem ajudar a alavancar a campanha presidencial.

Herança maldita
Pedro Guimarães deixou mais do que um legado de assédio moral e sexual na Caixa Econômica Federal. Na reunião em que tratou do acordo coletivo em São Paulo, no mês passado, empregados reclamaram das condições de trabalho — como, por exemplo, a situação precária dos equipamentos. Pelo menos parte dos computadores estão sem renovação há cerca de uma década, o que prejudica a segurança de informações e a produtividade, apontada como uma bandeira da presidente, Daniella Marques.

Veja bem/ Observador das eleições colombianas deste ano, o então ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Mauro Campbell foi chamado a conhecer o sistema de coleta de votos do México, apresentado a todos que foram acompanhar as eleições colombianas. Não saiu muito convencido.

Veja bem II/ Ao ver a máquina que depositava o voto impresso num dispositivo ao lado para contagem posterior, a primeira pergunta que Campbell fez aos mexicanos: “Sim, e quem vai guardar essa urna para futura contagem? O senhor, na sua casa? O cofre do Banco Central?” Foi um constrangimento geral.

Veja bem III/ Ao ouvir a resposta “a municipalidade”, o ministro fez aquela cara de “sei”. E seguiu adiante, certo de que o sistema brasileiro é muito mais confiável. Um grupo atrás do ministro filmou a conversa dele com os mexicanos.

Simone Tebet/ A candidata do MDB à Presidência da República é a entrevistada de hoje, no CB.Poder, ao vivo, logo após o horário gratuito. Esperamos você na TV Brasília e nas redes sociais do Correio Braziliense.

Alta do PIB é comemorada por aliados do presidente

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O crescimento de 1,2% do PIB do trimestre, acima do esperado pelo mercado, foi comemorado pelos políticos da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) como o motor para este último mês da corrida eleitoral. A ideia é a de que os programas no rádio e na tevê passem a bater bumbo sobre tudo aquilo que foi aprovado e proposto pelo governo e seus aliados, do período da pandemia para cá. A ordem é reforçar o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a melhoria se deve à política de governo.

A avaliação da equipe do presidente é de que será difícil os adversários conseguirem desconhecer o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e a queda do desemprego. Os adversários, porém, dizem ter uma resposta para isso: se a população não sentir essa melhora na vida e no bolso, o governo pode bater bumbo à vontade que o resultado será nulo.

300 por Bolsonaro

Os bolsonaristas esperam 300 ônibus vindo de várias regiões do país para acompanhar o 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Logo após o desfile oficial, o presidente sai da solenidade para fazer um discurso para esse pessoal. Aí, já será ato de campanha.

Por falar em campanha…
O advogado do presidente Jair Bolsonaro, Tarcísio Vieira de Carvalho, já orientou a ministros que não misturem agendas de campanha às viagens oficiais nesse período. É que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já avisou que não vai aceitar.

Veja bem
O 7 de Setembro no Rio de Janeiro está no meio do caminho. O presidente foi convidado para um ato oficial no Forte de Copacabana. Quando terminar, vai sair do evento oficial e deve subir num trio elétrico na Avenida Atlântica. Só aí é campanha. Mas a viagem para o ato oficial será custeada pelo Planalto. Pelo menos, essa é a ideia de parte dos políticos encarregados da campanha.

E o Lula, hein?
A ideia do ex-presidente é contar com os aliados nos estados. Na maioria deles, todos os que têm o apoio do ex-presidente o exibem no horário eleitoral como o líder das pesquisas, conforme apontou o Datafolha desta semana.

Por falar em Datafolha…
A pesquisa de Minas Gerais em que Romeu Zema (Novo) desfila com 52% das intenções de votos foi vista como um problema para o governo. É que se Zema vencer no primeiro turno, a desmobilização em Minas será geral para a eleição presidencial em segundo turno.

Enquanto isso, em São Paulo…/ O segundo turno para governador é uma certeza. Falta definir quem vai. A aposta dos petistas é de que concorrer contra Tarcísio de Freitas (21%), do Republicanos, será mais fácil, porque parte dos votos de Rodrigo Garcia (15%) seguirão para Fernando Haddad, que mantém a liderança, com 35%. O difícil, segundo deputados do PT, é uma parte dos votos de Tarcísio caminhar para o petista.

Segurança tensa/ A segurança de Bolsonaro pretende ocupar o alto dos prédios no Flamengo, Botafogo e Copacabana no 7 de Setembro.

Ele…/ A pesquisa Datafolha no Rio de Janeiro, que apontou o senador Romário na liderança, com 31%, e Alessandro Molon (PSB) em segundo, com 12%, foi motivo de reclamações dos petistas. Eles calculam que, se não fosse a candidatura de Molon, André Ceciliano (PT) estaria em melhor situação.

… que lute/ Ceciliano aparece com 6%, metade das intenções de Molon, com um crescimento de três pontos em relação à pesquisa anterior. Só tem probleminha: Molon está na frente de Ceciliano. Logo, os socialistas consideram que se alguém precisa desistir, que seja o petista.

Orçamento para 2023 prevê R$ 19 bilhões para emendas secretas

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A contar pelo Orçamento da União enviado ao Congresso esta semana, as emendas de relator estão mantidas e com o aval do atual governo. Aliás, se depender da disposição da maioria dos parlamentares, os R$ 19 bilhões das emendas não serão modificados, porque os congressistas já se acostumaram com esse modelo e ninguém quer abrir mão, nem os aliados do PT.

Além das emendas de relator — o chamado orçamento secreto —, o Auxílio Brasil de R$ 600 está no radar dos políticos, ainda que esse valor não esteja previsto. Isso significa que o Orçamento enviado ao Congresso é uma peça com prazo de validade até a eleição. O pós-eleições é que dará a negociação do orçamento real de 2023.

Teto balança

Seja quem for o presidente eleito, virá uma pressão sobre o teto de gastos. O orçamento de promessas feito por todos os candidatos não cabe no atual teto. Ou seja, novembro e dezembro serão de muitas negociações.

Simone empata com Ciro
A pesquisa XP/Ipespe sugere que os votos dos candidatos na região Sudeste não estão consolidados. A pesquisa de agosto indica que Lula (PT), o líder, perdeu três pontos, de 41% para 38%, enquanto Simone Tebet (MDB) subiu de 5% para 9%, empatando com Ciro Gomes Bolsonaro variou um ponto, de 36% para 37%. Felipe D’Ávila (Novo) subiu de 1% para 4%.

Noves fora…
A subida dos candidatos da chamada terceira via dá a eles a certeza de que a eleição caminha para o segundo turno. Em princípio, entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro. A série histórica da pesquisa indica que de março para cá, a avaliação positiva do governo subiu de 26% para 35%, no mesmo sentido caminhou a intenção de voto em favor do presidente. Lula, por sua vez, continua liderando. Tinha 43% em março e continua com os mesmos 43% em agosto.

Ganhou, mas…
… Dificilmente vai levar. A confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) calcula que 440 mil profissionais de saúde ficarão sem emprego, caso o governo não encontre meios de financiar o novo piso da enfermagem. A ideia é ou desonera a folha de pagamentos ou reajusta o valor pago pelo SUS em, pelo menos, 25%.

Não era, mas é/ Ana Cristina Vale, a mãe de Jair Renan, chega à corrida eleitoral na defensiva. Há um ano, ela disse que a mansão em que mora não era dela e sim alugada. Agora, declarou à Justiça Eleitoral a casa como de sua propriedade.

Ela que lute/ A campanha do presidente Jair Bolsonaro e o PL querem distância dessa confusão. Se a mansão é de Ana Cristina, ela é que deve dar explicações a respeito.

O diabo mora nos detalhes/ Depois da boa performance no debate, Ciro Gomes tropeça no discurso, ao mencionar que seria difícil explicar sua proposta para a “favela”. Soou como Eduardo Paes, ao, numa conversa sobre o sítio de Lula em Atibaia, comparar, de forma desrespeitosa, a cidade ao município de Maricá, no Rio de Janeiro.

E detalhe derrota muita gente/ Maricá, em 2018, castigou Eduardo Paes, dando a vitória a Wilson Witzel. Este ano, a cidade perdoou o prefeito do Rio e concedeu a ele o título de cidadão do município.

Verba do PL só para quem fizer campanha para Bolsonaro

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Com um número de candidatos a deputados federais e estaduais chegando à casa dos 1,5 mil, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, decidiu que nenhum centavo sai dos cofres do fundo eleitoral do partido sem que tenha a rubrica dele na liberação. Valdemar é presidente, tesoureiro, conselheiro e… paciente. Embora não tenha gostado de Flávio Bolsonaro dizer que o partido só deve repassar recursos a quem fizer campanha para Bolsonaro, Valdemar está cumprindo esse “pedido”. É até uma forma de economizar nesses dias para ter dinheiro ao final.

Em tempo: Enquanto o PL crescia a olhos vistos com a entrada de parlamentares, foi prometido a cada um R$ 1 milhão. Como o tempo de campanha está reduzido, a pressão por recursos é grande. Mas a cúpula do partido e o senador Flávio Bolsonaro, que coordena a campanha do pai à reeleição, estão irredutíveis. Como o leitor da coluna já sabe, só receberá recursos quem fizer campanha para o presidente Jair Bolsonaro.

Agora, lascou

A denúncia de um ex-assessor de André Janones (Avante-MG) de que o deputado ficava com parte do salário de funcionários tira de cena qualquer aceno para ele ser candidato a presidente da Câmara no caso da eleição de Lula. Era uma esperança do deputado mineiro que, agora, foi para o ralo. Ainda que o parlamentar tenha desmentido, ficou ruim.

Já estava lascado
Na verdade, o caso da “rachadinha” do qual Janones é acusado soa mais como uma desculpa. No fundo, o PT sabe da dificuldade de apoiar alguém de fora do partido. Embora os aliados de Lula digam que um presidente da Câmara não deva ser do PT em caso de vitória de Lula, isso não é consenso na legenda. Mas ninguém tratará disso agora para não tumultuar a eleição. Afinal, antes é preciso saber quem será deputado.

Pule uma casa
O PT decidiu deixar as ruas no Sete de Setembro para os bolsonaristas. No máximo, haverá um pronunciamento do ex-presidente Lula nas redes sociais ressaltando a Independência do Brasil. A ordem é passar a data na paz, sem atitudes que sirvam de desculpa para violência por parte dos adversários.

Ensaio para hoje
Se os entrevistadores do JN fizerem alguma menção aos escândalos que marcaram o governo do PT, a intenção do partido é que Lula responda dizendo que nenhuma gestão da Polícia Federal teve mais liberdade de atuação do que nos governos petistas.

Enquanto isso, na campanha de Bolsonaro…
O tempo que Lula falar ao longo dos 40 minutos será medido milimetricamente. Há uma revolta na campanha, porque, conforme as medições de assessores, o presidente só falou por 24 minutos do total da entrevista, enquanto Ciro Gomes falou por 30 minutos.

A espera de cada um/ O presidente Jair Bolsonaro ainda não confirmou sua participação no debate do pool Band/TV Cultura/Uol/Folha no domingo porque quer saber se Lula vai. Lula, embora sua assessoria confirme a participação no debate, diz em conversas reservadas que pretende esperar passar a entrevista ao Jornal Nacional nesta quinta-feira.

Debater é preciso/ No PT, porém, há quem diga que não dá para se dizer democrata e faltar a um debate promovido por um pool de empresas justamente porque os candidatos pediram que fosse reduzido o número de encontros para garantir a presença de todos.

Compensa aí/ Com apenas 52 segundos de propaganda eleitoral na tevê aberta, Ciro Gomes (PDT) quer compensar com a TV Ciro, que estreou na internet. Só tem um probleminha: a internet é bolha e não entra na casa das pessoas naquele horário, entre o jornal e a novela ou o programa de auditório.

Brito eterno/ A família de Orlando Brito, ícone do fotojornalismo brasileiro falecido em março, lançou nesta semana o novo portal do fotógrafo: www.orlandobrito.com. Lá, os interessados podem comprar fotos e livros que registram a história e a arte de momentos marcantes da vida política do país e de seus personagens.

Ofensiva de Moraes pode acender radicais do 7 de setembro

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A operação contra empresários acusados de pregar um golpe no país em caso de vitória do ex-presidente Lula reacendeu a vontade de bolsonaristas radicais de aproveitar o Sete de Setembro para agitar as ruas contra o Supremo Tribunal Federal. Até aqui, o roteiro traçado pela campanha do presidente Jair Bolsonaro — e que o presidente vem seguindo — era baixar a poeira, Bolsonaro deixa de falar de urna e do Tribunal Superior Eleitoral. E, assim, o Sete de Setembro vira um ato de demonstração de força do presidente, em todo o país, levando muita gente às ruas. Agora, os mais próximos não sabem se conseguirão segurar os radicais.

Em tempo: dentro da campanha, a avaliação é a de que ou essa turma mais próxima a Bolsonaro segura os radicais, uma vez que o presidente precisa “sair da bolha”, ou corre o risco de o Sete de Setembro se transformar numa pregação para convertidos que irá afastar os eleitores que, segundo as pesquisas, Bolsonaro ainda precisa juntar para virar o jogo.

Feche o cofre

Em reunião dia desses no comitê de campanha, o senador Flávio Bolsonaro foi muito claro com os integrantes do PL: dinheiro para custear as despesas só será dado àqueles que mostrarem e citarem o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais e no material de campanha. Carreira solo às custas do partido, nem pensar.

Em paz…
Até o próximo desentendimento. O encontro entre o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e a cúpula do Ministério da Defesa e da Polícia Federal foi lido pelos políticos como um “baixar a poeira”. E ficou claro que quem manda na eleição é o TSE. Não significa que as propostas serão aceitas.

Ciro critica coalizão
Na bancada do JN, Ciro Gomes soltou a metralhadora contra o presidencialismo de coalizão que domina a política brasileira desde o governo de José Sarney. A estratégia é atrair eleitores decepcionados com a polarização entre Lula e Bolsonaro, dos governantes com a gestão lastreada pelo Centrão.

O trabalho de Alckmin/ Candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin trabalha silenciosamente. Foi um dos articuladores da reunião de Lula com empresários da construção civil em São Paulo, onde o presidente prometeu retomar o Minha Casa Minha Vida.

Climão/ O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e o procurador Augusto Aras estão que nem Estados Unidos e a antiga União Soviética nos tempos da guerra fria. Um tem munição contra o outro. “Xandão” já recebeu pedido de impeachment contra Aras, e Aras tem pedidos de impeachment contra o ministro, apresentados por bolsonaristas. Quem dá a palavra final sobre pedidos contra ministros do STF é o Senado.

Depois de Lula…/ Será a vez de o presidente Jair Bolsonaro fazer um comício em Belo Horizonte. Os organizadores esperam que seja o maior da campanha até agora. O presidente fará uma motociata de Betim, até a Praça da Liberdade, local do comício.

Soraia gravada/ Candidata do União Brasil ao Planalto, a senadora Soraia Thronicke ficou de fora da entrevista ao vivo no JN. A emissora ofereceu a ela uma entrevista gravada. O UB é o partido que tem maior fundo eleitoral, tem representação no Congresso, e, avaliam os auxiliares da senadora, não poderia passar por um tratamento diferente dos outros. A sabatina teria que ser ao vivo e com o mesmo tempo concedido aos outros candidatos.

 

Assessoria de Bolsonaro aposta em TV e rádio para subir nas pesquisas

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As pesquisas divulgadas nesta semana de largada da campanha frustraram as previsões dos assessores do presidente Jair Bolsonaro, mas não o suficiente para uma mudança de planos. A expectativa é que, até o fim deste mês e o início de setembro, ele estará empatado com o ex-presidente Lula. Para isso, a ideia é colar a campanha do presidente à do governador Claudio Castro, que lidera a pesquisa no Rio de Janeiro, e não fechar totalmente as portas para Romeu Zema, governador de Minas Gerais que está bem à frente nas pesquisas.

O outro ponto no qual Bolsonaro se apega é o horário eleitoral de rádio e tevê, quando serão apresentadas as obras do governo e os dados da recuperação econômica, apesar de todas as dificuldades provocadas pela pandemia. De quebra, também pretende apresentar os escândalos que terminaram levando integrantes do PT para a cadeia.

PT faz as contas
Da mesma forma que os bolsonaristas calculam como tirar votos de Lula, os lulistas montam suas estratégias para buscar os votos que faltam para uma vitória em primeiro turno. Os focos principais são Minas Gerais e São Paulo. E, também, os comícios que o PT batizou de “ato pela democracia”, em uma estratégia para recriar o clima das Diretas Já, que uniu o país contra a ditadura militar, no início da
década de 1980.

Ação & reação

O pedido da Polícia Federal para que o presidente Jair Bolsonaro seja indiciado por propagar notícia falsa relacionando a vacina da covid ao perigo de contaminação pelo vírus da aids é visto como mais um alerta ao chefe do Executivo de que toda a ação tem consequência. Daqui para frente, no período eleitoral, alguns auxiliares pediram a ele que evite comentários polêmicos. Afinal, avaliam alguns, a eleição será de quem errar menos ao longo dos próximos 45 dias.

Temer na área…
O ex-presidente Michel Temer continua na ativa, em defesa do legado de seu governo. Em suas redes sociais, passou a defender a reforma trabalhista. Esta semana, por exemplo, postou que, antes da reforma, havia no Brasil mais de 17 mil sindicatos. “Com a nossa reforma, o imposto sindical se tornou opcional e a o número de sindicatos no Brasil caiu quase que pela metade.”

…delimita o campo
A postagem, dizem alguns, vem um dia depois de Temer ficar ao lado do candidato e ex-presidente Lula, com quem trocou algumas palavras do tipo “Você está bem, hein?”. Temer quer deixar bem claro que não abre mão do que considera as boas propostas de seu governo, entre elas, a reforma trabalhista.

Ficou no roteiro
Aliados do presidente Jair Bolsonaro consideraram que ele cumpriu o script que estava previsto na posse de Alexandre de Moraes. Compareceu, cumprimentou. “Foi uma ida institucional, e não pessoal”, avisam alguns.

Arruma uma cadeira aí!/ A ida do vereador Carlos Bolsonaro à posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral não estava no script. Tanto que, quando ele chegou, houve um chamamento ao cerimonial para que, rapidamente, lhe conseguissem um lugar no plenário, as áreas vips estavam todas com lugares marcados.

Por falar em plenário…/ Os bolsonaristas registraram o ambiente decorado em vermelho do plenário do TSE. O tapete vermelho e as cadeiras vermelhas estão lá desde a inauguração, em 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff.

Um palco a menos/ Ao cancelar o tradicional desfile militar de Sete de Setembro, o Comando Militar do Leste deixa a concentração na orla de Copacabana.

É hoje!/ Os candidatos ao governo do Distrito Federal fizeram banners em suas redes sociais a fim de chamar os eleitores e militantes para o debate do Correio Braziliense/TV Brasília/ Rádio Clube FM, hoje, às 20h30. É a oportunidade para você conhecer melhor os candidatos e suas propostas. Além da TV Brasília, canal 6, o debate terá transmissão pelas redes sociais do Correio. Não perca!!

 

Bolsonaro não aplaudiu trechos do discurso de Alexandre de Moraes

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Se tem algo que ecoará daqui até a eleição, do discurso lido pelo ministro Alexandre de Moraes em sua posse, é a defesa da regra do jogo e a referência à Justiça Eleitoral brasileira como a “única que apura e divulga no mesmo dia, com agilidade, segurança, competência e transparência”, motivo de “orgulho nacional”. A depender das autoridades que aplaudiram essa parte da fala de Moraes — algumas o aplaudiram inclusive de pé, algo incomum no meio do discurso nesses tipos de solenidades —, não haverá espaço para reclamações do resultado das urnas. Ou seja, quem está no jogo, que respeite as suas regras.

Bolsonaro sabia da saraivada de recados que viria no discurso de Alexandre de Moraes, tais como não confundir liberdade de expressão com agressão verbal e a defesa da urna eletrônica. O presidente, porém, continuará jogando da mesma forma que vem fazendo: lá e cá. Ou seja, recua, ao prestigiar a posse, mas não a ponto de aplaudir trechos de um discurso do qual discorda. Discordar faz parte. O que não pode, dizem os juristas, é querer ganhar no tapetão, com desrespeito ao resultado lá na frente.

Lula aposta nos cristãos

A contar por seu discurso na largada da campanha, em São Paulo, o ex-presidente Lula trabalha para tentar conquistar votos entre evangélicos e arrefecer a mensagem falsa que circulou pelo WhatsApp, de que ele fechará igrejas. Por várias vezes, ele citou Deus.

Enquanto isso, em Juiz de Fora…
Jair Bolsonaro bateu e baterá forte na tecla dos escândalos que levaram uma leva de petistas para a cadeia no passado recente. Com os números da economia melhorando, o presidente acredita que conseguirá reverter a sua rejeição, hoje muito próxima ao total de intenção de voto que o ex-presidente Lula apresenta nas pesquisas.

Nas internas, Lula circulou mais
Antes de os políticos entrarem para o plenário do TSE, os relatos das autoridades à coluna apontaram Lula mais solto e Bolsonaro mais recolhido com seus ministros.

Política de gestos I/ Lula, ao chegar ao plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi cumprimentar o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal José Paulo Sepúlveda Pertence, jurista que foi seu advogado em parte do processo do petrolão.

Política de gestos II/ O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez questão de cumprimentar todos os ex-presidentes, inclusive Dilma Rousseff. A ordem no governo agora é distensionar.

Lugares cuidadosamente marcados/ Na fileira dos ex-presidentes, Dilma Rousseff foi colocada na ponta esquerda, ao lado de José Sarney, seguido de Lula, e à direita, Michel Temer. Não se cumprimentaram. Atrás de Lula, estava o time de ministros do presidente Jair Bolsonaro.

Por falar em ministros…/ A presença do ministério de Bolsonaro foi justamente para dar demonstração inequívoca de apreço à Justiça Eleitoral. Os ministros são quase que unânimes em afirmar que guerra, agora, é contra o maior adversário do governo, leia-se o PT e Lula.

O dilema de Lula para decidir se irá à posse no TSE

Publicado em coluna Brasília-DF

A demora da equipe do ex-presidente Lula de confirmar presença na posse do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, se deveu a reflexões por parte da equipe. Alguns petistas chegaram a considerar o risco de ele terminar visto como “passado”, uma vez que estará no lugar reservado aos ex-presidentes, enquanto o presidente Jair Bolsonaro ficará à mesa, com as autoridades. A posição pode passar ao eleitor a ideia de que Lula “já teve a sua vez na Presidência da República” e que o momento seria de dar o lugar a outro nome. E isso, justamente na largada da campanha, é uma leitura que o PT não quer que seja feita, porque Lula tem que se mostrar afinado com o futuro, e não com o passado.

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Faltar à posse, porém, avaliam outros, seria o mesmo que passar a ideia de que ele teme um encontro com o presidente Bolsonaro cara a cara. Por isso, até o início da noite de ontem, a presença do ex-presidente era dada como certa.

A incógnita do Auxílio

Os candidatos ao Planalto prometem manter o Auxílio Brasil de R$ 600, mas ainda não disseram de onde vão tirar o dinheiro. O único que deu uma pista sobre o tema foi o presidente Jair Bolsonaro, uma vez que Paulo Guedes já mencionou a reforma do Imposto de Renda, com a taxação de lucros e dividendos, como uma das saídas para a concessão do benefício.

A prioridade deles
Os concorrentes à Presidência da República vão concentrar estes primeiros dias de campanha nos maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O que preocupa os bolsonaristas
A ordem, a partir de agora, é massificar o conhecimento do número do presidente-candidato que, em 2018, era 17 e, agora, será 22. O receio é que o eleitor mais humilde se confunda com os números. No caso do PT, não há esse risco, uma vez que o número de Lula nunca mudou, sempre foi 13, assim como MDB (15) e PDT (12).

Contra o orçamento secreto
A candidata do MDB, Simone Tebet, fez questão de citar em seu programa de governo que, quando o Poder Executivo não sabe para onde ir, o orçamento termina sequestrado pelo Congresso. Ou seja, será mais uma a lutar contra as emendas de relator. Resta saber se terá força para isso, uma vez que, dentro do MDB, muita gente apoia.

O encontro do ano/ Além de Bolsonaro e Lula, as atenções sobre o cara a cara da posse de Alexandre Moraes no comando do TSE vão se voltar aos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer. Dilma tem, entre suas qualidades, a transparência de humor: não consegue disfarçar quando uma situação ou pessoa não lhe agrada.

Mulheres na roda/ Simone Tebet vai apostar alto no eleitorado feminino. Tanto é que vem falando em igualdade de gênero até na hora de escolher ministros. Se a ideia de “mulher vota em mulher” pegar, Simone amplia suas chances. Só tem um probleminha: Até aqui, nada indica que a polarização será quebrada.

Cada um joga com o que tem/ O PT tentará recriar o clima das Diretas Já com um comício no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no próximo sábado, local que já serviu de palco para grandes mobilizações no passado em defesa da democracia. Bolsonaro, por sua vez, abre a campanha com o intuito de passar ao povo a ideia de que a violência que tentam lhe acusar foi feita pela esquerda, em 2018, quando foi alvo de um atentado em Juiz de Fora.

Às moscas/ Não contem com muito movimento no Congresso por estes dias. Mesmo quem não é candidato está dedicado a ajudar a eleição de alguém que é.

Na TV, Bolsonaro falará de economia e atacará o PT

Publicado em coluna Brasília-DF

Empolgado com a notícia de deflação de 0,68% este mês, a equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL) prepara duas frentes para o horário de rádio e tevê, que começa daqui a 16 dias. A linha mestra será a da recuperação da economia no pós-pandemia. Paralelamente, haverá uma “retrospectiva do caos” ou “recordar é viver”, o título ainda não está definido. A ideia é relembrar ao eleitorado as mazelas nos tempos do PT, com malas de dinheiro, e, inclusive, integrantes de primeiro escalão na cadeia — por exemplo, Antônio Palocci, primeiro nome a ocupar o Ministério da Fazenda no governo Lula. Mais tarde, ocuparia a Casa Civil no início do governo Dilma Rousseff.

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Em tempo: Lula também prepara um “recordar é viver” de seu governo, em que elencará os números do Minha Casa Minha Vida, do Bolsa Família e do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Pela primeira vez, o país terá as duas versões de um mesmo governo desfilando no horário eleitoral.

As empresas que se preparem

As falas dos candidatos a presidente da República indicam que, dessa vez, os empresários terão dificuldades em barrar um imposto sobre lucros e dividendos. O governo defende essa proposta para custear o Auxílio Brasil permanente de R$ 600. A equipe econômica de Lula, idem. E, agora, Ciro Gomes acena com essa medida em seu programa de governo.

O nó da campanha para o PT
Lula criticou o Auxílio Brasil ao se reunir com empresários, mas não houve qualquer gesto contrário ao benefício, quando estava em votação no Congresso, no primeiro semestre. Em conversas reservadas, aliás, alguns petistas dizem que há um receio de que Bolsonaro apresente um fôlego maior nas pesquisas por causa da PEC das Bondades, que a oposição não teve força e nem discurso para ficar contra.

O papel de Alckmin
O ex-governador Geraldo Alckmin, candidato a vice na chapa de Lula, tem sido peça-chave nas conversas e encontros do ex-presidente com o empresariado. Sua fala na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por exemplo, em defesa da democracia, provocou o primeiro aplauso espontâneo dos pesos-pesados do PIB. É justamente junto a esse segmento, que resistiu a votar no PT em 2018, que Alckmin começará a trabalhar daqui para frente.

E a função posterior
Lula, por sua vez, aproveitou o embalo para avisar à seleta plateia que se ele e Alckmin forem eleitos, o ex-governador será tratado como “presidente” e governarão juntos. Lula saiu da Fiesp com muitos elogios por parte de seus integrantes.

Nem tanto
Muitos dos empresários, porém, consideram que, com a pandemia ditando os comportamentos e relações econômicas por mais de um ano, não dá para colocar a culpa da situação no colo do presidente-candidato Bolsonaro.

CURTIDAS

Hora de explicar/ O senador Eduardo Girão, do Podemos-CE, pediu que o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski e oito ministros do Superior Tribunal de Justiça expliquem a participação em evento, em maio deste ano, num resort no Algarve, em Portugal. Diz o pedido do parlamentar que as viagens foram custeadas por empresas com “litígios bilionários pendentes de julgamento por magistrados convidados para o evento”.

Veja bem/ “Com efeito, tal desarrazoado episódio sem dúvida configura um expresso conflito de interesses e não pode e nem deve passar sem que maiores explicações sejam fornecidas ao povo brasileiro”, diz Girão no pedido. Os ministros ainda não se manifestaram a respeito.

A revolta deles/ Os senadores ficaram meio frustrados com a convocação feita pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dizendo que as sessões desta semana cuidariam da pauta feminina. É que parte dos projetos são de autoria de parlamentares do sexo masculino.