Petistas são aconselhados a prestar mais atenção na direita

Publicado em coluna Brasília-DF

Com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro previsto para terminar na semana que vem, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Lula e os petistas de um modo geral vêm sendo aconselhados a abandonar as citações quase que diárias ao ex-chefe do Executivo e a olhar de forma mais acurada para todo o campo da direita. A avaliação é de que o erro de Bolsonaro foi manter Lula como principal adversário e que o petista não pode repetir esse erro, de chamar quase que diariamente o ex-presidente para o ringue. Os aliados querem que Lula responda apenas que Bolsonaro é agora um problema da Justiça. Cabe ao PT, avaliam seus parlamentares, cuidar da economia e manter o centro junto ao governo, de forma a evitar que se crie uma alternativa forte a Bolsonaro.

Em tempo: até aqui, o que se diz do lado de aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é que ele não fará qualquer gesto para se colocar como sucessor de Bolsonaro. Tarcísio espera concorrer à reeleição para o governo paulista.

Nada é impossível

A contar pelas conversas pós-reunião dos governadores, a tendência é a Câmara dos Deputados fechar um acordo mínimo com os estados para a votação da reforma tributária. É que, dentro do proposta de emenda constitucional, o maior problema com os governos estaduais é o prazo de transição. O ponto mais polêmico é o critério de partilha dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional, que deve ficar fora da PEC.

Deixe tudo para depois

A ideia é manter o texto da PEC mais enxuto, e tudo o que for sobre o Fundo de Desenvolvimento Regional ser discutido no projeto de lei complementar. Assim, fica mais fácil buscar um consenso.

Eleva isso aí

O secretário Bernard Appy fala em R$ 40 bilhões da União para compor esse fundo de desenvolvimento. Os governadores vão pedir mais: pelo menos, R$ 60 bilhões.

Games & benefícios

O segmento dos videogames quer aproveitar o marco legal dos games para incluir os jogos eletrônicos na Lei Paulo Gustavo, de incentivo à cultura. Muitos senadores consideram que isso não faz sentido, porque, diferentemente da área da cultura, o setor não parou
durante a pandemia.

Tome distância/ Se tem algo que os bolsonaristas querem ficar longe é de atos terroristas. Por isso, a maioria nem se dedicou muito a perguntas sobre os depoimentos de ontem na CPMI de 8 de janeiro com relação direta à tentativa de explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília, na véspera do Natal.

Enquanto isso, no TSE…/ Ex-ministros do Tribunal Superior Eleitoral comentavam à boca pequena que o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguiu tirar “leite de pedra” na exposição oral em favor do cliente. Cumpriu seu papel com altivez, mas a tendência do colegiado é seguir o parecer do Ministério Público, pela inelegibilidade do ex-chefe do Executivo.

Tocantinense candango/ O senador Eduardo Gomes (foto), do PL-TO, foi um dos entusiastas da manutenção do sistema atual de correção do Fundo Constitucional do Distrito Federal e autor de uma das emendas que permitiu a retirada do FCDF do arcabouço fiscal.

Está explicado/ A pressa de deputados, esta semana, deveu-se ao “recesso branco” na semana que vem. Com o São João no sábado e São Pedro, na quinta-feira, a tendência é de semana vazia em Brasília, para que as excelências prestigiem as festas promovidas por prefeitos no interior do país, especialmente no Nordeste.

 

CPI da Americanas: presidente da CVM fala em delação premiada para envolvidos

Publicado em coluna Brasília-DF, GOVERNO LULA, Lula, STF

Por Luana Patriolino —  Diante da supersemana que o país atravessa, com a votação do arcabouço fiscal, sabatina do advogado Cristiano Zanin no Senado e julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no TSE, a CPI da Americanas na Câmara dos Deputados — que investiga o rombo de R$ 20 bilhões no caixa da empresa — parece ter perdido espaço nos holofotes.

Mas não se pode esquecer a gravidade do assunto. Após o CEO Leonardo Coelho Pereira chamar o buraco de fraude, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, abriu a possibilidade de delações premiadas para agentes econômicos envolvidos. Ele citou indícios de “manipulação informacional” e “crime contra o mercado de capitais”.

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Pressão

A CPI da Americanas ganha novos capítulos em um momento em que impera antipatia da opinião pública a respeito do mercado financeiro. Há pressão sobre o Banco Central para que os bancos reduzam os juros rapidamente. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, atualmente em 13,75% ao ano.

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Zanin ganha espaço

Os bolsonaristas abandonaram o discurso de “princípio da impessoalidade” na indicação do advogado Cristiano Zanin ao STF pelo presidente Lula. Após a senadora Damares (Republicanos-DF) afirmar que “gostou muito” do jurista, outros parlamentares de oposição também devem votar em peso para a aprovação do escolhido à Suprema Corte. Até mesmo Fábio Wajngarten, que presta consultoria jurídica e de comunicação a Jair Bolsonaro, admitiu ser de prerrogativa do chefe do Executivo indicar os ministros.

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A tal da impessoalidade

E por falar em impessoalidade, quem não se lembra da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pulando, chorando e fazendo oração, com a aprovação do ministro André Mendonça ao Supremo? À época, também foi criticada a proximidade entre o indicado e o então presidente.

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Encontro com o papa

O presidente Lula se reúne, hoje, com o papa Francisco, na Itália. Eles devem tratar de assuntos de interesse global e regional como, por exemplo, a guerra entre Rússia e Ucrânia, a preservação da Floresta Amazônica e a defesa dos povos indígenas. No mês passado, o brasileiro convidou o líder da Igreja Católica para visitar o Brasil ainda neste ano. Ontem, o religioso também recebeu o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

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Bolsonaro x TSE

Jair Bolsonaro está praticamente conformado de que será condenado pelo TSE no julgamento previsto para quinta-feira, que trata da reunião do ex-presidente com embaixadores — em que ele acusou, sem provas, o processo eleitoral brasileiro de fraude. A análise do processo deve durar três sessões. Os advogados já estudam como vão recorrer ao STF para tentar reverter a decisão da Justiça Eleitoral.


Curtidas

Nos EUA / Roberto Campos Neto (foto), presidente do Banco Central, confirmou a participação no fórum do Lide que acontecerá em Washington, Estados Unidos, em 1º de setembro. Ele prepara uma nova análise atualizada sobre a situação dos juros no Brasil e a atuação do BC. Além dele, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ian Goldfajn, é esperado no evento — que terá a participação de, ao menos, 15 governadores brasileiros.

Investimentos / A empresa norueguesa Yara, especialista em fertilizantes, se reunirá, na quinta-feira, com representantes do Executivo e do Legislativo e empresários do agro para debater as conexões entre a iniciativa privada e o poder público em benefício de uma agricultura regenerativa. O evento contará com a participação do ministro de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, do secretário do MDIC Rodrigo Rollemberg e do embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud.

Lançamento / O juiz federal Francisco Codevila, da 15ª Vara Cível de Brasília, lança, na próxima quarta-feira, na cidade, o livro Criminalização de Lavagem de Capitais no Brasil. Ele destacou que o Estado não pode se valer da criminalização como primeiro mecanismo de controle social. “É preciso pensar em opções eficazes e menos onerosas para os direitos individuais e para os cofres públicos”, disse o autor à coluna.

Quebra de sigilo dos celulares de Bolsonaro é peça-chave contra ex-presidente

Publicado em coluna Brasília-DF

A quebra de sigilo dos celulares de Jair Bolsonaro é considerada peça-chave para os petistas colocarem o ex-presidente no epicentro dos atos de 8 de janeiro. O PL vai monitorar esse movimento, mas já definiu que esse assunto não cabe à legenda. A ordem entre os deputados do partido é seguir a toada do presidente da Câmara, Arthur Lira, que, ao se referir ao ex-assessor enroscado na operação que investigou compra de kits de robótica, mencionou que cada um cuide do seu CPF. No caso dos atos golpistas, Bolsonaro terá que responder na “pessoa física”.

Quem quer agradar a todos…

Lula está quebrando a cabeça para fechar a sua reforma ministerial. É que ele não pretende defenestrar Daniela Carneiro, ministra do Turismo. Se conseguir uma vaga para abrigá-la, ela permanecerá na equipe.

… desagrada todo mundo

Se Lula encontrar um cargo para manter Daniela no governo que for melhor do que os do União Brasil, vai dar problema. No Congresso , há quem alerte que ciúme de politico é pior do que ciúme entre marido e mulher.

A ordem é ganhar tempo

O pedido do PT ao Ministério de Comunicações para obter um canal de tevê está em banho-maria. Os estudos vão continuar por um longo período para ver se o partido retira essa solicitação.

A saia justa do governo

Aprovado no Senado, o projeto que prorroga a desoneração da folha de 17 setores deve ser ratificado pela Câmara do Deputados. Pelo menos, os partidos de centro vão defender que seja mantido para evitar perigo de demissões, neste momento em que a economia ainda requer cuidados. O governo tem resistências a essa proposta.

Herança

O levantamento que Lula pediu ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, já está pronto há tempos. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) deixou um mapa de terras que podem ser utilizadas para novos assentamentos no país. São 90 milhões de hectares.

Veja bem

Para se ter uma ideia do que isso representa, as plantações de soja no Brasil, somadas, chegam a 42 milhões de hectares.

Na muda/ Os ministros do União Brasil nunca estiveram tão na muda. A ordem é falar pouco para evitar que terminem atingidos na reforma ministerial.

Ninguém mexe/ O União bem que gostaria de ingressar em áreas de maior visibilidade, como as entregues ao MDB. Mas Lula não vai deslocar Renan Filho dos Transportes e nem Jader Filho (foto) das Cidades. O espaço para reforma está curto.

 

Volta de Bolsonaro ao Brasil deve marcar estreia da oposição

Publicado em coluna Brasília-DF, Governo Bolsonaro

Com a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro a Brasília, amanhã, o PL espera voltar para o jogo nesse momento em que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta dificuldades no Congresso e na economia. Há a disputa interna do PT, tensão entre Câmara e Senado, montadoras anunciando férias coletivas. Enfim, um cenário diferente dos governos Lula 1 e 2, quando havia mais entusiasmo com o PT. É nesse quadro que o PL pretende ver o ex-presidente disposto a rodar o país e garantir uma onda de novos filiados e candidatos para 2024.

Da parte dos bolsonaristas, o plano é retomar aquele movimento de 2018, quando o então pré-candidato era recebido por multidões nos aeroportos. E a partir daí, na avaliação deles, talvez seja possível criar algum fato para tentar evitar que Bolsonaro termine inelegível.

Entre os advogados, a avaliação é a de que será muito difícil Bolsonaro escapar da inelegibilidade. Nesse sentido, muitos consideram que cabe ao ex-presidente tentar reaglutinar seu eleitorado para manter o poder e a força na hora de definir os rumos de 2026.

Pragmáticos x ideológicos I

Os integrantes do PL, partido que pagará o salário do ex-presidente, estão meio desconfiados de que militares da reserva vão querer puxar Bolsonaro para um caminho extremista. Mas, a ala política o quer na busca de votos.

Pragmáticos x ideológicos II

Os petistas têm o mesmo problema em relação a Lula. A ala pragmática quer o ajuste agora para ter mais liberdade para gastar depois. Na ala ideológica, há quem duvide até da necessidade de ajuste rigoroso, a começar pela presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

O que o PT não quer

Alguns petistas têm dito que todas as vezes que o partido quebrou sua linha de promover o desenvolvimento com um vasto programa social, houve problemas. Dilma Rousseff, por exemplo, apostou no ajuste e sofreu um processo de impeachment.

Veja bem

Uma ala petista rebate esse receio, lembrando que, no governo Lula 1, houve um forte ajuste. O presidente foi reeleito, fez a sucessora e, agora, 20 anos depois, chegou a 2023 eleito, depois de todos os perrengues que passou.

Procuração vencida

Além entregar um vasto material à Justiça em seu primeiro depoimento na Operação Lava-Jato, o advogado Tacla Duran alertou o juiz Eduardo Appio que a procuração para que o escritório René Dotti representasse a Petrobras havia vencido. O prazo para apresentação de uma procuração atualizada vence amanhã. No último despacho do juiz, a estatal pediu para ser habilitada nos autos como “assistente do Ministério Público”.

É por aí/ As falas da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabril Galípolo, sobre ajuste fiscal no seminário da Arko Advice, em São Paulo, ajudaram a manter a bolsa em alta. E, de quebra, ainda serviram de aviso a toda a equipe de Lula: mercado, para ficar estável, precisa de “céu de brigadeiro” e “mar de almirante”. Por isso, já foi dito aos aliados do presidente para que evitem entreveros desnecessários.

O que falta/ Os governistas quebram a cabeça em busca de uma marca para o governo Lula 3, da mesma forma que o Lula 1 buscou o formato do “fome zero”, que terminou virando Bolsa Família. A aposta é que, por aí, será possível fazer o contraponto às dificuldades na economia.

Dino abre alas/ O ministro da Justiça, Flávio Dino (foto), será o primeiro a passar pela Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. É lá que o bolsonarismo pretende fazer crescer a tese de que havia infiltrados no ato de 8 de janeiro. Se a briga ficar nesse mano a mano, o país dificilmente sairá da polarização entre lulistas e bolsonaristas.

 

Bolsonaro se mantém sendo a melhor oposição para Lula

Publicado em coluna Brasília-DF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manterá longe do estilo “Lulinha paz e amor” do passado e vai tratar de arregimentar o povo para segui-lo nessa toada, haja vista o discurso feito em Santo Amaro (BA). A ordem é tirar os bolsonaristas escondidos no governo e afastá-los, conforme o presidente disse de público, numa espécie de cobrança ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. A disposição de Lula tem um motivo: manter Jair Bolsonaro vivo politicamente. Os petistas consideram que o ex-presidente é o melhor nome para ser derrotado no futuro.

O temor dos petistas é de que, com o bolsonarismo em baixa, surjam outras forças conservadoras que possam ultrapassar Bolsonaro e vencer a esquerda numa disputa futura. A intenção, agora, é tentar matar esse crescimento pela raiz. E a melhor forma, a essa altura do campeonato, é manter o ex-presidente na roda.

Um balão de ensaio…

Ao dizer ao The Wall Street Journal que pretende voltar ao Brasil na primeira semana de março, Jair Bolsonaro joga uma pedra na água para ver como se propaga. A ideia é tirar da toca os mais afoitos, ou seja, se alguém pede logo a prisão de Bolsonaro, antes mesmo do seu retorno. Assim, o ex-presidente teria uma justificativa para permanecer fora do país por mais tempo ou ganhar o discurso de vítima, caso seja acusado pelos atos de 8 de janeiro sem uma prova robusta.

… mas o STF não vai cair
Os ministros do Supremo Tribunal Federal têm sido muito cautelosos ao se referir ao ex-presidente. Embora haja muita gente apostando até num pedido de extradição, o STF não passará esse carro na frente dos bois. Segundo os ministros, nada será feito de afogadilho.

Carcaças fora
Empossado há 45 dias, o governo Lula garantiu a retirada das carcaças de aeronaves entulhadas no Aeroporto de Brasília. Os aviões pertenciam a empresas aéreas que faliram, chegaram a ser alienados em ações judiciais e foram leiloados em 2013. A manutenção dessas peças ao longo de 10 anos gerou diversos problemas, inclusive afundou parte do solo, diante do peso dos entulhos. Além disso, havia uma percepção de abandono para os passageiros que chegavam ao aeroporto Juscelino Kubitschek.

É por aí
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, procurou a Inframerica, operadora do Aeroporto JK, e o arrematador das aeronaves no leilão, solicitando a retirada dos entulhos. A intermediação deu resultado positivo e os aviões começaram a ser retirados ontem. “Resolver rapidamente questões que se arrastam há muitos anos, esse é o tom do Governo Lula”, ressaltou França.

E a economia, hein?
Ao criticar o Banco Central na festa do PT, a presidente Gleisi Hoffmann deixa claro que o discurso de paz do presidente do banco, Roberto Campos Neto, não vai ecoar entre os petistas. A pacificação, se houver, será da lavra do governo, que, institucionalmente, deve buscar esse diálogo. O PT continuará fazendo sua politica, voltada à defesa dos mais pobres, doa a quem doer.

As estrelas/ Tão popular quanto o marido, conforme apontou a pesquisa Genial/ Quaest, Janja Lula da Silva ainda não decidiu se seguirá carreira política, mas já é apontada como uma das principais apostas do PT no futuro. Do outro lado da polarização, Michelle Bolsonaro também chama a atenção, inclusive da imprensa internacional. Ela, ao contrário de Janja, já decidiu entrar na política. A que irá concorrer, o futuro dirá.

Me inclua fora dessa/ O deputado Sanderson (PL-RS) ficou intrigado, ao surgir numa mensagem de WhatsApp como o coordenador de uma visita que parte da bancada do PL faria, hoje, aos presos por causa dos atos antidemocráticos. “Não tem visita, nem estou coordenando nada disso”, disse.

Maior que muitas bancadas/ A mensagem na qual consta o nome de Sanderson foi uma resposta à iniciativa da deputada Carol de Toni (PL-SC), de criar um grupo externo para acompanhamento da situação dos presos. A comissão conta com o apoio de, pelo menos, 29 deputados.

Veja bem/ Os deputados acreditam que entre as 950 pessoas que permanecem presas, muitos não participaram do quebra-quebra na sede dos Poderes, e alguns sequer estiveram na Esplanada — apenas no acampamento. A ideia da comissão é tentar liberar esses para que respondam o processo em liberdade.

Lula quer virar a página da crise de segurança

Publicado em Política

Por mais surpreendentes que sejam as denúncias envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, seja na seara dos atos antidemocráticos/tentativa de golpe de Estado, seja nos gastos do cartão corporativo, o governo Lula terá que fazer uma escolha: gasta parte da energia nesses temas da segurança — entre eles o chamado pacote da democracia que vem por aí — ou acalma o país para garantir uma boa discussão da reforma econômica — na qual a tributária é considerada a mais importante. A partir daí, consolidaria os recursos para os programas sociais, especialmente a revolução que o presidente da República deseja fazer no sistema educacional.

Se depender exclusivamente de Lula, a ordem é virar a página. Deixar que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Judiciário cuidem de Bolsonaro e a Presidência da República fique fora dessa seara. Falta combinar com o PT, que, diante dos atos antidemocráticos, se apresenta com sangue nos olhos, pedindo a cabeça do ministro da Defesa, José Múcio, e reclamando internamente do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O entorno de Lula espera que a fala inicial dele, ontem, no café da manhã com a imprensa, tenha sido a senha para o PT reajustar o foco para os programas sociais.

Um quebra-cabeças…

O mosaico que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vem montando há anos dentro do inquérito dos atos antidemocráticos, tem agora uma peça-chave: o manuscrito de uma minuta de decreto encontrado na casa de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança do DF e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, é visto como uma prova de que houve realmente vários desenhos para evitar a posse de Lula.

…que preocupa os bolsonaristas

A continuar nesse caminho, avaliam alguns, cresce o risco de que Bolsonaro seja encaminhado a prestar depoimento assim que pisar em Brasília. Se houver alguma prova mais incisiva de participação do ex-presidente, ele pode ser preso.

Uma ajuda a Ibaneis

A minuta de um decreto de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encontrada na casa de Torres ajudará o governador Ibaneis Rocha na própria defesa. É que quanto mais elementos houver de que o ex-ministro estava no grupo que tentou articular um golpe no país, mais chances de recair sobre ele toda a culpa pela desmobilização de 8 de janeiro.

E a economia, hein?

O setor produtivo não gostou nada dessa história do voto de qualidade no Carf. É que, a partir de agora, a mão sempre pesará a favor da Receita Federal. Há, no setor produtivo, quem considere que o governo quebrou o que disse Lula: previsibilidade, transparência e credibilidade. O da “previsibilidade”, dizem alguns, não foi cumprido com o anúncio das medidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O mercado, porém, gostou.

Caligrafia/ O autor da minuta do decreto encontrado na casa de Anderson Torres ainda não é conhecido. Já tem gente no mundo jurídico desconfiada de que não foi o ex-ministro que escreveu.

TCU em festa…/ Para marcar os 130 anos do Tribunal de Contas da União, o atual presidente da Corte de contas, Bruno Dantas (foto), levantou três pontos prioritários com os quais pretende marcar sua gestão: transparência, responsabilidade fiscal e cultura de consensualismo.

… e na lida/ A ordem é dar segurança aos gestores de que eles podem tomar decisões para não haver um “apagão das canetas”, quando muitos não decidem para não serem processados mais à frente.

Quem diria…/ O governo está apenas na sua segunda semana, encarando hoje uma sexta-feira 13, e parece ter mais tempo, de tantas coisas que aconteceram. E ainda estamos apenas nas “flores do recesso”, aquele período em que o Congresso e Judiciário estão de férias. 2023, realmente, promete.

Simone Tebet ganha um farol para ver todo o governo

Publicado em coluna Brasília-DF

Ao fazer as contas, os emedebistas concluíram que Simone Tebet está melhor no Planejamento do que estaria em áreas como Educação ou Desenvolvimento Social. Ali, no coração da organização do que o governo deve priorizar, ela terá uma visão multitemática com acesso a todos os dados das políticas a serem adotadas a partir de janeiro. De quebra, ainda fará o acompanhamento das estatais, função que, até o governo Dilma, estava a cargo da pasta entregue e aceita pela senadora. O PT, que tanto fez para evitar dar visibilidade a Tebet, terminou entregando um farol para que ela visse todo o governo.

IBGE preocupa
A equipe de Simone Tebet está para lá de preocupada com o IBGE. O Instituto ainda não conseguiu terminar o censo, teve sérios problemas de contingenciamento de verbas e, sem informações precisas, nenhum planejamento funciona. Na largada é ali que Simone atuará com mais afinco.

Muita calma nessa hora
A senadora não pretende chegar logo em 2 de janeiro trocando todo mundo. É preciso, primeiramente, saber “quem é quem” e não permitir a descontinuidade no censo.

A disputa por Cidades

Ainda não é hoje que Lula deve tirar foto com os futuros ministros. É que há uma briga interna pelo ministro das Cidades. O PT de Minas, por exemplo, considera que ainda está a ver navios e precisa ser contemplado.

Sai daí rapidinho!
O quase ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi aconselhado a “mergulhar” nesse período em que Brasília se mostra tensa. Os mais próximos esperam que ele viaje para os Estados Unidos, a fim de não ser acusado de ampliar a tensão até a posse.

Fica por aqui
Muitos daqueles que gostariam de ver Bolsonaro liderando a oposição, entretanto, estão frustrados com essa atitude. Deixar Brasília, para alguns, pode ser até compreensível. Agora, sair do país, soa como medo do futuro.

A conselheira…/ Economista responsável pelo programa de governo de Simone Tebet ao longo da campanha, Elena Landau, cotada para a equipe do Planejamento capitaneada pela senadora, é citada nas conversas internas dos petistas como alguém que não pode integrar o futuro governo.

… falou demais/ Na última sexta-feira, Elena foi direta em seu artigo no Estadão. Escreveu que “Lula tinha uma oportunidade de montar um ministério plural em todos os sentidos e a jogou fora”. Acrescentou ainda que o presidente acertou em recriar o Ministério do Planejamento e “errou” ao criar um “desnecessário” Ministério da Gestão. Concluiu dizendo que o “conjunto da obra mostra uma aposta no que sempre deu errado neste país. 2023 já nasce envelhecido”. Elena é uma das pessoas a quem Tebet mais ouve.

O árbitro/ Lula já avisou que, quando houver divergência na equipe econômica, será ele a decidir. E, pelo visto, terá muito trabalho.

Enquanto isso, na Defesa…/ O futuro ministro, José Múcio Monteiro, esticou até onde conseguiu a saída dos comandantes militares. Esta saída entre o Natal e o Ano Novo não é vista como um problema.

Por falar em problema…/ A tensão em torno da posse que toma conta desses dias não cessará em 2 de janeiro. Pelo menos, é assim que alguns no entorno de Lula pensam. Aliás, vale a pena assistir à entrevista do deputado distrital reeleito Chico Vigilante (PT) ao CB.Poder. Ele considera que o melhor seria não ter show na Esplanada. O momento é de trabalho. Uma festa tão efusiva só se justificaria se o futuro governo fosse uma unanimidade no país.

 

Alexandre de Moraes reforça que não há meios de reverter a eleição

Publicado em coluna Brasília-DF

O discurso contundente do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, na diplomação de Lula e Geraldo Alckmin, foi para deixar claro aos bolsonaristas que não há meios de reverter o resultado das urnas. Quem foi derrotado que se prepare para a próxima eleição presidencial, daqui a quatro anos. De quebra, ainda deu o recado de que outras punições virão. Se vai atingir o presidente Jair Bolsonaro ou os filhos, é algo que só será decidido no ano que vem.

O tom mais incisivo do ministro foi decidido depois que o presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores, na porta do Alvorada: “Tudo dará certo no momento oportuno”, “Quem decide meu futuro são vocês”, “Vamos vencer” e “Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês”. As frases foram vistas como um estímulo à ruptura. A ordem agora é deixar claro que não haverá interrupção democrática.

Terroristas querem barrar a posse

As ações terroristas menos de 12 horas depois da diplomação de Lula têm o objetivo de tentar impedir a posse. Enquanto os mais radicais queimam ônibus, carros e criam tumultos, outros, mais moderados vão se transferindo do QG do Exército para a porta do Palácio da Alvorada. A ideia é não deixar sair a mudança de Jair Bolsonaro e nem a de Lula entrar. A confusão não vai terminar tão cedo.

Argumento básico
O presidente Lula acredita ter encontrado um motivo muito justo para que o PT aceite a concessão do Ministério de Desenvolvimento Social para Simone Tebet, do MDB. Os petistas vão ficar com todos os ministros “da Casa”, ou seja, Casa Civil, Relações Institucionais, Secretaria Geral da Presidência e por aí vai.

E tem mais
O PT deve ficar ainda com Saúde e Educação. Só tem um probleminha: se o PT não se entender sobre o nome do ministro da Educação, Gabriel Chalita (PSB) entra no páreo.

Chamariz
O futuro governo encontrou um meio de atrair os deputados do Centrão ao voto sim à PEC da Transição, sem tirar um centavo do que foi aprovado pelo Senado: destinar parte dos recursos de infraestrutura para as obras que os políticos gostam. Vai crescer o orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) e da Codevasf, para alegria do líder do União Brasil, Elmar Nascimento.

Apostas/ No último domingo, por volta de meio-dia, um senhor falava em alto e bom som para quem quisesse ouvir: “Apostei duzentas pratas que o Lula não sobe a rampa”. O interlocutor, cético em relação à aposta respondeu: “Vai subir. Só não sobe se matarem ele”.

O que vale/ O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, fez chegar a todos os parlamentares que, pelo menos até a tarde de segunda-feira, ainda não havia nada oficial sobre a discussão e votação da PEC da Transição ainda hoje.

A ordem dos fatores/ O presidente da Câmara, Arthur Lira, pode até ter dito que iria votar, mas só o fará depois que conversar com os líderes partidários nesta terça-feira. Difícil votar tudo hoje.

A volta dos convescotes/ Com Lula em Brasília e alguns ministros escolhidos, a cidade volta à temporada dos jantares. Às vezes, dois por noite. Esta semana, por exemplo, será a vez do deputado eleito Eunício Oliveira (MDB-CE) receber a bancada de seu partido. Lula deve comparecer.

Aliados de Lula agem para acalmar o mercado financeiro e mexer no Orçamento

Publicado em coluna Brasília-DF

Descansar, que nada. Já no primeiro dia depois da eleição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe traçaram os movimentos mais urgentes. O primeiro deles é reforçar as pontes com o mercado financeiro, para evitar tumultos que possam gerar sobressaltos na economia e comprometer os projetos futuros. Na outra ponta, já houve conversas com o relator do orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a fim de assegurar um espaço para negociar a proposta orçamentária do ano que vem.

Castro integra a ala do partido que apoiou Lula desde o governo da presidente Dilma Rousseff — foi, inclusive, um dos poucos que se manteve ao lado dela quando do impeachment. O presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Celso Sabino (UB-RJ), também não será problema para o presidente eleito. Quanto às emendas de relator, porém, será preciso negociar. Afinal, esse poder, hoje, vai além do próprio relator e do presidente da CMO.

Promessa é dívida
Até aqui, os técnicos em orçamento dizem que a situação das contas públicas não está para criação de novas despesas — ou seja, ministérios, como Lula já se comprometeu a fazer. Terá que cortar em outros setores para cumprir as promessas. E é aí que virá o embate com o Centrão pelos R$ 19 bilhões das emendas de relator. Isso, sem contar na necessidade de cumprir o rombo embutido na proposta orçamentária.

A vida como ela é

A demora do presidente Jair Bolsonaro (PL) em reconhecer o resultado das urnas se deve, segundo aliados, ao fato de ele querer ganhar tempo para ver se consegue uma reviravolta no país. Porém, os ministros militares estão posicionados contra extremismos e a ala política mais “pé no chão” avisa que ou Bolsonaro reconhece logo o resultado ou comprometerá o capital político que adquiriu nas urnas.

A bolha bolsonarista…
O presidente está sendo pressionado pelos radicais a esperar o movimento dos caminhoneiros no feriado de finados e, somente depois, se posicionar. Porém, o passar das horas enfraquece a posição de Bolsonaro de líder da direita brasileira. Se demorar mais, ficará do tamanho da ala radical, que não chega a 10% dos eleitores.

…adverte
Nas redes sociais, os radicais avisaram que Bolsonaro reconhecerá o resultado e que cabe a eles não levar esse reconhecimento em conta, porque, dizem, o presidente espera que eles façam um movimento no feriado.

Ficamos assim/ No Planalto, porém, já está definido que se Bolsonaro não assinar os decretos criando a equipe de transição, com cargos e estrutura para Lula, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o fará.

Tapete vermelho/ Quem se desdobrou em atenções com os eleitos foi o vice-presidente Hamilton Mourão, senador eleito pelo Rio Grande do Sul. Ele já convidou e aguarda o futuro vice-presidente Geraldo Alckmin e dona Lu para conhecer o Jaburu.

Atrapalha todo mundo/ Quem ficou parado na Rodovia dos Bandeirantes pouco antes de Sumaré (SP) foi o deputado Fausto Pinato (PP-SP). “Nem ambulância passa. Um absurdo, esse grupo que não respeita a democracia e nem as pessoas”, afirmou.

Um feito e tanto/ O governador reeleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), foi o único candidato de um partido com perfil de esquerda a vencer no rol de 14 estados em que Bolsonaro ganhou.

Novos tempos/ No primeiro dia, conversa com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden; com o da França, Emmanuel Macron; reunião com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez; e o dólar a moeda que mais se fortaleceu. Enquanto isso, o presidente detentor da outra metade do país permaneceu calado, sem se colocar sequer para liderar a oposição. Em política, não existe espaço vazio.

O candidato que vencer hoje não terá lua de mel com o povo

Publicado em coluna Brasília-DF

Independentemente de quem vencer hoje, é preciso que o vitorioso olhe com cuidado para tudo o que está acontecendo na América Latina. E, nesse sentido, uma das maiores autoridades em eleições alerta que o cenário de hiperpolarização vivido no Brasil levará o eleito a rapidamente ver diluída a sua popularidade, como vem ocorrendo em vários países da região. “O anti-bolsonarismo, ou o anti-petismo, será fundamental para dar a vitória para um ou outro hoje. E esse grupo não tem fidelidade política com o eleito, vota apenas para derrotar o outro e, no dia seguinte, se afasta. Precisaremos ver como o eleito processará isso”, diz Daniel Zovatto, diretor do Instituto de Democracia e Assistência Eleitoral (Idea) para América Latina e Caribe, uma instituição intergovernamental de apoio e promoção à democracia no mundo. “O certo é que, em situações polarizadas, como a que vive o Brasil hoje, quem vencer não terá lua de mel”, afirma.

Zovatto considera que “os ciclos políticos estão cada vez mais curtos”, e quem vence tem o desafio de unir seus cidadãos, inclusive quem escolheu o candidato derrotado. Nesse sentido, o Brasil vai virar um “case”. “O que mais preocupa é o que vem depois da eleição e, daí, o olhar de todo o mundo para o Brasil, hoje. Esta eleição extrapolou as fronteiras brasileiras. É a mãe das eleições deste superciclo eleitoral (2021 a 2024) da região, pela importância do Brasil e pelo ineditismo de um presidente no cargo
concorrer contra um ex-presidente”, afirma.
A pergunta que o mundo quer ver respondida pelo Brasil a partir desta noite e, depois da posse em 1º de janeiro de 2023, é como virar a página da hiperpolarização, unir o país e, simultaneamente, recuperar a economia. Com tantos desafios, de tédio não morreremos.

“Escopeta de dois canos”

Assim, Daniel Zovatto define a estrutura institucional brasileira responsável pela arbitragem do processo eleitoral brasileiro e guardião do cumprimento dos ritos democráticos — o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF). “É um poder que não existe em outros países do mundo. Terminada a eleição, é preciso que a Justiça reduza seu protagonismo. O permanente ativismo vai gerar crescentes problemas, porque obriga a atuação em múltiplos campos. É preciso conter a judicialização da política e a politização da Justiça e ajustar o pêndulo entre os Poderes”, aconselha.

Não está fácil para ninguém
A maioria dos eleitos neste superciclo de 2021 para cá na América Latina está vendo a popularidade derreter rapidamente: por exemplo, Pedro Castillo, no Peru; Gabriel Boric, no Chile, Alberto Fernandez, na Argentina.

Balanço
Das 14 eleições na América Latina e Caribe entre 2019 a 2022, em 13, o partido que estava no poder perdeu. O único que venceu foi Daniel Ortega, na Nicarágua, um processo conhecido como “farsa eleitoral”. “O eleitor colocou o oficialismo de castigo”, avalia Daniel Zovatto.

Abrigo/ Se o ex-ministro Tarcísio de Freitas vencer hoje, em São Paulo, e Jair Bolsonaro perder a reeleição, crescerá a pressão para que Freitas acolha toda a turma do ex-presidente em seu governo. O mesmo valerá para Onyx Lorenzoni, se vencer no Rio Grande do Sul; e Jorginho Mello, em Santa Catarina. Afinal, são os mais identificados com o presidente.

Reconstrução/ No caso de Lula sair derrotado, a avaliação dos petistas é a de que caberá ao ex-presidente ajudar na projeção de novos líderes políticos. À exceção de São Paulo, onde Fernando Haddad concorre contra Tarcísio de Freitas, o PT ou seus aliados terminaram derrotados no primeiro turno nos dois grandes colégios eleitorais, especialmente, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Enquanto isso, no último confronto…/ Cada uma das equipes considerou que seu candidato ganhou por pontos o debate da Globo. No mais, cada um tratou de editar os trechos que mais lhe interessava para fazer circular na internet.

E as pesquisas, hein?/ Na véspera da eleição, a maioria dos institutos de pesquisa apresentou empate técnico entre Lula e Bolsonaro. Ninguém quer colocar a cabeça a prêmio nessa hiperpolarização.

Tem que acabar hoje, tá?/ Que venham as audiências de conciliação das famílias e dos grupos de amigos, divididos pelo processo eleitoral. Ao vitorioso ficam aqui os parabéns antecipados. Afinal, derrotas e vitórias são, respectivamente, as dores e as delícias dos processos democráticos. Bom voto a todos.