Desafio sobre ICMS de Bolsonaro visa eleição

Bolsonaro governadores ICMS
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O desafio do presidente Jair Bolsonaro aos governadores para baixar o ICMS dos combustíveis foi uma forma de o capitão dividir essa conta com vários atores políticos, potenciais adversários dele em 2022. E, no grupo, há quem esteja disposto a dobrar a aposta, obrigando a União a dividir todas as suas contribuições exclusivas com os estados. A equipe econômica sabe desse perigo e, por isso, não fez coro à declaração do presidente.

Quem teve a reação mais contundente, chamando o presidente para o ringue, foi o paulista João Doria, que já foi seu aliado. Entre os comandantes dos estados, Doria é visto hoje como o nome mais forte contra Bolsonaro. As apostas são de que essa confusão está apenas no início e a reforma tributária promete esquentar esse clima.

Hora de abrir…

Vai chegar ainda antes do carnaval um pedido de informações do Congresso ao Ministério de Minas e Energia para que remeta ao parlamento detalhes dos contratos da Eletrobras. É que o projeto de privatização da companhia contém um artigo que mantém a garantia da União a todos os contratos. Ou seja, o que não for pago, fica no seu, no meu, no nosso.

…mais uma caixa-preta

Na justificativa, o autor do pedido de informações, Alencar Santana Braga
(PT-SP), alerta que o referido projeto não esclarece quais os contratos em que a União é garantidora, tampouco os valores dessa garantia. Técnicos mencionam nos bastidores um montante de R$ 19 bilhões, uma dívida que pode sobrar para a União mesmo depois de a empresa privatizada.

Se um condenado pode…

… Wilson Santiago também pode. Em conversas para arregimentar votos em favor do deputado acusado de recebimento de propina e suspenso do mandato por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, parlamentares citavam casos antigos. Por exemplo, o do senador Acir Gurgacz e do deputado Celso Jacob. Deu certo.

Agora, aguenta

A esperança de parte dos congressistas, ontem à tarde, era de que o voto aberto deixasse as excelências constrangidas em preservar a permanência do deputado Wilson Santiago. Ocorreu o inverso. O Congresso preferiu passar o recado de que quem afasta parlamentar é o plenário e o eleitor. A novela, porém, não acabou. Santiago continuará na Casa, mas sob intenso desgaste na rua.

Adeus, amigos/ A secretária nacional de Justiça, Maria Hilda Marsiaj Pinto, vai deixar o governo. Num grupo de amigos do WhatsApp, ela explicou que deu sua contribuição ao país e vai “viver a vida”. Marsiaj se casou no ano passado com um espanhol. Ela atuou na força-tarefa da Lava-Jato, foi subprocuradora-geral da República. Veja quem está cotado para substituí-la.

Por falar em WhatsApp…/Circula na rede um vídeo do deputado Marcelo Freixo defendendo a descriminalização das drogas. O problema é que vem acompanhado de um texto dizendo que, se for aprovado, estará liberado o oferecimento nas escolas. Isso não está na fala do deputado, mas é o entendimento de parte dos usuários do WhatsApp.

A ponte/ Davi Alcolumbre foi tratado no almoço do presidente Jair Bolsonaro com ministros e chefes de poderes como a ligação mais forte do Planalto com o parlamento, obviamente, depois dos líderes do governo.

Senadores vão cobrar de Bolsonaro medidas para gerar emprego e renda

Emprego
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A depender das conversas dos senadores de oposição nesse retorno do Congresso, a ordem é dedicar dia e noite a cobrar do governo Jair Bolsonaro medidas que ampliem a distribuição de renda e a criação de empregos, algo que melhorou, mas ainda não o suficiente.

A ideia é passar aos eleitores a visão de que a política econômica, até aqui, serviu mais para concentrar renda e deixar os mais pobres ainda mais pobres, e bater no desconto do seguro-desemprego.

Ainda que, nos últimos anos de governo da presidente Dilma Rousseff, a situação tivesse deteriorado, os oposicionistas avaliam que ainda terão apelo perante a população mais carente, que ainda não conseguiu recuperar a renda.

Cadeira vazia

A impressão dos deputados é a de que o ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni dificilmente vai recuperar o prestígio de outrora junto ao presidente. Para completar, há um grupo que ainda não engoliu o ministro da Secretaria de Governo, Eduardo Ramos, como articulador do Planalto. Logo, o diálogo continuará aos trancos e barrancos, como foi em 2019. No primeiro ano, mal ou bem, a agenda andou.

“Aras, Aras”

O procurador-geral Augusto Aras deixava o plenário da Câmara, quando foi chamado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), líder da bancada este ano. Rocha queria marcar uma reunião dos petistas com o comandante supremo do Ministério Público.

Passa lá em casa!

Institucional e defensor das relações republicanas mais corretas, Aras foi direto: “Claro, basta o senhor entrar em contato com a minha assessoria e marcar uma audiência”. Nada fora do script.

Pauta não falta

À coluna, Rocha afirma que se trata de um pedido de visita de cortesia, mas com algum cunho político. “Nossa pauta principal é o papel do Ministério Público numa democracia”.

CURTIDAS

Revista no Alvorada/ Quem chega para visitar a entrada do Palácio da Alvorada tem passado por uma revista mais detalhada. As pessoas precisam sair do carro e os policiais fazem uma rápida revista no veículo.

Mudança total/ Até meados de 2019, pelo menos, quem chegava para ver o Alvorada de perto, bastava entregar os documentos para registro na barricada próxima ao hotel Golden Tulip. Agora, dependendo da cara do freguês, tem até detector de metais, que a segurança usa. Os uniformes também foram trocados. Agora, é todo preto. Antes era camuflado.

Primeiro teste/ A Frente Digital do Parlamento, presidida pelo deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), conseguiu colocar em pauta o projeto da Lei do Governo Digital. A ideia é facilitar a vida do cidadão, desde a abertura de empresas até a marcação de consultas. Resta saber se, com tantas medidas provisórias trancando a pauta, haverá tempo para aprovar logo essa proposta.

Batata quente/ Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) saiu pela tangente, quando perguntado por um repórter qual a avaliação sobre uma possível convocação de Bolsonaro à CPI das Fake News: “É CPI mista, quem acompanha é o líder Eduardo Gomes!”

Em ano eleitoral, Congresso vai deixar de molho proposta de extinção de municípios

Congresso Planalto
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O ânimo dos congressistas que desembarcam em Brasília nesta segunda-feira para a abertura dos trabalhos do Legislativo — e do Judiciário — indica que o governo não deve esperar muito das excelências nesta sessão.

A lista de propostas viáveis inclui a reforma tributária, a autonomia do Banco Central, a prisão em segunda instância, a regulação do saneamento e a segurança das barragens. Há disposição em aprovar algo da PEC Emergencial, aquela que corta gastos do governo. Até pelo nome, dizem as excelências, não dá para deixar de molho.

E, em se tratando de um ano eleitoral, e cumprida essa agenda, estará de bom tamanho. O governo, porém, deve esquecer a parte do pacto federativo que trata da extinção de municípios em ano eleitoral, incluída no Plano Mais Brasil. Só se for para um futuro muito distante e depois de ouvida a população. Pelo menos, esse é o ânimo.

O recado de Bolsonaro

Na mensagem que enviará ao Congresso, o presidente vai bater bumbo nas realizações do governo na área econômica e agradecer a ajuda das excelências. Também dirá que, para permanecer nesse rumo, é necessário prosseguir na agenda de reformas, crucial para a retomada do emprego. Reforçará, inclusive, a administrativa, que sofre resistências.

Armadilha

Os parlamentares estão desconfiados da série de 15 prioridades que o governo do presidente Jair Bolsonaro entregou ao Congresso no fim do ano passado. Há quem diga que foi feita para desgastar o Legislativo. Algo para, mais à frente, permitir o discurso do tipo: “eu fiz a minha parte, reclame deles!”

Quem chega primeiro…
Considerada uma área em que o PT reinava, a Zona Sul de São Paulo ajudou a eleger Jair Bolsonaro em 2018 e também João Doria. Agora, o governador paulista repete a dose. Há quem diga que está em pleno movimento, não só para reforçar a presença tucana e embalar Bruno Covas, mas também guardar a sua fezinha no futuro um pouco mais distante.

… bebe água limpa

Ao contrário do que fez quando ocupou a Prefeitura e viajava Brasil afora tentando angariar simpatias, o governador passa esta temporada pré-eleitoral focado nos municípios paulistas. Sabe que, se for para ser candidato a presidente, em 2022 ou mais à frente, é dali que terá que tirar a sua força.

Irreverência contida/ O bloco de servidores da Finep “Inova que eu gosto” pretendia sair este ano com o samba “Tira a mão do meu fundo”. Porém a direção recomendou que os foliões buscassem outro tema. A Finep, financiadora de projetos, tem sob seu comando o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que está entre aqueles que o governo pretende desvincular.

Não colou I/ A avaliação dos políticos de um modo geral, inclusive de alguns palacianos, é a de que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, tenta misturar as estações quando diz que os ataques de Rodrigo Maia representam uma tentativa de desgastar o governo. Por mais que Weintraub seja do governo, as declarações de Maia miram o portador do CPF.

Não colou II/ A foto que o presidente Jair Bolsonaro postou em seu Twitter ao lado do ministro foi um recado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Para muitos, soou mais ou menos assim: enquanto Maia cobrar a cabeça do ministro da Educação, Weintraub vai… ficando.

Flores do recesso/ É assim que líderes do governo tratam o caso que deixou o ministro Onyx na berlinda por esses dias. Agora, com o retorno das atividades do Legislativo, o vaso dessa planta volta para dentro do Congresso e fica tudo por isso mesmo.

Amizade com Bolsonaro mantém Onyx no governo

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Confirmada a ida de Onyx Lorenzoni ao Congresso como ministro da Casa Civil e portador da mensagem presidencial, Jair Bolsonaro pretende dar uma demonstração de prestígio ao seu aliado de primeira hora. Amigos do presidente são unânimes em afirmar que a relação entre os dois não pode ser comparada àquela entre o presidente e o ex-ministro Gustavo Bebianno.

Onyx é parlamentar, amigo de Bolsonaro há anos, e foi fundamental para a eleição de Davi Alcolumbre como presidente do Senado — considerado um dos principais aliados do ministro e a quem o Planalto recorre quando a coisa aperta.

Essa ponte Bolsonaro não quer dinamitar. Ainda mais em se tratando de Onyx, um amigo leal, que trabalha pela eleição do presidente desde 2017, quando a maioria acreditava ser uma missão impossível. Por isso, embora tenha deixado Onyx enfraquecido, não vai esquartejá-lo em praça pública.

Regra

O presidente informou a alguns aliados que não pretende chamar deputados e senadores para seu governo, de forma a evitar abrir o apetite dos congressistas por cargos, algo que até ele conseguiu driblar.

Exceção

O único que pode quebrar essa determinação presidencial é o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Nada a ver com um amor repentino do presidente pelos tucanos. Conforme adiantou a coluna ontem, o charme de Izalci está no suplente, Luís Felipe Belmonte, o terceiro homem na linha de comando do Aliança pelo Brasil.

Por falar no Aliança…

Alguns dos responsáveis pelo partido praticamente jogaram a toalha em relação à possibilidade de a legenda conseguir concorrer às eleições deste ano. O lema agora é recolher as assinaturas, sem estresse. A meta é ser grande em 2022.

Os sinais de Rodrigo Maia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai aproveitar a abertura dos trabalhos da Casa para reforçar o que já havia dito no almoço do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) em São Paulo: os deputados estão comprometidos com a recuperação econômica do país.

Sindifisco no combate ao coronavírus/ O Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal deflagrou a distribuição de kits de proteção com máscaras e álcool gel para os profissionais que atuam nos aeroportos. “Todos os locais que pudermos levar, vamos nos empenhar para que não falte nada aos colegas”, afirma George Lima, da direção do sindicato, que levou os kits para os profissionais que trabalham no aeroporto de Brasília.

Ela virou grau de comparação/ Alguns amigos de Bolsonaro que eram perguntados sobre o futuro de Onyx respondiam na hora: “Ele não é nenhuma Joyce (Hasselmann), não traiu o presidente em nenhum momento”.

Mourão e Moro/ Enquanto Onyx levará a mensagem presidencial ao Congresso, o vice-presidente Hamilton Mourão é considerado presença certa na abertura do ano do Judiciário, nesta segunda-feira, 10h. O ministro da Justiça, Sergio Moro, idem.

Não tem querer/ Na hipótese de o presidente optar por unir a Casa Civil e a Secretaria Geral da Presidência, Jorge Oliveira vai ficar — e pronto. Algumas pessoas, dizem aliados do presidente, não têm escolha. Mas, ao mesmo tempo, esses amigos afirmam que todas as letras que esse cenário de junção das pastas não está posto.

Desgaste de Weintraub no ministério pode abrir vaga para Izalci

Abraham Weintraub e Izalci Lucas
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Enquanto o ministro da Educação, Abraham Weintraub, segue sob fogo cruzado, crescem as apostas para que o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) assuma a pasta, abrindo assim uma vaga no Senado para o segundo vice-presidente do Aliança pelo Brasil, Luís Felipe Belmonte. Primeiro suplente de Izalci, Belmonte tem se dedicado, dia e noite, à consolidação do novo partido de Bolsonaro. No Aliança, há quem diga que dar visibilidade à legenda na Casa seria uma forma de ampliar o poder de atração.

Em tempo: se Bolsonaro decidir mesmo afastar Weintraub, será mais uma na conta do ministro da Casa Civil. Afinal, Weintraub saiu da equipe de Onyx para resolver o imbróglio da Educação e, até aqui, juntou críticas. Weintraub, entretanto, ainda tem um grupo fiel, que o defende nas redes sociais. Lorenzoni não tem as redes nem o seu partido. O DEM não foi responsável pela indicação do ministro e não vai mover um dedo para tirá-lo dessa crise.

O que interessa
Ao receber o PPI — programa de parcerias de investimentos que estava na Casa Civil —, caberá ao ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentar resultados na criação de empregos. Há um consenso na área política do governo de que esse é o principal desafio a ser vencido.

Irritou
O presidente ficou irado com o fato de Rodrigo Maia pedir a cabeça do ministro da Educação. Embora a cessão de uma vaga no Senado para Belmonte seja um bom motivo para colocar Izalci no ministério, Bolsonaro não quer passar a ideia de que atendeu a um pedido do presidente da Câmara.

E as comissões, hein?
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ampliou as conversas para fechar o comando das comissões técnicas da Casa ainda em fevereiro. Ele não quer repetir 2019, quando as comissões ficaram mais de dois meses sem funcionar.

Vitrine internacional

O PT pretende pegar, desta vez, a Comissão de Relações Exteriores, que, até agora, estava nas mãos do deputado Eduardo Bolsonaro. Aliás, por causa do cargo, ele acompanhou o presidente em quase todas as viagens internacionais no ano passado. Agora, vai ficar mais difícil continuar nas comitivas. Há quem aposte que o 03 quer focar, este ano, também em segurança pública. Afinal, ele é policial.

O embaixador I/ O deputado Eduardo Bolsonaro, do PSL-RJ, largou o projeto de ocupar a Embaixada do Brasil em Washington, mas não seus contatos nos Estados Unidos. Ele passará o carnaval na Virgínia, com o escritor Olavo de Carvalho, e vai aproveitar a visita para fazer um giro semelhante ao que fez um grupo de deputados do Partido Novo.

O embaixador II/ Não está descartada uma passada para ver o presidente Donald Trump. A torcida do governo é de que, nesse retorno do parlamento, o embaixador Nestor Forster seja logo aprovado pelo Senado, a fim de chegar ao carnaval com essa pendência resolvida.

Bons exemplos/ Só dois senadores passaram 2019 sem faltas nas sessões deliberativas da Casa: Reguffe (DF) e Eduardo Girão (CE), ambos do Podemos. O levantamento foi feito pelo site Congresso em Foco.

Doenças raras/ Ao completar seu primeiro ano de funcionamento, a Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras prepara uma série de eventos para marcar este 29 de fevereiro, Dia Internacional das Doenças Raras.
A ordem é chamar a atenção para os 13 milhões de casos no Brasil.

BNDES: Bolsonaro dá a entender que cabeças vão rolar após mega-auditoria

Bolsonaro BNDES
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O comentário do presidente Jair Bolsonaro — “alguém quis raspar o tacho” — a respeito da mega-auditoria, de R$ 48 milhões, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não vai ficar por isso mesmo. Para auxiliares, ele foi além e adiantou que quer uma lupa sobre a contratação dessa auditoria. A aposta de alguns no governo é a de que cabeças vão rolar, da mesma forma que não ficou esquecido o voo do ministro interino da Casa Civil, José Vicente Santini, da Suíça à Índia, nas asas da FAB.

Reforma só depois de novembro

Podem balançar seus ministros à vontade. Até o fim das eleições municipais, o presidente não pretende mexer na equipe, a não ser, obviamente, se ele considerar que algum ministro cometeu irregularidade.

Razões

É que, a partir de novembro, o governo considera que “vira a ampulheta”, ou seja, é preciso organizar a equipe para dar mais impulso e visibilidade aos programas que o presidente vai querer apresentar na eleição seguinte como sua marca. Há um consenso de que só acesso às armas e a reforma da Previdência não dão.

Nem vem

Há também quem queira que o presidente aguarde a eleição do novo comando do Congresso, em fevereiro, para mexer na equipe. Bolsonaro não quer saber de misturar as duas estações. Esse estilo era dos governos passados.

Por falar em governos passados…

Quem levou o novo presidente do INSS, Leonardo Rolim, para a Previdência foi o ex-ministro e ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (MDB). Garibaldi foi ministro no governo Dilma Rousseff.

E o PT, hein?

Sem ter bala na agulha para evitar a prévia que escolherá o nome petista para disputar a Prefeitura de São Paulo, Lula pediu aos pré-candidatos que façam uma campanha de olho na unidade do partido. No caso de Recife, a ordem é esperar abril e ganhar tempo para ver se dá para unir o PT em torno de Marília Arraes — e avaliar que reflexo a briga da família Campos terá sobre o processo eleitoral. Mantida a disputa familiar, a ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, não fará campanha para o neto, o deputado João Campos, candidato pelo PSB.

Paternidade

O governo quer colocar a sua marca na reforma tributária. Só tem um probleminha: se sair a reforma, o Congresso é quem pretende ficar com os louros. Afinal, os parlamentares já começaram a discutir o tema, e o governo ainda enviará a sua proposta. Em tempo: desde que seja positiva para a população, o brasileiro está pouco se lixando para quem será o pai dessa “criança velha”.

Medo do povo…/ O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, vai hoje, às 12h30, à Companhia Docas de São Paulo (Codesp) assinar o contrato STS-20, de arrendamento do terminal do Porto de Santos. Até aí, nada demais. O problema foi a mensagem de áudio enviada pela Codesp aos interessados. As associações só podem enviar, cada uma, um representante.

… e das cobranças/ Esse representante deve ser ainda simpático ao governo. A Codesp pede que a “visita” do ministro seja mantida sob sigilo para não atrair populares. O evento não constava nem na agenda do ministro, nem do secretário de Portos, Diogo Piloni.

Marketing às avessas/ O contrato prevê investimentos de R$ 219 milhões. A outorga foi feita por R$ 112 milhões à vencedora do leilão, a Hidrovias do Brasil Holding Norte AS. Os políticos não gostaram de tanto mistério em torno dessa assinatura de contrato. Era hora de o governo bater bumbo sobre suas realizações e não escondê-las.

#fica a dica/ Conforme bem lembrou o prefeito de Salvador, ACM Neto, em entrevista ao Correio, quem não pode sair na rua, melhor sair da vida pública.

Antônio Martins/ Lá se vai mais um grande profissional do jornalismo, Antônio Martins. Ele trabalhou no jornal O Globo, presidiu a antiga Radiobrás, hoje EBC. O velório será das 11h às 15h, no Cemitério Campo da Esperança.

Fraga fica sem ministério algum por criticar Moro

#Alberto Fraga faz corpo a corpo no Riacho Fundo II
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Depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que é zero a possibilidade de separar Justiça e Segurança Pública em dois ministérios, aliados do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) citam o Ministério da Integração como um novo abrigo para acomodar o demista.

Só tem um problema

As recentes declarações do ex-deputado batendo no ministro Sérgio Moro não foram bem recebidas. Há quem diga que é muito ruim levar para o primeiro escalão alguém que criticou abertamente um “colega” de ministério. Bolsonaro já disse diversas vezes que não quer seus ministros brigando nem batendo boca nos jornais. Diante dos ataques de Fraga a Moro, o ex-deputado ficará mais um tempo na reserva.

Ibaneis apoia Fraga em ministério: “Conhece mais de segurança que o Moro”

Ibaneis Fraga Rollemberg
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Se depender de uma forcinha do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) pode preparar o terno para ser ministro da Segurança Pública. Isso na hipótese de o presidente Jair Bolsonaro mudar de ideia e decidir separar Segurança Pública e Justiça: “(Fraga) Conhece mais de segurança que o Moro. Se for a opção de Bolsonaro e por ser de Brasília, teria meu apoio. Aprendi que eleição acabou quando se desce do palanque, e o que importa é o trabalho pela cidade”, diz ele, referindo-se ao ex-adversário na política local e ao ministro da Justiça, Sérgio Moro.

O governador Ibaneis foi um dos primeiros a alertarem para a necessidade de mais ações na área de segurança por parte do governo federal. Ele tem reclamado e com razão que ações no presídio federal não são comunicadas à Secretaria de Segurança Pública do DF. Porém, se houver uma fuga — e já houve tentativa sem sucesso — é a Secretaria de Segurança que terá que agir.

O equilibrista do porto…

Na tentativa de se sustentar entre o governador João Dória e o ministro da Infraestrutura, Tarcisio de Freitas, o presidente da CODESP, Casemiro Tércio de Souza, anunciou o seu planejamento futuro para o porto de Santos, o famoso PDZ. A oposição considera que ele passou por cima do Ministério Público em questões como patrimônio histórico e meio ambiente e vai eliminar 2,3 mil postos de trabalho diretos.

…tenta o diálogo

Casemiro agora está chamando os concessionários do porto para negociar, caso a caso, as transformações pretendidas. Algumas associações patronais e sindicatos operários prometem mobilizar suas bases contra as pretensões da atividade portuária. O presidente da Codesp quer atender os planos dos empresários ligados à logística e o desejo, um tanto quanto ainda etéreo, do governador João Dória de privatizar a administração do porto.

CURTIDAS

Novelas sem fim/ Regina Duarte deve assumir a secretaria de Cultura esta semana, mas o ex-secretário Roberto Alvim ainda terá que responder sobre o polêmico discurso. O deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) entrou com uma representação no Ministério Público do Distrito Federal contra Alvim por causa do discurso com apologia nazista, ao divulgar, em canal institucional, o Prêmio Nacional das Artes de 2020.

Novelas sem fim II/ Outra é a da auditoria do BNDES, aquela que custou R$ 48 milhões e não achou nada. Além de o TCU pedir explicações, os deputados planejam chamar a turma do banco para confrontar o resultado da auditoria contra os da CPI que pediu o indiciamento de 52 pessoas e encontrou um cipoal de irregularidades.

Marun e Ibsen I/ Ex-ministro da secretaria de Governo, Carlos Marun, cita a história de Ibsen Pinheiro para enaltecer a necessidade da presunção de inocência: “Ibsen Pinheiro foi um símbolo de quanto a sanha acusatória pode ser nefasta quando se estabelece como onda a sufocar o elementar direito de defesa. Seguia um caminho que sinalizava fortemente a chegada à Presidência da República quando, vítima de uma armação pusilânime, teve sua trajetória política interrompida e seu nome jogado à lama. Anos depois, ao ver revelada a verdade, voltou com humildade ao processo político, mas sem voltar a ter a proeminência anterior”, conta.

Marun e Ibsen II/ O dois se aproximaram há 15 anos, justamente numa palestra sobre direito de defesa, em Campo Grande, há 15 anos: “A partir dali passou a ser o correligionário do MDB gaúcho, com quem eu tive relação mais intensa, até ser eleito deputado federal e passar a conviver no dia a dia com colegas do Rio Grande. Mantive com ele conversas periódicas sobre o MDB, o nosso Inter e o Brasil”, relata o ex-ministro.

Para secretários estaduais, redução de crimes não foi obra única de Moro

Sérgio Moro
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O presidente vai deixar “decantar” a pressão dos secretários de Segurança para a criação do Ministério da Segurança Pública. Embora diga que está estudando o tema, a mudança ainda não está selada. A grita política dos secretários, no momento, é frisar que a redução das taxas de homicídio do país não foi obra única e exclusivamente do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Eles querem colocar a própria digital nesses números.

Segura isso aí

Para Bolsonaro, o discurso também vem a calhar. Afinal, Moro até aqui isolou os líderes do crime organizado em presídios federais de segurança máxima e liberou os recursos dos fundos desse setor por decisão judicial. Quem reduziu os crimes, avaliam vários especialistas dessa área, foi o trabalho conjunto das polícias Militar, Civil e Bombeiros. Ou seja, as forças de segurança estaduais e municipais que não estão sob o guarda-chuva de Moro.

Quem pisca primeiro

Bolsonaro, com essa cobrança dos secretários, tem agora a faca na mão para fatiar o ministério de Moro e, de quebra, nomear mais um aliado da sua confiança para o governo. Na fila, está o ex-deputado Alberto Fraga, um curinga que ainda não conseguiu uma colocação, e é hoje fiel escudeiro do presidente. Fraga no comando da Polícia Federal é a certeza de que o presidente terá um ministro que, esse sim, estará com ele “de corpo e alma”. Mais do que Regina Duarte.

Situação jurídica de Fraga deve ser decidida em fevereiro

Os políticos que não desejam apoiar a reeleição de Bolsonaro começam a vislumbrar uma janela para tentar reduzir o favoritismo que o presidente apresenta nas pesquisas: não aliviar para cima do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) e as “rachadinhas”. Especialmente, aqueles servidores que o atual senador dividiu com o pai.

Carnaval salgado

Aqueles que costumam alugar seus apartamentos, para o carnaval de Salvador, praticamente dobraram os preços em relação ao ano passado. De R$ 6 mil, R$ 7 mil, saltou para R$ 12 mil.

O centro e o estádio

O megacentro de convenções de Salvador custou R$ 130 milhões e tem tudo para levar investimento e divisas aos baianos. Já o estádio Mané Garrincha do DF…

O grande vitorioso

Ok, muitos querem a vaga de Bolsonaro. Mas ninguém da ala de centro-direita da política encontrou o ponto certo para fazer frente ao projeto econômico do governo. Guedes é elogiado por todos, de público e nos bastidores, e aplaudido de pé em Davos.

DEM na fita/ O presidente do Democratas, ACM Neto (foto), inaugurou o Centro de Convenções de Salvador com uma festa para duas mil pessoas. Rui Costa, que criticou a localização do complexo à beira-mar, promete fazer outro, distante da praia.

Agora não precisa mais/ O governador promete o novo centro de convenções desde 2016. A cidade já perdeu quase R$ 1 bilhão por deixar de realizar feiras e seminários internacionais. Resta aos petistas agora, diz Neto, atrair eventos para o centro recém-inaugurado, onde figura um busto do ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães.

Foi dada a Largada/ A inauguração do Centro marcou o fim da convivência pacífica entre o prefeito da capital e o governador da Bahia. Com a eleição municipal logo ali, a cidade virou ponto de honra. ACM Neto quer fazer o sucessor e Rui Costa quer conquistar o território.

Que briguem/ Os soteropolitanos nunca foram tão felizes. É que, diante da disputa entre o prefeito e o governador para ver quem faz mais obras, quem ganha é Salvador e sua população.

Sem partido, Bolsonaro já definiu quem apoiará nas eleições municipais

Bolsonaro eleições municipais
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Ainda sem um partido para chamar de seu nas eleições deste ano, o presidente Jair Bolsonaro vai apostar naqueles candidatos que não forem entraves a seus projetos presidenciais atuais e futuros. Daí, a deferência ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anfitrião do encontro do presidente com os pastores. Em São Paulo, até aqui, Bolsonaro aguarda os movimentos do apresentador José Luiz Datena, que ainda está sem partido e hoje se apresenta como pré-candidato.

Quem for conservador e não estiver com os governadores Wilson Witzel, no Rio, nem com João Doria, em São Paulo, tem meio caminho andado para conseguir o apoio de Bolsonaro. Esses são os dois nomes que o presidente vê como principais adversários hoje.

Davos, com “D” de Doria

O governador de São Paulo, João Doria, é o brasileiro que mais deve faturar politicamente no Fórum Econômico Mundial, da abertura ao encerramento. Antes mesmo da festa de abertura, ele já estava reunido com representantes de empresa de reciclagem, embalado com a ideia de economia sustentável difundida nesta 50ª edição do evento.

O lado bom

Até aqui, as menções ao Brasil nas reuniões de Davos não deixaram a desejar e tudo por causa da reforma da Previdência. O ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda pretende aproveitar a elevação da expectativa de crescimento brasileiro este ano, por parte do Fundo Monetário Internacional, para fazer propaganda do país.

Reprise

Antes da abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, no ano passado, houve uma reunião sobre mudanças climáticas e outra específica sobre a Amazônia, sem a participação do governo brasileiro. Agora, em Davos, essa reunião ficou para o fim. E, mais uma vez, sem a voz das autoridades brasileiras.

Deu ruim I/ O descaso com o abastecimento de água no Rio de Janeiro deixou o governador Wilson Witzel em baixa perante o eleitorado. E a história de sabotagem sem provas cabais ficou pior. No caso das cervejas, em Minas, havia suspeitos. Até aqui, Witzel não apresentou nada e expôs o descaso neste primeiro ano de governo.

Deu ruim II/ Para quem chegou todo cheio de si e prometendo fazer do Enem 2019 o melhor da história, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deixa a desejar com a identificação do erro que afetou 5.974 estudantes. Pelo menos, trabalhou rápido para corrigir. Agora, para o melhor da história, esperemos, quem sabe, o Enem 2020.

Enquanto isso, na Bahia…/ Não está muito “festiva” a relação entre o governador baiano, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner, seu padrinho político. Mais um entre tantos casos em que a criatura pretende ultrapassar o criador. Já dizia Al Pacino, em sua performance no filme o Advogado do Diabo: “Vaidade, meu pecado predileto”.