Com Jair Bolsonaro preso, a família e os principais aliados chegam a Brasília ainda neste fim de semana para tentar levar adiante um projeto de anistia ou redução de penas. Até aqui, o que muitos deputados alegavam é que esse projeto não poderia ser levado adiante, porque parte dos condenados sequer havia sido julgada. Porém, com a prisão de hoje, esse argumento ruiu. O difícil, porém, é levar os plenários da Câmara e do Senado tratarem desse tema como prioridade absoluta. Os partidos de centro, grupamento que abriga o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não pretendem colocar esse assunto em pauta nesse período de três semanas antes do recesso. Nem mesmo um projeto de redução de penas. Neste Domingo, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, pretende avaliar as chances e os cenários daqui para frente. Até aqui, a avaliação é a de que, se algo pode passar em relação a isso é a redução de penas. Ainda assim, não há consenso sobre a inclusão de Jair Bolsonaro.
O ex-presidente foi preso por um conjunto de fatores. Por volta da meia-noite, houve, conforme escrito na decisão do ministro Alexandre de Moraes, uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica. Para completar, o senador Flávio Bolsonaro divulgou um vídeo convocando para este sábado uma vigília nas proximidades da casa do ex-presidente: “esse primeiro momento, a gente vai buscar os senhor dos exércitos (…)”, diz Flávio, convocando aliados para “orar pela saúde e pela volta de democracia”.
“Nossa pátria não vai continuar nas mãos de ladrões, bandidos, ditadores. E com a sua força, a força do povo, a gente vai resgatar o Brasil desse cativeiro que ele se encontra hoje”, afirmou Flávio na gravação. O tom do senador no vídeo ampliou as suspeitas de que a vigília poderia servir de cortina de fumaça para a fuga do ex-presidente. A partir desse vídeo, somado à tentativa de rompimento da tornozeleira, cresceu as suspeitas da polícia de que poderia haver uma tentativa de fuga. Daí, a prisão preventiva do ex-presidente. Agora, resta ao aliados tentar a anistia ou a redução de penas.

