Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro Eduardo Bolsonaro

Por maioria simples no Senado, o cargo será de Eduardo

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF/ Por Leonardo Calvacanti (interino)

Se o pai, Jair Bolsonaro, mantiver a indicação do filho Eduardo (PSL-SP) e se o deputado não escorregar na sabatina de maneira imperdoável até mesmo para os governistas, as chances de ele ser aprovado, tanto na Comissão de Relações Exteriores como no plenário do Senado, são cada vez maiores.

A sensação no Legislativo é de que não se vetaria um pedido pessoal do presidente sob pena de um desgaste em dimensões únicas — seria um recado direto ao capitão reformado. Mas as votações, na comissão e no plenário, são por maioria simples e secretas, o que facilita a vida de Eduardo e do pai.

“Só um governo completamente incompetente perde uma votação por maioria simples”, provocou um parlamentar governista, numa referência à gestão Dilma Rousseff, que teve vetada, por um voto, a indicação do embaixador Guilherme Patriota para a Organização dos Estados Americanos (OEA) em 2015. Enquanto a situação de Eduardo não é definida, restam as piadas.

Levantamento da Levels Inteligência em Relações Governamentais mostra que a viralização de memes satirizando a suposta falta de capacitação de Eduardo para o cargo ocupa a maior parte da rede monitorada (cerca de 33%). A afirmação de que teria fritado hambúrguer no período em que fez intercâmbio nos EUA é o principal alvo dos internautas. Os dados foram coletados no final da semana passada.

Meu garoto…

Mesmo com a decisão de indicar o filho, o presidente Bolsonaro aguarda uma melhor avaliação sobre as chances efetivas de Eduardo ser aprovado no plenário, dado o fato de que a Comissão de Relações Exteriores do Senado vale apenas para a sabatina.

Com os parlamentares de férias no Congresso, é quase impossível medir a temperatura e a quantidade de votos do atual deputado. Assim, o Planalto tenta ganhar tempo para cravar a indicação.

…Meu papai

Por mais que a aprovação de Eduardo Bolsonaro seja dada como certa na Comissão de Relações Exteriores, há um claro constrangimento até mesmo dos senadores ligados ao Planalto. “O mais impressionante é que essa não é uma pauta nem do governo nem da oposição”, disse à coluna um parlamentar que preferiu não se identificar.

O voto secreto facilita a vida dos envergonhados em votar a favor do filho do presidente.

Entrou por uma perna de pinto…

O PT estuda pedir para que a votação da indicação de Eduardo Bolsonaro seja aberta, tanto na comissão como no plenário. O partido usa, assim, a tática dos oposicionistas ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), quando o alagoano disputou a presidência da Casa. Renan, inclusive, é um dos suplentes na Comissão de Relações Exteriores.

Saiu por uma perna de pato…

A oposição não deve partir para questionamentos sobre o nível de inglês ou mesmo sobre questões envolvendo geopolítica durante eventual sabatina de Eduardo Bolsonaro. A avaliação geral é de que o tiro pode sair pela culatra.

Faltaria aos senadores da oposição mais cancha com assuntos internacionais, por mais preparados que venham a ser por assessores. “A saída da oposição será pela política, por questões envolvendo símbolos como o nepotismo ou a relação de subserviência a Donald Trump”, adiantou um parlamentar petista

Moro em baixa

Os vazamentos dos diálogos entre os procuradores da força-tarefa do Ministério Público, chefiada por Deltan Dallagnol, e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, estão no radar dos parlamentares no recesso.

Um sinal de que, no segundo semestre, o tema estará na pauta do Congresso. Uma má notícia para o ex-juiz é que, segundo deputados do Centrão, Moro ficou menor com o episódio. O pacote anticrime, assim, perde força na largada.

Churrasco

Habituè das churrasqueiras do Clube do Congresso, no Lago Norte, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, convidou o chefe da pasta da Cidadania, Osmar Terra, e assessores do Planalto para o almoço de domingo.

Toda a arrumação do local, das cadeiras de plástico recolhidas no jardim do clube à toalha da mesa, foi feita pelo próprio Lorenzoni com a ajuda da mulher, Denise. Em tempo: o ministro é reconhecido pelos pares como um bom churrasqueiro.

Colaborou Rodolfo Costa