O CENTRO DAS ATENÇÕES

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A esfinge Cunha

A menos de uma semana da retomada dos trabalhos do Legislativo — frise-se, após um recesso ilegal —, todas as atenções estarão voltadas para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A aposta é que ele chegue com a mesma agenda com a qual encerrou o semestre, ou seja, maioridade penal (segundo turno), o que faltou da reforma política e algumas “cascas de banana”, sob encomenda para que o governo deslize e precise de uma ajudinha do presidente da Câmara para se manter de pé. A Cunha não interessa um governo recuperado, tampouco fortalecido, ainda que seja só um pouquinho acima do propalado “volume morto”. E é por aí que o deputado trabalhará.

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Não por acaso, as conversas palacianas têm girado em torno do que o Congresso pode e não pode fazer na largada do segundo semestre. Invariavelmente, alguns parlamentares são lembrados de que a agenda de Eduardo Cunha não pode se sobrepor à do país. A esperança do governo é a de que as excelências se convençam a não servir de escada para o presidente da Casa. E, lembrem-se que, Lava-Jato à parte, de todos os que estão hoje na vitrine, apenas Dilma Rousseff não é candidata em 2018.

Perguntinhas indigestas

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu para que fiquem fora do debate de segunda-feira cinco perguntas feitas pelo subprocurador Moacir Guimarães, classificado pelos colegas como um inimigo de Janot. Uma das perguntas era: “Por que o senhor não pediu busca e apreensão contra políticos do PT e da oposição assim como fez contra Collor?”. Janot alegou que o tema está em segredo de Justiça, portanto não pode ser tratado no debate entre os candidatos a procurador-geral. Quem vai decidir se a pergunta pode ou não ser feita é a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Nem tão cedo

Que ninguém espere o fim da Lava-Jato para este Natal. Na Itália, a Operação Mãos Limpas durou mais de dois anos e resultou em 2.993 mandados de prisão e 6.059 pessoas sob investigação, sendo 872 empresários e 438 parlamentares. Se for parecida, não estamos nem no meio do caminho.

Senadores versus BC

O Banco Central, que há tempos não entrava com o pé esquerdo nas discussões do parlamento, verá o diretor de Assuntos Internacionais, Tony Volton, obrigado a dar explicações na Comissão de Assuntos Econômicos, sobre a antecipação de voto a respeito dos juros. O movimento para que ele se explique une agora governo, em especial, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), e oposição, leia-se José Serra (PSDB-SP). Coisa rara.

Por falar em Eunício…

Dois nomes sustentam hoje a presidente Dilma Rousseff dentro do PMDB: Michel Temer e o líder Eunício. Quanto aos demais, se a presidente balançar mais um pouquinho, eles correm para a oposição. Portanto, reza o bom senso, o senador, que chegou ontem a pedir a cabeça de Volton, merece, no mínimo, que o diretor se explique ao Senado.

“Essa caixa está fechada”/ Os senadores que se desligaram completamente nos últimos dias vão tomar um susto quando abrirem os e-mails de trabalho. As caixas estão entupidas com mensagens de servidores do Judiciário, que pressionam pela derrubada do veto ao reajuste.

Romaria/ O vice-presidente Michel Temer mal chegou de viagem e já é grande o movimento em seu gabinete, em especial, de deputados. Ontem, passaram por lá pelo menos dois aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha: Manoel Júnior e Hugo Motta, ambos do PMDB da Paraíba.

Por falar em PMDB…/ Está o maior tititi no WhastsApp do PMDB. Ali é o lugar preferido dos deputados do partido para defender o presidente da Casa, Eduardo Cunha. Agora, Cunha espera que, a partir de segunda-feira, essa defesa saia do mundo virtual para a tribuna, no plenário.

De olho em 2018/ Depois do apresentador José Luiz Datena (foto) admitir a pré-candidatura a prefeito de São Paulo pelo PP, entra nessa roda o presidente da UGT, Ricardo Patah, pelo PSD. Os aliados dele acreditam que Patah não vence, mas aproveitará o embalo da propaganda para fazer um nome e conquistar um mandato de deputado federal dois anos à frente