Dilma e o Dialoga

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Recupera, Dilma
 
O programa Dialoga Brasil, lançado ontem no palco da Sala Funarte, foi além de uma conversa “de nós com nós mesmos”, ou seja, do governo com seus simpatizantes. Ali, o objetivo claro para o Execuitivo foi recuperar os setores da sociedade civil que, num passado recente, apoiaram o PT, mas hoje estão afastados, ajudando a colocar os índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff concorrendo ponto a ponto com a inflação (em alguns levantamentos, a inflação está ganhando).
 
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Esses movimentos sociais têm grande capacidade de mobilização de rua. É a presidente tentando se precaver de ver esse pessoal engrossando as manifestações de agosto, contrárias ao governo. Pela primeira vez, ao que tudo indica, o governo se antecipou, e as chances de sucesso são grandes. O teste será em 16 de agosto.
 
Grupo do Senado

em alerta

 
Se, na semana passada, era o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que estava furioso com os procuradores, ontem essa fúria chegou ao Senado, com o início da 16ª fase da Operação Lava-Jato, que abre o “Eletrolão”. É que, no Senado, estão os políticos que sempre buscaram um lugar de destaque nos cargos do setor elétrico.
 
Elo perdido
 
Nessa seara, Eduardo Cunha só teve um aliado: Luís Paulo Conde, falecido na semana passada, que presidiu Furnas. A nomeação saiu justamente quando Cunha era coordenador da bancada do Rio e relator da CPMF na Comissão de Constituição de Justiça e segurou a votação enquanto pôde.
 
Quem sabe faz a hora
 
Alguns governistas acreditam que ainda há chance de reaproximar Eduardo Cunha do governo. A tese de políticos aliados à presidente Dilma Rousseff e ao presidente da Câmara é a de que, se o peemedebista quisesse mesmo partir para o impeachment da petista, teria pedido a um deputado amigo que preparasse uma proposta incontestável. Não o fez. Portanto, a aposta de muitos é de que ele vai jogar com essa hipótese apenas para medir forças. Ou seja, o paiol está cheio, mas nem todas as armas serão usadas.
 
Reestruturação administrativa
 
O governo estuda remodelar alguns órgãos de segundo escalão. A Fundação Nacional da Saúde, por exemplo, que hoje cuida de saneamento, pode terminar transferida para o Ministério das Cidades. A ordem no governo é evitar a superposição de ações na administração federal. O contribuinte agradece.
 
CURTIDAS
 
Atenta I/ A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, aproveitou a fala no  lançamento do Dialoga Brasil para citar o projeto do senador José Serra (foto), do PSDB-SP, sobre a extração de petróleo e se referiu ao texto como uma tentativa de acabar com o sistema de partilha. Na hora, a presidente Dilma Rousseff tomou notas.
 
Atenta II/ Dilma aproveitou para dar uma chamada nos ministros: “Não quero saber só o que está bom. É óbvio que quero saber o que está bom, não se esqueçam de me contar! Mas quero saber o que está ruim também!”. Um gaiato comentou na plateia: “Ih! Agora as audiências vão levar horas…”.
 
Ginástica laboral/ Acostumados com as horas sentados, ou em pé nos púlpitos das solenidades palacianas, os ministros e a presidente Dilma Rousseff tiveram um alívio ontem, no Dialoga Brasil. A sala da Funarte permitiu que, durante os discursos, todos se movimentassem um pouco pelo palco. “Estou aproveitando para caminhar bastante”, brincou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
 
Público-alvo/ Cerca de 10 ministros compareceram ao lançamento da nova plataforma do governo para diálogo direto com a sociedade civil. Menos os do PMDB. Aloizio Mercadante (PT), da Casa Civil, também se ausentaram. Estavam tratando do diálogo com  o parlamento.