O risco da quebradeira partidária

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Partidos por um fio

Algumas das empresas envolvidas na Lava-Jato que tiveram executivos decididos a fazer delações premiadas cogitam agora colocar os partidos recebedores de propinas no papel de corresponsáveis pela devolução dos recursos ao governo e às estatais que obtiveram prejuízo. Se, lá na frente, ficar comprovado que as legendas foram realmente beneficiárias finais, há quem aposte que muitos partidos vão quebrar, ou seja, não terão como devolver os recursos. E, assim, os políticos que não estiverem envolvidos terminarão obrigados a abrir um novo partido. Nesse rol, há quem inclua o PT. Não por acaso, muitos políticos têm mencionado em conversas reservadas a criação de um grande partido de esquerda. Assim, desmancha-se o PT, sem necessariamente extingui-lo..

O medo do extermínio

A cinco meses do ano eleitoral para escolha dos prefeitos, o PT começou a avaliar em quais capitais tem mais chances de sucesso. Restou apenas João Pessoa, onde Luciano Cartaxo tem condições favoráveis à reeleição. Nos demais grandes centros, a situação vai de mal a pior. A ideia agora é colocar todos os marqueteiros lá, a fim de descobrir por que o prefeito não está contaminado pelo clima de rejeição ao partido que reina em outras praças, onde os maiores herdeiros dos votos do PT prometem ser o PSol, o PSB e o PPS, nessa ordem.

Sarney às avessas

Se em 1986, o então presidente Sarney elegeu quase todos os governadores nas asas do Plano Cruzado, 30 anos depois, a ocupante do Planalto, mantido o cenário atual, não terá condições de ajudar a eleger nenhum prefeito. Os petistas e marqueteiros ligados ao partido acreditam que Dilma permanecerá no cargo, uma vez que ela não é Fernando Collor, o PT não é o PRN e existe uma base social forte que ainda tem alguma capacidade de sustentá-la. Mas, daí a querer que ela vá aos palanques no ano que vem, a distância é grande.

Esqueceram-se dele

O setor de turismo é um dos que mais atraem o interesse dos governadores, mas o ministro da área, Henrique Eduardo Alves, não foi chamado a participar da reunião no Alvorada. Qualquer tentativa de vincular a ausência aos bons laços de amizade entre o ministro e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não é mera coincidência. Dilma cumpriu a promessa de arrumar um lugar ao sol para Henrique Alves, mas faz questão de deixá-lo na penumbra.

Se for para incomodar…

O congresso do PMDB marcado para outubro está a perigo. Tudo porque integrantes da cúpula do partido foram informados de que o grupo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, planeja pedir o rompimento definitivo do partido com o governo da presidente Dilma Rousseff. O comando partidário não deseja deixar que o vice-presidente Michel Temer passe por esse constrangimento. Portanto, se houver algum risco de isso ocorrer, a tendência é adiar o Congresso para um futuro distante.

…é o fórum errado

A alegação da cúpula do partido é que há três instâncias capazes de deliberar sobre o relacionamento do partido com o governo: diretório nacional, conselho político e comissão executiva nacional. O Congresso tratará apenas de programa de governo para o futuro.

CURTIDAS   

Panelaço, o retorno/ Circula nas redes sociais mais uma convocação de panelaço durante o programa do PT que vai ao ar em 6 de agosto, quinta-feira. É o mês da bruxa solta chegando com tudo logo na primeira semana.

E o líder tomou doril…/ O presidente da Câmara tem reclamado a parlamentares próximos da ausência do líder do PMDB, Leonardo Picciani (foto), nesse momento difícil. Picciani simplesmente não estava acessível quando o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) soltou o verbo contra o presidente da Casa.

… Para sobreviver/ Há quem diga que Picciani está hoje de olho na vaga de presidente da Câmara. Falta combinar com o restante do colegiado e com o próprio PMDB.

Enquanto isso, no TCU…/ O clima entre os ministros vai de mal a pior por causa das denúncias envolvendo o filho de Aroldo Cedraz e excelências da Corte. E quem vai pagar por esse imbróglio será o governo da presidente Dilma Rousseff.