Deixe tudo para depois

Publicado em coluna Brasília-DF

Certos de que o presidente Michel Temer terá votos para permanecer no cargo, deputados aliados ao governo recolheram a pressão para troca do ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy. A ideia é guardar energia para uma nova investida depois da votação da denúncia. A avaliação geral é a de que o PSDB, completamente enroscado na disputa interna, não dará a Temer os mesmos votos da primeira vez. Assim, estará dada a senha para a substituição do ministro. Não por acaso, bateu o medo em alguns dos ministros exonerados ontem para votar a favor do presidente, na semana que
vem, de não voltar aos cargos.

Em tempo: causou estranheza a muitos o fato de o PSDB querer obstruir a votação do acordo de leniência dos bancos, um projeto com o aval do governo. Por incrível que pareça, os tucanos — que no passado fizeram o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) — não queriam votar a proposta para não dar uma rede de proteção a instituições que podem, num futuro não muito distante, terminar afetadas por uma possível delação de Antonio Palocci. Deixaram assim de lado o pragmatismo de defender as instituições, mantendo qualquer punição apenas aos controladores.

De Michel para Raquel

As mudanças que o presidente Michel Temer fará no decreto que terminou por expor trabalhadores ao regime análogo à escravidão serão baseadas apenas nos insumos da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. É à comandante do Ministério Público que o governo dará satisfação.

Saiu do forno

Está pronto o parecer pelo arquivamento do pedido para que o senador Aécio Neves responda por quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado. É João Alberto cumprindo o que já foi antecipado pela coluna: “Se o plenário arquivar aqui, eu arquivo lá”.

Juntou de lá

O posicionamento do governador de Goiás, Marconi Perillo, em defesa da permanência de Aécio Neves no comando do PSDB levou os aliados de Tasso Jereissati à sensação de que talvez o presidente em exercício tenha errado a mão. Agora, os aliados do mineiro não têm mais dúvidas sobre quem apoiar para presidente do PSDB: é Perillo na cabeça.

Irritou mais

O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, planeja seguir para o PMDB. O deputado Alexandre Baldy (GO), hoje no Podemos, seguirá por esse mesmo caminho. Ambos eram esperados no DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ).

Nova frente para velha prática/ Vem aí a Frente Parlamentar do Jogo, em defesa da regulamentação dos cassinos no Brasil. Como bem lembram alguns, em certas casas da cidade será apenas o caso de colocar placas e neons nas portas.

Resumo da ópera/ O deputado Danilo Forte, de saída do PSB, soltou esta que jura ter ouvido de um socialista de carteirinha: “No partido, estamos no seguinte ponto: quem manda, não tem voto. E quem vota, não manda”.

De grão em grão…/ O senador Álvaro Dias (foto), do Podemos-PR, tem diversos grupos de WhatsApp completos com o nome “Álvaro Dias presidente”. Ali, assessores e o próprio parlamentar respondem diariamente a eleitores de todo o país, interessados em propostas para um futuro governo. O trabalho é quase de 24 horas.

Vem de cá/ Depois de conquistar o apoio do senador Fernando Collor, do PTC, o governador de Alagoas, Renan Filho, vai trabalhar para evitar uma tríplice aliança no palanque adversário em 2018 — do ministro do Turismo, Max Beltrão, com o dos Transportes, Mauricio Quintella, e o líder do PP, Arthur Lyra.