DEM VERSUS PMDB

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Jantar do DEM com Dória hoje em São Paulo: Não está descartado um convite para ingresso no partido

O DEM vai aproveitar essa segunda denúncia contra o presidente Michel Temer para crescer. É por ái que deve ser lida a reclamação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em relação ao afã com que os peemedebistas correm atrás dos deputados que buscavam acordos para migrarem para o DEM, em especial os do PSB. O caso de Pernambuco é o mais emblemático. O DEM convidou o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, e o senador Fernando BEzerra Coelho para se filiarem ao partido. Na hora H, o senador fechou com o PMDB. Fernando Bezerra sabe que, no PMDB, tem mais tempo de tevê para seu projeto de concorrer ao governo estadual. Também sabe que no PMDB não existe “pacto de sangue” com um candidato a presidente da República. O partido sempre entrega os seus à própria sorte sem pestanejar.

O DEM, entretanto, que de bobo náo tem nada, joga a culpa da opção de Fernando Bezerra Coelho na cúpula peemedebista. Assim, evita que, logo ali na frente, o PMDB tente segurar qualquer outro movimento do partido.

Hoje, por exemplo, o DEM tem um jantar com o prefeito João Dória em São Paulo. O PMDB também já fez gestos de aproximação com o prefeito paulistano, movimento que contou com a ação direta do presidente Michel Temer. Hoje, será a vez do DEM e não está descartado um convite para que Dória se filie à sigla com vistas a uma candidatura em 2018. É esse movimento que a reclamação de Rodrigo Maia quer reforçar. O que Rodrigo Maia fala de público, nos bastidores tem a seguinte leitura dos próprios integrantes do DEM “PMDB, fica na sua e não nos atrapalhe no caminho para 2018. Afinal, PMDB, se Michel Temer terminar o seu mandato de presidente da República, para vocês já terá sido um feito e tanto”.

E, sabe como é, caro leitor, em tempos de denúncia contra Temer chegando na Câmara dos Deputados, o PMDB não tem outra saída, a náo ser recolher os flaps eleitorais e deixar que os aliados façam suas evoluções. Caso contrário, o prejuízo será muito maior. Por enquanto é esse o aviso do DEM, ávido por crescimento e de olho (no momento) apenas em 2018. Se isso vai mudar, dependerá das atitudes do PMDB. E segue o baile.

Daiello cancela férias e aceita convite para permanecer no cargo

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O diretor-geral da Policia Federal, Leandro Daiello, se preparava para sair de férias quando recebeu a indicação de que seria convidado a permanecer no cargo. Ele, então, desistiu de sair por uns dias e hoje o ministro da Justiça, Torquato Jardim, confirmou que não haverá mudança na PF. Nos bastidores, há quem diga que uma troca nesse momento poderia passar a ideia de que o governo de Michel Temer estaria interferindo no trabalho da PF. Sabe como é: Com mais uma denúncia contra o presidente da República na roda, quanto menos marola, melhor.

Em todas as últimas trocas de comando no Ministério da Justiça se falou em mudanças na direção da Polícia Federal. Porém, com o governo enfraquecido diante das denúncias que não param de expor a cúpula do PMDB e os nomes ligados ao presidente Michel Temer, o governo não encontrou ainda uma “janela” para promover qualquer alteração. Assim, Daiello, vai ficando. Agora, diante e um convite formal para permanecer, há quem aposte em vida longa ao diretor no comando de uma das instituições mais prestigiadas no Brasil.

As armas de cada um

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Pronto. Rodrigo Janot fecha o pano de sua performance no comando da Procuradoria Geral da República com a nova denúncia contra o presidente Michel Temer, anunciada desde junho. Para reforçar, colocou no balaio os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Incluiu ainda os presidiários Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures e Henrique Eduardo Alves, além do delator que foi para a cadeia depois da delação (surreal, não é?), Joesley Batista e Ricardo Saud, que tiveram os acordos de delação suspensos pela PGR. A inclusão de Joesley e Saud nesse grupo é para ver se sensibiliza mais deputados a votarem pela licença para que Temer seja processado no STF. Para completar, vêm fatos desde 2006, ainda no governo do presidente Lula, no pós-mensalão, quando essa parcela do PMDB se aproximou do PT.

O Planalto, por sua vez, tenta há meses se preparar para apresentação dessa denúncia da mesma forma que as autoridades da Flórida se organizaram para receber o furacão Irma. Já sabiam que viria. Não previram, porém, o roteiro, por exemplo, a inclusão de Joesley e Ricardo Saud entre os denunciados, tampouco com fatos anteriores ao governo do presidente Michel Temer. Aliás, o fato de citar episódios antigos, é visto no Planalto como algo que pode ajudar Temer, porque o presidente só pode responder por ações dentro do mandato. Da parte dos congressistas, a ordem é votar essa denúncia até meados de outubro. Vem por aí, a segunda edição do discurso da perseguição do procurador ao presidente e também da melhora na economia. A avaliação inicial é a de que, se Temer venceu a primeira, com todo o impacto que houve à época, essa será mais fácil. Falta combinar com a base.

De furacões, malas e prisões

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Por aqui, quem sai por alguns dias de férias encontra uma terra tão arrasada quanto quem retorna para casa na Flórida depois da passagem do Irma. As imagens das malas e caixas de Geddel Vieira Lima martelam na cabeça, assim como o depoimento de Antonio Palocci, falando de pactos de corrupção como quem comenta que foi tomar uma cervejinha com um amigo das antigas. Hoje, Anthony Garotinho foi preso, Wesley Batista a caminho de fazer companhia ao irmão na prisão, Lula depondo frente a Sérgio Moro, José Dirceu mais uma vez na mira da Justiça. Até na Procuradoria Geral da República já se achou gente enrolada nessa sucessão de escândalos que parece não ter fim. A sensação que se tem diante das malas de dinheiro é a de que o furacão da corrupção que insiste em permanecer no solo brasileiro em categoria 5. Agora é rezar para que, diante da ação da Polícia, do MP e do Poder Judiciário, esse furacão da corrupção perca força. Bem, vamos ao trabalho!

Gilmar ataca Gaeco

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O ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, aproveitou uma sessão de ontem No STF para atacar os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos), responsáveis pela parte de inteligência de investigações a cargo do Ministério Público. Acusou inclusive o Gaeco do DF de estar a serviço da PGR, com escutas clandestinas.

Gilmar levantou suspeitas diretamente sobre o Gaeco do DF e citou o procurador Wilton Queiroz. Gilmar disse que “parece que esses grupos se tornaram grupos extremamente perigosos de investigação, fazendo escuta telefônica ilegal. Aqui em Brasília, fala-se disto, de que haveria uma conexão entre a Procuradoria Geral e o Ministério Público local”, disse o ministro para, em aeguida, citar o promotor. “Falam até do nome de um ex-delegado, hoje promotor, que atua no gabinete do procurador-geral, chamado Wilton Queiroz, que faria esse papel. Que haveria escuta telefônica numa central do Ministério Público, ilegal, aqui no Paranoá”, diz Gilmar, alertando que “é preciso ter muito cuidado com os poderes que estamos deferindo”.

Há tempos o ministro vem falando de sua preocupações em relação ao Gaeco, mas jamais havia sido tão contundente. O ministro já havia levado o caso ao Ministério Público local, citando inclusive a suspeita de gravações clandestinas no telefone de d. Guiomar, sua esposa. Agora, decidiu colocar publicamente, depois das citações de possíveis gravações clandestinas envolvendo Gaecos de outros estados. Segundo o ministro, é preciso definir melhor o trabalho dessas instituições.

Procuradora aprova “tribunal popular”

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A procuradora regional Eloísa Helena Machado indeferiu o pedido de um procurador de Bento Gonçalves (RS) Alexandre Schneider para barrar o uso da expressão “tribunal popular” no ato público convocado para esta sexta-feira em Curitiba. A ideia do ato é promover uma espécie de julgamento das ações realizadas no âmbito da Lava Jato.

O ato convocado para o dia 11 reunirá advogados, juristas e uma série de políticos contrários aos métodos utilizados na Lava Jato. Irá colocar lado a lado o ex-ministro da Justiça e Ex-vice procurador-geral da República Eugenio Aragão, ligado ao PT, e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que advoga para vários políticos do PMDB, inclusive alguns que fizeram o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Reflexos eleitorais

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Os 263 votos que o governo obteve na noite de quarta-feira vão aumentar a pressão para que o presidente puna os dissidentes na base aliada. Porém, Michel Temer não está em condições de prescindir daqueles que lhe deram as costas na votação. O presidente não está livre de uma nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nem tampouco pode se dar ao luxo de dispensar aliados importantes para a condução de reformas que, embora impopulares, são importantes para ajudar a restaurar o ambiente econômico. Nessa conta está o PSDB, que deu 22 votos a favor de Temer e 21 à oposição, pela abertura de investigação e, consequentemente, o afastamento de Temer do governo. A resposta do líder do PMDB, Baleia Rossi, foi dada na hora do voto: “Pela estabilidade política e econômica voto com o relatório do PSDB”. Quem entende dos gestos da política saiu certo de que o líder fez questão de citar a sigla tucana em seu voto como forma de dizer, ‘olha, vocês hoje são governo’.

Se Temer não pode prescindir dos votos do partido para tocar as reformas e ter uma folga expressiva para se livrar da próxima denúncia, o PSDB que sonha em voltar ao comando do país não tem meios de dispensar a máquina peemedebista na hora de buscar votos. Todos os candidatos a presidente que conquistaram a presidência da República no período recente da história do país tiveram o apoio do PMDB, seja informal ou formalmente. Em 1989, Ulysses Guimarães foi abandonado e peemedebistas ajudaram Fernando Collor. Em 1994, foi a vez de o partido deixar Orestes Quércia sozinho e correr para apoiar Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, o partido estava novamente com FHC e tinha o pedaço com Lula. Em 2002, depois de um desentendimento com o PFL ( hoje DEM), o PSDB entregou ao PMDB a vaga de vice na chapa de José Serra. A representante do PMDB foi a deputada Rita Camata (ES). Naquela ocasião, mais uma vez o PMDB abandonou o candidato oficial e descarregou sua máquina em Lula. Em 2006, boa parte estava já com Lula. Finalmente, em 2010, lá estavam os peemedebistas na vice de Dilma Rousseff, cargo que terminou rendendo ao partido do dr Ulysses a Presidência da República depois do impeachment. Ou seja, o PMDB por todos esses anos honrou a frase do senador Romero Jucá, “eu sempre fui governo, os outros é que mudam”. Nesse ponto, embora a política pareça diferente do que há alguns anos, ninguém acredita que isso mudará agora: O PMDB ainda terá muita importância para o pleito de 2018.

Quem já percebeu essa importância do PMDB foi o DEM. O partido de Rodrigo Maia chegou a ensaiar uma carreira solo, mas, ao perceber que o espaço do lado do governo era mais amplo e que 2018 é um livro aberto, o partido refluiu. Trabalhou e muito para conseguir uma certa unidade em relação a votação de hoje e conseguiu. O DEM fez um jogo muito diferente daquele qu emarcou o PSDB. Seu presidente, Agripino Maia, se esquivou de pressões para convocar a Comissão Executiva, coisa que o PSDB não fez. Foram inúmeras reuniões tucanas convocadas para decidir o rompimneto com o governo, todas inconclusivas, expondo ainda mais a divisão da bancada.

O DEM faz hoje o mesmo jogo que o antigo PFL fez em 1994. Naquela época, o PFL estava fora do jogo eleitoral. Tinha perdido espaço por causa do apoio a Fernando Collor ao longo do processo de impeachment. O partido, então, foi ao ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e ofereceu seus votos para ajudar a provar o Plano Real, algo que o PT havia recusado. Assim, o PFL voltou ao centro das decisões do país e chegou a oferecer o candidato a vice na chapa de FHC. O discreto Marco Maciel, de Pernambuco, foi vice de FHC por oito anos. Agora, o partido tenta fazer o mesmo oferecendo apoio a Michel Temer. Ok, a bancada não é tão grande. Porém, o DEM, avisa o deputado Pauderney Avelino, está prestes a receber novos filiados e de portas abertas para quem mais chegar. Quer crescer e voltar a ser influente no jogo de 2018. Só tem um probleminha. Desta vez, não quer ir à reboque. Deseja a cabeça de chapa. E o PMDB, sem um candidato forte hoje, não se recusará. Afinal, como diz Jucá, o partido sempre foi governo. E, sem um nome forte, não recusará o convite do DEM. Será um novo jogo e uma alfinetada em Geraldo Alckmin, que ontem, embora distante, irritou o PMDB. Se o projeto do DEM ganhar corpo num futuro próximo, adeus PMDB na chapa de Geraldo.

PSDB, a grande família

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De todos os partidos que têm participação mais destacada nos destinos do país, quem mais está perdendo terreno para os cenários políticos de 2018 é o PSDB. O partido se comporta como o PMDB dos velhos tempos. totalmente dividido. A reunião da bancada hoje pela manhã terminou com os deputados liberados para votar como quiserem em relação ao processo envolvendo Michel Temer. O encontro começou enquanto o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB_MG) lia seu relatório favorável ao presidente Michel Temer. Porém, o líder do partido na Câmara, Ricardo Tripoli (PSDB-SP), recomendará o voto contra o relatório do seu colega de partido. Diante da divisão, o governador Geraldo Alckmin, diz de público que não interfere na bancada. O presidente do partido, Aécio Neves, trabalhou por Temer, enquanto o presidente em exercício, Tasso Jereissati, trabalha contra o governo. A guerrilha tucana por candidaturas a presidente da República, que vem fermentando desde 2010, foi destampada com esse processo de Michel Temer. A DR _ discussão da relação _ partidária começa tão logo a crise envolvendo Michel Temer tenha um desfecho. E o pior é que, diante da divisão e da perspectiva de uma nova denúncia a ser apresentada por Rodrigo Janot, Michel Temer não tem muito o que fazer em relação ao PSDB.

A outra ponta da discórdia na base é o PSB. O partido continua dividido e interessado em criar constrangimentos para que os aliados do presidente Michel Temer deixem o partido. Muitos estão em direção ao DEM, que, como já abordado na coluna Brasília-DF na edição impressa do Correio Braziliense de hoje, é o maior vencedor de todo esse imbroglio entre Temer, o Ministério Público e o ex-amigo Joesley Batista. O DEM está focado no seu crescimento. Se o copo do desgaste de Michel Temer encher, o partido estará a postos para assumir o governo e tentar angariar apoios. Se Temer escapar das próximas como parece que escapará desta primeira denúncia prestes a ser votada, o DEM continuará na sua rota de crescimento da bancada rumo a 2018. O quorum de mais de 400 deputado em plenário mostra que, por enquanto, o DEM joga para 2018. E, que ninguém se surpreenda se buscar um candidato a presidente com chances de chegar lá.

O PSDB, por sua vez, virou algo como aquela grande família rica dos seriados de tevê, na qual todos brigam, um tem inveja do outro, e tenta a todo momento, puxar o tapete do irmão que faz sucesso. Se continuar nesse ritmo, dificilmente será uma grande opção para 2018. Talvez essa confusão envolvendo Michel Temer e Aécio Neves tenha abatido os tucanos em pleno vôo e transformado o DEM em opção. O futuro dirá.

Todos soltos

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Um empate de 2 a 2 na segunda turma do Supremo Tribunal Federal acaba de conceder liberdade ao advogado Willer Thomaz e ao procurador Ângelo Gourlart Vilela, presos desde 18 de maio, em função da delação da JBS. Ambos foram citados na delação de Joesley Batita como contratados pelo empresário para receber informaçoes de investigações de interesse do grupo.

O relator, Edson Fachin, proferiu um parecer contra a soltura dos acusados, seguido pelo ministro decano, Celso de Mello. Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowiski votaram a favor da liberdade dos presos, porque, afinal, todos os demais citados na delação da JBS respondem ao processo em liberdade. O ministro Antônio Dias Toffoli não participou da votação.

Thomaz foi representado pelos advogados Gilson Dipp e Rafael Carneiro e já pode inclusive voltar a trabalhar, embora não possa manter contato com outros investigados. Já o procurador Angelo Goulart Villela, por exercer função pública, está proibido de se aproximar do Ministério Público, mas continuará recebendo salário. Ambos terão ainda que ficar em casa à noite,não podem participar de festas nem tampouco ingerir bebidas alcoólicas. No geral, todos os denunciados por Joesley começam a retomar a vida. Estão todos soltos e o delator milionário vai muito bem. Uma delação há tempos não compensava tanto.

Silvestre de volta

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O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, acaba de convidar Silvestre Gorgulho para assessor especial. Convite aceito, Gorgulho começa a trabalhar essa semana.  Silvestre tem experiência na área, foi secretário de Cultura do GDF e é tido como um das personalidades mais preocupadas e dedicadas ao patrimônio cultural e histórico da cidade. Amigo de Oscar Niemeyer, foi ainda o “pai” da Torre Digital, um cartão postal de Brasília.