Categoria: Eleições 2018
O deputado Saraiva Felipe (MDB-MG) acaba de assumir a presidência da comissão provisória do partido no estado com carta branca para, se for o caso, refazer a aliança com o PT do governador Fernando Pimentel. Só tem um probleminha: Será difícil ingressar no mesmo palanque em que a presidente Dilma Rousseff, candidata ao Senado, chamada o MDB de ” golpista”. A dissolução do comando nacional do MDB de Minas foi anunciada em primeira mão pelo Blog, na semana passada. Agora, além de Saraiva, passam a mandar no partido ex-deputado João Magalhães, no papel de tesoureiro, e os deputados Leonardo Quintão, Newton Cardoso Júnior, Iran Barbosa, Leonídio Bouças e Luiz Tadeu Martins Leite. Quem assegurar um maior número de vagas à Câmara e á Assembleia Legislativa para o MDB de Minas, leva. Até o PT, se Pimentel prometer que Dilma não jogará o microfone na cabeça deles na hora em que estiverem todos juntos no palanque.
“Partidos que apoiarem Ciro devem sair do governo”, defende Marun
Em café da manhã com jornalistas, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, contou que se reuniu com o presidente do PP, Ciro Nogueira, e comunicou a ele que não cabe uma aliança entre pré-candidatos que são contra as medidas do governo, como reforma trabalhista, com legendas que foram partícipes desses projetos. “Espero que os partidos que apoiarem Ciro Gomes deixem o governo. Queira destacar a completa hipocrisia de Ciro, ao buscar partidos do governo. É o querer ganhar de qualquer jeito. A volta da política oportunista” afirmou.
Marun ressaltou, entretanto, que não há uma decisão de governo, sobre demitir ministros de partidos que apoiarem candidatos mias refratários ao governo e
Que estava dando sua posição pessoal. Porém, só o fato de dizer que conversou com o presidente do PP, Ciro Nogueira, a respeito já mostra que o governo trabalha contra Ciro Gomes. “Não estou dizendo que, quem não apoia o Meirelles ( Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB) deva sair do governo, não. Mas tem que haver limites”, comentou.
O ministro não mencionou conversas com o DEM, mas, ao comentar uma cena hipotética, citou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia: “Imagina lá no palanque, o Ciro deitando falação, nos chamando de golpistas, criticando a reforma trabalhista, o teto de gastos e lá o Rodrigo Maia e o pessoal todo que defendeu, fazendo cara de paisagem. Não cabe, no primeiro turno, uma aliança entre partidos que votaram com o governo e aqueles que foram completamente contrários ao impeachment, à reforma trabalhista. No segundo turno, é votar no menos pior”.
Quanto ao apoio do PR a Jair Bolsonaro, ele comentou: “É outro que torço para não vencer. Ele votou acabou do impeachment, com um voto meio desastrado lá (Bolsonaro votou homenageando Brilhante Ustra, acusado de tortura). Ciro nos chama de golpistas. Torço para que esta semana, em que estarei fora, os partidos reflitam” disse Marun.
E a participação do presidente na campanha? Diz Marun que Temer vai governar. Menos mau.
A guerra no MDB mineiro chegou ao seu ápice há pouco, quando os 13 deputados estaduais e cinco federais dissolveram o diretório estadual, mediante a renúncia de mais de 50% de seus integrantes. A medida extrema está diretamente relacionada à indecisão do vice-governador Toninho Andrade, sobre o caminho a seguir na formatação de alianças. “Ele estava nos enrolando. E queremos sobreviver. O tempo para esperar que ele indique o caminho acabou. Vamos buscar uma aliança que permita a nossa reeleição”, contou ao blog o deputado Saraiva Felipe (MDB_MG).
Toninho Andrade brigou com o governador Fernando Pimentel e não definiu quem apoiará na eleição estadual. O MDB tem dificuldades em seguir com o PT, por causa da candidatura de Dilma Rousseff ao Senado. Porém, os deputados vão se pautar pelo pragmatismo e buscar uma aliança que garanta a reeleição deles. Não está descartada uma composição com o DEM do pré-candidato Rodrigo Pacheco ou o PSB, de Márcio Lacerda. quem definirá o caminho será uma comissão provisória, formada pelos próprios parlamentares. Com a comunicação da dissolução do diretório estadual ao comando partidário, essa comissão deve ser nomeada até amanhã de manhã.
Para o comando nacional do MDB, o que interessa é o diretório estadual conseguir essa aliança que garanta a reeleição da bancada. Afinal, o que garantirá a um partido espaço de poder, funco partidário e tempo de televisão no futuro é o tamanho de sua bancada federal. É nisso que o MDB, enquanto partido jogará sua força. Quanto à campanha presidencial, diante das incertezas de primeiro turno, o MDB de Minas está praticamente fechado com Henrique Meirelles, na convenção nacional de 02 de agosto em Brasília.
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, não concorrerá a um novo mandato. A decisão foi anunciada há pouco, durante reunião do secretariado em Vitória. A desistência vai dar uma chacoalhada no leque de alianças políticas no estado e também nas pré-campanhas. O nome cotado para concorrer no lugar do governador é o do senador Ricardo Ferraço, do PSDB, que, inicialmente, pretendia concorrer ao Senado. A ideia é que o senador possa reunir outros partidos. Além do MDB de Hartung, os tucanos esperam inclusive atrair a senadora Rose de Freitas, do Podemos, pré-candidata ao governo estadual, de forma a reforçar a aliança contra o ex-governador Renato Casagrande, pré-candidato do PSB.
No primeiro domingo com os brasileiros desinteressados na Copa do Mundo da Rússia, quem brilhou foi o PT e o movimento que o partido conseguiu criar em torno da expectativa de soltura do presidente Lula. Só o fato de o Partido dos Trabalhadores colocar seus militantes nas ruas e fazer do ex-presidente o assunto mais comentado no twitter no Brasil já foi considerado um gol na reunião dos petistas nas reuniões há pouco, depois que já se sabia que Lula ficaria preso.
Tudo foi feito de caso pensado. Eles (os petistas) sabiam da ligação de Rogério Favreto com o partido. Também estavam cientes de que haveria uma reação, mas acreditavam que seria possível levar Lula para um palanque ainda hoje, de forma a conseguir imagens preciosas para o horário eleitoral e a convenção, material necessário para reforçar a presença de Lula. Ainda que Lula esteja em alta nas pesquisas, o partido está preocupado com a desidratação dos votos espontâneos. Há o receio de que, com Lula fora da mídia, ele termine perdendo densidade. Por isso, cada movimento desses é precioso para deixar a imagem do ex-presidente viva na cabeça dos eleitores e os militantes mobilizados, ainda que Lula seja condenado em segundo instância e o que impede que ele seja candidato, porque fere a Lei da Ficha Limpa. Nesse sentido, embora não tenha conseguido as imagens da soltura, o PT atingiu o objetivo de levar os militantes às ruas e Lula constante nos noticiários de tevê do dia, da noite e nas redes sociais. Moral da história: O partido cumpriu o seu papel.
Já o Judiciário virou um ringue sem precedentes. O plantonista, Rogério Favreiro, manda soltar; o relator do caso, Gebran Neto, manda deixar preso; o plantonista insiste e manda rever a decisão do relator. E o presidente do Tribunal, Carlos Thompson Flores, tem que intervir para resolver a questão. Foi como uma falta em time de futebol, uma bola na área em que é preciso chamar o árbitro de vídeo para validar o lance, em que os dois jogadores, de times adversários, se dizem cheios de razão. O presidente do TRF-4 disse que não era o caso de o plantonista conceder o HC. Afinal, o caso já foi decidido lá atrás pela Oitava Turma e não há na legislação nada que obrigue uma pessoa a ser solta por ser pré-candidato a um mandato eletivo em outubro.
Só tem um probleminha aí: O Judiciário não é um campo de futebol. As jogadas forçadas expuseram o desembargador Favreto e também o juiz Sérgio Moro, que, logo cedo, intercedeu sem ser provocado. Outro que se expôs dia desses foi o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli que, recentemente, mandou tirar a tornozeleira de José Dirceu sem ser provocado, algo que supreendeu até mesmo ministros do próprio Supremo. Ontem, chegou ao ponto da presidente do STF, Cármen Lúcia soltar uma nota a respeito da guerra de decisões entre os desembargadores, mencionando a necessidade de observância da hierarquia. Ela também pisou em ovos em sua declaração, porque não pode entrar no mérito. Afinal, a tendência é ser chamada daqui a pouco a se pronunciar sobre esse mesmo pedido. Agora, a política abre a semana em compasso de espera, sobre o que fará o PT, o único partido que passou o primeiro Domingo sem Copa na tevê o dia todo. O partido jogará para que a bola caia nos pés de Dias Toffoli. Se conseguiram, a esperança do PT é ganhar de goleada. Leia mais detalhes na edição do Correio Braziliense.
A Justiça entrou num impasse. Primeiro, foi a decisão do desembargador Rogério Favreto, plantonista do TRF-4, de soltar o ex-presidente Lula. Depois, veio o relator da Lava Jato no TRF-4, Gebran neto, no início da tarde e avocou para si o processo, mantendo a prisão. Disse ainda que sequer caberia um Habeas Corpus (leia detalhes no post anterior). Favreto, então, mandou soltar Lula e deu uma hora de prazo para que sua ordem seja cumprida. A queda de braço está em curso e a insegurança jurídica instalada. Nas últimas seis horas, foram três decisões envolvendo um pedido de liberdade do ex-presidente Lula. Até o final do dia, outras virão, uma vez que o impasse está criado e a Polícia Federal não sabe o que fazer. Lula já está pronto para deixar a sede da PF em Curitiba onde está preso. Mas, enquanto isso não for esclarecido, não sai.
Favreto é ligado ao PT. Há pouco, a procuradora Beatriz Kicis apresentou uma reclamação contra ele no Conselho Nacional de Justiça, alegando que ele não poderia rever uma decisão da 8ª turma no plantão. O advogado Alexandre Herrero, por sua vez, acaba de pedir a prisão do juiz Sérgio Moro, por determinar que a prisão de Lula fosse mantida.
No caso de o Tribunal Regional Federal da 4ª Região não conseguir resolver, o caso seguirá para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Se nessa instância não houver uma solução, o caso chegará no Supremo Tribunal Federal. Cármen Lúcia acompanha as jogadas, observa para ver se a bola chegará aos seus pés. Ela só agirá se for provocada. Ainda tem muito jogo pela frente.
Relator da Lava Jato no TRF-4, o desembargador João Pedro Gebran Neto manteve Lula preso, numa decisão em que sobrou recados para todos os lados. Ns sete páginas de sua decisão (leia íntegra abaixo), Gebran Neto praticamente acusa os advogados do PT de esperteza, ao dizer que não seria o caso sequer de pedir um Habeas Corpus no plantão, “sem que fato novo houvesse” desde a decisão da prisão, em 05 e abri de 2018, pela 8a Turma do TRF-4. Diante desse fato, ele avocou para si a decisão e disse que, em despacho comunicado ã Polícia Federal do Paraná, que não tomasse qualquer atitude que viesse a fazer descumprir a decisão tomada pela 8a Turma. Gebran Neto lembra ainda que o tema da prisão de Lula já foi “superado em diversas oportunidades”.
Moral da história: O PT esperava contar com um desembargador amigo, no caso, Rogério Favreto, para tirar Lula da cadeia. Não funcionou. Agora, conforme antecipou a coluna Brasília-DF da ultima sexta-feira, o PT vai tentar usar um ministro do Supremo Tribunal Federal amigo. No caso, Dias Toffoli, que assumirá a presidência da Suprema Corte quando Michel Temer viajar para o exterior. Isso porque Cármen Lúcia terá que assumir a Presidëncia da República, uma vez que tanto o presidente do Senado, Eunício Oliveira, quanto o da Câmara, Rodrigo Maia, são candidatos em outubro, e, se assumirem o comando do país, ficam inelegíveis para outros cargos. Talvez, nas próximas semanas, teremos manhãs tão animadas quanto a deste domingo. Porém, a saída para o caso de Toffoli ser acionado está posta: Chama o relator, que o presidente continua na cadeia. Pelo menos, foi assim no TRF-4. Agora, é ver se a cena se repetirá no STF.
Os elogios que o presidente Michel Temer fez há pouco ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante abertura do Encontro Nacional da Indústria, não foram á toa. Pelo que o blog apurou junto a emedebistas, a referência de Temer ao êxito “extraordinário” dos governos de FHC carrega a vontade de reatar laços com os tucanos. Ocorre que, falta combinar não só com o PSDB como também como o próprio MDB. Daqui a pouco, o presidente do MDB, senador Romero Jucá, reúne a executiva nacional do partido para discutir não só a distribuição dos recursos do fundo eleitoral, como também a candidatura de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Temer e ex-presidente do Banco Central, no governo Lula. Nunca é demais lembrar que a politica é feita de gestos. E, pelo que se vê, Temer começa a dar os primeiros passos.
Fachin arquiva pedido de liberdade de Lula. PT vai refazer o jogo
Nao tem mais julgamento de Lula na próxima terça-feira pela segunda turma do Supremo Tribunal Federal. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, acaba de mandar arquivar o pedido de liberdade da defesa do ex-presidente Lula, que seria julgado na próxima terça-feira. A decisão do ministro está relacionada ao fato de a vice-presidente do TRF-4, Maria de Fátima Labarrère, para que a corte analisasse a condenação do ex-presidente. Fachin considerou que, depois da decisão do TRF-4, o pedido ao STF ficou prejudicado.
A decisão pegou o PT de surpresa. O partido preparava uma vigília para esta terça-feira, em frente ao STF. E, nos bastidores, dizia ter esperanças em contar com os votos de Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Agora, o PT tentará apresentar um novo pedido, para ver o que acontece. Nem que seja a prisão domiciliar.
Politicamente, o PT ainda não definiu seu plano B para as eleições e insiste que registrará a candidatura de Lula, ainda que ele esteja preso. Afinal, até a campanha o PT será tempo de ver quem tem mais condições de substituir o ex-presidente como candidato.
Além do arquivamento do pedido de liberdade, o PT também vai dormir preocupado com o que virá na delação de Antonio Palocci, homologada pela Justiça. Os petistas, que na hora do almoço comentavam a vitória do Brasil e a perspectiva de liberdade de Lula, agora vão dormir preocupados. Afinal, a decisão de Fachin zerou novamente as esperanças de vitória na Justiça. Resta agora refazer o jogo.
Datafolha: A (correta) estratégia do PT, o “tchau Temer” e um centro inseguro
Quem achar que o ciclo do PT na política se encerrou ou desprezar Jair Bolsonaro, vai errar feio nessa eleição de 2018. A contar pela pesquisa do Datafolha divulgada hoje, o PT ainda tem poder de fogo e Bolsonaro começa a galvanizar parte de suas intenções de voto, haja vista a pesquisa espontânea, aquela em que o eleitor diz em quem votará sem que lhe seja apresentada uma lista de pré-candidatos. Bolsonaro nesse levantamento aparece com 12%. Lula, com 10%. Ou seja, está caindo o número de pessoas que diziam abertamente votar no petista, sinal de que a população começa a considerar que o ex-presidente não conseguirá ser candidato.
O problema é que essas que deixam Lula, de acordo com a pesquisa, não sabem em quem votar. Aqueles que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum chegam a 23% na pesquisa espontânea, o mais alto da série de pesquisas do Datafolha, desde julho do ano passado. Aqueles que não sabem em quem votar somam 46%. Ou seja, na cabeça do eleitor, a raiva e o medo continuam imperando e a eleição ainda não começou. E o eleitor está certo: Não começou mesmo. Campanha nas ruas e na tevê só em agosto. Por enquanto, só em ambientes fechados, como a sabatina do Correio Braziliense a 11 pré-candidatos. Portanto, pesquisa agora só para efeito de consumo e movimento dos partidos. Portanto, vamos a ele, a começar pelo PT.
Não são poucos os políticos até do próprio PT que dizem estar errada a estratégia do partido de manter Lula como candidato. Porém, a contar pelos números do Datafolha divulgados hoje, o movimento do PT faz todo o sentido. Os números:
Lula continua liderando no cenário em que é colocado como candidato. Lula tem 30%, Bolsonaro, 17%, Marina Silva (Rede), 10%; Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin,6%; Álvaro Dias (Podemos), 4%. Manuela D’Ávila e Rodrigo Maia oscilam entre 1% e 2%; e os demais entre 0 e 1%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. No cenário sem Lula, Bolsonaro lidera, mas teria dificuldades num segundo turno contra qualquer candidato. Só venceria Fernando Haddad (PT) e aparece empatado com Geraldo Alckmin.
Mas, continuemos falando das estratégias, como a do PT. O partido não têm um sucessor natural de Lula e o petista é o maior eleitor e garoto-propaganda do PT, não por acaso o PT explora os ganhos do brasileiro no governo Lula. Por outro lado, as opções que têm alguma chance no campo mais á esquerda, Marina Silva e Ciro Gomes, querem os votos de Lula, mas não o símbolo do PT estampado na própria campanha. Marina, por exemplo, na sabatina do Correio, acusou Dilma e o marqueteiro João Santana de terem inventado as “fake news”. Portanto, o PT tem hoje uma situação que ainda lhe é favorável: Lìdera as pesquisa, não tem um nome exposto, para desgaste e, enquanto isso, vê quem pode ser o sucessor de Lula.
OK, o PT pode até ficar com Lula. Mas os partidos de esquerda começam a cuidar da vida, o que faz crescer o risco de isolamento do PT no quesito alianças políticas. Até aqui, os aliados tradicionais que têm pré-candidato a presidente, caso do PCdoB e do PSol, vão aos encontros do PT, deixam aquele abraço, dão uma força, mas, na hora de apresentar candidato cuidam é dos seus. Quem não tem, começa a ficar impaciente. O Datafolha pode servir, por exemplo, para estimular um movimento do PSB em direção a Ciro Gomes, que se mostra viável do ponto de vista eleitoral e, em comparação com os demais, tem uma rejeição relativamente baixa. Ciro Gomes é o rejeitado por 23% dos entrevistados, enquanto Fernando Collor aparece com 39%, Lula com 36%, Bolsonaro com 32%. No segundo pelotão, está Alckmin, com 27%; Marina, 24%; e Ciro, com 23%. Na última sexta-feira, os socialistas conversaram e concluíram que não dá para ficar esperando o PT se decidir em Pernambuco, onde tudo foi adiado para final de julho. O PT quer trocar o apoio ao governador Paulo Câmara por apoio a Lula e o PSB resiste em fechar um acordo regional usando como moeda a sustentação nacional aos petistas.
E o centro?
O centro da politica sai da pesquisa com duas certezas: Primeiro, é “tchau, Michel Temer”. A impopularidade do governo está em 82% (ruim e péssimo), 14% consideram a gestão regular e 3% ótima ou boa. O pré-candidato do MDB, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, oscila entre 0% e 1% das intenções de voto. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), está na mesma batida. Há quem diga que o deputado precisa aproveitar a semana do santo casamenteiro pra ver se arruma outro jogo eleitoral. Ou seja, aumentará a pressão para que saia de cena. Só tem um probleminha: Para onde ir? O nome que aparece melhor no Datafolha é o do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, porém, não chega aos dois dígitos e até o PSDB está indócil. Portanto, Geraldo Alckmin precisa aproveitar esse período para se mostrar mais competitivo e passar firmeza aos potenciais aliados. E só o fará se jogar bem na política o que até aqui não aconteceu. Ele não tem sequer um coordenador politico de fora de São Paulo, que possa dar um caráter mais nacional e menos provinciano à pré-campanha. Quanto a Álvaro Dias, o senador é pouco conhecido e se firma como um nome também mais regional, do Sul, sem capilaridade no Nordeste e em outras regiões. E dada a pequena estrutura de seu partido, será difícil conseguir essa visibilidade na campanha eleitoral.
Com o centro indefinido e inseguro sobre que caminho seguir, restam Ciro Gomes e Marina Silva, que tentam se apresentar como o anti-Bolsonaro. Ambos abateriam o ex-capitão num segundo turno e Alckmin empataria com ele. Ou seja: Bolsonaro pode ser grande hoje, mas a contar pela pouca estrutura de seu partido, não terá fôlego para chegar ao segundo turno muito competitivo e talvez nem esteja lá. Afinal, como disse no começo dessa análise, o eleitor, por enquanto, o eleitor não atentou para a eleição de outubro. que venha a Copa do Mundo e as festas juninas e os movimentos partidários. O cidadão comum só vai cuidar da eleição no momento certo. E tem razão. O cenário recomenda muita calma nessa hora.