O que eles pensam

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As declarações do presidente Michel Temer defendendo um candidato único de centro levou todos os partidos desse naipe a traçarem projetos de afunilamento. Em todas as conversas, uma certeza: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), está fora da lista. Até entre os partidos que estão com Rodrigo há a certeza de que deputado deseja mesmo é ser presidente da Câmara. O próprio Temer, haja vista a impopularidade gritante do governo, também não empolga. Portanto, continuam no jogo o ex-governador Geraldo Alckmin, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e o senador Álvaro Dias. Nesta ordem.
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Em tempo: Josué Alencar, filho do ex-vice-presidente José Alencar, é visto como mais um capítulo, como já houve o de Luciano Huck e de Joaquim Barbosa.

Deu ruim I
O fato de Maristela Temer, filha do presidente Michel Temer, dizer que não guardou recibos nem se lembra dos prestadores de serviços da reforma de sua casa deixou alguns emedebistas de cabelo em pé. Afinal, agora, o Ministério Público terá uma avenida para solicitar, inclusive, a quebra de sigilo da filha do presidente.

Deu ruim II
Nos bastidores, os emedebistas não escondem a fúria. Afinal, consideram que o presidente está sob investigação, embora a Câmara dos Deputados não tenha autorizado. Se vierem a pedir a quebra de sigilo de Maristela, para investigação dentro do inquérito dos portos e suposta lavagem de dinheiro, vai virar uma guerra.

“Zé Dirceu preso e Paulo Preto solto. Não
dá para entender a Justiça no nosso país”

Humberto Costa (PT-PE), senador, ao comentar a volta do ex-ministro à Papuda.

Uma coisa e outra coisa
Secretário-geral do PSB, o ex-governador Renato Casagrande considera que não dá para o PT, do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, contar com o apoio automático dos socialistas no caso de Márcio Lacerda ser candidato a vice na chapa de Ciro Gomes. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Quem terá o apoio do PSB em Minas é algo que a direção do partido, lá em Minas, discutirá no momento certo”, diz Casagrande.

Temporada de seminários I/ O Correio Braziliense promove na próxima quinta-feira, 24, mais um CB.Debate. Desta vez, sobre notícias falsas (fake news). Agora, vem cá: se é falso, não pode ser chamado de notícia, é mentira mesmo.

Temporada de seminários II/ Na sede do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) nesta segunda-feira, 21, será a vez do seminário internacional “A proteção do consumidor no mercado financeiro”, realizado pelo próprio IDP em parceria com a Universidade Humboldt de Berlim, na Alemanha, e apoiado pela Rede de Direito Civil Contemporâneo. A organização está a cargo das professoras Laura Schertel Mendes e Karina Nunes Fritz.

Temporada de seminários III/ Na quinta-feira, o mesmo IDP abre o 8º Seminário Internacional de Direito Administrativo e Segurança Pública, com abertura a cargo do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (foto), e do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.

Enquanto isso, na Papuda… / Se brincar, a cela 4, onde está José Dirceu, vira um miniplenário. Luiz Estevão já foi senador; Celso Jacob (PMDB-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC) são deputados. Havia pouco tempo, uma cela com esses personagens presos por corrupção ou irregularidades era restrita ao imaginário popular. Outras estão perto de serem ocupadas.

Meirelles mira votos do PT

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A equipe que trabalha para o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles começou uma bateria de pesquisas qualitativas internas para saber se os eleitores se recordam que o pré-candidato não serviu apenas ao governo de Michel Temer, mas também foi peça importante nos tempos em que Lula comandava o país. A ideia é preparar terreno para ver o grau de aceitação do discurso de que Meirelles, enquanto presidente do Banco Central, ajudou a segurar inflação e câmbio. O objetivo final desse movimento é angariar votos de Lula, aquele que, até o PT sabe, não terá condições de ser candidato.

Precificado

A nova prisão de José Dirceu não vai abalar as intenções de voto em prol dos petistas da sucessão presidencial. “Para o PT, tudo o que podia acontecer de ruim, já ocorreu. E, ainda assim, Lula continua na frente”, diz o deputado José Nobre Guimarães (PT-CE).

Por falar em Lula…

Petistas das mais diversas tendências não têm mais dúvidas: para defesa do legado dos governos do PT e do ex-presidente Lula, o partido terá que ter candidato próprio à Presidência da República. O tempo para que esse nome seja anunciado dependerá do próprio Lula. Ele é o dono do relógio partidário.

… ele está no mesmo barco de Temer

Na área do governo, o presidente Michel Temer também está convencido de que o centro precisa se agarrar ao legado de seu governo. Só tem um probleminha: até aqui, nenhum candidato se apresentou para essa missão. Logo, resta esse papel a ele, que ainda se põe no rol de pré-candidatos, ou ao ex-ministro Henrique Meirelles.

Pequenos gestos

O almoço de ontem na casa do deputado Heráclito Fortes serviu para tentar reaproximar um pouco mais o presidente Michel Temer do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Pelo menos, quebrou o gelo. Afinal, todos sabem que dificilmente DEM e MDB, parceiros no atual governo, caminharão separados mais à frente.

Tarde demais

Líderes partidários que ajudaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff se arrependem de não ter dado autorização para processar Michel Temer em maio do ano passado. Alguns consideram que, se tivessem seguido em frente com o processo contra o peemedebista, teriam retomado as condições de aprovar a reforma previdenciária. Rodrigo Maia, à época, rejeitou o pedido.

Deixe-me em paz/ Sentado com outras cinco pessoas à discreta mesa de canto num restaurante da Asa Sul, o ministro aposentado Joaquim Barbosa (foto) foi abordado várias vezes. “Não sou mais ministro, não sou mais candidato, não tenho interesse nenhum em publicidade.” Recusou selfies e fotos ao lado dos clientes.

Quem avisa amigo é/ Houve até quem quisesse enviar uma garrafa de vinho ao ex-ministro, mas os garçons, conhecedores do humor do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, desencorajaram a gentileza.

Dúvidas de Michel Temer/ O presidente Michel Temer ainda não definiu se vai à abertura da Copa do Mundo da Rússia. Tampouco definiu o que fará a partir de 1º de janeiro de 2019. Há quem diga que um dos projetos é dar aulas de direito constitucional.

Já que ainda não dá para pedir voto…/ Pré-candidata a presidente da República, a jornalista Valéria Monteiro (PMN) abriu a fila que vem por aí. Em sua página no Facebook, ela anuncia que a “vaquinha” para financiamento da campanha já está funcionando e pede entre R$ 20 e R$ 100.

“Se não fosse eu, poderiam estar com Ciro”

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Foi nessa linha que se deu o almoço “vamos baixar a poeira” oferecido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à bancada do PSDB. O encontro foi pensado para que ele explicasse aos tucanos a entrevista em que disse com todas as letras que era chegada a hora de acabar com o casamento entre os dois partidos. “Não tenho nada contra o PSDB, mas preciso manter os que me apoiam” comentou ele, citando textualmente o risco de o grupo formado por PP e Solidariedade se aproximar do PDT de Ciro Gomes. “Teremos um candidato de centro, seja eu, seja Alckmin, seja Álvaro Dias ou algum outro nome de centro.”

Em tempo: Os partidos que estão hoje ligados a Rodrigo Maia têm um plano pragmático, conforme antecipado por esta coluna em março: ocupar o espaço que o MDB ocupa hoje no espectro político, ou seja, indispensável a qualquer governo. É nisso que eles apostarão. E pela conversa de Rodrigo, ficou claro que a ideia é segurar a turma para apoiar alguém do centro que se mostrar mais viável. E, dada as pesquisas, esse personagem ainda não apareceu. Portanto, todos continuarão na pista até julho.

Onde mora o perigo
A nova denúncia do Ministério Público contra o dono da JBS, Joesley Batista, o ex-procurador Ângelo Goulart, o presidente da OAB-DF, Juliano Costa Couto e outras três pessoas vai muito além das delações. Quem teve acesso aos autos avalia que vai ser difícil convencer os juízes de que tudo não passa de “perseguição” do MP.

As redes hoje e amanhã
Em entrevista ao programa CB.Poder, o cientista político Murilo de Aragão, da Arko Advice, lembrou que as redes sociais neste momento são fortes instrumentos para construção de candidatos e organização da largada. Quando começar a campanha, entretanto, vão mudar de função: serão usadas para desconstruir. Valha-me, Deus!

Muito além do triplex
Ok, os advogados dizem que Lula não poderia ser preso por causa do apartamento no Guarujá, porque desistiu do negócio quando o imóvel ainda estava em construção. Porém, em relação ao sítio, dizem os procuradores, surge a cada dia uma novidade. A adega de Lula foi entregue pela transportadora Granero em 13/06/2012, conforme nota divulgada pela própria empresa em 2016. Agora, ainda vêm planilhas da Odebrecht sobre reformas no imóvel. Há quem diga que vai ser difícil encontrar uma explicação plausível para rebater a propriedade.

Que venha o recesso!
Os próprios deputados alertavam ontem que, em ano eleitoral, quanto mais tempo a Casa funciona, mais o erário paga a conta. No disse-me-disse do plenário, contabilizava-se 800 municípios a serem criados no futuro próximo, dentro das novas regras de emancipação. Haja dinheiro para sustentar novas prefeituras, câmaras de vereadores e toda uma gama de servidores municipais que vêm no rastro dos povoados emancipados.

Que servicinho, hein?/ Clientes de um badalado restaurante na 402 Sul passaram maus bocados ontem, por causa da barulheira de máquinas que faziam uma vala atrás do estabelecimento para passagem de fiação. Qual não foi a surpresa quando, de repente, um estrondo e água jorrando. As máquinas atingiram uma adutora. Cobra aí, GDF!

Obrigado, CIA!/ Deputados da esquerda, como Chico Alencar (Psol), brincavam esta semana que, se os novos documentos da ditadura militar terminarem por reduzir as chances da extrema direita na campanha, leia-se de Jair Bolsonaro, eles terão que agradecer à agência americana. Quem diria…

Deu ruim/ Se o senador Álvaro Dias (foto) espera obter algum apoio de dissidentes do PSDB insatisfeitos com Geraldo Alckmin, é bom parar de dizer que o seu ex-partido representa tudo o que ele não quer. Quem entende das coisas considera que o momento de conversas, daqui e dali, exige cautela.

Enquanto isso, nas oposições…/ Pré-candidato do Solidariedade a presidente da República, o ex-ministro e ex-deputado Aldo Rebelo é direto quando lhe perguntam sobre união das esquerdas: “Só depois da Copa. O povo não quer nem saber de Copa do Mundo, que já está em cima, quem dirá de eleição”.

Haja remédio para dormir

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O voto do decano Celso de Mello e o do relator Edson Fachin na 2ª Turma pela rejeição dos pedidos preliminares da defesa de Nelson Meurer (PP-PR) serviram de antídoto às esperanças de absolvição. E mais: quem está na fila para ser julgado no STF comentava ontem que vai mesmo ser candidato. Afinal, no Supremo, os casos ainda demoram. E, na primeira instância, tudo corre bem mais rápido.

Para completar, com tantos deputados denunciados, ninguém tem hoje prazo para julgamento daqueles denunciados no Conselho de Ética. Todos, inclusive Lúcio Vieira Lima, irmão do ex-ministro Geddel, jogam com o tempo e apostam na reeleição.

Tem caroço nesse angu
Quem investigou as notícias de que o ex-diretor da Dersa Paulo Preto não aguentaria a prisão encontrou indícios de que fazem parte de um esquema de chantagem que teria como alvo os políticos. Algo como um trabalho da máfia.

E o Meirelles, hein?
Pronto. O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles aproveita o embalo da alta do dólar para ver se consegue levar a população a pensar melhor antes de optar pelos extremos da política na hora de escolher o candidato a presidente da República. Ao comentar as pesquisas, diz com todas as letras que o mercado vê com desconfiança Marina Silva, Ciro Gomes e Jair Bolsonaro.

Alckmin entre
a cruz e a espada
Se Geraldo Alckmin quiser melhorar sua performance em São Paulo, terá que ter “aquela conversa”, “olho no olho”, com João Dória (PSDB) e o governador Márcio França, ambos pré-candidatos ao governo estadual. Dória está cuidando da própria campanha e nem “tchum” para Alckmin. França está tratando de se tornar conhecido com ações do próprio governo e não discursos que recordem o padrinho.

Se foi para desfazer…
… por que é que fez? A relação com o DEM deu uma estremecida depois da última entrevista do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Há alguns dias, houve um pré-acordo entre eles. Dias depois, vem a entrevista em que o demista diz que chegou a hora de terminar o casamento com os tucanos.

Deu ruim/ Muitos políticos ficaram com um pé atrás nessa história de crowdfunding, a tal vaquinha das campanhas eleitorais, que pode ser feita via empresas cadastradas no TSE. É que essas empresas, no papel de operadoras, levam um percentual. Sabe como é, no Congresso, quando se fala em percentual, o bicho pega.

Filho sem pai I/ Quando uma ação dá errado, todo mundo faz cara de paisagem, do tipo “não tenho nada com isso”. Pois foi bem assim com a polêmica em torno do slogan para marcar os dois anos do governo Michel Temer — “O Brasil voltou, 20 anos em 2”. Virou um jogo de empurra sobre a paternidade da ideia.

Filho sem pai II/ Nos bastidores da solenidade, autoridades criticavam Elsinho Mouco, como o autor da frase. Outros políticos, entretanto, colocaram a frase “O Brasil voltou” (sem o complemento que gerou a confusão) ao publicitário Nizan Guanaes, que nem em Brasília estava. Nizan está no Caribe, onde comemorou seu aniversário de 60 anos ao lado da família. Sobrou mesmo para Elsinho.

Faltou coisa/ Michel Temer falou por mais de uma hora na solenidade em que fez um balanço de sua gestão. Ao final, o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (foto), alertou: “O Michel não mencionou o aumento da capacidade do poder de compra do Bolsa Família, que foi o maior da história nesse período”.

Tortura na Esplanada

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Relatos de tortura em plena Esplanada dos Ministérios constam em depoimentos colhidos pela Comissão Memória Verdade do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, em 2013. Alexandre Ribondi, jornalista e diretor de teatro, e outros contaram que a garagem do Ministério do Exército era usada como sala de torturas, e ainda havia outro local no Ministério da Marinha. “Eu ouvia o sino”, disse ele à comissão, referindo-se ao sino que até hoje está na frente do Ministério da Marinha. Armando Rollemberg, que, em 1973, era da revista Veja, contou à comissão que ficou preso por mais de sete horas na garagem do Ministério do Exército, onde ouviu gritos de pessoas submetidas a sessões de tortura.

“Os relatos que colhemos apontaram dois centros de tortura na Esplanada, um no Ministério do Exército, outro na Marinha, corroborando o que está sendo colocado agora, nesses documentos revelados pela CIA. Com locais de tortura em plena Esplanada dos Ministérios está cada vez mais claro que a tortura não era um desvio de conduta de um grupo de oficiais e, sim, uma situação institucional”, conta Chico Santana, que participou da comissão.

Em 1973, o presidente era Emílio Garrastazu Médici. Ernesto Geisel assumiu no ano seguinte. O relatório da comissão do sindicato foi entregue ao governo e ao Senado, em 2014. Porém, segundo Chico Santana, nada foi feito.

Ação limitada
As conversas dos governistas correm hoje dividindo a política em dois campos: o que é possível controlar e aquele que está ao deus-dará. No campo do controle, o governo coloca a possibilidade de manter a base aliada como ainda dentro do terreno das coisas factíveis. Mas não por muito tempo.

“Que Deus nos ajude”
Quanto à crise política, leia-se Supremo Tribunal Federal e Ministério Público, não há nada a fazer, a não ser tentar minimizar os danos eleitorais para o MDB. Até a eleição, o jeito será administrar o dia a dia com muita reza forte.

Gato por lebre?
O governo está animado com as promessas de investimentos dos italianos da Enel, que ofereceram R$ 32,00 por ação da Eletropaulo, 8,8% acima do que foi apresentado pela Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola. O embate entre italianos e espanhóis já chegou às cortes europeias. Nos bastidores, os espanhóis acusam os italianos de não terem regras de compliance eficientes e de atuarem como tubarões por onde passam.

É geral/ O presidente Michel Temer completa dois anos de governo patinando na popularidade e sem entender por que nada de bom gruda na sua imagem. Seus fiéis escudeiros, porém, não colocam a responsabilidade nos ombros do comandante do Planalto. Consideram que o problema é que o cidadão rejeita a política, e o presidente da República, por ser o mais exposto, termina pagando a maior parte da conta.

Vai ser vapt-vupt/ O PT tem como estratégia apresentar Lula no papel de candidato nos primeiros dias do programa eleitoral. Só tem um probleminha: conforme a coluna já noticiou há alguns meses, negado o registro, o acórdão sairá imediatamente. Logo, se brincar, Lula aparecerá apenas no primeiro programa de tevê na posição de candidato. E isso na melhor das hipóteses.

Por falar em PT…/ Até aqui, nada do que o partido planejou para Lula se cumpriu. Primeiro, os petistas apostaram que Lula não seria preso. Foi. Depois, que ficaria pouco tempo na cadeia. Está há mais de um mês. Resta a aposta da candidatura. Cada dia mais remota.

Joaquim II/ Joaquim Barbosa faz escola nessa história de se lançar pré-candidato a presidente, aparecer bem nas pesquisas e… desistir. No Rio de Janeiro, há quem diga que o senador Romário (foto) vai para o mesmo caminho. As contas em frangalhos não animam o baixinho a concorrer ao governo estadual. O que ele queria mesmo era poder ser candidato a mais oito anos de senador. Só se renunciar ao mandato.

Primeira união no centro

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Empresários paulistas contam aos quatro ventos que, antes do dia dos namorados e de Santo Antônio, o santo casamenteiro, será anunciada a união eleitoral entre os pré-candidatos Flávio Rocha, do PRB, e o senador Álvaro Dias, do Podemos. O movimento de Rocha no papel de vice numa chapa encabeçada por Álvaro Dias representará a consolidação de um bloco de centro no tabuleiro da sucessão presidencial e forçará os demais pré-candidatos a acelerarem conversas.

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Nesse ritmo, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), hoje o mais bem posicionado entre os pré-candidatos de centro, corre o risco de isolamento, da mesma forma que o PT se isola à esquerda ao insistir na candidatura de Lula. Alckmin não é uma opção para o MDB, tampouco está conseguindo levar o DEM e os demais partidos para a sua campanha.

Um general por Alckmin

O PSDB bateu o martelo e confirmou que seu candidato ao governo do Ceará será mesmo o general Guilherme Teophilo, ex-comandante logístico do Exército. Assim, os tucanos esperam tirar um naco dos votos de Jair Bolsonaro, do PSL, e até de Ciro Gomes, um paulista mais cearense do que muitos nascidos no estado.

Tema da hora

Do alto de quem tem pós-graduação em tecnologia da informação e experiência em logística, o general está focado na elaboração de um plano de segurança para o estado, onde a violência é tão grave quanto no Rio de Janeiro. A escolha de Teophilo indica que esse assunto, pelo menos, no Ceará, será prioridade na campanha

“O jogo dele é para se cacifar e ser candidato a presidente da Câmara no ano que vem”

Do deputado Arnaldo Faria de Sá (PP-SP), no programa Frente a Frente, da Rede Vida, referindo-se francamente ao que acha da candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, à Presidência da República.

É, mas não é

Sesc e Senac do Rio de Janeiro vivem uma situação para lá de inusitada, à espera da Justiça. É que, desde a prisão do ex-presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, um interventor indicado pela Confederação Nacional do Comércio continua dando as cartas por lá, comandando um orçamento milionário. Porém, pela lei, o novo presidente da Fecomércio, Antônio Florêncio Queiroz, deveria assumir automaticamente a presidência do Sesc/Senac. Mas, para isso acontecer, é preciso que o STJ encaminhe a sua decisão para o TJRJ. O julgamento ocorreu há quase dois meses no STJ e, até agora, o relator não assinou o documento necessário para pôr um fim a essa novela.

“Vá votando, que eu já chego”/ Deputados comentavam nesses dias que vão passar a última semana de maio e a primeira de junho na organização dos palanques regionais antes das festas juninas, que são o primeiro teste de popularidade dos políticos, especialmente, os nordestinos. Significa quórum baixo para votações em Brasília antes mesmo do são-joão.

Por falar em quórum…/ A turma do governo já fez as projeções. Este ano, é votar o que falta do cadastro positivo, os projetos de lei complementar ao Orçamento deste ano, inclusive os recursos da intervenção no Rio, a reoneração da folha de pagamento. O resto é pré-campanha nas festas juninas, Copa do Mundo da Rússia e, depois, convenções e campanha.

A culpa é dele/ Em suas conversas mais reservadas, os governistas tentam debitar na conta de Rodrigo Maia (foto) as dificuldades para aprovar a reoneração, por exemplo. Consideram que, se o governo não conseguir demonstrar um mínimo controle sobre a base e votar as propostas pendentes, a tendência é a recuperação da economia, que anda lenta, empacar de vez.

Siga o dinheiro/ A força-tarefa da Receita Federal que investigará 800 agentes públicos deixou muita gente em Brasília de cabelo em pé, disposta a deixar seus Land Rovers e Porches nas garagens.

Enquanto isso, em São Paulo…/ Com Paulo Preto, ex-diretor do Dersa, solto, tem muita gente no PSDB que vai passar o Dia das Mães mais tranquilo.

O jogo do tempo

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Se a convenção para escolha do candidato a presidente da República pelo MDB fosse hoje, o partido derrotaria tanto o presidente Michel Temer quanto o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Essa foi a conclusão do jantar da noite dessa quarta-feira na casa do presidente do Senado, Eunício Oliveira. Ali, concluiu-se que a maioria dos senadores prefere “cuidar da vida” e não ser obrigada a carregar nem Temer, nem Meirelles, ainda que o ministro seja, como o leitor da coluna já sabe há meses, o “3 em 1” do partido: Financia a própria campanha, defende o legado do governo e é visto como aquele que pode ser abandonado pelos correligionários sem causar grandes traumas.

Enquanto na casa particular de Eunício,e não na residência oficial do Senado, senadores contavam os votos de convencionais que hoje não aprovariam uma candidatura própria do MDB, Temer se preparava para declarar aos quatro ventos no dia seguinte que “não descarta nada” diante do confuso quadro eleitoral. Temer quer ganhar tempo para tentar levar os peemedebistas a aceitarem o “3 em 1”. Quem viveu nos anos 80 sabe que, “3 em 1” era aquele aparelho de som antigo, que tocava os bolachões, fita cassete e rádio. Temer ainda deseja ver um nome para chamar de seu defendendo seu governo. E o MDB não tem nada mais novo para desfilar.

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Em tempo: No MDB hoje está mais fácil aprovar uma candidatura de Meirelles do que uma união ao PSDB de Geraldo Alckmin. Se tem algo que une os vários grupos do partido é a dificuldade de apoiar os tucanos.

Recado ao PT
A foto que Manuela D’Ávila (PCdoB) publicou em seu facebook, ao lado de Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSol), foi lida por petistas como um aviso educado ao partido de Lula: O tempo para ficar esperando Lula enquanto candidato está se esgotando. Ou seja, é chegada a hora do ex-presidente e da comandante do PT, Gleisi Hoffmann, fazerem uma revisão nessa insistência.

Ajuda aí, Eunício!
Michel Temer pediu ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, que, se possível, não demore muito a votar os projetos de lei orçamentários que permitirão o funcionamento da estrutura da intervenção no Rio de Janeiro. Até hoje, os remanejamentos de recursos estão pendentes. Assim, fica difícil funcionar a contento.

Por falar em intervenção…
Com a polícia próxima de chegar aos assassinos da vereadora Marielle Franco e seu motorista, a ordem é aproveitar o embalo para aprovar logo os recursos e a estrutura necessária para dar continuidade ao trabalho da intervenção. Só tem um probleminha: O governo terá que colocar deputados e senadores em plenário. A oposição insistirá na obstrução.

CURTIDAS

Paes na paz I/ O ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (FOTO) telefonou para a coluna ontem de manhã para dizer que jamais disse “que estava resolvido” o caso em análise no Tribunal Superior Eleitoral. “Tenho otimismo, porque tenho o bom direito do meu lado”, disse Paes.

Paes na paz II/ Coincidência ou não, bastou a coluna publicar a nota a respeito das dificuldades para que ontem mesmo saísse uma decisão liminar do ministro do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) Jorge Mussi liberando Paes da inelegibilidade, junto com o deputado Pedro Paulo. Paes e Pedro Paulo foram condenados no TRE por uma votação apertada, com voto de desempate do presidente, Carlos Eduardo da Fonseca Passos. A condenação se deu porque o último plano estratégico da cidade que ele divulgou foi considerado pelo desembargador plano de governo de Pedro Paulo, na campanha de 2016, pago com recursos da prefeitura. A tendência é absolvição.

Paes sem sossego/ No mesmo dia, o Ministério Público do Rio ajuizou uma ação civil pública por cancelamento de empenhos de despesas no tempo em que Eduardo Paes era prefeito. Mais um abacaxi para o ex-prefeito descascar em pleno ano eleitoral. E justo agora, nesse período em que, como consultor de uma empresa chinesa, Paes não consegue parar no Brasil. “Eu trabalho para pagar as minhas contas, como todo mundo deve fazer”, diz ele.

Despedidas/ O velório do advogado José Gerardo Grossi, ontem, no Campo da Esperança, foi um dos poucos a reunir representantes de todos os partidos e, de quebra, quatro ex-comandantes da Procuradoria Geral da República – Sepúlveda Pertence, Aristides Junqueira, Antonio Fernando de Souza e Roberto Gurgel. À família, a coluna presta, mais uma vez, suas condolências.

Bateu o medo do foro

Publicado em coluna Brasília-DF

A descida de processos de deputados e senadores para a primeira instância provoca pânico em alguns. Por exemplo, a remessa do processo sobre o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes para a primeira instância judicial no Rio de Janeiro faz tremer os alicerces da pré-campanha demista ao governo estadual. É que, nas mãos de Marcelo Bretas,
há quem diga que é condenação na certa.
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Não é apenas aí que reside o perigo. As declarações do ex-prefeito sobre o processo também provocaram constrangimentos dia desses numa roda de ministros do Tribunal Superior Eleitoral. Chegou aos ouvidos dos ministros que Paes tem dito frases do tipo, “fica tranquilo que, no TSE, esse assunto está resolvido”. Quem conhece os ministros garante que não existe isso de “resolvido”, expressão que, em Brasília, costuma ter interpretações nada republicanas. Da mesma forma que Fernando Segóvia se precipitou ao mencionar que o inquérito contra Michel Temer no caso dos portos seria arquivado em breve,
Paes pode ter cometido um erro crasso falando do TSE.

E Lula ficará preso
Com os quatro votos da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal contra o recurso da defesa do ex-presidente Lula para que ele responda em liberdade, começaram a ser formadas as listas para visitar o ex-presidente na prisão. Na fila, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ainda faltam votar Ricardo Lewandoswski e Celso de Mello, mas o resultado não mudará. Portanto, Lula montará os palanques petistas nos estados dentro da sala que ocupa na sede da PF em Curitiba. O resultado final da votação será divulgado oficialmente hoje.

Muita calma nesta hora
O PSDB não está tão confortável em conversar com o MDB de Michel Temer e tem um discurso na ponta da língua para os potenciais aliados de centro que buscam outros caminhos. Na reunião de ontem, num hotel em Brasília, os tucanos comentaram sobre o fato de, na eleição de 2014, pelo menos, 15% dos eleitores terem escolhido seu candidato no dia do pleito.

Deixe tudo para depois
Diante do quadro nebuloso, os tucanos tentam vender a ideia de que ainda tem muito jogo pela frente para que os partidos fiquem tão ansiosos. A ideia é deixar claro que, se Geraldo Alckmin não melhorar sua performance até julho, sempre haverá o “sprint”.

Conta outra
Os partidos, entretanto, estão ansiosos. Como foi dito nesta coluna há alguns dias, aliados de Rodrigo Maia ensaiam conversas com Ciro Gomes da mesma forma que o antigo PFL buscou o PSDB de Fernando Henrique Cardoso em 1994. Já tem muita gente dizendo que a hora de agregar alguma coisa é agora, uma vez que, numa campanha curta, ficará difícil tirar de quem estiver mais à frente.

Comício no cafezinho/ Os deputados assistiam calmamente a Juventus X Milan na tevê quando, de repente, entra o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) vice-presidente da Câmara, falando em tom de palanque: “Olha, este projeto do cadastro positivo vai dar R$ 70 bilhões para três empresas quem vai pagar o cadastro somos nós, contribuintes. Tem que votar contra”.

Salvo pelo elevador/ Na hora em que Fábio Ramalho fala, o deputado Índio da Costa (PSD-RJ) se levanta e, no mesmo tom, reage: “Não é assim. Os cartórios não querem o projeto e estão fazendo lobby aqui dentro”. Eis que Fabinho completa: “Você está é defendendo os bancos, porque é ligado a eles”. Quando a discussão ia esquentar, eis que o elevador chega e Fabinho entra, encerrando a discussão.

Vai um suco de maracujá, deputado?/ Quem acompanhou a reunião da comissão especial que debateu a lei dos agrotóxicos ficou impressionado com o destempero do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ). Aos berros, ele expulsou um produtor rural da sala. O ruralista tinha dado uma risadinha no momento em que Molon falava contra o projeto.

Olho no digital/ Geraldo Alckmin (foto) decidiu apostar no marketing digital. A principal estratégia do tucano é se preparar para combater as fake news, além de divulgar as propostas na internet. Ontem o tucano apresentou oficialmente a equipe. O responsável pela área digital é o professor de marketing Marcelo Vitorino, que trabalhou para Crivella, em 2016, no Rio, e José Serra, em 2010, na campanha ao Planalto. O responsável pela TV é Lula Guimarães, que fez a campanha de João Doria para à prefeitura de São Paulo em 2016.

Não pedalou, mas…

Publicado em coluna Brasília-DF

…É bom o governo não comemorar demais o fato de o Tribunal de Contas da União ter liberado na semana passada o dinheiro do Fistel para pagamento de dívida. É que, ao contrário do que esperava o Poder Executivo, o Tribunal não escreveu textualmente que a “regra de ouro” estava cumprida. Disse apenas que “não era atribuição do TCU indicar como o governo federal deve alocar recursos do Fistel transferidos para o Tesouro Nacional, pois nem o legislador o fez”. A leitura geral, entretanto, foi a de que os recursos foram liberados para cumprimento da “regra de ouro”, aquela que proíbe o governo de se endividar para pagamento de despesas correntes.

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Alguns ministros do TCU consideram que está dada a senha para que, no ano que vem, a ministra-relatora das contas deste ano, Ana Arraes, possa dar, ao menos, um puxão de orelhas e, se quiser, rejeitá-las. Afinal, se hoje está se usando os recursos do Fistel para cumprimento da regra de ouro, é porque não se fez o ajuste fiscal prometido, que incluía a reforma previdenciária. Até aqui, afirmam, não dá para dizer que o governo “pedalou” como fez o de Dilma Rousseff. Mas, há quem diga que Temer, no ritmo que vai, sem conseguir conter os gastos públicos, terminará subindo na bicicleta.

Com Raquel, sem refresco
Deputados denunciados na semana passada, como Arthur Lyra (PP-AL), podem até reclamar das acusações oferecidas pela procuradora-geral, Raquel Dodge. Porém, a ordem na Procuradoria, pelo menos, por enquanto, é fazer o seu trabalho e deixar que o Supremo Tribunal Federal decida o que fazer com o processo. Simples assim. Aliás, tem muito deputado feliz da vida por achar que saiu das mãos de Raquel e da sede do Ministério Público Federal. Mas, pelo visto, a alegria vai durar pouco.

Perfil obrigatório
Aviso aos pré-candidatos a presidente da República: quem for eleito em outubro precisará de uma boa dose de paciência para reunião de líderes partidários. É que todas as análises nos levam a um cenário de pulverização partidária. Se as previsões se confirmarem, nenhuma legenda deverá ter mais de 60 deputados.

Eles terão a força
A consultoria Arko Advice soltou o seu estudo sobre cenários políticos, em que, além de prever a pulverização, projeta o MDB com todas as chances de continuar com o maior número de senadores, elegendo no mínimo 10 e, no máximo, 14. Em segundo ficaria o PSDB e, em terceiro, o PT. Somados àqueles que têm mais quatro anos de mandato, essa posição se mantém.

O que é bom para os Estados Unidos…
O governo terá dificuldades em conseguir privatizar a Eletrobras. É que muitos políticos, inclusive da base governista, se preparam para cobrar o fato de que, nos Estados Unidos, as hidrelétricas estão nas mãos dos militares, consideradas áreas estratégicas.

CURTIDAS

O drone Kassab/ Pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria (foto) não anda lá muito feliz. Tudo por causa da dificuldade em ampliar alianças. Até o momento, ele tem apenas uma promessa do PSD de Gilberto Kassab. Como se sabe, o ministro das Comunicações avalia muito bem o quadro antes de aterrissar. Vai olhar as pesquisas internas e, se o terreno de Dória for pantanoso, vai buscar terra mais firme.

Por falar em pesquisa…/ Ninguém acredita que o quadro apresentado até agora é o que valerá em agosto, quando a campanha começa de fato. Porém, de todas essas etapas, os partidos já tiraram uma certeza: Bolsonaro não está fora do jogo.

Valores políticos 1/ Para marcar a 14ª Semana da Europa, a ONG Café com Política e a Embaixada da Holanda promovem amanhã, no café Daniel Briand, das 19h às 22h, o debate “Valores Políticos na Europa e no Brasil”, com base no livro Europa em Transição, do filósofo holandês Luuk van Middelaar.

Valores políticos 2/ À mesa estarão o professor Cláudio Ribeiro, mestre em história pela Universidade Federal de Goiás, e o cientista político Leonardo Barreto. E eu, que assino esta coluna, vou mediar o debate. Interessados em participar podem entrar em contato pelo Café com Política no Facebook, @contatocafepolitica. Pede-se a doação de um quilo de alimento (exceto sal) e impressão do convite. Vagas limitadas.

Duelo de cachorro grande

Publicado em coluna Brasília-DF

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, enviou à Casa Civil suas preferências para a Superintendência Nacional de Previdência Complementar, a Previc. O pedido da Fazenda mantém praticamente intacta a atual diretoria e vai provocar a ira do líder do governo, André Moura (PSC-SE). Com os demais partidos do Centrão, Moura pedia mudanças na autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. Ele e Guardia já chegaram a ter discussões de bater mão na mesa. Agora, parece que Guardia riscou o chão e quer ver se o líder dos pesos-pesados do centrão cruza a linha.

Nem tudo desce
Vem por aí uma guerra de interpretações sobre o foro privilegiado entre políticos acusados de recebimento de propina, advogados e ministros do Supremo. Parte da turma enroscada na Lava-Jato considera que terminaram acusados por causa do “exercício da função”, como foi dito aqui ontem. Logo, ficariam no rol do foro privilegiado. A aposta geral é a de que as decisões serão “caso a caso”, ou seja, vai dar problema.

Nem todos querem
Em meio a tanta confusão sobre como ficarão os processos depois da prerrogativa de foro, tem gente torcendo para que as ações desçam para a primeira instância, a fim sair um pouco dos holofotes. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo, tem dito a muitos que, se seu processo relativo à JBS ficar no STF, terá que concorrer a um mandato de deputado federal a fim de ter uma tribuna onde possa expor a sua visão dos fatos.

O foco de maio
Os partidos dedicam o mês das noivas e das mães às alianças estaduais, o que aumentará a pressão sobre os pré-candidatos a presidente da República. Quem está mais sob fogo cruzado é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Por falar em estados…
O PT não tem muito do que reclamar da vida. Pelo menos, no Nordeste. Lá, dos nove estados, seus candidatos a governador largam bem em quatro, segundo levantamento da Arko Advice: Bahia, Ceará, Piauí e, ainda, Rio Grande do Norte.

Desafio eleitoral
A mesma Arko mostra que o índice de reeleição vem caindo. Em 2006, tiveram sucesso 79% dos governadores que buscaram um novo mandato. Em 2010, caiu para 73%. Em 2014, ficou em 68%. Para 2018, as chances de vitória para quem concorre a um novo mandato serão bem mais baixas. Fala-se em algo perto de 30%.

Muita calma nesta hora/ As últimas declarações de Rodrigo Maia sobre o ex-governador Geraldo Alckmin (foto)causaram um certo desconforto no próprio DEM. Há quem diga que Maia escolheu o alvo errado. Ele precisa é tirar voto de Jair Bolsonaro, que continua aparecendo muito bem nas pesquisas.

Educação midiática…/ O Instituto Palavra Aberta realiza nesta terça-feira, 08, a 12ª edição da Conferência Legislativa Sobre Liberdade de Expressão, no Congresso Nacional, com o tema Educação Midiática. Esse conteúdo já é adotado como política pública na Europa e nos Estados Unidos com o intuito de educar crianças, adolescentes e universitários para não produzir, não disseminar, e aprender a identificar e combater as fake news (notícias falsas).

… e personalidades/ Autoridades dos Três Poderes da República vão compor as mesas de debates. Entre elas, o ministro de Estado da Transparência, Wagner Rosário, o ministro-chefe da Secom da Presidência da República, Márcio de Freitas, os senadores Ana Amélia (PP-RS) e Cristovam Buarque (PPS-DF), e o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Cristovam e Mendonça são ex-ministros da Educação e extremamente dedicados ao tema.

Despedida/ O velório do ministro aposentado do Superior Tribunal do Trabalho (TST) Marcelo Pimentel será hoje, a partir das 10h, no hall de entrada do bloco B do TST. De acordo com a família, o corpo será cremado.