Categoria: coluna Brasília-DF
O PT comemora as decisões da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal desconfiado de que Edson Fachin distribui o jogo para deixar Lula inelegível antes mesmo de o partido registrar a candidatura do ex-presidente e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se pronunciar a respeito. O pulo do gato, na avaliação de juristas, está no fato de Fachin ter citado a Lei das Inelegibilidades ao levar o caso de Lula para o plenário da Suprema Corte. Os petistas ficaram irados.
A aposta no meio político é a de que a decisão do STF sobre Lula abrirá a temporada de escolha oficial dos candidatos a presidente entre os partidos de esquerda, em agosto, quando volta o STF. Emoção, no período eleitoral, pelo visto, não vai faltar. Assim como hoje, no jogo do Brasil. A diferença é que, enquanto o futebol une, a política vai separar.
Muita calma nessa hora
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, tem sido o exemplo de sobriedade e reserva nesse período de vice-presidente. Porém, quem convive com ele garante que a tese da prisão em segunda instância só entrará novamente na pauta da Suprema Corte depois do processo eleitoral. Toffoli assume a Presidência do STF em 13 de setembro, quando a campanha presidencial já estará pelo meio. E não pretende tumultuar o processo com decisões que possam interferir no pleito.
Álvaro Dias versus Geraldo Alckmin
Os tucanos fizeram sua festa de 30 anos ontem com a certeza de que a caminhada do pré-candidato Geraldo Alckmin não será fácil. O ato dos 30 anos não foi á essas coisas. E, para completar, quem esteve com o senador Álvaro Dias, pré-candidato do Podemos, garantiu ao ex-governador de São Paulo que Dias não abre mão da disputa. Os dois caminham para afunilar a escolha entre os partidos de centro. Isso, claro, na hipótese de o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles não conseguir emplacar sua candidatura no MDB.
O que eles querem
Os senadores do MDB vão cobrar o mesmo tratamento dado aos deputados federais na hora de distribuir os recursos de campanha. Ou seja, quem já tem mandato deve receber mais do que aqueles que tentam chegar ao Parlamento pela primeira vez. A direção partidária deixou essa decisão para julho.
Sinais
Quem esteve com o presidente Michel Temer disse que ele está muito abatido. A base aliada não é a mesma e até as visitas de deputados e senadores ao Planalto estão escassas. É como se fosse fim de festa. E é.
CURTIDAS
Sempre ele/ O senador Roberto Requião (MDB-PR) foi o único a se pronunciar de forma mais contundente contra a candidatura de Henrique Meirelles, na reunião da bancada de senadores do MDB.
Sempre eles/ Além de Requião, já se posicionaram abertamente contra Meirelles em reuniões partidárias Renan Calheiros (AL) e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE).
Só com dinheiro/ Tem um saída: Se Meirelles garantir que vai se autofinanciar, ganhará pontos na convenção. Tudo porque sobrará mais dinheiro para a campanha de deputados e senadores.
Tite chamou?/ A semana da Câmara terminou no início da tarde de terça-feira. A Casa teve 262 em plenário e a duras penas. Quem chegasse de Marte poderia até achar que o técnico Tite convocou as excelências.
Depois dos hermanos… / Ontem, no cafezinho do plenário da Câmara só se ouvia o seguinte: Se a Argentina se classificou para as oitavas, o Brasil não pode ficar de fora. Brasiiiiiiiiiiilllllllllllll!
A perspectiva de o ex-ministro José Dirceu poder assistir à final da Copa em casa é grande. Hoje, a 2ª Turma, que já soltou José Dirceu quando da outra prisão, analisará mais um pedido de liberdade do petista. Se tiver sucesso, conforme avaliam alguns juristas, será a senha para que a defesa de Lula jogue com tudo em prol de, no mínimo, uma prisão domiciliar.
O caso de Lula, avaliam juristas de peso, só não terá qualquer chance de sucesso se seus advogados continuarem em divergência. O memorial da defesa em relação ao tríplex, por exemplo, só chegou a alguns ministros da Suprema Corte há uma semana. Se continuar nesse ritmo, vai ficar difícil.
Limão & limonada
Ex-presidente da Casa e ex-líder do MDB, o senador Renan Calheiros faz o levantamento de todos os projetos que o Congresso aprovou no sentido de dotar o Ministério Público dos mais avançados mecanismos de investigação. Tudo para deixar claro que as leis aprovadas ali — e também as que estão em discussão — não são para encerrar a Lava-Jato.
Muito além dos votos
O alto índice de abstenção, votos nulos e brancos da eleição do último domingo no Tocantins, 51,83%, levou o mundo da política ao pânico. Se isso acontece na eleição presidencial, o futuro presidente terá o apoio de menos de 25% do eleitorado, considerando uma eleição em dois turnos, com disputa apertada.
Enquanto isso, no MDB…
A líder do partido no Senado, Simone Tebet (MS), chamou a bancada para uma reunião hoje. Alguns senadores vão aproveitar para medir como está o apoio ao pré-candidato a presidente da República, Henrique Meirelles, e, de quebra, ao presidente Michel Temer.
Alckmin na lida
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, quer aproveitar o ato de aniversário de 30 anos do partido para afastar qualquer dúvida a respeito da sua candidatura.
Intervalo/ Depois da denúncia contra o
ex-procurador Marcelo Miller, acusado de ajudar a JBS enquanto ainda atuava na Procuradoria, a ordem é uma quarentena entre aqueles que deixam a PGR. Melhor assim.
Por falar em quarentena…/ O
“Cavalo Branco”, apelido que os encarcerados da Lava-Jato deram ao
ex-procurador-geral Rodrigo Janot (foto), dirá em breve que foi traído pelo “Maçaranduba”, alcunha do ex-procurador Marcelo Miller.
Vídeos & campanhas I / Circula nas redes sociais um vídeo apócrifo com imagens de atores nacionais contra a lei do Alimento Seguro, para os apoiadores, ou “lei do veneno”, conforme os adversários batizaram as mudanças na legislação dos defensivos agrícolas aprovadas ontem na comissão
da Câmara.
Vídeos & campanhas II/ A primeira imagem é de Aline Morais, dizendo que o Brasil é o um dos maiores consumidores de agrotóxico do mundo. Então, surge John Travolta e o carimbo “fake news” sobre a imagem da brasileira. Em seguida, vêm explicações por um locutor: o Brasil ocupa o 7º lugar no uso de defensivos agrícolas. Seguem-se, então, vários atores brasileiros, com explicações que contradizem as frases das celebridades nacionais. E ao final, “leia o PL. Não propague boatos comprados por celebridades”.
Corre nos bastidores do Supremo Tribunal Federal uma queda-de-braço que agora deságua no colo do ex-presidente Lula. De um lado, uma maioria na 2a Turma do STF que tendem a dar liberdade a presos em segunda instância. De outro, o grupo que não pretende soltar quem quer que seja, ainda que responder o processo em liberdade faça parte do arcabouço jurídico. No meio campo, há alguns, como o decano Celso de Mello.
Essa disputa sobre o que deve prevalecer para presos em segunda instância levou Edson Fachin a desistir de remeter os novos recursosLula à Segunda Turma. E com o caso seguindo direto para o plenário, o resultado não mudará. Nem tampouco a prisão domiciliar. E tudo só será pautado em agosto, quando a campanha oficial estiver nas ruas.
O PT agora vai refazer seu jogo. Com a certeza de que Lula solto é uma miragem no deserto. Enquanto os senhores do destino, os ministros do STF, não tiverem um rito único, será assim. Ora, plenário, ora Segunda Turma, que, aliás, mudará sua composição a partir de setembro: Sai Dias Toffoli, entra Carmen Lúcia. Aí, Fachin voltará a encaminhar os recursos para a Segunda Turma, com a certeza de que seus votos serão acolhidos. Até lá, o plenário quem cuidará de Lula. Se fosse outro, estava com tudo para ser analisado na Segunda Turma. É o vai-e-vem do Judiciário. Pior para Lula.
O PT prepara uma vigília em frente ao Supremo Tribunal Federal para esta terça-feira, quando a 2ª Turma julgará um novo pedido de liberdade do ex-presidente Lula, com suspensão dos efeitos da sentença, ou seja, a inelegibilidade. A ansiedade impera porque, até dentro do Supremo, há ministros preocupados com a possibilidade de a 2ª Turma optar por um meio-termo: deixar Lula aguardar fora da prisão o julgamento nas demais instâncias, mas não acolher o pedido de suspensão dos efeitos da pena, ou seja, a inelegibilidade. Afinal, uma coisa é suspender a execução da pena, algo possível. Porém, não dá para o Supremo dizer desde já que o presidente pode ser candidato, uma vez que essa questão tem que passar primeiro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
» » »
Enquanto alguns ministros deixam transparecer suas preocupações, outros consideram que o PT pode fazer barulho, mas não conseguirá soltar Lula. É que, na prática, conforme avaliam juristas, não há diferença entre esse pedido de medida cautelar e os habeas corpus já julgados pelo STF, como aquele de 10 de maio, quando a 2ª Turma optou pela manutenção da prisão do ex-presidente. Na dúvida, os petistas vão fazer coro para dizer que o caso de Gleisi Hoffmann, absolvida num dos processos de corrupção, e o de Lula, já condenado, são iguais — mas não são. Gleisi é senadora e seu processo se baseava apenas em uma delação premiada. O caso do tríplex no Guarujá não ficou apenas na palavra do delator contra a do ex-presidente Na avaliação da Justiça, havia provas. É nesse clima de confronto que a 2ª turma analisará mais uma vez o destino de Lula.
Onde mora o perigo
Os partidos à esquerda não querem nem cogitar a hipótese de o STF soltar Lula, mas não lhe garantir a candidatura. É que, nesse caso, o petista prontamente percorreria o país nessa fase “apagando” os adversários de esquerda. Porém, não passaria a garantia da candidatura, considerada condição primordial para atrair aliados. Logo, o debate continuará travado e com o não-candidato no papel de favorito.
Onde mora a tática
Lula não está nem aí para a preocupação dos partidos de esquerda. Ele sabe que apenas um milagre fará dele candidato, mas vai jogar com o tempo. Como a campanha só começa em agosto, ele tem até lá para ver qual o melhor nome do PT para substituí-lo.
França na lida
O governador de São Paulo, Márcio França, vem aí com uma medida pra lá de polêmica: obrigar a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos a arcar com as despesas de transportes de seus usuários quando houver paradas no meio do trajeto, por falta de manutenção. “As pessoas pagam por um serviço e a Companhia vai precisar entregar. Seja de táxi, de Uber, Cabify ou que for”. Se a moda pega, muitas empresas terão que cumprir a entrega do transporte de qualidade ou ficar no prejuízo, pagando táxis para os usuários chegarem ao trabalho na hora.
E o Geraldo, hein?
A nova operação envolvendo investigações sobre o Rodoanel de São Paulo deixou mais uma vez Geraldo Alckmin na defensiva. E, justamente, no momento em que ele começava a quebrar resistências dos aliados e se aproximava de João Dória. No PSDB, há quem esteja convicto de que nada é por acaso. Embora o ex-governador negue qualquer envolvimento, nenhuma campanha presidencial consegue decolar quando fadada a passar horas explicando temas espinhosos. Vislumbra-se mais uma rajada de vento para tentar trocar o candidato tucano. Haja vista a romaria de partidos rumo à pré-candidatura de João Dória em São Paulo.
Quem vem lá/ O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (foto), que terminou por derrubar Geddel Vieira Lima (MDB-BA) do governo Temer, veio ao auditório do Correio Braziliense ontem cumprimentar o idealizador do RenovaBR, Eduardo Mufarej. Calero resistiu às pressões de Geddel para liberar a construção de um prédio, em Salvador, que havia sido embargada pelo Iphan. “O tempo, realmente, é o senhor da razão”, comentavam aqueles que reconheceram o ex-ministro.
Menos, Ana Amélia…/ Ao discursar logo depois do ministro Luiz Roberto Barroso (STF) no evento do RenovaBR, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) comentou que era um avanço ver um ministro do Supremo celebrado como um pop star. Da plateia, um jovem que frequentou a escola de formação política RenovaBR comentava com o colega ao lado: “Pode ser, mas é um perigo. Um juiz não pode fazer coisas populares ao arrepio da lei, e, às vezes, faz”.
Enrubesceu/ Num dado momento, Ana Amélia ainda deixou o senador Cristovam Buarque todo constrangido, quando perguntou a ele qual era o número do PPS, partido do senador. “Não pode, se não é propaganda antecipada”, disse Cristovam. Ana Amélia sorriu, lembrou que estavam num ambiente fechado e que ninguém estava pedindo votos, e a plateia soprou 23.! Risada geral.
Juiz & futebol/ Ministros dos tribunais superiores estavam em sessão durante o jogo da Argentina contra a Croácia. Restou a muitos colocar o aparelho celular no silencioso e dar aquela consultada básica, de vez em quando, para verificar o resultado. Não foram poucos que arregalaram os olhos, descrentes nas informações da internet. Hoje não tem sessão. Vamos Lá! Brasiiiiiillllll!
Políticos enroscados na Lava-Jato que pretendiam conquistar um mandato eletivo para ter prerrogativa de foro começam a rever os planos. É que, com o novo entendimento do STF — de que o foro só vale para crimes cometidos no exercício do mandato e relacionados com a atividade parlamentar ou executiva —, muitos não veem mais vantagens em concorrer. É gastar dinheiro sem a certeza do sucesso e, de quebra, ficar exposto a ataques da oposição, prejudicando o grupo.
Muitos têm pensado seriamente em “mergulhar”, esquecer a campanha e trabalhar em silêncio ao longo do segundo semestre pelo julgamento rápido enquanto o processo ainda está no STF. Afinal, se Gleisi Hoffmann conseguiu ser absolvida em um processo, por que outros não podem ter a mesma sorte?
Bolsonaro torce por Lula
Entre os aliados do pré-candidato Jair Bolsonaro, do PSL, há quem diga que o melhor dos mundos é Lula conseguir a liberdade no próximo dia 26. Assim, o ex-capitão, que já é identificado como o anti-Lula, terá mais chances de manter a polarização. Sem Lula na grande área, as chances de Bolsonaro diminuem.
Chances remotas
Quem conhece o andar da carruagem no Supremo Tribunal Federal pondera que é melhor o PT não ter tantas esperanças de ver Lula solto na semana que vem. É que a tendência é de os ministros tratarem Lula como trataram José Dirceu. O ex-ministro teve um pedido de habeas corpus negado pela Segunda Turma. Dias Toffoli, por exemplo, considerou, no caso de Zé Dirceu, que a Segunda Turma não poderia ter um posicionamento diferente do pleno. E o plenário do STF não mudou o entendimento a respeito da prisão em segunda instância.
Calma, Gleisi, calma
A absolvição de Gleisi Hoffmann e de seu marido, Paulo Bernardo, do crime de corrupção passiva não será suficiente para lhe dar um ingresso de candidata a voos políticos mais altos. É que até o PT deseja ter segurança a respeito de outra investigação sobre o casal, aquela que envolve a empresa Consist, em que há suspeita de pagamento de despesas pessoais. Se o caso não tiver um desfecho antes da eleição — e não terá — a senadora não será a opção dos petistas, na hipótese de Lula não conseguir ser candidato.
Esquerda ou centro-direita?
O PDT prefere um viés de esquerda com o PSB. Se os socialistas fecharem logo o apoio a Ciro Gomes, esfriam ainda mais as conversas com o DEM, que hoje mais dividem do que unem o Democratas. Na semana que vem, passado o julgamento do habeas corpus de Lula, as conversas tendem a se acelerar.
Adelmir Santana candidato a presidente/ Sim, o ex-senador Adelmir Santana (foto) vai concorrer à Presidência. Da Confederação Nacional do Comércio. Fará dobradinha com o deputado Laércio Oliveira (PP-SE), que deve assumir a vaga de primeiro vice na chapa de Santana. O ex-senador apresentou um plano de renovação com cinco eixos e 41 metas para a Confederação. Vai disputar contra José Roberto Tadros, do Amazonas. O atual presidente da entidade, Antônio Oliveira Santos, 91, comanda a CNC há 37 anos.
Depois daquele jantar…/ O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que jantou com o pré-candidato a presidente da República pelo PDT, Ciro Gomes, lembrou a muitos o jeitão do pedetista, na sessão de ontem da Casa. Não usou palavras de baixo calão, mas a rispidez imperou. Por várias vezes reclamou de deputados. “Para de gritar! Eu vou lhe dar a palavra daqui a pouco, tenha paciência!”
Adoça aí/ O humor de Rodrigo já não ia muito bem na véspera. Ele presidia a sessão quando o primeiro vice-presidente, Fábio Ramalho (MDB-MG), aproximou-se e lhe deu de presente um queijo artesanal da Serra da Canastra! Hummmm… Rodrigo colocou o queijo sobre a mesa, fez cara de desentendido. Soltou rapidamente um “obrigado”. Estava concentrado na sessão, ávido por mostrar que a Casa está trabalhando durante a Copa.
É hoje/ A turma formada pelo movimento RenovaBR, do empresário paulista Eduardo Mufarej, estará hoje no auditório do Correio. A ideia do movimento é dar um selo de qualidade a esse grupo de pré-candidatos a deputado federal, com vistas a mudanças no sistema político. Diante de uma legislação eleitoral que tende a favorecer os antigos, o desafio é grande e válido. Falta combinar com o eleitor.
Senadores de todos os partidos já esperavam e comemoraram a absolvição da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) do crime de corrupção. É que o resultado favorável à petista representa a renovação de esperanças de muitos sob investigação, um grupo que, aliás, começa a sair da toca. Alguns pretendiam se unir a Fernando Collor que, em 12 de junho, apresentou uma nova reclamação contra o ex-procurador Rodrigo Janot. Nos tempos em que Janot comandava a PGR, todas as reclamações eram arquivadas sem discussão. Agora, depois do indiciamento do ex-procurador Marcelo Miller, há quem tenha esperanças de mostrar que nem todos os políticos investigados são bandidos. Falta, entretanto, combinar com o STF, com o Ministério Público, com a Polícia Federal e, lá em outubro, com o eleitor.
Atualização: Depois de Gleisi, agora, o PT espera soltar Lula dia 26 de junho. Espera contar com, pelo menos, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes nessa empreitada.
Rádios na lida
O maior lobby em ação no Congresso ontem foi o das rádios comunitárias. Em pauta, a possibilidade de aumentar a potência de 1km para 50km e, de quebra, poder fazer publicidade. Só tem um probleminha: não dá para ter o mesmo espaço das rádios comerciais sem pagar, por exemplo, o Ecad. O embate está feroz nos bastidores.
“Vou trabalhar para não homologar a candidatura. Eu e vários”
Renan Calheiros
(MDB-AL), senador, sobre a convenção do MDB que decidirá sobre o nome de Henrique Meirelles como candidato a presidente da República
Por falar em Renan…
O senador calcula que o debate eleitoral continuará travado até haver uma definição se Lula poderá ser candidato ou o PT lançará outro nome. Mas não acredita que Meirelles tenha qualquer chance sequer de emplacar dentro do partido, uma vez que a chapa Dilma-Temer passou por 63 votos de diferença.“O Meirelles é uma ficção. A esta altura, empurrar goela abaixo um representante dos bancos é muito difícil”, diz o alagoano.
Reforma na grande área
A reforma trabalhista faz seu primeiro aniversário em 13 de julho e o governo vai aproveitar o embalo para explicar as novas regras país afora. Quem fará o périplo é o novo ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Ronaldo Fonseca. Ele percorrerá 13 capitais, seis do Sul/ Sudeste, três do Nordeste, uma do Norte e três do Centro-Oeste: Brasília, Goiânia e Campo Grande.
Arrumou um lado…
Ao colocar os dois pés na candidatura de João Doria ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin espera atrair o DEM, que ensaia uma aproximação maior com o senador Alvaro Dias, do Podemos. O DEM já fechou com Doria e conseguiu reservar a vaga de vice na chapa do PSDB paulista. Alckmin ainda está com a vice em aberto.
…Desarrumou outro
A aposta de quem observa a distância os movimentos em São Paulo é a de que o governador Márcio França (PSB), pré-candidato à reeleição, fará algum tipo de represália. Geraldo Alckmin que se cuide.
Te cuida, Biu de Lira/ Renan Calheiros (MDB-AL) conversava reservadamente no fundo do cafezinho do Senado com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira. Trocavam impressões sobre a eleição nacional e alagoana. Renan citava todos os municípios que devem votar com a chapa do governador Renan Filho (MDB). Deixou claro que vai sobrar pouco espaço para os pepistas no estado, entre eles o senador Benedito de Lira.
Dinheiro para Cunha/ Mesmo na cadeia, Eduardo Cunha (foto) ainda consegue algum. O advogado Renato Ramos conseguiu dia desses que o ex-deputado obtivesse R$ 5 mil de um jornal por difamação. O valor, entretanto, não paga uma bolsa daquelas que a mulher do ex-presidente da Câmara costumava desfilar nas redes sociais nos tempos de fartura.
Vai ser assim I/ Deputados ficaram estarrecidos com o discurso do deputado Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ), em defesa do vereador Fernando Holiday, aquele que Ciro Gomes (PDT) chamou de “capitão do Mato”. Sóstenes repetiu pelo menos 10 vezes seguidas a expressão “Ciro caloteiro” e rechaçou qualquer conversa do partido com o pré-candidato pedetista.
Vai ser assim II/ O deputado Adilton Sachetti (PRB-MT), que assistia ao discurso do fundo do plenário, saiu-se com esta: “Essa campanha vai ser assim: do pescoço para baixo virou canela”. Faz sentido.
Brasília-DF
por Denise Rothenburg » deniserothenburg.df@dabr.com.br
A contar pelo que dizem os líderes partidários da oposição, o MDB terá dificuldades em se livrar do papel de responsável pelo governo Michel Temer ao longo da campanha eleitoral. É que, em todos os ensaios pré-eleitorais, os adversários do governo avisam que a proximidade de alguns com o Planalto será explorada. Em Pernambuco, por exemplo, o PSB já tem tudo engatilhado para mostrar que o MDB, o DEM e o PTB apoiaram o governo Temer.
O presidente Michel Temer sabe que será assim e tem plena certeza de que as denúncias serão exploradas. Ele tem dito a amigos que nunca passou por tantos dissabores em sua carreira política. “Trabalhei a minha vida inteira, não mereço isso”, diz, em desabafo com amigos em relação às denúncias envolvendo seus familiares. Ninguém, entretanto, teve coragem de dizer diretamente a ele que negocie um cargo de embaixador para tentar ter algum sossego quando deixar a Presidência da República. Esse tema será tratado mais à frente, quando chegar a hora. Se tem algo que o MDB não perdeu foi o pragmatismo.
A inclinação é pró-Ciro
Os socialistas que assistiram a entrevista do líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar, ao programa CB.Poder ontem não tiveram dúvidas de que a inclinação do partido hoje é Ciro Gomes, do PDT. Ciro já foi do PSB e não abandonou os governos estaduais do PSB. A Rede, de Marina Silva, largou tanto Rodrigo Rollemberg, no DF, quanto Paulo Câmara, em Pernambuco. E o PT, bem, se acha o caudatário da centro-esquerda e quer que o PSB assine um cheque em branco, uma vez que Lula terá dificuldades em ser candidato. Logo, Ciro está com mais força.
O vice de Doria
O líder do DEM na Câmara, Rodrigo Garcia, era saudado ontem na Câmara como o candidato a vice-governador na chapa de João Doria ao governo de São Paulo. Ex-secretário do governo Geraldo Alckmin, Garcia jogará para levar seu partido a uma aliança com o PSDB.
Sensações
A amigos, Geraldo Alckmin tem dito que sentiu uma certa frieza do prefeito ACM Neto durante a recente visita a Salvador. Há quem diga que ACM Neto jogará contra a aliança com os tucanos, para livrar o partido da pecha de apêndice do PSDB.
A bandeira que resta
Quem acompanha o dia a dia da economia acredita que a situação vai ficar no mesmo patamar de hoje até o fim do ano, ou seja, sem o espetáculo do crescimento, mas sem uma derrocada geral. Isso porque a inflação está baixa. Aliás, a inflação baixa é vista hoje como o grande feito do governo de Michel Temer.
Enquanto isso, na Câmara…/ Os petistas aproveitaram a sessão de ontem, com votações na Câmara, para puxar um debate sobre as reclamações do advogado Rodrigo Tacla Duran em relação à existência de uma indústria das delações premiadas. Silêncio sepulcral nos outros partidos.
Olho vivo/ O senador Ivo Cassol quer levar o projeto antitabagista de José Serra para discussão na Comissão de Agricultura. O pedido é visto como uma manobra a fim de adiar indefinidamente a votação. Os tucanos estão de olho.
Recesso ameaçado/ Com os parlamentares hoje mais ligados na eleição do que na Copa e no dia a dia da Câmara, o governo não conseguiu mobilizar a base para votar o relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a única que impede o recesso parlamentar. Isso, porém, não será empecilho para os congressistas. Eles ficam no recesso branco sem o menor constrangimento.
Aeroporto, por favor/ O presidente do Senado, Eunício Oliveira (foto), marcou a sessão extraordinária de ontem para as 13h. Todas as vezes que ele faz isso, os senadores já sabem. É a senha para avisar que o expediente terminará mais cedo.
Depois das isenções de impostos do óleo diesel, chega nesta segunda-feira mais um risco para as contas públicas e, desta vez, nada a ver com os caminhoneiros. É que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) marcou o julgamento do reajuste de quase 4% aos funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), da Valec, da Companhia Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
» » »
O gasto estimado para honrar o pagamento dos aumentos de 3,98% na Valec e na Codevasf é de R$ 140 milhões, conforme cálculo apresentado aos ministros do TST. O impacto pode ser maior, por causa do pedido de pagamento retroativo referente a 13 meses de salário, mais benefícios. O dinheiro sairá dos cofres do governo federal, responsável pela manutenção da folha de pagamento das estatais em questão.
» » »
O julgamento é dado como ganho pelos servidores, uma vez que o próprio governo, nos bastidores, se mostra disposto a bancar o reajuste para evitar novas crises como a greve dos caminhoneiros. Tentou-se até fechar um acordo oficial entre a equipe de Michel Temer e os sindicatos, que rejeitaram a proposta. A orientação é julgar o caso com a máxima rapidez e discrição. Auxiliares de ministros afirmaram ao repórter do Correio Bernardo Bittar que o TST considera o reajuste justo e devido, independentemente das condições econômicas do país. Entre os argumentos está o clichê usado pelos servidores públicos que pleiteiam aumento: “É direito do trabalhador.”
Os bancos que se cuidem
Equipes de pré-candidatos a presidente da República de todos os matizes ideológicos falam de uma concentração bancária muito grande no Brasil, e é preciso concorrência para baixar juros de cartões de crédito e cheque especial. A turma que nunca perdeu, em governo algum, começa a se remexer na cadeira.
Tempo esgotado
O PSB cansou e não vai esperar até julho pela definição dos petistas. O partido não aguenta mais a ampliação de condições do PT para apoiar a reeleição de Paulo Câmara em Pernambuco. Agora, vai começar á a tratar o PT pernambucano como adversário. E, no plano nacional, se voltar para Ciro Gomes.
Pagar para ver
Os socialistas consideram que eram procurados pelo PT, mais para tentar tirar o partido de Lula do isolamento. Hoje, ninguém mais aposta numa união das esquerdas. A ordem é cada um testar a
própria força.
Bem assim/ Tudo o que o governo deseja é uma bola de cristal para saber se a procuradora-geral, Raquel Dodge, vai apresentar uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer. Até aqui, dizem os amigos do presidente, não se “pescou” nada a respeito na Procuradoria. O jeito é ir vivendo o dia a dia, sem esperar o dia de amanhã.
Codinomes I/ Não foram apenas os receptores de propinas que receberam apelidos do pessoal das empreiteiras. Empresários presos na Lava-Jato que já deixaram a cadeia começam a espalhar como chamavam os procuradores e juízes. Sérgio Moro era “Mazzaropi” (foto).
Codinomes II/ Os delegados da Polícia Federal também não escaparam. Rosalvo Ferreira Franco, que chefiou o início da Lava-Jato no Paraná, era “Maguila”. E Márcio Adriano Anselmo, “Freddy Mercury”.
Codinomes III/ Os apelidos sobraram para todos, inclusive para o então procurador-geral, Rodrigo Janot: “Cavalo Branco”. O procurador Deltan Dallagnol era o “Bispo”. E o ex-procurador Marcelo Miller, “Maçaranduba”. Não é a cidade de Massaranduba e, sim, o personagem do antigo programa humorístico Casseta & Planeta, que saía distribuindo sopapos para todos os lados.
O governo até que tenta reagir, mas, para acalmar de vez o mercado, que ontem elevou o dólar a quase R$ 4,00, só mesmo um candidato a presidente da República comprometido com as reformas estruturais capazes de dar tranquilidade ao país.
O cenário traçado nas reuniões mais reservadas de analistas econômicos é o de que, diante da alta dos juros nos Estados Unidos (fator externo), a impopularidade do atual governo e a inclinação do eleitor a candidatos mais “imprevisíveis” deixam o mundo das apostas econômicas sujeito a fuga de capitais e a dólar alto.
A previsão dos analistas é a de que o valor do dólar na eleição será o piso do futuro governo se o vencedor não for comprometido com as reformas estruturais. É o mercado mostrando do que é capaz de fazer, caso o eleitor continue apostando nos extremos.
Meirelles vai a Marun
Pré-candidato do MDB a presidente da República, Henrique Meirelles foi ao Planalto, ontem pela manhã conversar com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Tudo para tentar conquistar algum apoio dentro do partido, que, como já se sabe, movimenta-se para todos os lados. Buscou até mesmo o ex-ministro Nélson Jobim, que, até o momento, prefere ficar longe dessa confusão.
Por falar em Meirelles…
A avaliação interna do MDB é a de que o ex-ministro está errando muito ao não cortejar o partido. Afinal, a candidatura terá que ser submetida à convenção partidária de junho. Ou Meirelles começa a coletar os votos emedebistas desde já ou terá dificuldades.
Efeito Tocantins
Depois que a ex-ministra da Agricultura e presidente da CNA, Kátia Abreu (PDT), chegou em quarto lugar na eleição suplementar para o governo do Tocantins, começaram as apostas de que integrantes de outros partidos que contam com o apoio de Lula podem ter o mesmo fim.
E o Bolsonaro, hein?
O deputado Jair Bolsonaro ficou para lá de feliz depois da conversa com o Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. O encontro foi divulgado ontem com exclusividade pela coluna. A avaliação da equipe é a de que o pré-candidato do PSL começou a quebrar resistências na cúpula militar.
Ataque desnecessário/ O presidente Michel Temer acompanhou parte da sabatina do Correio Braziliense com os pré-candidatos ao Planalto. Não gostou nada dos arroubos de Ciro Gomes. Na sabatina, Ciro disse que o Congresso tinha o sido o pior momento da sua vida, com “(Eduardo) Cunha e (Michel) Temer batendo bola, “um já foi para a cadeia e o outro vai”.
Moral da sabatina/ A maratona de entrevistas do Correio Braziliense com os pré-candidatos a presidente na última quarta-feira foi considerada por muitos políticos e marqueteiros a largada da campanha. Ali, deu para perceber até quem vai bater em quem: Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) miram em Jair Bolsonaro (PSL); enquanto Marina Silva mira no PT.
Por falar em Ciro…/ Com Benjamin Steinbruch livre de seus compromissos na Fiesp e pronto para ser vice na chapa de Ciro Gomes ao Planalto, os políticos abriram a bolsa de apostas: Steinbruch já foi chefe de Ciro e é a única pessoa com quem o ex-ministro não brigou. Até quando isso vai durar é a grande aposta.
Chiquinho na roda/ Fiel escudeiro do ex-presidente José Sarney, o ex-senador Francisco Escórcio, era saudado essa semana no Palácio do Planalto como candidato a vice na chapa de Roseana Sarney ao governo do Maranhão.
A primeira maratona de sabatinas num único dia com 11 pré-candidatos a presidente ontem na sede do Correio Braziliense deixa claro que a agenda de reformas será intensa em 2019, independentemente de quem for o vencedor. Não tem um que dispense reformar a Previdência ou os impostos no país. Porém, a quatro meses do pleito e com a campanha oficialmente começando em 16 de agosto, são poucos os que têm uma ideia clara do que desejam fazer. Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas, diz que tem propostas, mas não detalha. Geraldo Alckmin, por sua vez, exibe o que foi feito em São Paulo, em termos de Previdência complementar e idade mínima para apresentar o que pretende ampliar para o Brasil.
Quanto às privatizações, o único que se mostra dispostos a entrar fundo nesse seara é o pré-candidato do PSC, Paulo Rabello de Castro. Geraldo Alckmin anuncia desde já que não irá privatizar Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e nem tampouco a Petrobras. Agora, a empresa do trem-bala que se prepare: está na lista de todos para entrar em liquidação em breve.
Bolsonaro foi ao general I
O deputado Jair Bolsonaro (PSL) se reuniu com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, na tarde de terça-feira. O encontro foi pedido pelo deputado Onyx Lorenzoni, amigo de Villas Bôas, que chegou ao QG do Exército para uma conversa agendada há mais de uma semana, sem o ex-capitão. Ao receber um aceno positivo de Villas Bôas para uma conversa com o pré-candidato a presidente, Lorenzoni ligou imediatamente para Bolsonaro: “Vou aí agora!”, respondeu o pré-candidato, ávido por apoio da cúpula militar.
Bolsonaro foi ao general II
O encontro previsto para durar 20 minutos chegou a duas horas e meia. Das 16h às 18h30. Bolsonaro conversou com outros integrantes do alto comando. O “papo” incluiu ainda o general Heleno, da reserva. “Foi uma reunião amigável, de troca de sugestões, impressões, sobre o momento do país, sobre geopolítica. Foi um movimento importante para o Jair”, contou Onyx à coluna
General vai a todos
Coincidência ou não, na noite de terça-feira, depois dessa conversa do deputado com o alto comando no QG, o site do Ministério da Defesa soltou uma nota dizendo que o comando do Exército vai se reunir com todos os pré-candidatos, a fim de apresentar sugestões a programas de governo. Oficialmente, o Exército não tinha se pronunciado sobre o encontro entre Villas Bôas (foto) e Bolsonaro.
O anti-Bolsonaro
O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, foi o único dos participantes que atacou diretamente o líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro. “Nós, democratas, temos que extirpar esse câncer enquanto ainda pode ser extirpado. Nunca administrou nem um boteco dos pequenos”, disse Ciro.
Quem sofre, não esquece
Flávio Rocha, do PRB, também chegou com bastante antecedência, mas a assessoria do pré-candidato Guilherme Afif Domingos (PSD) não se incomodou que Rocha ficasse no auditório, assistindo. Ao final, Afif comentou com a coluna: “O Flávio estava comigo (na campanha presidencial de 1989). Abandonou a minha campanha para apoiar o (Fernando) Collor”.
Quem apanha, também não
Reza a lei não-escrita da política que se deve preservar potenciais aliados para um segundo turno. Porém, quem acompanhou todas as sabatinas do Correio pôde perceber que isso não vale para a maioria. “Essa história de fake news não foi invenção do Trump. Dilma e João Santana (foto) que criaram esse mecanismo abominável”, afirma a pré-candidata da Rede, Marina Silva, dispensando conversas com a ex-adversária de 2014 e, por tabela, com o PT.
Tem para todos
Aliás, se tem um pré-candidato que não poupa sopapos nos adversários já nessa fase preliminar é Ciro. Ao falar sobre a autonomia do Banco Central, eis que, de repente, ele se sai com esta em relação ao ex-ministro Maílson da Nóbrega: “Ele deixou o país com uma inflação de 84% ao mês e virou consultor. Não é consultor. É traficante de informação privilegiada”.
No rol dos vices
Paulo Rabello de Castro (PSC), Flávio Rocha (PRB) e Guilherme Afif Domingos, por enquanto, rejeitam uma vaga de vice. Os três disseram que, até aqui, não tem essa de desistir para apoiar esse ou aquele. O mais convicto da candidatura entre os três era Flávio Rocha.
De Meirelles, nem pensar
Se tem algo que é praticamente consenso entre os pré-candidatos a presidente da República é o desejo de guardar uma distância regulamentar do MDB. Todos criticaram o governo do presidente Michel Temer, até Paulo Rabello de Castro, do PSC, ex-presidente do BNDES. Logo, Henrique Meirelles terá que buscar um vice dentro do próprio partido. Ou buscar algum partido inexpressivo. Como há 35 agremiações no país e outras saindo do forno, não será tão difícil encontrar um partideco que lhe dê um vice.
Espartano/ O senador Álvaro Dias (Podemos -PR) foi o único que não levou um grupo de parlamentares. Tampouco se mostra disposto a ser vice. Aliás, ele já avisou ao Podemos que vai até outubro como candidato.
De galera/ Quem mais tinha deputados em volta era Geraldo Alckmin, do PSDB, o último sabatinado, dos 11 ouvidos pelo Correio Braziliense/ Sindifisco. Foram seis deputados e o senador Antonio Anastasia (foto), pré-candidato ao governo de Minas Gerais.
Quem não tem tempo de TV… /… Se diverte com tudo. O garçom que subiu ao palco com uma bandeja contendo taças cheias de suco de pêssego, tropeçou em pleno palco, perto da pré-candidata Manuela D’Ávila. Ela, cheia de charme, brincou: “Opa! Imagina se eu tomo banho de suco aqui, o que não ia dar de memes na internet?! Acabamos de perder conteúdo virtual!”.
Aqui, não!/ Jair Bolsonaro está numa fase de tentar deixar de lado tudo o que se diz contra ele, inclusive a pecha de que está evitando debates. Ontem, chegou com mais de uma hora de antecedência, e a organização teve que arrumar uma sala para acomodá-lo, uma vez que a área vip destinada aos pré-candidatos estava ocupada pelo ex-ministro Henrique Meirelles, que seria sabatinado antes do deputado do PSL. Uma assessora de Meirelles ficou para lá de preocupada: “Ele não vem para cá, né?”
E o PT, hein?/ Nos escaninhos petistas começa a haver uma certa preocupação com as dificuldades de o partido apresentar sua pré-campanha nessas rodadas de conversas e entrevistas, como a promovida ontem pelo Correio em parceria com o Sindifisco. Já tem gente reclamando que, com o pré-candidato preso, o PT está perdendo terreno para os demais.

