Terrorismo versus abuso de autoridade

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A prisão do grupo de possíveis simpatizantes da facção terrorista Estado Islâmico no Brasil servirá para ajudar juízes e magistrados a ampiar a pressão no sentido de tirar de cena o projeto que impõe limites à ação da Justiça — conhecido como lei contra o abuso de autoridade. Na avaliação da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), a prisão mostrou que não basta apenas o apoio da sociedade para estancar o terror. É preciso que a legislação permaneça firme no amparo à atuação da Polícia Federal e do Judiciário e essa firmeza ficará ameçada, caso o projeto de Lei 280/2016 seja aprovado.

A AMB cita como exemplo o artigo 30, que diz ser crime de abuso de autoridade “dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada”, o que poria em dúvida o trabalho dos agentes públicos em situações como a dessa semana. Apesar da lei contra o terrorismo, de relatoria do atual ministro da Defesa, Raul Jungmann, dizer que ações preparatórias são consideradas crime, ao prenderem 11 suspeitos de combinar um ato terrorista, as autoridades assumiram a responsabilidade de prevenir antes de remediar, o que poderia ser interpretado como crime pelo projeto em discussão no Senado.

 

 

Vem pra rua, nova temporada

Entidades ligadas ao combate à corrupção, tais como AMB e Ajufe, preparam atos contra a Lei de Abuso de Autoridade. O primeiro ato, 28 de julho, será em Curitiba, preparatório para a grande manifestação marcada para 8 de agosto.

 

Maia e 2018

Quando perguntado se o DEM terá candidato em 2018, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, respondeu: “Temos um campo que eu espero ser maior, com a unificação da oposição. Temos quatro nomes: o ministro (José) Serra, o senador Aécio (Neves), o governador (Geraldo) Alckmin e o senador (Ronaldo) Caiado”, diz.

 

A ordem dos fatores

O presidente Rodrigo Maia cita Serra em primeiro, mas não necessariamente segue a lista: “Queremos apoiar, mas também queremos ser apoiados. Quem sabe, em um processo de superação da crise, o DEM se comunica de forma mais competente que o PSDB e consegue colocar o Caiado ou qualquer outro nome em uma posição melhor que os nomes colocados pelo PSDB”, disse ao Correio.

 

Bolso fechado

A empresa Presença Online quis saber sobre o interesse dos eleitores em fazer doações para as campanhas dos candidatos. A amostragem identificou que 74% não pretendem fazer doações. Apenas 11% disseram sim e os demais ficaram no “talvez”. É bom que os candidatos não fiquem tão animados com os 11% que pretendem ajudar na campanha: é que 42% cogitam doar até R$ 50 e 34% admitem colaborar com algo entre R$ 51 e R$ 200.

 

Milionário e José Rico

No imaginário popular, prevalece a ideia de que político tem posses. Haja vista o fato de 64% justificarem que não pretendem doar recursos para as campanhas porque consideram que os candidatos não precisam de financiamento.

 

 

CURTIDAS

André versus Rose // O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), anda meio descontente com a líder no Congresso, senadora Rose de Freitas (foto), do PMDB-ES. Tudo porque Rose está distribuindo as relatorias das medidas provisórias a oposicionistas. Há quem diga que o problema é que André vem da escola de Eduardo Cunha, na qual vale a regra, “aos inimigos, nem a lei”.

 

Questão de discurso // Humberto Costa é do Nordeste, assim como Moura. E a ideia dos líderes aliados a Michel Temer é usar projetos de apelo popular para melhorar a performance do governo na região. O aumento do Bolsa Família ajudou, mas é preciso mais.

 

Amigos de fé // Quando ninguém falava em Paulo Roberto Costa e no deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), era o senador Gim Argello quem apresentava o então diretor da Petrobras a terceiros no Senado. Por essas e outras, uma das possíveis delações que mais assustam os políticos é a de Gim.

 

Por falar em delações…// Em conversas reservadas, até aliados de Dilma ficaram meio frustrados com a versão de que ela nunca soube do caixa dois de campanha. “A presidenta (sic) sempre foi de acompanhar tudo com uma lupa. Controlava até os voos, para fugir das turbulências”, lembra um aliado.

João Santana é fichinha

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Se o depoimento de João Santana provocou um alvoroço entre os aliados de Dilma Rousseff e no PT, é bom que todos fiquem de olhos bem abertos para o que vem por aí em relação ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Para se ter uma ideia, nestas tratativas para a delação, ele mencionou que pensou em sair da Petrobras e nem Dilma, nem o PT deixaram. O argumento que pesou sob a ótica do partido foi o de que Duque era um dos maiores arrecadadores para o caixa partidário.

Corredor polonês

O vazamento do nome do deputado Max Beltrão (PMDB-AL) como ministro do Turismo foi proposital. A ideia é ver se vêm novas denúncias envolvendo o parlamentar. E se ele vai aguentar o tranco diante do que foi divulgado. Se resistir, pode até ser nomeado.

“O financiamento das campanhas se tornou uma fonte de corrupção inesgotável”

Roberto Veloso, presidente da Ajufe, quase parafraseando o publicitário João Santana

 

Claudia no paraíso…

Numa das fotos das viagens de Claudia Cruz que o jornalista Guilherme Amado colocou ontem na internet, a mulher de Eduardo Cunha menciona Carina Torrealba numa selfie em Barbados. Carina é mulher de Gonçalo Torrealba, sócio do grupo Libra, um dos maiores do setor portuário no Brasil.

…Fiscal!!!!

Barbados, realmente, é paradisíaco para muitos e em vários sentidos. Por lá estão, pelo menos, 34 empresas flagradas no Panamá Papers.

Vale lembrar

Em 2013, quando Eduardo Cunha emendou a Lei dos Portos, ele e o então deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) quase foram às vias de fato. Tudo porque Garotinho se referiu à emenda aglutinativa proposta por Cunha como “a lei dos porcos”.

Pensando bem…/ Nem só de gasto público e arrecadação entende o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel (foto): “O governo jamais poderia dizer que o grupo terrorista era amador. E se agora resolverem mandar profissionais?”

Enquanto isso, na Papuda…/ Luiz Estevão pede, por intermédio de assessores, para dizer que não está de cabeça raspada nem socou as paredes. Vai ver que o amigo dele se equivocou ao contar a história a terceiros. Afinal, na Papuda, não se exige cabeça raspada. “Isso é tão falso quanto uma nota de R$ 3”, diz Estevão.

…A hora é dos livros/ O ex-senador, responsável pela entrega de quentinhas a 45 presos, dedica-se com afinco à leitura. Já leu 11 publicações de vários gêneros. A velocidade da luz, de Javier Cercas; O Sol é para todos, de Harper Lee, um clássico, conta a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.

Olha a foto!/ Ainda dá o que falar o jantar do presidente em exercício, Michel Temer, com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Quando o pessoal da foto oficial chegou, quis recolher os copos de uísque sobre a mesa para não dar uma conotação festiva. O presidente em exercício, Michel Temer, estava de tão bom humor que brincou: “Se tirar, ninguém vai acreditar que era um jantar político”. A gargalhada foi geral, mas os copos saíram de cena assim mesmo.

PT quer “nacionalizar”

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Apesar de a eleição municipal ser tradicionalmente voltada para temas locais, sem muito espaço para uma nacionalização do debate, o PT planeja aproveitar a largada da campanha, em agosto, para emplacar o discurso do golpe. É a forma que a cúpula do partido considera ideal para disseminar a mensagem antes da votação no plenário do Senado, prevista para o fim do mês que vem. A ideia é acoplar esse discurso ao dos avanços sociais obtidos nos tempos em que os petistas ocupavam o Planalto. Em conversas reservadas, há quem diga serem as únicas armas disponíveis hoje para tentar reverter alguns votos no Senado. Sabe como é, dizem os petistas, “a esperança é a última que morre”.

Menos protestos
Com a sanção do reajuste dos servidores do Judiciário, o presidente em exercício, Michel Temer, praticamente fecha a temporada de aumento dos servidores. Agora, sem greves à porta, ficará mais fácil cuidar da tramitação do processo de impeachment no Senado, sem que se misturem às manifestações daqueles que são contra o afastamento de Dilma, com um grande contingente daqueles que desejam correções salariais.

Prioridade econômica…
No jantar com a cúpula do Congresso no Jaburu, o presidente em exercício, Michel Temer, colocou a aprovação do acordo de negociação da dívida dos estados como o ponto de partida para as discussões dos demais temas econômicos.

…E política
A votação do acordo joga ainda em favor do governo no campo político. Como antes do recesso branco faltaram quatro votos para aprovação da urgência, uma vitória nesse campo agora dará a ideia de que o governo está mais forte na seara política.

Nordeste, a próxima fronteira
Governadores da região onde Dilma e Lula ainda têm muito poder de fogo insistem em um tratamento melhor na renegociação das dívidas. E não é nem por questões políticas. É que eles devem menos. Norte e Nordeste devem, juntos, 4,6 % do PIB, enquanto Sul e Sudeste, 91%. Os dados foram levantados pelo deputado Júlio César (PSD-PI).

Se atender só Sul e Sudeste, não tem Meirelles que resolva”
Robinson Faria,
governador do Rio Grande do Norte, ao se referir à renegociação das dívidas dos estados

Elas & eles I/ Com tantos restaurantes em Brasília, quatro ex-ministras de Dilma Rousseff foram almoçar ontem no mesmo local escolhido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro de Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (foto).

Elas & eles II/ Ideli Salvatti (Relações Institucionais e Pesca), Eleonora Menicucci (Secretaria da Mulher), Miriam Belchior (Planejamento) e Tereza Campelo (Desenvolvimento Social) sentaram-se à mesa próxima da porta. Já Kassab e Rodrigo Maia ficaram ao fundo.

Elas & e eles III/ Kassab, que chegou mais cedo, ficou um pouquinho com as antigas colegas de governo Dilma. Na saída, tanto ele quanto Rodrigo Maia cumprimentaram as ex-ministras Ideli e Tereza. Miriam e Leonora já haviam saído.

Elas & eles IV/ Tereza Campelo não escondeu o constrangimento diante de Kassab e Rodrigo. Justamente no momento em que eles se aproximaram da mesa para cumprimentá-la, a tela do tablet exibia a capa do site alertasocial.com.br, que estampava em letras garrafais “O golpe é contra você”. Kassab e Rodrigo, ambos tarimbados na política, nem pestanejaram. É do jogo.

Quem parte e reparte…

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… Fica com a melhor parte. Capitaneado pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o PMDB baiano acaba de indicar o presidente da Companhia Docas da Bahia (Codeba). Entra o técnico Pedro Dantas e sai José Rebouças, que havia sido indicado pelo senador Otto Alencar, do PSD. Otto é aliado ao PT e, em maio, votou contra a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. O prefeito de Salvador, ACM Neto, havia indicado Luiz Carrera, ex-chefe da Casa Civil da prefeitura. Porém, depois que o DEM levou a Presidência da Câmara, estão todos tratando de dizer que está de bom tamanho.

Linear versus seletivo
A disputa no governo para o contingenciamento de R$ 20 bilhões, mais uma vez, contrapõe a ala política à econômica. A área política quer preservar saúde e educação. A econômica quer cortar igual em todos os setores.

Reflexo zero
Os aliados que aconselham Eduardo Cunha a renunciar para não serem constrangidos a votar a cassação dele no plenário não leram a Constituição. O §4º do artigo 55 é claro ao mencionar que uma renúncia só surte efeito depois da apreciação do parecer pela cassação em plenário. O dispositivo foi aprovado em 1994, depois que uma leva de parlamentares renunciou para escapar da cassação no escândalo dos anões do Orçamento.

Por falar em Cunha…
O deputado sabe que existe ainda um pedido de prisão pendente de análise por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. Portanto, uma renúncia seria correr um risco antes da hora.

De si para si
Aliados da presidente afastada, Dilma Rousseff, consideram que os eventos dos quais ela tem participado não têm agregado novos votos contra o afastamento definitivo. Nem mobilizado liderança com capacidade de mudar a opinião de senadores. A partir da semana que vem, a ordem é investir numa programação que possa trazer esse efeito.

Ciro na roda
Enquanto a maioria dos políticos cuida das campanhas municipais, Ciro Gomes (foto) aproveita para percorrer o país com vistas a 2018. Com o PT desgastado, a cúpula pedetista está convicta de que o ex-ministro pode ter o apoio do partido de Lula na hora de buscar um candidato para chamar de seu.

Tour palaciano I/ O presidente em exercício, Michel Temer, aproveitou a calmaria da segunda-feira para transitar no Palácio do Planalto. Foi ao quarto andar, andou pelos gabinetes e avisou: “Eu não conheço o palácio. A partir de agora, farei isso mais vezes”.

Tour palaciano II/ Depois da passadinha na Casa Civil, Michel Temer foi ao segundo andar, onde almoçou com os ministros da Justiça, Alexandre de Moraes, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, e aproveitou para discutir a segurança das Olimpíadas. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, só não foi porque está acamado com uma virose.
É a pesquisa!/ O bom humor de todos no Planalto tem uma explicação: os números do Datafolha, que indicaram no fim de semana que 50% dos entrevistados preferem Temer a Dilma.

Enquanto isso, na agenda oficial…/ O presidente em exercício recebe esta semana o apoio da maçonaria.

Um líder sob teste

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O governo não vai trocar seu líder, André Moura, assim, de sopetão, só porque o candidato Rogério Rosso, defendido pelo deputado, perdeu a Presidência da Câmara para Rodrigo Maia, do DEM. “A hora é de juntar, e não de espanar”, comenta-se no Palácio do Planalto. O líder, entretanto, terá que entregar o que o governo deseja: resultado nas votações. Se não der, aí sim, estará sob risco. A aposta é de que Moura é bem capaz de se “adaptar”. Resta saber se terá prestígio diante do novo eixo de poder, deslocado da sua “turma”, aquela que seguia o comando de Eduardo Cunha e agora está pulverizada. O Centrão, aliás, acabou enquanto grupo político com poder de dominar a cena na Câmara, haja vista a pequena quantidade de votos destinada a Rosso, comparada com os quase 300 que compunham o grupo.

Nova temporada
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não pretende estimular, tampouco barrar, as comissões parlamentares de inquérito (CPIs) e pode, inclusive, se chamuscar nesse campo com a sua base eleitoral, no Rio de Janeiro. É que está para ser instalada a CPI da Lei Rouanet, que dificilmente deixará de chamar para deporem artistas radicados no Rio.

O dia em que o PTdoB…
A primeira pessoa a chegar à reunião do PT defendendo o voto em Rodrigo Maia no segundo turno foi o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE): “Vocês enlouqueceram? Querem ficar isolados? É um erro político! Isso aqui é o parlamento, não o governo!! Vocês querem dar a vitória a Eduardo Cunha?”, disse Sílvio, com sua verve tradicional.

…Mandou no PT
A partir daí, a tendência de seguir o PSol e não votar no segundo turno esmoreceu. O PT ontem à noite, logo depois do resultado, comentava que o lance da hora é ver como reagirá o Centrão.

Abaixo da cintura
Uma das mágoas do grupo que apoiou Rogério Rosso é com o deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Há quem aposte que o zun-zun-zum das fitas de Durval Barbosa — aquelas que derrubaram José Roberto Arruda — influenciou alguns deputados. O fato de Fraga ser do DEM foi um agravante.

Entre 9 e 10 de agosto
Diante do resultado de ontem na Comissão de Constituição e Justiça, ninguém duvida que a cassação de Eduardo Cunha será um dos primeiros temas quando o Congresso voltar do recesso, mas não deve ser na primeira semana. Isso porque a legislação eleitoral deixou a temporada de convenções das eleições municipais aberta até 5 de agosto. Logo, vai se esperar esse período para garantir o quórum alto prometido por Rodrigo Maia.

CURTIDAS

É por aí/ Antes de fechar o apoio a Rodrigo Maia na madrugada de ontem, o líder do PR, Aelton de Freitas, telefonou para o ministro dos Transportes, Maurício Quintela, para saber se a bancada poderia seguir por esse caminho. Quintela pediu 10 minutos e, depois, ligou para Freitas dando sinal verde.

Quem te viu, quem te vê/ Enquanto Luiza Erundina fazia seu discurso de candidata pelo PSol na disputa pela Presidência da Casa, alguém do PT cochichava: “E o governo Itamar?”, citando o período em que o partido, numa posição radical, proibiu Erundina de ser ministra e ela terminou punida por aceitar o cargo.

Essa cadeira tem dono/ Na Presidência da Câmara, a cadeira de espaldar mais alto tem uma placa sobre a mesa colocada estrategicamente à sua frente: “Favor não sentar”. Ontem, uma pessoa distraída terminou ocupando esse posto. Delicadamente, uma representante do cerimonial se aproximou e pediu que aquela cadeira ficasse vazia. “É preciso respeitar a liturgia e a simbologia do cargo.”

Por falar em simbologia…/ A visita do presidente Rodrigo Maia ao chanceler José Serra foi um gesto para agradecer o esforço do ministro de Relações Exteriores na véspera, quando, depois de duas horas de agonia, a Embaixada do Brasil em Santiago finalmente localizou o registro de nascimento, provando que Rodrigo Maia tem nacionalidade brasileira, embora nascido no Chile, nos tempos do exílio de seu pai, César Maia.

O governo e Rodrigo

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[FOTO1]

Distância regulamentar, mas…

O governo manteve um certo afastamento da eleição da Presidência da Câmara, mas ontem, não deu. Diante da candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), o Planalto ingressou para jogar no sentido de tirá-lo do segundo turno. Embora do PMDB, Castro é tido como alguém que poderia instalar um pedido de impeachment contra Michel Temer. Afinal, enquanto relator da reforma política, ele desconheceu a orientação partidária e fez o projeto que estava em sua cabeça. Do quarteto com chances, era considerado o menos confiável para o governo.

Em tempo: Temer passou o dia no celular, ao ponto de ser interrompido no encontro com prefeitos no fim da manhã, para receber informes de cada movimento. Diante da dificuldade em unir a base e certo de que virá um rosário de cobranças hoje ao seu gabinete, o presidente em exercício viajou para São Paulo. A agenda foi apenas uma desculpa para só voltar ao dia a dia da política depois que baixar a poeira da disputa pela Presidência da Casa.

Pacote de bondades
Antes das duras medidas que virão pela frente, Temer trabalha para marcar sua gestão com um rol de boas notícias na área social. Depois do reajuste do Bolsa Família, vem a prioridade de acesso aos programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida, a lares com crianças vítimas de microcefalia.

Reforço
O ex-ministro do Esporte Aldo Rebelo, mesmo fora do Congresso, agiu para tirar seu partido do colo de Marcelo Castro. Por telefone, ele lembrou a alguns que Rodrigo Maia havia ajudado na eleição do comunista, quando Severino Cavalcanti perdeu o mandato. Para completar, enquanto relator da reforma política, cumpriu todos os acordos fechados com o PCdoB.

Terrorismo
A presença de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) frente a frente com os deputados foi a senha para deixar o recurso para análise posterior. Agora, até agosto, Cunha tentará organizar outro jogo para se segurar até janeiro do ano que vem. Faltou combinar com os adversários.

E Serra salvou Rodrigo
No fim da manhã, ao averiguar a documentação do candidato do DEM, a Mesa Diretora da Câmara percebeu a falta da certidão que comprovasse a nacionalidade brasileira (Rodrigo nasceu no Chile e foi registrado na embaixada). Sem a certidão brasileira, não poderia disputar o comando da Casa. Corre daqui, corre de lá, o ministro de Relações Exteriores, José Serra, acionou a Embaixada do Brasil em Santiago para que buscasse o documento. No início da tarde, estava resolvido. Foi por pouco.

[FOTO2]

Os currais de cada um/ Morador da mesma rua em que funciona a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado Heráclito Fortes (foto) faltou ao almoço com o presidente Michel Temer esta semana. Nem mesmo a deputada Tereza Cristina (PSB-MS), que foi pessoalmente convidar o colega, conseguiu tirá-lo de casa. “Não posso deixar os vereadores e o prefeito de Currais.”

O prestígio de cada um/ Nunca antes na história deste país um prefeito e três vereadores se sentiram tão prestigiados. Um deles chegou a ligar para a família, apenas para informar que Heráclito deixou de ir encontrar o presidente da República para ficar com eles. No pequeno município do Piauí, o deputado obteve 1.200 votos.

Aperfeiçoamento/ O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, recorreu a cursos de treinamento na área de imprensa, conhecido como media training. Os amigos, entretanto, consideraram exagero: “Até que parece que ele precisa”, comentaram alguns deputados.

Hora do chá de camomila/ A senha para o recesso branco dos senadores foi a briga entre Ronaldo Caiado e Lindbergh Farias ontem, no Senado (leia detalhes no blog da Denise, em www.correiobraziliense.com.br).

Guerra de carimbos

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Numa campanha curta e diante de uma profusão de candidatos, as alas da Câmara ligadas ao governo se viram como podem para detonar o adversário. Da mesma forma que alguns tentam carimbar Rogério Rosso como o candidato de Eduardo Cunha para ver se enfraquecem a candidatura dele, o centrão agora se refere a Rodrigo Maia (DEM-RJ) como o candidato de Lula “a fim de atrapalhar o impeachment”. Como a eleição é em dois turnos, o objetivo dos centristas é, na segunda rodada, transformar a eleição em um plebiscito contra ou a favor do impeachment e repetir o placar de 367 a 137. Falta combinar com o adversário. Maia foi um dos propulsores do impeachment e, se for por esse caminho, base contra base, e num jogo de carimbos à margem da política, quem vai perder é o governo.

O “x”da profusão

O surgimento de tantos candidatos a presidente da Câmara tem um motivo translúcido: a falta de instrumentos para o toma lá dá cá em que a política nacional se viciou ao longo dos anos. Não há uma presidência de comissão ou demais cargos da Mesa Diretora para contemplar quem retirar candidaturas. Para completar, quem sentar naquela cadeira assumirá a presidência da República em setembro, quando Michel Temer irá à China.

De ovos & galinhas

O deputado Paulinho da Força (SD-SP) ainda tentava ontem um acordo para que o centrão ficasse com o mandato-tampão e o PSDB com 2017. O problema é que, dizem alguns, não dá para confiar em todos os representantes do grupo. “Daqui a seis meses, o cenário é outro e quem acreditou no acordo terminará prejudicado”, dizia um tucano.

Contabilidade I

Sem o toma lá dá cá tradicional, os partidos fazem suas contas. O centrão aposta que Rogério Rosso (PSD-DF) tem 120 votos; Rodrigo Maia (DEM-RJ), 90; e Giacobo (PR-PR), 70. Os demais, avalia o grupo, estão com menos de 30.

Contabilidade II

Fora da contagem do centrão, o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) aposta no relacionamento pessoal para emplacar seu nome: “Aqui, o que conta na hora de eleger é a simpatia e o respeito aos colegas”, diz ele.

De olho em 2018 I

As razões para o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, elogiar tanto a candidatura de Rogério Rosso ao comando da Câmara vão além das qualidades de agregador do líder do PSD. A ideia é tentar fazer com que Rosso saia de um potencial adversário a aliado, candidato ao Senado. Falta combinar com o próprio Rosso e os eleitores.
De olho em 2018 II

Rodrigo Rollemberg se aproveita para tentar ganhar pontos na frente de outro adversário, Tadeu Filippelli, do PMDB. No papel de assessor especial do presidente Michel Temer e instalado no 3º andar do Planalto, Filippelli não tem muita liberdade para se mover nesta seara das candidaturas ao comando da Câmara, sob pena de terminar irritando outros partidos aliados ao governo.

Haja energético I/ Um grupo de integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara promete fazer de tudo para liquidar ainda hoje a votação do parecer sobre o recurso que Eduardo Cunha (foto) apresentou. Há quem diga que será uma prévia da eleição jogada até a madrugada.

Haja energético II/ A eleição, marcada para esta quarta-feira, também não será tranquila. A expectativa é a de que vare a madrugada, como ocorreu quando da eleição do azarão Severino Cavalcanti (PP-PE), em 2005, quando o PT, com dois candidatos, perdeu.

A hora delas!/ Alguns candidatos espalharam moças bonitas pela Câmara distribuindo panfletos. Rosso e Carlos Gaguim (PTN-TO) saíram na frente nesse quesito. “Eu estou com a campanha na rua. São tantos candidatos que quem obtiver 50 votos estará no segundo turno. Essa história de Centrão não existe. Agora, é cada um por si”, diz Gaguim.

Clube do Mickey/ Alguns candidatos tiveram o trabalho de pesquisar: pelo menos 16 deputados são considerados votos perdidos para a Presidência da Casa. Estão no exterior e não devem voltar a tempo de eleger o futuro comandante.

O preventivo de Michel

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A fala de Michel Temer ontem em São Paulo, sobre não ter preocupações eleitorais e ficar satisfeito de conseguir colocar o país nos eixos em dois anos e meio, foi um recado direto para manter na órbita do governo todos os partidos da base aliada que pretendem lançar candidatos a presidente: PSDB, DEM, PPS, PSB. Nesse sentido, cita ainda as duras medidas que virão. Temer sabe que, na hora das medidas amargas, muitos partidos ou pré-candidatos a presidente que hoje lhe dão respaldo serão os primeiros a correr. E é isso que ele quer evitar.

Olho vivo

Os empresários estão “abismados” com a ousadia de políticos que continuam pedindo vantagens em troca de projetos. Mesmo depois do petrolão, a reclamação com os achaques continua forte nos bastidores.

Paternidade

Com a Lava-Jato passando o rodo no partido, os petistas estão num verdadeiro jogo de empurra sobre quem é ligado a quem, em especial ao vereador Alexandre Romano, preso na Operação Pixuleco II, a 18ª fase da Lava-Jato. Em recente depoimento, o deputado José Guimarães afirmou aos procuradores que o padrinho de “Chambinho” é Jilmar Tatto.

Alvos

O discurso político dos procuradores da Lava-Jato ontem em Curitiba, sobre a sociedade cansada do “casamento” de agentes políticos com a corrupção tem como primeiro endereço os deputados da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que vão votar o recurso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O segundo é aquele grupo que planeja engavetar as 10 medidas contra a corrupção e por aí vai.

Insegurança geral

A autorização do governo para que a Casa da Moeda imprima passaportes sem a numeração perfurada em todas as páginas fez soar o alerta na Polícia Federal. “Pode ter brasileiro pedindo passaporte para vender por um bom preço”, avisa Luiz Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais. Boudens lembra que os passaportes brasileiros são os mais valorizados pelo crime organizado por causa da diversidade étnica do país.

“Da sabedoria busquei a humildade; da humildade clamei por justiça”

Enredo da escola Estado Maior da Restinga, em 2016, aquela que recebeu dinheiro de propina via Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT, represo ontem

MMA/ Nos bastidores, a aposta é a de que se Sérgio Machado (foto), algum dia, cruzar na rua com Jader Barbalho, Renan Calheiros ou Edison Lobão, apanha. Já o ex-presidente José Sarney, um cavalheiro à moda antiga, prefere um duelo.

A Esfíngie I/ Todos que tentam puxar assunto sobre sucessão na Câmara com o presidente em exercício têm a mesma resposta: “Ficaria muito feliz se você fosse o candidato, mas busque consenso dentro da base”.

A Esfíngie II/ Temer já recebeu pelo menos dois potenciais candidatos, Rogério Rosso (PSD-DF) e Heráclito Fortes (PSB-PI). Júlio Delgado (PSB-MG) pediu uma conversa e aguarda a marcação da audiência.

Depois de Maranhão…/ Com o Judiciário em recesso, Marco Aurélio Mello aproveita para dar uma palestra em Coimbra, Portugal, num seminário de verão sobre o papel do Direito nos desafios globais. Sabe como é, passada a quebra de sigilo de Waldir Maranhão, nada como uns dias fora do país.

Jogos de Espiões

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Jogos de espiões
Cientes de que simpatizantes da presidente Dilma Rousseff lotados no Planalto repassam informações de governo à inquilina do Palácio da Alvorada, assessores de Michel Temer têm feito chegar dados errados até ela. Ontem, Dilma postou às 8h56 no Twitter que o governo tomava medidas nocivas ao negar o reajuste ao Bolsa Família. Uma hora depois, lá estava o presidente em exercício comunicando uma correção de 12,5% nos valores do benefício, três pontos percentuais acima do que havia sido proposto pela petista.

A ausência do aumento do Bolsa Família na agenda de Temer foi proposital. Agora, o Planalto tem certeza de que há espionagem na Casa, e os espiões de Dilma também sabem que, às vezes, a informação que chega até eles não é bem a atitude que o presidente em exercício adotará.

Quem pariu Mateus…
Alguns senadores fizeram de tudo para ver se o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avançava o sinal e dizia que o governo não deseja o reajuste salarial dos servidores públicos. Especialmente Kátia Abreu, ex-ministra de Dilma, que fez questão de ir ao jantar com o ministro na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros. Meirelles não escorregou na casca de banana. “O governo tem seus números, mas não vou invadir a seara do Legislativo”, respondeu, mais político que os próprios congressistas.

…Que o embale em $$
Para uma maioria, o recado está dado: se o Congresso quiser dar o aumento, caberá aos parlamentares, mais cedo ou mais tarde, arrumar dinheiro para pagar a conta.

De olhos bem abertos
A presença de antigos aliados de Dilma Rousseff no jantar com Meirelles foi uma demonstração de que os votos em torno da presidente afastada não são tão sólidos quanto ela imagina. Em especial, os do PTB, bancada que compareceu em peso ao encontro com o ministro.

Renan, Dilma e Temer
Entre senadores aliados de Michel Temer cristaliza-se a ideia de que a visita do presidente do Senado, Renan Calheiros, a Dilma Rousseff foi uma espécie de recado para que o presidente em exercício nomeie logo Max Beltrão (PMDB-AL) como ministro do Turismo. Se o fizer, também terá problemas, porque cobrirá um santo e deixará outros ao relento, uma vez que o governo passará a ter dois ministros de Alagoas e nenhum de Minas Gerais.

Lula, o indiscreto
Sabendo que certamente suas ligações são gravadas, o ex-presidente Lula tem feito piadas com os amigos que demoram a procurá-lo. “Você não tem ligado mais para mim… Está com medo de ser preso?”, diz o ex-presidente, soltando a voz.

Caixinha
A assessoria de Dilma comemorou ontem os R$ 70 mil arrecadados para custear as viagens da presidente afastada. Só tem um probleminha: A hora de voo do Legacy cedido à presidente fica em torno de R$ 20 mil. Ela conseguirá preços bem mais em conta se, em vez do avião da FAB, de 12 lugares, buscar jatos menores, nas companhias de táxi-aéreo.

Jucá, impávido
Quem vê o senador Romero Jucá (foto), do PMDB de Roraima, tão dedicado aos assuntos do parlamento sai certo de que ele não se preocupa com as denúncias que têm envolvido seu nome. Ontem, mesmo depois do depoimento de Nelson Mello, da Hypermarcas, ele nem se abalou.

Seu papel é esse!
Líder na Câmara, o deputado André Moura (PSC-SE) recebeu ordens expressas do Planalto para defender o governo das acusações de que tem agido para proteger o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha, e, assim, tentar evitar a cassação do mandato. Moura, que é aliado de Cunha, cumpriu a missão. Daí a entrevista no fim da tarde de ontem.

Emendas suspensas

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Os líderes do governo começam agora a Trabalhar no sentido de convencer os deputados e senadores a desistirem das emendas ao Orçamento que representem novas obras. É que a fonte secou. Na área de Transportes, o desembolso de R$ 1 bilhão por mês para investimentos encolheu para R$ 1 bilhão por ano. Agora, o governo autorizou R$ 4 bilhões para esse setor e destinará a conclusão das obras em andamento, com prioridade ao que falta para concluir e aos corredores de escoamento de produção. Só no Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) são 66 obras paradas.

Eduardo e Michel I
Num encontro com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB-SP), no Palácio do Jaburu, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria ido explicar por que não pretende renunciar à Presidência da Casa neste momento. Cunha não gostou de ver Temer discorrer sobre a escolha de um candidato único para ocupar o cargo, como se ele estivesse vago. Cunha avalia que tem todo o direito de se defender e nada indica que uma renúncia lhe garantiria esses direitos.

Eduardo e Michel II
O Planalto confirmou a ida de Cunha ao Jaburu. Cunha disse que não esteve lá. Quando a coluna comentou, via mensagem de texto, ao deputado, que a assessoria do Planalto confirmou o encontro, Cunha respondeu apenas “eles se enganaram. Não estive lá”. Então, tá.

A mala que pesa
Foi consenso na reunião do Comitê de Infraestrutura ontem no Planalto que as malas despachadas nos voos nacionais devem ser cobradas à parte pelas companhias aéreas. Não há consenso, entretanto, sobre a taxa de conexão. Aliás, hoje, as pessoas querem mesmo os voos diretos. Não faz sentido cobrar a mais de quem faz conexões.

Enquanto isso, no setor elétrico…
A ideia é reformular tudo, inclusive refazer a modelagem para os leilões da área de energia de agosto e outubro deste ano, de forma a colocar regras capazes de atrair os investidores. A avaliação do atual governo é de que os últimos leilões foram um fracasso. Ops! O ministro da área era Edison Lobão. Do PMDB. Para não deixar Lobão mal, a equipe de Temer tem dito que quem dava a palavra final sobre esse setor era Dilma Rousseff.

Meia-volta
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Gastão Vieira, vem sendo assediado para retornar ao PMDB. Emissários peemedebistas procuraram-no para dizer que, se ele voltar ao partido, poderá permanecer no cargo. Gastão Vieira hoje é cacique do Pros. No PMDB, era índio. Mas não é totalmente fora de cogitação que possa alcançar um protagonismo maior nesse momento. Afinal, o senador Edison Lobão e seus aliados enfrentam maus bocados por causa da Lava-Jato.

Tudo como dantes // O embaixador do Reino Unido, Alex Ellis, esteve no Planalto ontem para dizer de viva-voz à equipe de Michel Temer que a saída de seu país da União Europeia em nada muda a intenção de estreitar relações comerciais com o Brasil.

Tudo diferente // Embora a iniciativa da conversa tenha sido do diplomata britânico, foi a primeira vez que o embaixador foi convidado a ir ao Planalto.

Acelera, Janot!!! // Até os assessores do procurador-geral, Rodrigo Janot (foto), consideram que ele está demorando muito para concluir os inquéritos relacionados a políticos, especialmente os senadores. Não adianta Janot correr esta semana. É que, com o recesso dos tribunais superiores a partir de sábado, os processos só vão deslanchar em agosto. E olhe lá.

As agruras dos líderes // Na reunião palaciana ontem pela manhã, os líderes governistas reclamaram bastante. O da Câmara, André Moura (PSC-SE), reclamou do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão. “Não dá mais.” Falta combinar com Eduardo Cunha. Rose de Freitas (PMDB-ES), líder no Congresso, disse que chegou e encontrou um caos, com medidas provisórias quase vencendo. Para completar, o líder do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), lembrou que o impeachment só sai na segunda quinzena de agosto, em meio aos Jogos Olímpicos.