O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, vai para a convenção que oficializará a sua candidatura a presidente da República sem um vice para compor a chapa. Ali, o partido dará carta branca à Comissão Executiva nacional para homologar a escolha, em 5 de agosto. A decisão de repassar a homologação para a executiva foi tomada hoje, depois que o PRP não autorizou o general Augusto Heleno ao ocupar a vaga na chapa do ex-capitão e, em resposta, Heleno saiu do PRP e não será candidato a nada. Ontem, ele já havia dito que estava pronto para assumir a vaga de vice na chapa. Com o desgaste de ter um vice desautorizado pela legenda, o PSL voltou à estaca zero nesse tema e agora não descarta sequer voltar a conversar com o senador Magno Malta (PR-ES) para ver se consegue convencê-lo a assumir o posto. O problema, entretanto, é que Malta teria que passar pela aprovação de seu partido, que resiste a seguir com Bolsonaro. O próprio senador também não quer, prefere concorrer à reeleição.
O adiamento da escolha é mais um sinal das dificuldades do líder das pesquisas hoje em agregar aliados. De ontem para hoje, dois partidos recusaram compor a chapa de Bolsonaro, o PR, capitaneado por Valdemar Costa Neto, e o PRP. Uma das soluções em estudo, a advogada Janaína Paschoal, uma das signatárias do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, não é considerada o melhor nome pelo partido, porque é do PSL. Assim, não acrescentaria o que Bolsonaro mais deseja hoje, tempo de televisão. Janaína manteria Bolsonaro restrito aos oito segundos no horário eleitoral, fazendo com que ele praticamente desapareça nas inserções ao longo da programação normal das emissoras, a propaganda que tem mais audiência. Agora, com mais dias para escolher o seu vice, ele espera angariar apoios. Só tem um probleminha: Se até lá as pesquisas começarem a mostrar crescimento de outros candidatos, ou mesmo uma baixa nos percentuais de Bolsonaro, o ex-capitão corre o risco de não agregar mais ninguém. Aí, restarão Janaína e os oito segundos.
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