Autor: Humberto Rezende
Equipe de Bolsonaro discute legalização de cassinos no Brasil
Por Denise Rothenburg
Uma das propostas em discussão pela equipe de Jair Bolsonaro é a legalização dos cassinos no Brasil, mas não dentro de um “liberou geral”. A intenção é mapear as áreas onde é possível gerar mais empregos e promover a arrecadação de impostos.
Até aqui, o candidato não tem falado muito a respeito, porque ainda não fechou totalmente o projeto. Além disso, não quer gerar polêmica com o eleitorado evangélico antes da hora.
Na equipe, há quem diga que a bancada da Bíblia terá que entender que essa é uma das formas de gerar emprego e renda no país.
Bolsonaro não se mostra disposto a voltar atrás em fala na Paulista
Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg
Aliados de Jair Bolsonaro cobraram dele uma advertência ao filho Eduardo, deputado mais votado de São Paulo, depois da divulgação da declaração sobre bastar apenas um soldado e um cabo para fechar o Supremo Tribunal Federal, se o STF viesse a querer impedir a posse de seu pai. O presidenciável prontamente aceitou advertir o filho.
Agora, porém, não voltará atrás nas declarações dadas por telefone aos simpatizantes concentrados na Avenida Paulista no último domingo, quando o próprio candidato falou que “a faxina será muito mais ampla” e que “essa turma, se quiser ficar aqui, terá que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para cadeia”, e, ainda, “marginais vermelhos banidos da nossa pátria”.
A ordem no PSL é isolar o PT no Congresso. Se esse isolamento for dentro dos preceitos democráticos, faz parte. Porém, a fala de Bolsonaro, no domingo, deu a entender a muitos congressistas que a democracia está ameaçada. A insegurança tomou conta até mesmo de alguns políticos que simpatizam com o candidato do PSL.
Ato de juristas
A frase do filho de Bolsonaro sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), dita há quatro meses, tirou a classe de advogados e juristas da toca. Os simpáticos ao PT, por exemplo, fazem hoje às 19h um ato pela democracia no Hotel Nacional, em Brasília. Os simpáticos a Jair Bolsonaro se preparam para cobrar do candidato mais declarações contundentes de apreço à democracia.
Bíblia roubada?/ O vídeo que circula na internet com um cidadão segurando a Bíblia entregue a Fernando Haddad em ato de campanha em Fortaleza intrigou o PT. A Bíblia tinha sumido do palco naquela noite. Um assessor havia guardado com os outros presentes, enquanto o candidato discursava e cumprimentava as pessoas no palanque. Agora, que o livro reapareceu como se tivesse sido jogado fora, os petistas acreditam que foi mais uma armação para cima do candidato.
Último esforço/ Fernando Haddad vai hoje ao Rio de Janeiro em busca de algum apoio no estado. Lá, o PT só elegeu Benedita da Silva deputada federal. Se depender dos taxistas, Haddad pregará no deserto. Lá, Bolsonaro reina, e a maioria diz que “o PT já teve a sua chance de governar o país”.
Enquanto isso, em Curitiba…/ Lula não consegue entender por que o partido é tão rejeitado. Porém, avisam os aliados dele, não foi por falta de aviso.
Quem chega quer levantar o Parlamento/ Ao receber seu bottom de deputada federal, Bia Kicis, do PRP, a terceira mais votada no DF, colocou em suas redes sociais que espera ter orgulho de usar o adereço. Faz sentido. Atualmente, a imagem do Congresso está pra lá de desgastada.
PEC que tramita no Congresso pode retirar R$ 1,4 bilhão do Fundo Constitucional do DF
Coluna Brasília-DF / por Denise Rothenburg
Fundo do DF sob ataque
Por pouco o Distrito Federal não perde R$ 1,4 bilhão do Fundo Constitucional a que tem direito. Só não perdeu porque, pouco antes de o texto ir a votação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) correu ao plenário e pediu, encarecidamente, que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) não fosse votada. Conseguiu retirar o assunto de pauta, no momento, mas o texto continua por ali. Izalci vai pedir que o autor da PEC, deputado João Campos (GO), retire definitivamente a proposta que passa recursos do fundo aos municípios do Entorno.
Em tempo: não é a primeira nem a última PEC que mira o Fundo Constitucional do DF. Diante da escassez de recursos, é bom a turma do “quadradinho” ficar de olho no fundo, que, este ano, prevê R$ 13,6 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões já foram utilizados em saúde, segurança e educação.
Temer vai falar
O presidente Michel Temer planeja um pronunciamento para falar das denúncias de propina relacionada ao setor de portos, que resultou em seu indiciamento pela Polícia Federal. Falta decidir apenas o tom.
#Elenão
O relacionamento entre o presidente da República, Michel Temer, e o da Câmara, Rodrigo Maia, vai de mal a pior. A turma ligada ao Planalto não confia mais que Maia vá arquivar nenhuma denúncia contra Temer. Mesmo sem ter tempo para a concessão de licença, a aposta dos palacianos é a de que Maia vai dar andamento a qualquer pedido que venha da PGR.
É por ali
A fim de terminar o mandato sem esse desconforto da licença na Câmara aos 45 minutos do período regulamentar, o presidente cogita enviar emissários à procuradora-geral Raquel Dodge e ao presidente do Supremo Tribunal Federal,
Dias Toffoli.
Cargos & currículos
A indicação de Rodrigo Sérgio Dias para uma diretoria da Anvisa encontra resistência entre senadores da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que preferiam alguém que não tivesse qualquer pendência junto ao TCU. Enquanto presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Dias foi um dos nomes chamados ao Tribunal de Contas da União para dar explicações sobre superfaturamento em contratos do órgão. O caso ainda está em julgamento.
Façam suas apostas I/ Ninguém arrisca um palpite fechado sobre a eleição para governador de São Paulo, especialmente, depois do empate técnico registrado ontem no Ibope. Enquanto o ex-prefeito João Dória, filiado ao PSDB, mas com os dias contados no partido, cola sua campanha em Jair Bolsonaro, o governador Márcio França (foto) amplia o leque de apoiadores.
O governador tem ao seu lado bolsonaristas, caso do senador eleito Major Olímpio, e socialistas, como a deputada Luiza Erundina.
Façam suas apostas II/ França embasa sua campanha hoje nessa união de personalidades tão diferentes da política. Diz, inclusive, ter a fórmula para se apresentar como aquele que pode unir São Paulo e ajudar a construir a pacificação nacional, se for reeleito. Dória, por sua vez, está centrado no clima anti-PT.
É por aí/ Se a onda Bolsonaro deu uma estancada, a probabilidade será Dória perder força nessa reta final em São Paulo. Para completar, hoje, nem os tucanos fecham com o ex-prefeito.
MDB na muda/ O senador eleito Marcelo Castro (MDB-PI) começou a circular pelo salão azul para “sentir o clima” e voltou estarrecido com o clima de velório. “Ali, foi uma situação inédita. Dos 32 que tentaram a reeleição, só oito voltaram”, constatou.
PSL avançará para 70 deputados
Interessado em comandar a Câmara dos Deputados no ano que vem, independentemente do resultado da eleição presidencial, o PSL de Jair Bolsonaro quer aproveitar a cláusula de desempenho para atrair aqueles parlamentares eleitos por partidos de centro direita que não cumpriram a regra — 1,5% dos votos para deputado federal no país, com 1% em pelo menos nove unidades da federação. Os alvos prioritários serão Patriota, PMN, PTC, PHS e PRP (o partido do general Mourão), que somam 20 deputados eleitos. Se Bolsonaro vencer a eleição presidencial, o objetivo será cumprido com mais facilidade.
Veja aqui a distribuição da Câmara antes da aplicação da cláusula de desempenho
A legislação permite que deputados de partidos que não cumpriram a cláusula de desempenho mudem de legenda sem serem acusados de quebra da fidelidade partidária. É aí que a turma do PSL vai agir. Em tempo: o PT terá mais dificuldade em atrair os partidos com viés de esquerda que não cumpriram a nova regra. A Rede, por exemplo, não quer desaparecer ingressando no PT. A direita, mais pragmática, pode suplantar os petistas em número de deputados.
Tucanos em guerra
A reunião do PSDB, ontem, em Brasília, deixou claro que João Doria terá praticamente dois adversários na disputa pelo governo estadual: o governador-candidato Márcio França (PSB) e um pedaço expressivo do próprio partido.
O PSDB não perdoa a aproximação do
ex-prefeito da capital com Jair Bolsonaro ainda no primeiro turno, meio que deixando Geraldo Alckmin à deriva
na reta final.
Estranho no ninho
A decisão pela neutralidade do partido nesse segundo turno da eleição presidencial deixou claro que Doria não tem maioria na Comissão Executiva Nacional no partido, nem pretende se render ao candidato a governador.
O PSDB estadual se prepara para dar mais espaço ao prefeito Bruno Covas, com quem, aliás, Doria se desentendeu logo
que assumiu a prefeitura.
Acelera, aí!
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) começará a percorrer o Congresso para pedir que os parlamentares aprovem ainda este ano o novo programa para o setor, o Rota 2030. É que, até o momento, o setor automotivo não tem a menor ideia do que os dois finalistas da eleição presidencial farão em prol da manutenção dos empregos nessa área. Até aqui, as propostas foram muito genéricas.
O poder de Josué
A menção ao empresário Josué Gomes, filho do ex-presidente José de Alencar, como possível ministro da Fazenda de um governo petista é uma tentativa de obter votos em Minas Gerais, onde o governador Fernando Pimentel terminou fora do segundo turno e a ex-presidente Dilma Rousseff perdeu feio a vaga para o Senado.
Tsunami/ A quem pergunta para o senador Valdir Raupp (foto) o que houve para o MDB perder tantas vagas no Senado de uma lapada só, ele explica: “Não foi o MDB. O Jorge Vianna perdeu no Acre. Foi uma onda. E nos últimos dias”.
Anotem esse nome/ A líder do MDB no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), desponta como um possível nome para presidir o Sendo, caso Renan Calheiros não consiga agregar votos em outros partidos.
Despedidas/ Na tribuna do Senado, Hélio José quase chorou e, nas entrelinhas, culpou o povo por ter perdido a eleição. Nos bastidores, outros senadores comentavam que, para quem era suplente e ficou quatro anos no mandato, a reclamação foi um exagero.
Quórum baixo/ Que ninguém conte com o Congresso cheio nos próximos dias. Com o feriado da sexta-feira e o segundo turno em vários estados, muitos vão aproveitar para tirar umas férias, pelo menos esta semana.
Deborah Fortuna e Marcos Amorozo*
O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, usou as redes sociais, nesta quinta-feira, para rebater uma fala do candidato à vice em sua chapa, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), sobre o 13º salário. Como noticiou este blog, Mourão defendeu, durante palestra no Rio Grande do Sul, uma reforma trabalhista e questionou o 13º salário, que classificou como um dos absurdos da legislação brasileira.
Após repercussão negativa, Bolsonaro publicou em sua conta uma defesa do 13º salário. Sem citar Mourão, afirmou: “O 13º salário do trabalhador está previsto no Art. 7º da Constituição, em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”. Na avaliação de especialistas em Constituição ouvidos pelo Correio, Bolsonaro está certo ao fazer tal afirmação.
Não é a primeira vez que o capitão da reserva contraria seus companheiros de campanha. Na semana passada, o guru econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, havia proposto o retorno da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Por meio do Twitter, também, Bolsonaro descartou a volta do tributo e postou uma foto com o economista para amenizar especulações de divergências na campanha.
Reação de adversários
A fala de Mourão gerou reações de outros candidatos à Presidência. Geraldo Alckmin (PSDB) criticou a postura e as atitudes da família do candidato. “A campanha de Bolsonaro é lamentável. O filho, vereador pelo RJ, passa o dia me atacando com mentiras. Ontem, imitando o pai, fez apologia à tortura. O vice, depois de ofender indígenas, negros e mulheres, ataca agora o 13º e as férias dos trabalhadores. E querem a volta da CPMF”, escreveu.
O presidenciável Guilherme Boulos (PSol) também criticou a posição de Mourão. “Vice de Bolsonaro disse que é contra o pagamento de férias e 13° salário que seriam “mochilas nas costas” dos empresários. O projeto de Brasil de Mourão é o dos direitos políticos durante a ditadura militar com os direitos trabalhistas de antes da abolição da escravidão”, afirmou.
* Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende