Autor: Denise Rothenburg
Sem aprovação do Renda Cidadã, parlamentares defendem prorrogação do auxílio emergencial
Com as dificuldades do governo em fechar o novo Bolsa Família, o Renda Cidadã, a tendência dos congressistas é prorrogar o auxílio-emergencial, pelo menos, nos primeiros meses de 2021. O que dá essa indicação é a nova pesquisa XP, que ouviu 174 parlamentares em setembro, dos quais 45% se mostraram favoráveis à prorrogação do benefício. Do total de entrevistas, só 32% consideram alta a chance de aprovação do Renda Cidadã ainda este ano, 34% consideram média e 24% baixa.
Dos entrevistados, 55% consideram ainda que o valor de R$ 300 do auxílio deve ser mantido como proposto pelo Poder Executivo e 31% consideram que deve ser aumentado, ou seja, são grandes as chances de o governo manter o valor. O financiamento do programa Renda Cidadã também não é consenso. 30% consideram que a proposta deve avançar, usando recursos de outros programas que devem ser encerrados. 15$ defendem que as discussões avancem, usando uma fonte de recursos que não seja oriunda de outros programas governamentais. Do total da amostragem, 8% defendem ainda que o governo abandone as discussões. E 24% defendem que o novo programa fique fora do teto de gastos.
Entre as propostas listadas para que os deputados e senadores dissessem quais as chances de aprovação ainda em 2020, a única que ficou acima de 50% foi a Lei do Gás, com 53% de alta chance de aprovação. A reforma tributaria é citada com alta chance por 26% dos entrevistados, a reforma administrativa, 23%, o pacto federativo, 17%; a independência do Banco Central, 14%. As expectativas de privatização da Eletrobras ficou em torno de 12%. Outros marcos regulatórios também são vistos com pessimismo, apenas 18% consideram possível aprovar este ano o marco das ferrovias, por exemplo.
Os parlamentares também desejam avaliar primeiro a reforma tributária e não a administrativa. Na avaliação de 56%, a tributária tem que vir primeiro. Apenas 21% colocam a administrativa como a primeira da fila de votação. Ou seja, não será fácil para o governo inverter a ordem de prioridade das reformas propostas até aqui.
Pode sair da Bahia a alternativa contra os extremos entre Lula e Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
Uma entrevista do governador da Bahia, Rui Costa (PT), há quase um mês, acendeu as esperanças de parte do centro da política para formação, se não de um novo partido, de um grande conjunto de forças capazes de caminhar juntas em 2022.
Já tem gente que hoje faz oposição ao PT disposta a conversar com o governador. O que facilita essas conversas é o fato de Costa e o prefeito de Salvador, ACM Neto, cuidarem de manter uma postura de respeito mútuo e institucional no exercício do poder.
Hoje, ACM Neto não fala sobre 2022. Mas alguns trabalham nesse rumo. Sinal de que a política não está parada, nem ficará deixando o presidente Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva sozinhos na avenida, interessados em manter a polarização na próxima temporada eleitoral.
Na entrevista, ao Poder em Foco, capitaneado pelo jornalista Fernando Rodrigues, Rui Costa disse com todas as letras que está disposto a conversar com João Doria, Luciano Huck e quem mais chegar em busca de algo que leve à união das forças políticas.
Quanto à candidatura do ex-presidente Lula, Costa tem sido bem comedido. Sempre reitera que não é o momento de pensar em nomes e sim em projetos e união de forças. A leitura dos políticos foi uma só: Lula que recolha os flaps, porque o bloco do “Eu sozinho” não terá vez.
Cargos cobiçados
Já está a pleno vapor a guerra no governo federal e nos partidos aliados para ocupar as vagas da Autoridade Nacional de Proteção de Dados. O decreto publicado em agosto definiu cinco vagas do conselho diretor, a serem indicadas pela Casa Civil. Mas, dentro do Executivo, quem está ajudando nessa montagem é o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fábio Wajngarten.
“Não se agradece com toga”
Frase sempre repetida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello. Em tempo de escolha de ministros para o STF, convém lembrar.
Por falar em toga…
Kassio Nunes terá facilidade na aprovação de seu nome dentro do Senado. Porém, com a esposa trabalhando por lá, será de bom tom se julgar impedido quando trata de casos relacionados às excelências. Pelo menos, processos relacionados a senadores piauienses.
Onde mora o perigo
Diante da disputa entre os ministros Rogério Marinho e Paulo Guedes, os bolsonaristas começaram a fazer contas eleitorais. O presidente Jair Bolsonaro já perdeu o discurso de defensor da Lava-Jato ao dispensar o ministro Sergio Moro, e de “nova política” ao se aliar ao Centrão. Resta a bandeira da responsabilidade fiscal e da recuperação econômica. Se perder essa, vai ficar mais do mesmo.
CURTIDAS
Déjà-vu?/ Nos idos dos anos 90, a Comissão Mista de Orçamento tinha um anexo especial, conhecido como “subvenções sociais”. Por ali, eram repassados recursos a instituições privadas e fundações de caráter social, que terminaram investigadas dentro da CPI do Orçamento. Muita gente terminou cassada por causa disso. Até aqui, qualquer semelhança daqueles casos com os repasses a instituições sociais de hoje é mera coincidência.
Salles nas queimadas/ A ida do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao Mato Grosso do Sul, neste fim de semana, ajudou a aplainar as críticas que ele sofre no Congresso. Pelo menos, dentro da base aliada.
Pesquisas, sempre elas/ O PT odeia se pautar por pesquisas, mas o fato é que seus candidatos ficaram baqueados com os resultados da primeira rodada do Ibope. O que mais abateu foi ver Marília Arraes, como terceira colocada em Recife, perdendo para o primo João Campos (PSB) e Mendonça Filho (DEM).
É por aí/ O problema, avaliam os petistas, é que tem gente demais tirando a vaga de polarização com os partidos mais conservadores, posto que, por muito tempo, foi ocupado pelo PT. Ou seja, a perspectiva de a polarização acabar em 2022 é grande.
Coluna Brasília-DF
O presidente também tem conversado com apoiadores sobre a indicação do atual secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira, para o Tribunal de Contas da União, no lugar do ministro José Múcio Monteiro, que se aposenta no fim do ano.
Coluna Brasília-DF
Em conversas recentes, as cúpulas do Poder Executivo e do Congresso, leia-se Davi Alcolumbre, praticamente fecharam um acordo para deixar a análise dos vetos presidenciais para depois da eleição municipal, bem como a discussão a respeito do tal novo imposto sobre transações digitais.
A ideia é tratar desses temas sem deixar os candidatos aliados ao governo expostos ao desgaste de serem tratados como apoiadores de novos impostos.
Isso significa que o governo e os congressistas têm um mês e meio para fechar um acordo em torno dos vetos e dos recursos para cobrir a desoneração da folha, por exemplo.
Corra, Kassio, corra
A movimentação do desembargador Kassio Nunes junto aos senadores para buscar apoio é para consolidar logo. O próprio presidente apoiou a iniciativa, uma vez que, assim, o governo terá condições de medir o humor dos congressistas para aprovação do nome de Nunes assim que Celso de Mello sair do STF.
Vão bater, mas… paciência!
O presidente tem dito a aliados que quanto mais baterem no desembargador, mais ele continuará com a indicação. A crítica mais contundente, na avaliação de muitos bolsonaristas, é de que pode parecer uma aliança entre o presidente e o PT para dar um chega para lá na Lava-Jato.
Por falar em Lava-Jato…
Há quem diga que, para abater Sergio Moro, que agora é visto como um jogador do mundo da política, uma ala ligada ao presidente Bolsonaro faria acordo até mesmo com o PT. Aliás, o perfil que desponta agora ao STF é oposto ao do ex-juiz, que, antes de deixar o governo, era anunciado como o nome de Bolsonaro para a vaga no Supremo Tribunal Federal.
O pacificador/ O novo líder do governo, Ricardo Barros (foto), é visto como aquele que deu tranquilidade ao Executivo no Congresso, tirando, inclusive, um espaço de articulação na base que era ocupado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Aliás…/ O governo do presidente Jair Bolsonaro tem feito de tudo para tentar esvaziar o poder de Maia. Até aqui, ainda não consolidou essa posição.
Conversas a mil/ A casa do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), almirante Flávio Rocha, foi palco de um jantar com a bancada mineira que reuniu mais de 40 parlamentares nesta semana. Virou um dos pontos de articulação entre Executivo e Legislativo.
Malafaia lidera/ Os vídeos postados pelo pastor Silas Malafaia contra a indicação do desembargador Kassio Nunes foram registrados no Planalto como um sinal de que essa turma não está com o presidente para o que der e vier.
Arthur Lira ganha força política após Lindôra pedir rejeição de denúncia
Coluna Brasília-DF
O pedido da procuradora Lindôra Araújo ao Supremo Tribunal Federal, de rejeição da denúncia feita há quatro meses contra o líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), foi considerado a notícia mais importante na correlação de forças que, no momento, regem as articulações dentro do Congresso Nacional.
Os procuradores afirmam não haver provas de que o deputado recebeu R$ 1,6 milhão da Queiroz Galvão. Essa é a justificativa técnica. Mas, politicamente, os parlamentares avaliam que o presidente Jair Bolsonaro deu um passo na direção da candidatura de Lira à Presidência da Casa.
Discretamente, o presidente vai se aproximando cada vez mais do grupo ligado a Arthur Lira e deixando de lado o DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Aliás, entre os líderes aliados, a leitura é a de que, com esse pedido do MP, Lira ganha fôlego para conquistar a Presidência da Comissão Mista de Orçamento, deslocando Maia. Os bastidores da política vão ferver até terça-feira, quando se espera um desfecho da briga na CMO.
O bloco fura-teto…
A turma interessada em romper o teto de gastos cresce a cada dia dentro da base do governo, ainda que o presidente Jair Bolsonaro e os ministros assegurem que a ideia está fora de cogitação. Agora, a conversa é a de que, por causa da pandemia, pode-se admitir furar o teto por dois ou três anos, porém, com “responsabilidade fiscal”.
… coleciona argumentos
O teto voltou a incomodar porque as excelências não querem mexer nos recursos do Fundeb, o Fundo de Desenvolvimento da Educação. Em relação aos precatórios, o mercado não quer. “Cada um tem uma pendência nesses tempos de pandemia, que não pode mexer, logo, não temos saída”, avaliou um vice-líder à coluna.
Conta outra
Entre os economistas, entretanto, esse discurso de “responsabilidade” não emplaca. Se furar o teto, avaliam os integrantes da equipe econômica, Bolsonaro pode dizer adeus ao equilíbrio fiscal.
E ele se deu bem
Até aqui, quem faturou politicamente com a história do Renda Cidadã foi o presidente Jair Bolsonaro. É o detentor do discurso “Eu quis ajudar as pessoas, mas o Congresso não quis”. Essa versão de que era dinheiro do Fundeb, dos precatórios, para os bolsonaristas, é apenas “um detalhe”.
Ricardo reina/ Os novos vice-líderes do governo levados para um café com o presidente Jair Bolsonaro são todos neófitos nas articulações políticas. Significa que Ricardo Barros (PP-PR) tem o comando absoluto das conversas na Câmara.
Por falar em eleição americana…/ A resposta do presidente Jair Bolsonaro ao candidato Joe Biden em suas redes sociais ganhou o apoio do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que não é bolsonarista. “O presidente está certo quando diz que a nossa soberania não é negociável. E olha que não sou da base do governo. Sou da região, e a situação não é a que se pinta lá fora”, diz.
Demorou, mas chegou/ O ex-deputado e ex-ministro Carlos Marun aproveitou o almoço, ontem, da reunião da Itaipu Binacional para receber a ordem do Mérito do Rio Branco, honraria que lhe foi concedida ainda no governo Michel Temer.
Mobilização nos Estados Unidos/ As estrelas da NBA e franquias deflagraram uma grande campanha para levar as pessoas às urnas nos EUA, onde o voto não é obrigatório. Alguns times inclusive ofereceram suas arenas para servirem de locais para votação presencial. Dia desses, Lebron James foi treinar com uma camisa “Vote or die”, ou seja, “vote ou morra”.
Ao cancelar a sessão de análise dos vetos marcada para hoje, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dá mais uma chance para o governo tentar negociar a desoneração da folha de pagamentos. Mas a justificativa de Alcolumbre de que não há consenso para votação está errada. Há um consenso sim, o da derrubada do veto pelos parlamentares. Até aqui, o governo conseguiu apenas obstruir, mas nem a chamada base aliada deseja mostrar a cara para manter o veto e, assim, onerar a folha de pagamentos em tempos de pandemia e de desemprego num patamar elevado. Resta saber até quando Alcolumbre conseguirá segurar a votação. Afinal, se for candidato a mais um mandato no comando da Casa, terá que atender os senadores e não o governo.
A prioridade do governo este ano não é aprovação do Orçamento
Coluna Brasília-DF
Na briga pela Comissão Mista de Orçamento, a tendência dos líderes governistas é acompanhar a disputa, sem muito esforço. O foco está voltado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeira parada das propostas de emendas constitucionais, no caso, a reforma administrativa, que nem começou a tramitar porque a CCJ nem sequer foi instalada.
No caso do Orçamento, a avaliação que prevalece no Planalto é a de que o governo não perde muita coisa. Afinal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, enviada pelo Poder Executivo e ainda não votada, estabelece que o governo deve cumprir as obrigações constitucionais, as ações na área da saúde, prevenção de desastres e outras despesas inadiáveis. Quem perde mesmo são os deputados, senadores e bancadas, que transformaram suas emendas ao Orçamento em impositivas, mas até aqui não conseguiram se acertar sequer para instalar a comissão.
O “esquenta” da disputa
A julgar a dificuldade em fechar um acordo para a eleição do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) presidente da Comissão Mista de Orçamento, a briga pela presidência da Câmara vai ferver nos bastidores. A relatoria, como é do Senado, está resolvida: é do senador Márcio Bittar (MDB-AC), aliado do governo.
Batman versus super-homem
As diferenças entre o líder do PP, Arthur Lira, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estão expostas. Lira joga para o Centrão, enquanto Maia é comprometido com o DEM, que não é parceiro de Arthur Lira para o que der e vier.
Onde está o nó
O governo quer porque quer um programa social para chamar de seu e tirar de cena o Bolsa Família. Porém, não tem recursos para isso. Em último caso, restará incluir no Bolsa Família os desassistidos pelo auxílio emergencial a partir de janeiro. Essa saída o governo também não quer, porque seria abaixar ainda mais o valor de R$ 300 pagos hoje.
Se arrependimento matasse…
O mesmo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que pergunta em suas redes por que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer travar o debate da reforma tributária, aceitou uma comissão mista para discutir o tema. Agora, os deputados cobram de Maia a votação do projeto apresentado à Câmara e ele não pode atender, porque tem de esperar a comissão especial terminar seu trabalho.
Curtidas
Chegou para ficar/ O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, aproveitou a solenidade de plantio da soja em Cristalina (GO), para anunciar que o hospital de campanha de Águas Lindas será definitivo, inclusive com UTI. O mapa da Secretaria de Saúde apresentou, ontem, 82% das vagas de UTI da covid-19 ocupadas e 8,6% das vagas de enfermaria.
A visão abrangente/ O senador Fernando Collor abriu o curso de extensão do Interlegis “Defesa Nacional e o Poder Legislativo” com uma aula magna na qual ampliou o conceito de defesa nacional para muitos servidores do Parlamento, não restringindo às Forças Armadas. Collor entende que defesa nacional abrange a diplomacia, a estabilidade política, a capacidade tecnológica e a coesão social. “Se chegarmos ao ponto de sermos obrigados a emprestar a capacidade bélica das Forças Armadas, é sinal, como regra, de que todos os demais instrumentos à disposição do Estado brasileiro falharam, especialmente a diplomacia”, alertou o ex-presidente.
Cochilo/ Se tem alguém que não dorme no ponto quando o assunto é política, é o ex-ministro Gilberto Kassab. Porém, em voos, ele não resiste. Essa (foto) aí foi tirada ontem, na hora do almoço, quando ele voava para Brasília. Antes de decolar, ele já estava entregue aos braços de Morfeu.
Apoia aí, d. Michelle/ Depois que o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que amplia a pena em caso de maus-tratos a cães e gatos, os ambientalistas planejam começar a entupir o e-mail e as redes da primeira-dama Michelle Bolsonaro com apelos em favor da preservação do meio ambiente. Afinal, ela foi uma das principais incentivadoras da sanção da nova lei.
Disputa pela Presidência da Câmara embola comissão de Orçamento
Deputados e senadores não conseguiram fechar um acordo para eleger o novo presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no pano está a eleição para presidente da Câmara. Estava tudo certo, pelo menos, na visão do DEM do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia, para que o presidente da CMO fosse o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA).
Conforme antecipou a coluna Brasilia-DF há alguns meses, na versão impressa do Correio Braziliense, foi tudo por água abaixo porque o líder do PP, deputado Arthur Lira (AL, foto), pré-candidato a presidente da Câmara, não aceitou guindar um aliado de Maia ao comando da comissão considerada a mais importante da Casa desde que as emendas passaram a ser “impositivas, ou seja, de liberação obrigatória pelo Poder Executivo.
Lira, conforme avaliação dos deputados, “colocou fogo no parquinho” do acordo. Quer que o comando da CMO seja destinado a um partido mais afinado com ele e que pertença ao Centrão, que ainda é um grande grupamento na Casa. o DEM deixou o bloco há alguns meses, para ter uma posição e maior independência em relação ao comando de Arthur Lira. O MDB idem. No rol daqueles partidos que pleiteiam o comando da CMO estão o PSD e o PL, do deputado Wellington Roberto.
Maia é visto pelos aliados de Arthur Lira como alguém que hoje é adversário de Arthur Lira na disputa pela Presidência da Câmara. O PP desconfia que há um acordo discreto entre DEM e MDB para fazer do presidente do MDB, Baleia Rossi, presidente da Casa em fevereiro de 2021 e isso tem incomodado os aliados de Arthur Lira. Lá atras, o senador Ciro Nogueira dizia ter um acordo para que seu partido assumisse a presidência da Câmara em 2021. Em entrevista ao programa Roda Viva no inicio de agosto, Rodrigo Maia disse com todas as letras que não havia esse acordo.
Agora, sem acordo, Lira tenta mostrar seu poder de fogo. Com a instalação adiada, os partidos tentarão chegar a um acordo até terça-feira. Nunca antes a instalação da CMO embolou por causa da eleição para presidente da Casa. É mais um teste para averiguar a capacidade de diálogo dos partidos em tempos de pandemia e de necessidade de reformas polêmicas e um governo que insiste em colocar a culpa de todas as mazelas nos outros.
Comissão Mista de Orçamento é a disputa da vez entre aliados e opositores do governo
Coluna Brasília-DF
A instalação da Comissão Mista de Orçamento, hoje, coloca em primeiro plano a briga pelas relatorias setoriais do Orçamento de 2021. A relatoria-geral será do senador Márcio Bittar (MDB-AC).
No centro do ringue, os aliados do presidente Jair Bolsonaro e as oposições vão se digladiar em torno das relatorias setoriais, em especial, a da Saúde, que mais libera recursos.
De 2016 a 2019, por exemplo, as emendas da saúde foram as mais contempladas, seja na liberação anual, seja nos chamados restos a pagar, num total de R$ 19 bilhões nesse período.
Da base aliada, o PP é um que já avisou aos seus liderados que a Saúde é a sua prioridade. No ano passado, essa relatoria ficou a cargo do MDB e, como há um sistema de rodízio para que nenhum partido fique indefinidamente num setor, a corrida será entre PP, PR, PSD e DEM.
Apoia logo, pô!
Ainda na noite de domingo, o governo tentou fechar o apoio oficial dos partidos aliados às propostas de financiamento do Renda Cidadã, em relação ao uso do dinheiro do Fundo de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) e precatórios. A ideia era aproveitar a grande reunião, na presença do presidente Jair Bolsonaro, para anunciar o novo auxílio.
Meu pescoço na corda, não!
A estratégia de anunciar tudo, em grande estilo, não funcionou. Os líderes disseram que não iriam se comprometer com a aprovação antes de conversar com as bancadas. Atualmente, líderes que selam acordo sem o aval das respectivas bancadas correm o risco de perder o posto.
Onde pegou
Alguns líderes ficaram muito desconfiados, por causa do uso do dinheiro do Fundeb, que já tem outra função no Orçamento. Para completar, o precatório é sinônimo de calote em quem tem recursos a receber. Por essas e outras, o mercado reagiu mal.
Onde vai pegar
Os congressistas não querem ficar com desgaste de novo imposto em ano eleitoral. Portanto, avisam aqueles que sabem das coisas, se o governo quiser incluir os “invisíveis” num auxílio permanente, melhor colocar todos no Bolsa Família.
No cenário atual, a contar pela dificuldade de encontrar recursos para turbinar o programa, nem a mudança de nome será possível.
A guerra do meio ambiente
Com a derrubada de medidas de restrição de desmatamento em manguezais e restingas, o governo coloca mais um ponto de desgaste da imagem do Brasil no exterior e mais um tema em que o Judiciário será chamado para a arbitragem.
Só que, desta vez, no Supremo Tribunal Federal, os governistas acreditam que terão, pelo menos, o voto do futuro ministro a ser escolhido nos próximos dias.
É política pura 1/ Os congressistas calculam que o governo não inclui os 10 milhões de invisíveis no Bolsa Família apenas para continuar com a defesa de mudança de nome do programa. É a forma a dar um viés social a Bolsonaro.
É política pura 2/ Nesse contexto, a oposição vai para cima, com o discurso de que o presidente quer tirar dinheiro da educação e não dos bilionários. “Precisamos aumentar o dinheiro do Bolsa Família, mas cobrando de quem tem muito e não tirando dinheiro da educação”, diz Carlos Zaratini (PT-SP), num ensaio do que o partido colocará a partir desta semana nas redes sociais. A guerra no Parlamento promete.
A hora das emendas/ A instalação da Comissão Mista de Orçamento só foi marcada para hoje a fim de dar tempo para a abertura do prazo de apresentação de emendas ao projeto da lei orçamentária de 2021. A temporada de emendas começa quinta-feira.
“Barracos” no Rio e em São Paulo/ Nos registros de violência e má educação, no Leblon e no restaurante Gero, um dos tops de São Paulo, a impressão é a de que as pessoas perderam a noção de convivência com as diferenças. Nos dois casos, faltaram educação, respeito, tolerância e bom senso.
“Baixo clero” da Câmara vai cobrar emendas para aprovar nova CPMF
Coluna Brasília-DF
Sem dinheiro não vai. Pelo menos, é esse o sentimento que permeia o chamado “baixo clero” na Câmara dos Deputados, quando perguntado sobre a aprovação de uma reforma tributária que inclua algum imposto semelhante à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Primeiro, que os parlamentares não estão dispostos a deixar que o presidente Jair Bolsonaro fique com todos os louros dos programas sociais, como aconteceu com o auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso.
O governo, entretanto, tem uma carta na manga: fazer chegar aos deputados que as famosas emendas ao Orçamento dependem de mais recursos orçamentários, uma vez que a pandemia da covid-19 fez cair a arrecadação e obrigou o Poder Executivo a aumentar os gastos. Ou seja, se quiserem as emendas, é melhor aprovar o novo imposto.
Os últimos dados disponíveis no Siga Brasil indicavam que, dos R$ 39,9 bilhões autorizados em emendas, o governo pagou R$ 16,1 bilhões, incluindo restos a pagar de anos anteriores. Os empenhos, isto é, a separação de recursos para obras e serviços relacionados às emendas, estavam em R$ 21,3 bilhões, conforme os dados atualizados disponíveis na sexta-feira, referentes a 22 de setembro. A perspectiva dos recursos terminarem em restos a pagar é grande. E este será o principal apelo dos governistas para tentar fazer passar o novo imposto.
Base, que base?
Muitos parlamentares desconfiam de que os líderes do governo vendem gato por lebre para os ministros de Bolsonaro. Até aqui, não há votos para aprovar a reforma tributária nos moldes que o Planalto deseja e nem disposição para discutir a reforma administrativa no modelo pensado pela equipe econômica.
Muita calma nessa hora
Deputados conhecedores do humor do Parlamento avisam: se o presidente quiser que os congressistas avaliem suas propostas com mais carinho, melhor ficar distante da eleição municipal onde houver disputa entre partidos que ele considera aliados.
Depois dos embaixadores…
O próximo esforço concentrado dos senadores, com sessões presenciais, será para aprovar as indicações de agências reguladoras. A diferença para os embaixadores é que as diretorias das agências interessam diretamente aos parlamentares. Já são quase 10 vagas em aberto e, em dezembro, a Anvisa terá duas para se somar a essas nas negociações.
Sobral sem campanha/ O único canal de tevê de Sobral (CE) suspendeu as atividades, na semana passada, às portas da eleição municipal. Assim, os candidatos terão que fazer campanha apenas no rádio.
Por falar em rádios…/ Em 1º de outubro, o senador Cid Gomes (PDT-CE) vai estrear numa rede de rádios no Ceará. O nome oficial é Redenews, mas, entre os políticos, a iniciativa ganhou o apelido “Bozonews”. Com a popularidade de Bolsonaro crescendo entre os cearenses, Cid vai tratar de tentar baixar a bola presidencial.
O teste de Bolsonaro/ A campanha paulistana é vista como uma daquelas que Bolsonaro planeja investir para averiguar sua popularidade na maior cidade do país. Daí, o fato de receber o candidato Celso Russomano (Republicanos-SP) e se deixar fotografar ao lado dele.
Mandetta na área/ O lançamento do livro do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e outro do ex-assessor, o jornalista Ugo Braga, justo agora, na largada da temporada eleitoral, foi vista entre alguns amigos do presidente como uma forma de tentar desgastar os governistas de raiz nessa rodada. Não é bem assim. Nesta época do ano, muita gente começa a pensar nos presentes de Natal. Daí, muitos lançamentos de livros nesse período.
Dia de São Cosme e Damião/ Se sair de casa, use máscara. Afinal, o novo coronavírus ainda está por aí.