Harmonia entre poderes foi para o espaço

Publicado em coluna Brasília-DF
Aliados do presidente Jair Bolsonaro que buscam ampliar o apoio e o diálogo entre os Poderes se sentiram enfraquecidos diante dos últimos lances. Primeiro, as declarações do presidente a respeito das manifestações de Sete de Setembro e do filho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de que está chegando um momento em que as ordens do STF não serão cumpridas, “infelizmente”.  Em segundo lugar, colocam a operação de busca e apreensão que teve como alvos o cantor Sérgio Reis e o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ).
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Nas redes sociais, bolsonaristas radicais afirmam que o movimento pedirá a “exoneração” de ministros do Supremo Tribunal Federal e, de quebra, o voto impresso, já derrubado pelo Congresso e que o presidente havia prometido tirar de cena, depois da decisão do plenário da Câmara. Nesse clima, as conversas da semana sobre retomada do diálogo e do respeito entre os Poderes foram para a estratosfera.
Fulanizou
A ideia de enviar apenas o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes e poupar Luís Roberto Barroso faz parte da estratégia para tentar evitar que o caso seja visto como uma investida contra o Supremo Tribunal Federal. A avaliação do Planalto é a de que, se o presidente centrar fogo apenas em Alexandre Moraes, será mais difícil caracterizar como uma desarmonia entre os Poderes.
Nunca antes neste país
Pela primeira vez, um presidente da República pede a destituição de um ministro do STF. E a ideia de não incluir Barroso no pedido foi proposital, para tentar preservar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nem tanto
Alexandre de Moraes, em breve, assumirá o comando do TSE. Logo, esse argumento de preservar a Corte, avisam alguns, não se sustenta.

Tal e qual enxugar gelo

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta fechar acordo para votar a reforma do Imposto de Renda, mas está difícil. Quando ele começa a acertar os ponteiros, os deputados voltam aos estados e o acordo se esvai. O mercado financeiro e o setor produtivo jogaram a toalha.
Por falar em mercado financeiro…
O setor financeiro não está convencido da volta de “Lulinha paz e amor”. Uma parte acredita que o ex-presidente, se vencedor, investirá contra todos aqueles que, na avaliação do PT, não socorreram o petista quando do seu julgamento.
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E o Paulo Guedes, hein?/
 Em conversa com os senadores, o ministro da Economia começou falando em “doença da alma”, dizendo que falta juízo, equilíbrio e “serenidade” ao país. Alguns senadores entenderam como um recado do ministro do próprio chefe, o presidente.
Ficamos assim/ “Não vou recuar um milímetro no que eu falei. Não fiz nada para ser preso. Tenho o direito de me manifestar sobre ministros do Supremo Tribunal Federal. Não ataquei instituições”, disse Otoni de Paula, que promete retomar a artilharia contra os ministros na semana que vem, na tribuna da Câmara.
Depois da tempestade/ Absolvido nas ações movidas pela ex-mulher, Michella Marys, o ex-juiz da Corte Internacional de Direitos Humanos Roberto Caldas traça planos para o futuro: “É retomar o meu trabalho e cuidar da família, em especial dos meus filhos”, diz.

Bolsonaro “fulanizou” para tentar manter o discurso de harmonia entre os Poderes. Deu errado

Publicado em Crise entre os Poderes

 

 

Sergio Lima/AFP

 

 

 

Ao escolher o ministro Alexandre de Moraes como alvo do pedido de abertura do processo de impeachment, e preservar o ministro Luiz Roberto Barroso, o presidente Jair Bolsonaro quer evitar ser acusado de investir contra o Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro foi muito alertado ao longo da semana que seria necessário separar as estações para não caracterizar uma crise entre o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Também foi dito ao presidente da República que a instabilidade gerada por atos dos bolsonaristas mais aguerridos, inclusive com ameaças à integridade física dos ministros, atrapalha o país como um todo, inclusive afasta os investidores.

O fato de Barroso ser o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também pesou na decisão de não representar contra o ministro neste momento. Quanto a Alexandre de Moraes, o ministro é visto pelos bolsonaristas como alguém que não tria tanto apoio na sociedade, nem tampouco no meio jurídico.

A estratégia, porém, deu errado. O pedido de impeachment uniu o STF em torno do ministro ao ponto de a Suprema Corte divulgar uma nota de repúdio. No Senado, a tendência é a Comissão de Constituição e Justiça paralisar o andamento da indicação de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal. O pedido de Bolsonaro, aliás, é visto mais como uma satisfação aos radicais que o apoiam do que propriamente uma ação que irá prosperar ou trazer alguma vantagem política ao presidente da República.

 

Doria versus Pacheco, a disputa do centro

Publicado em coluna Brasília-DF

A ida do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido-RJ) para o secretariado do governador João Doria, em São Paulo, foi lida em Brasília como a largada da corrida para ver quem terá a condição de se lançar como o “quarto elemento” na sucessão presidencial, a fim de quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro.

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Hoje, o cenário para 2022 aponta três pré-candidaturas: Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes, que corre por fora na raia mais à esquerda. O nome de centro sairá dos partidos que gravitam em torno do PSD, que tem no presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sua maior aposta, e o PSDB, que escolherá um candidato em novembro. Doria quer Maia ajudando não só no PSDB quanto nos demais partidos, uma vez que Pacheco conta hoje com Gilberto Kassab, que se dedica a montar toda uma estrutura nacional, a fim de fortalecer o PSD e o candidato do partido à Presidência.

Segura aí, talkey?

Um dos apelos do governo é de que Rodrigo Pacheco não rejeite de pronto os pedidos de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal que serão apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro. Só tem um probleminha: os bolsonaristas vão ficar pressionando para que o presidente do Senado coloque as propostas para tramitar. Ele não pretende deixar que essa discussão se alastre indefinidamente.

Ensaio geral

A menção a operações garantidas pela Caixa Econômica Federal (CEF) no período dos governos do PT, na live de Bolsonaro, ontem, não foi à toa. As operações, que resultaram num prejuízo de R$ 46 bilhões, conforme o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, é um dos pontos que o presidente vai repisar daqui para frente. Os bolsonaristas estão convencidos de que é preciso abater o voo de Lula desde já.

Enquanto isso, no PT…

A estratégia de Lula, atualmente, é tentar abater Ciro Gomes. O ex-presidente tem conversado com pedetistas, a fim de consultar sobre as perspectivas de o partido não dar legenda para que Ciro possa concorrer no ano que vem. Hoje, por exemplo, estará no Ceará, para auscultar o humor do partido de Ciro e do governador Camilo Santana, aliado dos Ferreira Gomes.

Estações separadas

O líder do MDB, Eduardo Braga (AM), não vai misturar as estações entre a CPI da Covid e a recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República. A tendência é apresentar um parecer favorável.

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Veja bem/ Uma versão da música Anunciação, de Alceu Valença, em apoio a Bolsonaro, faz sucesso no Instagram, com mais de 150 mil visualizações. Em entrevista ao decano da cultura no DF, Irlam Rocha Lima, em março deste ano, Alceu disse a seguinte frase quando perguntado o que achava da gestão da pandemia por parte de Bolsonaro: “Sou contrário a tudo o que ele diz e faz”.

Quem avisa amigo é/ Quem conhece bem Alceu e suas posições políticas recomenda que os bolsonaristas escolham outra música, porque, se brincarem, terão que pagar direitos autorais ao cantor e compositor pernambucano. Talvez Sérgio Reis possa ajudá-los.

A vida é feita de escolhas/ Ao escolher ingressar no secretariado de Doria, Maia praticamente fecha a porta para apoiar Pacheco, caso o presidente do Senado seja candidato ao Planalto, e não leva o prefeito Eduardo Paes a apoiar Doria. Paes está entusiasmado com o projeto de Rodrigo Pacheco.

Na mesa de Pelé/ O rei Pelé, que tem 179 livros com passagens da sua vida nas mais diversas línguas, escolheu De casaca e chuteiras — A era dos grandes dribles na política, cultura e história, do ex-secretário de Cultura do DF Silvestre Gorgulho, para decorar a mesa de sua sala de estar. Privilégio de poucos, muito poucos.

PEC dos Precatórios virou ”meu pirão primeiro”

Publicado em coluna Brasília-DF

Deputados e senadores estão, hoje, muito mais interessados na Proposta de Emenda Constitucional que permitirá o parcelamento de precatórios do que qualquer outra PEC que tramita no Congresso. É que, antes mesmo do envio do Orçamento de 2022 ao Congresso, os parlamentares calcularam que só será possível garantir as famosas emendas de relator se houver uma folga no teto de gastos. E se os precatórios de R$ 87 bilhões tiverem pagamento obrigatório no ano que vem, será impossível garantir recursos para essas emendas.

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Por isso, ninguém tem dúvidas de que, embora o Congresso esteja debruçado sobre tentativa de formar maioria para aprovar a reforma tributária, o que vai tramitar rápido, segundo apostam vários líderes, é a PEC dos precatórios. A tributária é vista como algo sem muitas chances de prosperar.

Quase lá

Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha dito que enviará ao Congresso os pedidos de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Luiz Roberto Barroso, a avaliação de ministros do governo é a de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o comandante da Casa Civil, Ciro Nogueira, conseguiram esfriar o ambiente.

O problema é a pressão

Ao mesmo tempo em que Ciro promove o hasteamento da bandeira branca e posa ao lado de Luiz Fux com um exemplar da Constituição, os bolsonaristas raiz reclamam nas redes que estão sendo ameaçados em suas liberdades. E é esse público que todos os dias fala ao presidente pedindo as investidas contra o STF.

Se não ampliar, não vai

A avaliação de aliados dos políticos, porém, é a de que Bolsonaro já tem o apoio desse pessoal que agora pressiona contra o STF. O que precisa é conquistar aqueles que começam a se afastar dele, por causa dos acenos aos grupos mais radicais.

Desgasta, mas não mata

Senadores que votam a favor da recondução de Augusto Aras não pretendem mudar de ideia por causa da notícia-crime encaminhada ao Supremo pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Fabiano Contarato (Rede-ES). Porém, até que a recondução chegue ao plenário, a ação no STF vai deixar o procurador exposto.

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Só faltaram eles/ Só dois senadores não foram ao jantar que reuniu a bancada do PSD e Rodrigo Pacheco: Omar Aziz (AM) e Otto Alencar (BA), ambos integrantes da CPI da Covid. Aziz está sempre em reuniões com os integrantes da comissão. E Alencar, aliado do PT na Bahia, tem evitado aglomerações.

Para bons entendedores…/ Ao longo do jantar, Pacheco não falou em data de filiação ou candidatura ao Planalto. Nem lhe foi perguntado.

… meia palavra basta/ Pacheco aproveitou as rodas de conversa para falar do que o Brasil precisa em vários setores. Para o curto e médio prazo, pregou serenidade.

Olho nele/ Conforme a coluna já abordou há alguns dias, Bolsonaro, ao promover a briga com o Supremo e falar em impeachment dos ministros Moraes e Barroso, acendeu o cenário para que Pacheco desfilasse como o senhor do diálogo. O encontro com Fux foi apenas o começo. Outros gestos semelhantes virão.

Pacheco com um pé no PSD

Publicado em Política

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, jantou com a bancada do PSD da Câmara e do Senado nesta terça-feira. A desculpa foi o aniversário do presidente do partido, Gilberto Kassab, mas o encontro foi promovido sob encomenda para que o senador conhecesse os deputados e, inclusive, alguns prefeitos pedessistas do Ceará, convidados pelo anfitrião, o deputado Domingos Neto (PSD-CE).

Pacheco era o único que não está filiado à legenda comandando por Kassab. Nas rodas de conversas, o presidente do Senado fez questão de elencar o que considera necessário para o Brasil no curto, médio e longo prazos. Para este momento, pregou serenidade. Os prefeitos e deputados saíram com a certeza de que Pacheco irá se filiar ao PSD e, mais à frente, assumir a candidatura a presidente da República. Nesta ordem.

Rejeição de Bolsonaro afasta partidos

Publicado em coluna Brasília-DF

Nos bastidores de um almoço na Frente Parlamentar do Empreendedorismo, parlamentares dos mais diversos partidos comentavam alta rejeição de Jair Bolsonaro registrada pela pesquisa XP/Ipespe, e as dificuldades que esse índice de 61% trará para que o presidente da República encontre uma legenda. O PP, por exemplo, presidido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, não tem uma bancada lá muito entusiasmada com Bolsonaro.

A rejeição do presidente, hoje maior do que a de Lula (45%), reforçará a posição daqueles que não querem saber de Bolsonaro filiado. E não são casos pontuais e isolados. Os baianos do PP são ligados ao PT do governador Rui Costa e ao senador Jaques Wagner. Os maranhenses, caso do deputado André Fufuca, são afinados com o governador Flávio Dino (PSB). Em São Paulo, o deputado Fausto Pinato, por exemplo, está mais afeito hoje à terceira via e à candidatura de Geraldo Alckmin ao governo do estado. Logo, Bolsonaro, se for para o PP, terá uma legenda, mas não um time a seu favor.

Bolsonaro tenta neutralizar Pacheco

Marcado o encontro entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, o Planalto se movimentou rápido para evitar que esses dois atores dominassem a cena da distensão da crise entre os Poderes. O ministro Ciro Nogueira também marcou com Fux para hoje.

Releva aí

Ciro dirá a Fux que o presidente não deseja crise entre os Poderes nem agirá fora da Constituição. Até agora, Bolsonaro reforçou a disposição de pedir o impeachment dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, mas não levou os pedidos ao Senado.

Ação de risco

Só tem um probleminha: se Bolsonaro não cessar as investidas contra o STF depois dessa conversa, Ciro perderá o status de amortecedor de crises.

E a tributária, hein?

Retirada de pauta, a reforma do Imposto de Renda ganhou alguns pontos no plenário da Câmara. O deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP) emplacou uma emenda que isenta de taxação de lucros e dividendos as empresas optantes do Simples e do lucro presumido. Para um texto que virou um parto na Casa, foi um avanço.

“A maior reforma eleitoral é não fazer reforma”

do deputado André de Paula (PSD-PE), pedindo aos senadores a chance de testar uma eleição sem coligações para deputados federais e estaduais.

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No aquecimento I/ Pré-candidato ao governo do DF, o ex-secretário de Educação Rafael Parente tem sido aconselhado e buscado a experiência de pessoas influentes em diversas áreas. Em setembro, ele deve oficializar o ingresso no PSB. Também promoverá o que tem chamado de “encontro de gigantes”, uma reunião com ex-governadores, ex-ministros, secretários e cientistas para discutir os rumos do DF e do Brasil.

No aquecimento II/ Na lista para esse encontro estão ex-governadores, como Paulo Hartung (ES), Rodrigo Rollemberg (DF), Antônio Britto (RS) e Cristovam Buarque (DF); ex-ministros: Pedro Parente, Claudia Costin, Marina Silva e Raul Jungman; e de secretários, cientistas e professores, como Leany Lemos, Ilona Szabó, Patrícia Ellen, Janaína Almeida, Leandro Grass e Sonia Prado.

Vai ter disputa/ Aliados do governador Ibaneis Rocha costumam dizer que ele não tem adversários hoje. Mas, pelo visto, há muita gente em movimento. Além de Rafael Parente, outro que já se apresenta como pré-candidato é o senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

“Clima de ódio e revanchismo não é a marca do Brasil e quase 70% preferem a terceira via”

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Em almoço hoje na sede da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, expôs seus planos eleitorais para o ano que vem e foi enfático ao mencionar o espaço para o surgimento de uma candidatura alternativa à polarização entre Jair Bolsonaro e Lula. “O risco hoje é vermos reeditada a polarização de extremos. Porém, sou entusiasta da terceira via, tenho estudado as pesquisas. Quase 70% dos eleitores preferem a terceira via”, diz Kassab. Ele, porém, não aposta nessa definição já no primeiro turno. E quem fará a escolha do nome a combater a polarização será o próprio eleitor. “Não adianta sonhar que cinco ou seis dirigentes de aprtiso vão se juntar numa sala e criar um candidato de proveta. Não vão. E hoje, muitos falam em união desde que o candidato sejam eles mesmos. O eleitor é que, naturalmente, vai depurar”

Kassab disse ainda com todas as letras que irá trabalhar para que o Senado não aprove as coligações partidárias.”AS coligar˜Eos são um grande fator de falta de credibilidade da politica. “O mal dos deputados é achar que a reforma política só interessa a eles, no caso, vocês. Não, o eleitor quer saber qual regra vai valer para ele escolher seu candidato. O eleitor lê que algum partido está se juntando a outro e já pensa, olha lá o cara negociando o tempo de televisão”, afirmou o comandante do PSD. A ideia de Kassab é, inclusive, se o Senado mantiver o fim das coligações nas eleições proporcionais, é mais à frente defender que valha para todos os mandatos eletivos. “Para que apoiar candidato de outro partido?”, disse Kassab, disposto a tratar desse tema no futuro. Kassab considera que o grande legado desta geração de políticos deve ser um sistema partidário eficiente e a retomada do diálogo. “A marca do Brasil nunca foi esse clima de ócio, de revanchismo, de falta de diálogo entre os atores da politica. É preciso retomar o respeito e o diálogo”, diz.

Capitaneada pelo deputado Marco Bertaiolli e pelo senador Antonio Anastasia, a Frente Parlamentar do Empreendedorismo tem feito reuniões semanais para abordar os temas de relevância na conjuntura policia do pais, em que reúne empresários e parlamentares. Nos bastidores do encontro com Kassab, o assunto principal foi a pesquisa XP divulgada hoje, que traz uma alta desaprovação do governo e ainda indica que 61% dos entrevistados não votariam de jeito nenhum no presidente, ou seja, uma taxa de rejeição ainda maior que a de Lua, hoje em 45%. Com esse patamar, a conclusão de muitos ali é a de que a avenida para a terceira via está aberta.

Ministros do STF decidem responder menos as provocações de Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) combinaram dar um basta nas respostas ao presidente Jair Bolsonaro fora dos autos. A ordem é manter um certo recato na Suprema Corte e evitar dar motivos para que Bolsonaro insista na tensão entre os Poderes. Depois de uma saraivada de declarações e discursos, como o do presidente do STF, Luiz Fux, dizendo que não haveria diálogo entre os Poderes por causa dos reiterados ataques de Bolsonaro a ministros do STF, a ordem agora é falar apenas nos autos.

A avaliação de juristas é a de que processos contra Bolsonaro não faltam para que os ministros exponham seus pontos de vista, seja no STF, seja no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde há ações contra o presidente. A partir de agora, se Bolsonaro se exceder, outras ações virão.

Tem método

Os ataques ao STF seguem mais ou menos o mesmo padrão que marcou as investidas dos bolsonaristas em 2019 contra o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Naquela época, Maia contrariava os interesses do presidente. Agora, com Arthur Lira, quem contraria os interesses presidenciais são os ministros do STF e do TSE.

Esquece isso

Quem tem juízo já avisou a Jair Bolsonaro que é melhor colocar um freio nessa disputa com o STF e ajustar o foco na agenda econômica. É a saída para evitar que outros nomes ganhem fôlego e força para tentar quebrar a polarização entre o bolsonarismo e o PT.

E a tributária, hein?

Os deputados não estão seguros de que haverá acordo para votar a reforma tributária ainda hoje (17/8) no plenário da Câmara.

Quem manda

Os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira; de Comunicações, Fábio Faria; e da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, formam o mais novo polo de poder do governo, em canal direto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Na relação com o Congresso, nada ocorre sem passar por esse time.

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O recado de Ibaneis/ O apoio do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, à carta dos governadores em solidariedade ao Supremo Tribunal Federal e seus ministros vem no sentido de avisar ao aliado Jair Bolsonaro que tudo tem limite. Ibaneis é da área jurídica e está fechado com a ideia de que o país precisa de paz para vencer os desafios mais urgentes.

Receber é uma coisa…/… Levar adiante é outra. Assim, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem se referido ao pedido de abertura de processo contra ministros do Supremo Tribunal Federal.

Duda Mendonça/ Considerado um gênio da publicidade e do marketing político, Duda fez, ainda, uma exigência a todos os seus filhos, há vários anos, quando dividiu sua fortuna: Que dessem uma mesada para suas mães. E todos cumprem religiosamente as ordens paternas. Ele será cremado na quarta-feira, justamente para que dê tempo de seus filhos chegarem a Salvador.

Simão Sessim/ Ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro por 10 mandatos, Simão Sessim foi sepultado ontem. Mais uma vítima da covid-19.

Planalto considera que Moraes passou dos limites ao prender Jefferson

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Aliados do presidente Jair Bolsonaro estão “estupefatos” com a prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, que teve ainda armas e celulares recolhidos, or ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O fato de Jefferson ser mais incisivo em suas declarações, conforme a visão do Planalto, não pode ser visto como desrespeito à democracia, porque ele tem direito a ter suas opiniões.

O governo considera que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a própria Procuradoria Geral da República deveriam agir. A PGR já se manifestou. Em parecer proferido na véspera, disse ser contra a prisão de Jefferson e considerou “censura prévia à liberdade de expressão”, algo que fere a Constituição. A PGR afirmou ainda que não iria contribuir para o clima de polarização que vive a política.

A prisão é mais um tom acima na escolada da tensão entre os Poderes. Já passou na hora de os atores buscarem equilíbrio e serenidade.

Discursos recentes mostram que Bolsonaro vai insistir no voto impresso

Publicado em coluna Brasília-DF

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de abrir um novo inquérito contra Jair Bolsonaro por vazar inquérito sigiloso da Polícia Federal e, ainda, afastar o delegado responsável pela investigação, fará com que o presidente retome com força o discurso do voto impresso. O ensaio já foi feito na live desta semana, em que ele foi incisivo ao dizer que é preciso ter eleições limpas e auditáveis. De quebra, Bolsonaro ainda coloca os militares em suas manobras ao dizer, em solenidade, que as Forças Armadas dão “apoio total às decisões do presidente para o bem da sua nação”.

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A avaliação dos políticos é a de que a derrota do voto impresso foi apenas um quebra-molas, incapaz de parar o presidente ou arrefecer o ânimo de seus apoiadores. Daqui até as eleições, a tensão só tende a aumentar.

Ricardo Barros, o indemissível…

Até aqui, a avaliação dos governistas foi a de que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ganhou um passaporte para permanecer no cargo. Afinal, se Bolsonaro demiti-lo, terá dado respaldo à CPI da Covid, colegiado que ele despreza. Em segundo lugar, há dentro do governo quem tenha gostado da narrativa de que a comissão de inquérito atrapalha a compra de vacinas.

… que deu a senha

A expectativa dos bolsonaristas é a de que o discurso de Barros sobre as vacinas poderá ser repetido nas redes sociais, ambiente onde muitos falam e pouquíssimos escutam. Ali, a verdade invariavelmente se perde em meio a uma saraivada de versões.

Hora de prestar contas

Os integrantes da CPI querem centrar fogo na prestação de contas do que já foi apurado. Senadores consideram não dá para perder espaço diante da descoberta de uma nebulosa operação para compra de vacinas.

Aposta política

Os deputados votaram a favor da federação de partidos para as eleições de 2022, porque têm convicção de que o Senado retirará da PEC da reforma política a volta das coligações para as eleições proporcionais, deputados federais, estaduais e vereadores.

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Quem ganha/ Quem não tem motivos para reclamar da queda do Distritão é o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Detentor de um caminhão de votos na eleição passada, ele traz pelo menos mais dois do seu partido. Inclusive, não participou da votação, pois estava nos Estados Unidos, ao lado de Steve Bannon, em evento no qual não faltaram críticas à mídia, à urna eletrônica e acusações de que Bolsonaro vai vencer e corre o risco de ser “roubado” pelas urnas eletrônicas.

E agora, Queiroga?/ O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não foi consultado a respeito do anúncio feito pelo cerimonial do Planalto sobre o uso opcional de máscaras na solenidade militar de ontem. Para quem recomenda o uso de máscaras, ouvir isso na “casa do chefe” é dose.

Paulo Guedes elogiou/ O ministro da Cidadania, João Roma, conseguiu algo raro para um político da equipe de Bolsonaro: um elogio do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele ficou eufórico com a reportagem da Bloomberg, que citou Roma como o responsável por estancar a queda da Bolsa com uma entrevista sobre o Auxílio Brasil não comprometer o teto de gastos.

Bruno é de todos/ O presidente do PSDB, Bruno Araújo, tem feito um discurso padrão para os tucanos que disputarão as prévias de novembro, para escolha do candidato do partido a presidente da República. A todos trata como “o nome do PSDB”. Melhor assim.