Sem Ibaneis, Lula janta com a parcela do MDB que já estava ao seu lado

Publicado em ELEIÇÕES 2022

A ausência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, no jantar que acabou há pouco deixou aos petistas a certeza de que, no MDB, uma candidatura de Lula dificilmente agregará além do que já estava previsto, ou seja, o MDB do Norte e do Nordeste. Ou seja, mais do mesmo. Ibaneis não foi porque sabe que dificilmente o PT o apoiará à reeleição. Aliás, os petistas dizem que a chance é zero. Para completar, as especulações de que Ibaneis seria candidato a vice também são vistas no PT como praticamente descartadas, porque o DF é um colégio eleitoral pequeno e o perfil que está sendo trabalhado para a vice do PT é do setor empresarial.

O PT tem sérias resistências ao MDB e deixou inclusive isso claro na pequena manifestação em frente à casa de Eunício, em que militantes lembraram que o MDB foi o partido que promoveu o impeachment de Dilma. O grupo que jantou com Lula, porém, foi exatamente aquele que advertiu, sem sucesso, a ala favorável ao impeachment sobre o erro estratégico que seria tirar a presidente Dilma em 2016.

O MDB hoje está para lá de dividido. Os sulistas apoiam o presidente Jair Bolsonaro, caso do ex-ministro Osmar Terra. Nesse rol anti-PT, que pode adiar o presidente à reeleição estão ainda o ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Alceu Moreira, e Mauro Pereira, ambos do Rio Grande do Sul. Mauro Pereira já declarou ao blog por diversas vezes que “não vota em Lula de jeito nenhum”.

No Sudeste, as chances de Lula agregar o MDB são remotas e no Centro-Oeste, o partido tem inclusive a senadora Simone Tebet como pré-candidata a presidente da República. Nesse cenário, resta a Lula comer um carneiro com seus ex-ministros, discutir as composições com o partido no Nordeste e, de quebra, lembrar os velhos tempos. Pelo menos, no quadro atual, é o que tem para hoje.