Mais um “abacaxi” para Paulo Guedes

Publicado em Política

 

Senadores já foram alertados por investidores e analistas de mercado, esta semana, de que as incertezas sobre tributos e, em especial o projeto que modifica o IR, levaram o país a perder este semestre R$ 50 bilhões no mercado de venture capital, capital de risco que investe, especialmente, em startups. A Esfera Brasil, que surge como uma nova Lide empresarial, ouviu alguns especialista e detectou essa trava nos investimentos. Antes do projeto, por exemplo, entraram no país algo em torno de R$ 30 bilhões. Agora, quando os donos do dinheiro olham o retorno do investimento, fica difícil apostar por aqui.

Esse freio dos investidores no Brasil será cobrado do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, fragilizado por causa da notícia da offshore no paraíso fiscal, terá que dar explicações à Câmara dos Deputados. É o pior momento, seja na economia, seja na política, para o presidente Jair Bolsonaro.

Rodrigo Pacheco atende bancada feminina
Se depender do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o Congresso vai derrubar o veto ao fornecimento de absorventes higiênicos para mulheres carentes. Ele, inclusive, já entrou em contato com a consultoria de orçamento para verificar os recursos necessários para isso.

Cuidado e poder
Em reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), líderes partidários pediram novo adiamento da volta das sessões presenciais. O Departamento Médico da Casa tem recebido entre 20 e 22 pessoas, diariamente, com suspeitas de covid-19. E como o ano já está quase no fim, a recomendação é deixar para voltar apenas em 2022. Politicamente, os líderes também conseguem manter um poder a mais sobre as decisões.

Governo se vacina
A coletiva no Ministério da Saúde com a família Zé Gotinha, para apresentar o planejamento da vacinação contra covid-19 para 2022, foi vista como um sinal de que o governo sente o desgaste por não ter apostado tudo nos imunizantes desde cedo, e quer corrigir esse rumo para o ano que vem. Afinal, já está comprovado que quanto mais pessoas vacinadas, mais se reduz a possibilidade de desenvolvimento da forma grave da doença e a necessidade de internação.

PT compara 2022 a 2002, porém…
Perguntado se apresentaria uma nova carta aos brasileiros, para assegurar equilíbrio na economia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse com todas as letras que não seria necessário, pois tem o seu governo para mostrar que é capaz de uma gestão eficiente. Só tem um probleminha: naqueles primeiros anos de governo, Lula pegou um cenário externo favorável e, agora, o mundo passa por muitas dificuldades.

Ficou a lição/ Na entrevista que deu na passagem por Brasilia, o pré-candidato Lula citou que um presidente da República não deve escolher presidente da Câmara. Lembrou que quem escolhe são os deputados e cabe ao chefe do Executivo conviver em harmonia com quem for eleito.

Ouviu, PT?/ Em 2015, Dilma Rousseff perdeu muita substância ao, junto com seus articuladores políticos — Aloizio Mercadante e Pepe Vargas —, trabalhar pela candidatura de Arlindo Chinaglia à Presidência da Câmara, contra Eduardo Cunha. O resultado foi a instabilidade logo no início do segundo mandato, que a levou ao impeachment.

Ouviu, Lira?/ O recado vale, ainda, para o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, que jogará todas as fichas em Bolsonaro porque o PP deseja manter o poder e teme que o PT repita o que fez com Cunha. De quebra, ainda tem o MDB de Renan Calheiros, em Alagoas, aliados de Lula e seus adversários ferrenhos.

Michelle no circuito/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro foi recebida em evento embaixada da Índia, e, tal e qual em agosto, não dispensou a dança. A foto é de um amigo da coluna. Ela, como quase todas as primeiras-damas que o país já teve, não costuma dispensar os convites no circuito das embaixadas.

Lula sai de encontros em Brasília sem o MDB

Publicado em coluna Brasília-DF

Em sua passagem esta semana por Brasília, o ex-presidente Lula praticamente selou o apoio do PSB, deixou o PSD amarrado para um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro e reaproximou-se de representantes do funcionalismo público. Mas o velho e bom MDB preferiu ficar na encolha.

O clã Sarney, conforme o leitor do Blog da Denise pôde conferir ontem, negocia a vaga de candidata ao Senado para Roseana Sarney na chapa do senador Weverton Rocha ao governo do Maranhão. Rocha é do PDT de Ciro Gomes. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi outro que não quis muita conversa com Lula, porque sabe que o PT jamais o apoiará à reeleição. E, para completar, o MDB ainda tem Simone Tebet como pré-candidata a presidente da República. Do Centro-Oeste para baixo, não tem conversa entre os dois partidos. E, antes de seus caciques resolverem a sobrevivência em seus estados e no Distrito Federal, o MDB não dá um passo para definição do projeto nacional.

Separe as estações

A marcação da votação da PEC dos Precatórios para 19 de outubro vem sob encomenda para esperar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, preste seu depoimento a respeito da offshore nas Ilhas Virgens Britânicas com US$ 9,5 milhões.

O teste de Guedes
O ministro da Economia será perguntado ainda, com muita ênfase, por que mandou retirar o artigo 6º da reforma tributária —, justamente o que previa a taxação de recursos de pessoas físicas brasileiras alocados em paraísos fiscais. Os deputados querem saber por que o ministro não quis taxar o seu dinheiro lá fora. Só de variação cambial, o cofre de Guedes rendeu, de 2019 para cá, R$ 14 milhões, como mostra a reportagem de Fernanda Fernandes, no Correio.

Pior sem ele
Os cálculos do presidente da Câmara, Arthur Lira, um enxadrista de primeira grandeza da política, indicam que, a partir da criação do União Brasil com 82 deputados, a ida de Jair Bolsonaro para o PP é um passaporte para ampliar o número de deputados do Progressistas. Até onde a vista alcança, os pepistas têm sensação de que esse é o caminho mais seguro para tentar se manter no comando do Parlamento.

Abril, a hora da verdade
A aposta é a de que esses 82 deputados não se mantêm, porque os bolsonaristas devem sair; e outros só vão entrar se os acordos regionais para a sobrevivência forem atrativos; e o candidato a presidente, seja quem for, passar “firmeza” de que tem “pegada” para disputar uma das vagas ao segundo turno.

O desafio de Fausto
Se Jair Bolsonaro se filiar mesmo ao PP, conforme já disse, inclusive, a deputados do partido, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, Fausto Pinato (PP-SP), e o deputado Eduardo Bolsonaro ficarão no mesmo partido. O trabalho será pacificar e explicar aos estrangeiros que é possível a legenda abrigar Pinato, amigo dos chineses, e Eduardo, que, no passado, provocou muita polêmica entre os dois países.

Em campos opostos
O governador do DF, Ibaneis Rocha, considera que quem tenta citá-lo como um nome potencial para vice de Lula quer é tirá-lo de uma campanha reeleitoral viável e promissora a preços de hoje. A chance de o PT apoiar Ibaneis é zero, seja para o governo estadual, seja para vice de Lula.

CPI no horário eleitoral
O forte depoimento do paciente que escapou da morte porque a família recusou a proposta da Prevent Sênior não muda sequer um voto na CPI da pandemia. Mas já está devidamente arquivado para 2022.

E o Ciro, Lula?/ Entre um gole e outro de vinho, Lula comentou com os emedebistas que não acredita na terceira via nem tem a menor esperança de receber o apoio de Ciro Gomes, do PDT, num segundo turno contra Jair Bolsonaro. “Na hora h, Ciro vai para Londres e não apoia ninguém”, comentou.

Tá nesse pé/ Lula justificou assim sua impressão sobre Ciro Gomes: “Ele (Ciro) tem sido muito agressivo comigo, e isso cria um caminho sem volta”.

A culpa é dela/ Pelo menos um dos emedebistas presentes ao jantar que o ex-senador Eunício Oliveira ofereceu a Lula teve vontade de perguntar com todas as letras por que o PT não expulsou Dilma Rousseff do partido, uma vez que ela impediu que Lula fosse candidato em 2014.

Muita calma nessa hora/ A pergunta só não foi feita porque a atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil de Dilma, poderia não resistir e dar uma resposta atravessada, capaz de estragar o sabor do cordeiro e do vinho.

E o leilão do petróleo, hein?/ A oferta de 92 e só cinco campos arrematados indica que os combustíveis fósseis começaram a perder terreno.

MDB do Maranhão quer lançar Roseana Sarney ao Senado, em aliança com o PDT de Ciro

Publicado em ELEIÇÕES 2022

O MDB do Maranhão vai oferecer apoio à candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao governo do estado e, em troca, apresentará o nome de Roseana Sarney para compor a chapa como candidata ao Senado e concorrer contra o atual governador, Flávio Dino, hoje no PSB. Dino já anunciou sua disposição de disputar a vaga ao Senado. Seu candidato ao governo é hoje o vice-governador, Carlos Brandão, que preside o PSDB estadual.

Além do governador Ibaneis Rocha, do DF, Roseana e o pai, o ex-presidente José Sarney, foram outras ausências importantes no jantar que Eunício Oliveira ofereceu nessa quarta-feira ao ex-presidente Lula. A aproximação entre o grupo do MDB do Maranhão e o senador do PDT, partido de Ciro Gomes, é inclusive citada nos bastidores como a razão principal  para evitar o encontro Lula em Brasília essa semana. Oficialmente, porém, o estado de saúde de D. Marli Sarney impediu a viagem dos dois a Brasília. Em conversas reservadas, alguns emedebistas lembram que Lula é aliado de Flávio Dino e, há alguns meses, os socialistas cogitavam inclusive apresentar o nome do governador para vice na chapa de Lula.

Os Sarney, adversários de Flávio Dino, buscam agora outra composição e vão conversar com Weverton. Ao apresentar a ex-governadora, ex-senadora e ex-deputada Roseana para compor com Weverton, os emedebistas fortalecem não só a chapa do senador pedetista como também se aproximam indiretamente de Ciro Gomes, com quem Lula não vê chances de acordo eleitoral com vistas a 2022.

A composição política em gestação pelo MDB do Maranhão não representa, entretanto, um rompimento dos Sarney com Lula. A amizade, construída lá atrás, ainda no governo do petista, continua inabalável. Vale lembrar que Sarney fez questão de acompanhar Lula até São Paulo em janeiro de 2011, quando o petista entregou a faixa presidencial a Dilma Rousseff. Porém, quando a eleição está em jogo, vale a máxima, amigos, amigos, política à parte. A dinâmica da eleição estadual, lá na frente, é que ditará a posição do MDB maranhense na disputa presidencial, da qual planejam manter um certo distanciamento no primeiro turno. No momento, os adversários de Flávio Dino buscam é a própria sobrevivência.

Futuro partido de Bolsonaro, PP puxa convocação de Guedes

Publicado em coluna Brasília-DF

A convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para explicar a offshore com quase R$ 51 milhões nas Ilhas Virgens Britânicas, foi aprovada de lavada depois que o futuro partido de Bolsonaro, o PP, liderado pelo deputado Cacá Leão (BA), encaminhou favoravelmente. Entre os congressistas, está certo que Bolsonaro se filiará ao Progressistas do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Foram, inclusive, informados que o presidente já bateu o martelo. E se nem o futuro partido do presidente segurou essa convocação, os outros é que não iriam se expor ao desgaste.

O PP se animou com a filiação de Bolsonaro porque acredita que pode ser uma forma de a legenda entrar pela porta da frente, em São Paulo, onde os deputados Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli (ambos do PSL-SP) podem ajudar a puxar votos. No estado governado por João Doria, o PP tem, hoje, apenas quatro federais. Acha que pode, no mínimo, dobrar esse número.

Se vira, ministro
Paulo Guedes será bem tratado pelos integrantes do Progressistas, mas que não conte com vida fácil. O partido não vê a hora de Bolsonaro colocar ali um ministro capaz de levar boas notícias ao eleitorado no ano que vem.

A aposta do DEM

Ao selar a fusão para a formação do União Brasil, o DEM calculou que o PSL se reduzirá praticamente à metade, com a saída de muitos bolsonaristas. E a maioria dos oriundos dos Democratas, um partido mais orgânico, permanecerá. Logo, haverá mais dinheiro para a campanha e menos deputados para dividir o bolo.

A disputa que vem
O União Brasil chega com tamanho para não deixar Gilberto Kassab, do PSD, sozinho na busca de um nome novo, capaz de tirar votos de Jair Bolsonaro e de chegar ao segundo turno. O leitor da coluna, aliás, já sabe que ACM Neto planejava havia tempo se sentar à mesa com tamanho para discutir o nome da terceira via, tal e qual o antigo PFL fez em 1993 quando apostou em Fernando Henrique Cardoso.

Limonada
Ao informar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que pode depor presencialmente sobre o caso de interferência na Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro segue na linha que vem adotando, de reforçar a calmaria.

Leite em Sampa/ Quando voltar da Europa, onde faz uma rodada com diversos investidores para levar recursos ao Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite dedicará alguns dias para angariar votos e apoios na terra do seu principal adversário interno, João Doria. Leite tem jantar marcado com empresários, no próximo dia 18.

Santo de casa/ O ministro da Cidadania, João Roma, tem sido chamado pelos bolsonaristas de “João Solução Roma”. Só tem um problema que está longe de ser resolvido: o financiamento do Auxílio Brasil.

Desafio I/ O financiamento do programa Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família, é o maior nó para o governo neste momento em que o presidente perde o apoio da parcela mais pobre da população. Daí o interesse do Poder Executivo em apressar a votação da PEC que permitirá um certo alívio no pagamento dos precatórios.

Desafio II/ E lá se vai um mês do 7 de Setembro, 30 dias sem muitos solavancos e um presidente bastante comedido nas declarações, longe do discurso radical. O país agradece.

Sem Ibaneis, Lula janta com a parcela do MDB que já estava ao seu lado

Publicado em ELEIÇÕES 2022

A ausência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, no jantar que acabou há pouco deixou aos petistas a certeza de que, no MDB, uma candidatura de Lula dificilmente agregará além do que já estava previsto, ou seja, o MDB do Norte e do Nordeste. Ou seja, mais do mesmo. Ibaneis não foi porque sabe que dificilmente o PT o apoiará à reeleição. Aliás, os petistas dizem que a chance é zero. Para completar, as especulações de que Ibaneis seria candidato a vice também são vistas no PT como praticamente descartadas, porque o DF é um colégio eleitoral pequeno e o perfil que está sendo trabalhado para a vice do PT é do setor empresarial.

O PT tem sérias resistências ao MDB e deixou inclusive isso claro na pequena manifestação em frente à casa de Eunício, em que militantes lembraram que o MDB foi o partido que promoveu o impeachment de Dilma. O grupo que jantou com Lula, porém, foi exatamente aquele que advertiu, sem sucesso, a ala favorável ao impeachment sobre o erro estratégico que seria tirar a presidente Dilma em 2016.

O MDB hoje está para lá de dividido. Os sulistas apoiam o presidente Jair Bolsonaro, caso do ex-ministro Osmar Terra. Nesse rol anti-PT, que pode adiar o presidente à reeleição estão ainda o ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Alceu Moreira, e Mauro Pereira, ambos do Rio Grande do Sul. Mauro Pereira já declarou ao blog por diversas vezes que “não vota em Lula de jeito nenhum”.

No Sudeste, as chances de Lula agregar o MDB são remotas e no Centro-Oeste, o partido tem inclusive a senadora Simone Tebet como pré-candidata a presidente da República. Nesse cenário, resta a Lula comer um carneiro com seus ex-ministros, discutir as composições com o partido no Nordeste e, de quebra, lembrar os velhos tempos. Pelo menos, no quadro atual, é o que tem para hoje.

 

 

Lula não quer saber do impeachment de Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

Embora o PT tenha convocado o ato em prol do impeachment do presidente da República, Lula tem dito em suas conversas mais reservadas com petistas que não quer saber da saída antecipada do presidente. Aliás, essa foi a leitura feita por nove em cada 10 políticos, depois que Lula não compareceu ao ato do último sábado. Aliás, amigos do presidente repetem diariamente que não é porque um presidente vai mal, que ele deve sofrer impeachment. Essa seara cabe ao eleitor decidir nas urnas.

O discurso de Bolsonaro para 2022

Ainda que não consiga levar adiante a retomada da economia, o presidente Jair Bolsonaro tem pronto o roteiro que levará para a sua campanha reeleitoral, caso seja candidato. Como repete hoje, ele reforçará que a situação ficou ruim por causa do #fiqueemcasa promovido pelos governos estaduais e prefeituras. E só não ficou pior porque o governo deu o auxílio emergencial e o financiamento às empresas.

Página virada
Quanto à CPI e à gestão da pandemia, o presidente e seus aliados acreditam que, até a eleição, com toda a população vacinada, esse tema estará superado. Aliás, na avaliação dos políticos, a chave já virou: a economia está falando muito mais alto do que o medo do vírus.

Moro na pista…
O ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro ampliou as conversas sobre uma candidatura à Presidência da República. Assim que terminar a prévia do PSDB, em novembro, voltará a se sentar com os partidos. O leque inclui Podemos, Cidadania, DEM/PSL e até uma composição com o PSDB.

…e com discurso
A avaliação dos fiéis escudeiros de Moro é a de que a bandeira de combate à corrupção foi para o limbo depois das suspeitas sobre os filhos de Bolsonaro e a aliança do presidente com partidos enroscados em escândalos recentes, como o Petrolão.

A hora da caça
O adiamento da votação da Lei de Improbidade não significa que a Câmara dos Deputados tenha sérias dificuldades em aprovar o texto. Ao contrário: tese de que, se não houver a intenção de dolo, estará tudo bem, agrada e muito à maioria dos políticos.

Curtidas

Saldo/ Das conversas de Lula com o PSB e o PSD, saiu a certeza de que uma aliança com os socialistas dependerá dos acordos estaduais. Já com o partido de Gilberto Kassab, a investida deu água. Kassab está convencido de que o melhor caminho para a sobrevivência nesse cenário incerto é a candidatura própria.

Plano A e plano B/ Kassab dá como certo que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se filiará ao partido e será candidato. Se chegar ao segundo turno, ótimo. Se não chegar, o PSD estará inteiro. Afinal, se optar por qualquer um dos polos de hoje num primeiro turno, o partido racha ao meio e não chegará a lugar algum.

Questão de honra/ A cúpula do PSB coloca como prioridade, por exemplo, os candidatos aos governos de Pernambuco, do Espírito Santo e o do … Rio de Janeiro. No Rio, o PSB já apresentou nome de Marcelo Freixo, oriundo do Psol, e hoje filiado ao partido. E quer também a candidatura ao Senado para o líder da minoria, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

Se colar, colou/ O PSB quer mais à frente discutir a candidatura a vice na chapa de Lula. O petista, porém, prefere um nome do empresariado, tal qual o ex-senador José Alencar.

Kassab reforça a Lula que PSD terá candidato em 2022

Publicado em ELEIÇÕES 2022

 

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, acaba de sair do encontro com o ex-presidente Lula. A conversa de uma hora, da qual participaram ainda a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Luiz Dulci,  foi mais para manter o diálogo entre antigos aliados, com vistas a um apoio futuro. Lula já havia feito outras tentativas de atrair o PSD, porém, não conseguiu. “Ele sabe que teremos candidato”, diz Kassab ao blog. “Foi mais um café para manter o diálogo”.  Kassab aposta na filiação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao PSD até o final deste ano. Depois, é que começará a formatação da campanha presidencial do partido.

Quanto ao PSB, porém, Lula tem planos de conseguir formar uma aliança. Para isso, terá que convence o PT de Pernambuco e do Espírito Santo a apoiar o PSB aos governos estaduais, uma tarefa difícil, mas não impossível. Amanhã, Lula vai ao MDB, num encontro na casa do ex-senador e ex-ministro de Comunicações Eunício Oliveira, onde está prevista a presença dos ex-ministros de Minas e Energia Edson Lobão e Eduardo Braga, atual líder da bancada, e ainda os senadores, Jader Barbalho e Renan Calheiros. A dúvida é José Sarney, que tem se mantido mais reservado nesses tempos de pandemia. Lula está confiante de que estará no segundo turno. E quer atrair todos os aliados possíveis desde já.

O negociador Paulo Guedes se queimou no Senado

Publicado em coluna Brasília-DF

A notícia de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixa seu dinheiro lá fora, numa offshore ativa nas Ilhas Virgens Britânicas, caiu como uma dinamite nas negociações para aprovar a PEC da reforma do Imposto de Renda. Os senadores começam a pensar que não dá para o ministro proteger o próprio dinheiro num paraíso fiscal e taxar justamente os lucros e dividendos daqueles que mantêm seus recursos por aqui, tentando ajudar a recuperação da economia e a geração de empregos.
Conforme o leitor já sabe, Guedes vem sendo atacado pela seara política há tempos, porque os aliados do governo estão cada vez mais impacientes com as dificuldades na economia e a falta de perspectiva para um milagre econômico no período eleitoral. Agora, esses ataques vão aumentar e vai ter muita gente dizendo que o ministro perdeu o verniz para negociar as reformas.

O nó da questão
Os políticos estão quebrando a cabeça para tentar descobrir se houve operações de mercado com os recursos depositados nas offshores de banqueiros reveladas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Sem esse detalhamento, fica difícil saber se há alguma irregularidade.

Lá atrás
Nos tempos da Operação Lava-Jato, Sergio Moro conseguiu informações sobre as offshores de alguns enroscados no caso porque se tratava de suspeita de corrupção. Até aqui, não há nada que caracterize esses recursos como tal. Até porque a maioria declarou ao fisco.

Resumo da ópera

A manifestação do último 2 de outubro selou o que já se sabia: não haverá unidade na esquerda e nem na centro-esquerda. Assim como em 2018, o PT apostará na polarização contra o presidente Jair Bolsonaro porque acredita que, desta vez, sairá vitorioso num segundo turno.

Prévia do DF
Aliados de Bolsonaro não se mostram dispostos a fechar logo com o apoio à reeleição do governador Ibaneis Rocha. Querem, primeiro, que ele explique os lockdowns no início da pandemia. Naquele período, sem vacina, a maioria dos governadores e prefeitos optou por fechar tudo.

Melhor ficar/ A menos de uma semana da fusão DEM-PSL, ainda há dúvidas sobre o real tamanho que o partido terá. As apostas são as de que se Bolsonaro for para o PP, muitos bolsonaristas não conseguirão acompanhá-lo. Se optar pelo PTB, idem. O PSL tem recursos para financiar campanhas. Coisa que outros partidos não terão meios de oferecer a quem está chegando. Se houver acordo para o financiamento, muitos ficarão.

A data de Rodrigo/ Secretário de Projetos Especiais de São Paulo, o deputado licenciado Rodrigo Maia só definirá seu destino depois da prévia do PSDB. Se João Doria perder, o caminho deverá ser o PSD de Gilberto Kassab.

Eles não perdoam/ Quem passou pela prisão em Curitiba e no Complexo de Pinhais reza dia e noite para que Moro não seja candidato a qualquer mandato eletivo. Muitos não esquecem da humilhação a que foram submetidos. Alguns se sentiam como animais em um zoológico, expostos à visitação de estudantes de Direito.

E as redes, hein?/ Sinceramente? WhatsApp, Facebook e Instagram não fizeram muita falta. Há muito mais vida — e notícias! — fora dessas redes sociais.

Novo surto de covid, deve adiar sessões presenciais na Câmara

Publicado em Câmara dos Deputados

Os eventos presenciais da Câmara dos Deputados levaram vários servidores ao Departamento Medico da Casa nos últimos dias, com suspeita de covid-19. Nesta sexta-feira, o Demed estava lotado. Nas salas das secretarias mais próximas ao plenário, uma pessoa foi diagnosticada e voltou o revezamento dos servidores. O mesmo ocorreu em algumas salas da Comissão de Constituição e Justiça. Se a situação não refluir na semana que vem, a tendência é o presidente da Casa, Arthur Lira, adiar o retorno das sessões presenciais, previsto para 18 de outubro.

 

Nos últimos dias, os protocolos em relação à covid estava mais frouxos e mais deputados e visitantes circularam pelo Congresso como um todo, em especial, na Câmara.  Afinal, é neste período que se elabora o Orçamento para o ano que vem e, por isso, prefeitos, lobistas e representantes de governos estaduais costumam circular mais pelo Parlamento. A Casa não vai fechar, mas os médicos afirmam que vão cobrar mais cuidado e rigor no cumprimento aos protocolos sanitários.

Paulo Guedes sob novo ataque

Publicado em coluna Brasília-DF

Com o aumento dos preços de setembro, os políticos voltam a balançar Paulo Guedes para ver se ele despenca do Ministério da Economia. É nesse sentido, por exemplo, que surgiram parte das cobranças do Centrão e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reclamando do preço da gasolina e, especialmente, do gás de cozinha, que afeta toda a população mais pobre. Esta semana, até José Luiz Datena, que é citado como um potencial candidato ao Planalto, saiu-se com esta: “Por que Bolsonaro não tira esse Paulo Guedes? É só no nosso! Menos arroz e feijão no seu prato. Por que mantém esse cara com tudo aumentando? É uma calamidade”.

Enquanto os políticos não perceberem junto ao seu eleitorado que a economia está se recuperando, Guedes pode falar à vontade que tudo está melhorando, que há retomada do emprego e por aí vai. E com o ano eleitoral logo ali, o estresse da base tende a aumentar.

Interino forte

O diretor que assumiu interinamente a presidência do BNB, Anderson Possa, teve seu nome comemorado por deputados do PP. É que, segundo as excelências, Anderson é alinhado ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

E com pressa
Valdemar da Costa Neto tem pressa na nomeação do novo presidente do BNB. É que, nessa reta final de 2021, o banco elenca os projetos beneficiados com os recursos de fundos de desenvolvimento, que somam quase R$ 30 bilhões. Esse dinheiro, num ano eleitoral, é disputado nas bases dos deputados.

No pacote
A fim de acalmar o líder do PL, Wellington Roberto (PB), a indicação do novo presidente do BNB pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, incluirá a manutenção de um assessor, Bruno Roberto, filho do líder. Bruno assessora Romildo Rolim.

Lula e o MDB
O jantar que Lula fará com senadores do MDB que apoiaram o governo foi visto com muita desconfiança pelos emedebistas do Sul, Centro-Oeste e Sudeste. Pelas contas da cúpula do partido, Lula tem a simpatia do Nordeste e de um pedaço do MDB do Norte.