Relator vai consultar líderes sobre termo de responsabilidade para vacina

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O presidente Jair Bolsonaro conversou com deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), relator do plano global de imunização contra covid-19, o consórcio da Covas, em tramitação no Congresso, sobre a inclusão do termo de responsabilidade para quem quiser tomar a vacina. Geninho ouviu do presidente que a preocupação do governo é com possíveis ações judiciais que possam comprometer as contas púbicas mais à frente. A Pfizer, por exemplo, em seu pré-contrato de fornecimento da vacina, quer que os países compradores assinem um termo de responsabilidade. Outros não têm essa cláusula. Geninho vai ouvir os líderes, antes de apresentar seu relatório e a tendência é que isso fique fora do relatório. Zuliani estuda o assunto há meses. Visitou a Fiocruz, o Butantã e outros laboratório e não vai tirar mais polêmica sobre o tema.

A soma que diminui na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados

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Longe de ser uma ciência exata, a política no Congresso entrou na fase de “quem somar, diminui”. O grupo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está no seguinte pé: tem três candidatos, e, ao fechar por um deles, corre o risco de perder os votos dos demais.

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) era melhor para tentar angariar alguns votos no Centrão, mas perde no MDB, que tem Baleia Rossi (SP) como pré-candidato. No caso de Baleia Rossi sair candidato, o PT é que racha. Ainda mais, em se tratando de voto secreto.

Essa divisão colocou novamente Marcos Pereira (Republicanos-SP), atual vice-presidente, na roda como candidato. O movimento é perigoso, porque, embora leve votos dos evangélicos, ele é visto como a tomada de poder por Edir Macedo e a pauta de costumes. Ou seja, nenhum deles levará o grupo todo.

Bolsonaro quer tirar o discurso técnico de Doria

Jair Bolsonaro está convencido de que, ao liberar o dinheiro para compra das vacinas de covid-19, desde que aprovadas pela Anvisa, conseguirá deixar João Doria batendo boca com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, de quebra, ainda tirará do governador paulista o discurso de que está com a ciência.

A ideia do presidente, caso demore a aprovação do imunizante, é dizer que fez sua parte, ao liberar os recursos, e que os técnicos da agência é que devem dizer que vacinas devem ser aprovadas.

A internet mudou as finanças

A mais nova pesquisa da B3 — uma das maiores empresas de infraestrutura do mercado financeiro — sobre o comportamento dos brasileiros em relação à bolsa de valores, deixará os grandes bancos de cabelo em pé.

A pesquisa mostra que os brasileiros estão descobrindo a bolsa, 74% dos investidores são homens, têm em média 32 anos e 60% não têm filhos. E essas pessoas estão ingressando no mundo da bolsa via internet, segundo a pesquisa.

Palavra de especialista I

Marcelo Teixeira, investidor e ex-chefe global da área de seguros do HSBC, analisa detalhadamente a pesquisa da B3 e destaca que os brasileiros querem aprender sobre mercado de capitais e ter autonomia. “A bolsa de valores entrou definitivamente na vida dos brasileiros com poder de poupança, com muito espaço para crescer”, disse.

Palavra de especialista II

Teixeira destaca ainda que canais do YouTube e influenciadores aparecem como principal fonte de conhecimento (73%) versus 7% em ajuda do gerente do banco ou assessor financeiro, o que indica uma “exaustão do modelo tradicional de varejo bancário”. Chama a atenção ainda que 85% dizem saber o que é suitability (adequação do ativo ao apetite de risco/conhecimento do cliente). “Parece alto demais. Os reguladores estão atentos, mas será que é o suficiente?”, indaga.

CURTIDAS

Na solidão da urna…/ A discussão dentro do PSB sobre quem apoiar para presidente da Câmara promete ser acirrada antes mesmo de o grupo de Rodrigo Maia apresentar seu candidato. Tem uma turma que votará em Arthur Lira (PP-AL) e não tem conversa. Afinal, o voto é secreto.

… dá vontade de trair/ O maior medo dos deputados ligados a Maia, hoje, é terminar repetindo o que cenário que elegeu Severino Cavalcanti (foto), em 2005, contra Luiz Eduardo Greenhalgh, o candidato oficial do PT com a chancela do governo Lula. Severino era do PP, partido de Lira. Derrotou José Carlos Aleluia (PFL-BA), Virgílio Guimarães (PT-MG) e… Jair Bolsonaro (PFL-RJ), que obteve… dois votos!

Por falar em Bolsonaro…/ Nada tirou mais o presidente do sério do que a decisão da ministra Cármen Lúcia (STF) de pedir à Abin e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que expliquem a suposta ajuda ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no caso das rachadinhas. E em 24 horas. Ou seja, não dá muito tempo.

Nem tão cedo/ Entre os aliados do presidente, há quem diga que Bolsonaro precisa se preparar para conviver com essa história de Flávio e as rachadinhas por muito tempo. Até aqui, serve de consolo aos bolsonaristas o fato de a população ter separado o presidente dessa investigação. A esperança dos aliados de Bolsonaro é a de que continue assim.

Ao liberar R$ 20 bilhões para as vacinas, Bolsonaro espera sair da discussão política sobre o tema

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Ao governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o presidente Jair Bolsonaro assegurou que sai ainda hoje a medida que destinará R$ 20 bilhões para compra de vacinas contra Covid-19, “e para todas, desde que autorizadas pela Anvisa”. Assim, o discurso presidencial está pronto: “Eu liberei os recursos, fiz a minha parte, agora os técnicos que resolvam”. Quanto às áreas técnicas, entretanto, a história é outra. Não por acaso, hoje o governador de São Paulo, João Dória, disse inclusive que não será possível os servidores da Anvisa fecharem tudo na agência e partirem para um recesso de fim de ano, com a população esperando a vacina.

Bolsonaro considera que, ao liberar os recursos, vai sair dessa discussão, deixando que Dória faça a guerra politica com os técnicos. Afinal, o presidente sempre poderá dizer que essa área de eficácia das vacinas não é a sua e, portanto, ele não pode dar opinião sobre a vacina A ou B.

Essa postura, porém, não significa que Bolsonaro deixará de polemizar com João Dória. Na avaliação dos mais assíduos frequentadores do Planalto, Dória é hoje o pré-candidato a presidente da República com uma visibilidade tão grande quanto a do presidente Jair Bolsonaro e, justiça seja feita, está com o discurso de que trabalhou muito em busca da vacina, algo que Bolsonaro ainda não levou para o seu portfólio rumo a 2022. Agora, com a liberação dos recursos, acredita ter encontrado um discurso. O jogo da reeleição ainda está longe, mas estão todos em construção de ativos para o futuro.

Diretório do PSB recomenda à bancada não votar em candidato de Bolsonaro

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Em reunião do diretório nacional, o PSB decidiu recomendar a seus deputados que não votem no candidato do presidente Jair Bolsonaro para presidente da Câmara dos Deputados, ou seja, o líder do PP, Arthur Lira (AL). Os socialistas decidiram ainda que terão candidato próprio em 2022 e a recomendação de fechar uma grande frente contra Bolsonaro.

O primeiro lance nesse sentido será tentar evitar que o presidente da República emplaque o comando da Câmara dos Deputados nos próximos dois anos. Afinal, se tiver ali um nome alinhado à sua gestão, Bolsonaro terá condições de fazer valer a pauta de costumes, como a questão das armas, e a do meio ambiente, tema em que o confronto entre os partidos de esquerda e governo tem sido mais forte.

A decisão do PSB, porém, não representa uma imposição à bancada que, agora, vai se reunir para tomar uma posição. No entanto, o diretório nacional sempre teve peso sobre as deliberações da bancada federal. Sem o apoio formal do PSB, restará a Arthur Lira apostar no varejo, ou seja, na conquista de votos nos bastidores. Como o voto é secreto, Lira aposta que conseguirá quebrar a unanimidade dos partidos em prol de outro nome.

PDT descarta apoio a candidato de Bolsonaro

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Os pedetistas já fizeram circular entre os partidos de esquerda que seus deputados não votarão em um candidato a presidente da Câmara que venha com a chancela do governo de Jair Bolsonaro. Logo, não apoiará a candidatura do líder do PP, Arthur Lira. Na bancada do PDT pesou o fato de o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro ter denunciado num grupo de WhatsApp o uso do toma-lá-dá-cá para arregimentar votos em favor de Lira, que tem o apoio e o trabalho do presidente da República. O PDT, partido de Ciro Gomes, não quer ser fiador desse processo. Prefere buscar um outro caminho que ainda não está definido.

A decisão do PDT fez com que os demais partidos de esquerda corressem para tentar avaliar o cenário. A cúpula do PSB, por exemplo, está há horas reunida a fim e tentar fechar um caminho na disputa pela Presidência da Câmara. Socialistas e pedetistas tinham combinado joga juntos na busca de um candidato a presidente da Casa. Mas essa unidade está ameaçada, porque a ala mais pragmática e majoritária do PSB quer apoiar Arthur Lira. Muitos de olho na distribuição de espaços dentro da Câmara e recursos para as prefeituras. Eleito prefeito de Maceió, o deputado JHC defende o apoio a Lira. Afinal, obteve o apoio do PP no segundo turno em Maceió, contra o candidato patrocinado pelo governador Renan Calheiros. A posição do PDT, porém, balançou os socialistas. O fim de semana será de muitas conversas.

Orçamentos turbinados para a eleição da Mesa Diretora da Câmara

dep. Arthur Lira (PP-AL).
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A sessão do Congresso Nacional, prevista para a semana que vem, vai reforçar orçamentos e complementar o PLN 30, que, no último esforço concentrado na Casa, aprovou a distribuição de R$ 6 bilhões para vários ministérios, sendo R$ 1 bilhão para o Fundo Nacional de Saúde, para estruturação da rede básica de saúde; R$ 2,8 bilhões para Desenvolvimento Regional; R$ 1,3 bilhão para infraestrutura, mais precisamente para o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), que faz a alegria das bases com obras pelo país afora. Agora, serão R$ 48 milhões para algumas pastas, sendo R$ 17 milhões para “infraestrutura turística” em “destinos estratégicos” para o setor, fora recursos para o Incra e para a Sudene.

No Congresso, os parlamentares aguardam mais as liberações que já foram aprovadas no PLN 30, de forma a garantir emendas normais e as “extras”, que vão atender os mais fiéis. Nas conversas reservadas, há quem diga que essas verbas vão ajudar a irrigar a candidatura de Arthur Lira (PP-AL). Os ministros negam e os parlamentares não vão deixar de votar projetos que podem ajudar os municípios por causa da briga em torno da Presidência da Câmara. Mas, já tem muita gente de olho nas liberações de recursos.

Corra, Maia, corra

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RE), é orientado a não abrir a próxima semana sem um candidato a presidente da Casa. Explica-se: é preciso ter logo um nome para não deixar Arthur Lira sozinho na pista principal.

Melhor de dois

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP) são os dois candidatos na reta final para definição, e está mais para Rossi. A preferência pessoal de Maia é Aguinaldo, mas Rossi leva 30 votos do MDB.

Onde mora o perigo

Os partidos de oposição estão meio resistentes a apoiar Arthur Lira, com receio da pauta mais ideológica do governo. Ontem mesmo, em sua live, o presidente disse que não iria conversar sobre “armamento” com o PT, tampouco “agenda de costumes” com o PSol.

Não tem almoço grátis

Nem toda a oposição tem esse medo de que, se Bolsonaro ajudar a eleger Arthur Lira, vai cobrar lá na frente a aprovação de seus projetos. O PSB, por exemplo, espera que o governo libere recursos para os prefeitos eleitos, que precisam cumprir suas promessas de campanha.

Vitória da CNC/ O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou, por unanimidade, o pedido de anulação das eleições para Diretoria e Conselho Fiscal da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ocorridas no segundo semestre de 2018. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, demonstrou, por meio da sua assessoria jurídica, que o papel constitucional do TCU é o de controle externo, voltado à fiscalização da aplicação de recursos federais. Ou seja, “fiscalizar eleições não é objeto de análise do TCU”, conforme definido pelos ministros na decisão.

Derrota de Adelmir/ O recurso ao TCU havia sido apresentado pelo ex-senador Adelmir Santana, que perdeu as eleições da CNC, em 2018, para Tadros, pelo placar de 24 a 4. Santana ingressou, primeiramente, na Justiça do Trabalho, com oito reclamações, entre mandado de segurança, recursos de agravos, recursos ordinários e de revista, tentando barrar a realização das eleições, sem sucesso. O recurso ao TCU foi visto no meio jurídico como uso indevido do tribunal. A Corte não tem como finalidade anular eleições sindicais. O caso deixou uma lição: quem quiser vencer, que seja no voto.

Me inclua fora dessa/ Na live desta semana, o presidente tratou de se afastar das derrotas de candidatos alinhados ao governo, ao dizer que conversou com candidatos e não passou de 20. Como está sem partido, não tinha prefeitos. Logo, “não ganhou, nem perdeu”.

Por falar em ganhar…/ Mesmo quem não gosta do governador de São Paulo, João Doria, no campo da política, tem dito entre quatro paredes que é graças aos movimentos dele que o governo federal acabou entrando na corrida pela vacina e tentando antecipar seu calendário. Esse mérito já está no currículo do governador paulista. Se a vacina der certo, esse gesto não será esquecido.

Rodrigo Maia, o não-candidato, dá o tom e chama governo a votar reformas

Rodrigo Maia
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é agora um não-candidato, em busca de um sucessor e de uma pauta para encerrar seu mandato com chave de ouro, chamado o governo a ajudar na aprovação de reformas cruciais que o país precisa. Esse é recado mais imediato da entrevista que concedeu há pouco à GloboNews, a primeira depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por 6 a 5 que nem ele e nem o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, podem ser candidatos à reeleição para esses cargos no ano que vem.

Ele acusa o governo de não aprovar a PEC Emergencial no Senado, prometida para em dezembro de 2019, como forma de aliviar o caixa e dar sinais positivos para o mercado. Maia considera que “acabaram as desculpas” para não votar essa matéria e diz com todas as letras: “A eleição já passou, não sou candidato a presidente da Câmara. Podem até derrotar um movimento pela independência da Câmara, mas é preciso avançar na pauta econômica”

Ao mesmo tempo em que cobrou uma postura mais ativa do governo em relação às reformas — ele cita ainda a reforma tributária —, ele lança a campanha “Câmara livre” para buscar um nome que represente seu campo da politica na troca de comando na Casa.

Maia terá o desafio de construir um candidato em oposição a Arthur Lira, que hoje é visto com o nome que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. “Precisamos da Câmara livre de interferência de outros poderes, de uma candidatura que seja a favor do Legislativo”, diz Maia, citando alguns nomes, como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), entre outros, tomando o cuidado de manter a ordem alfabética no elenco.

Ele menciona que não tinha a intenção de ser candidato e, justiça seja feita, nunca disse que seria. Antes da decisão do STF, tomou inclusive o cuidado de se manter equidistante daqueles que se apresentavam para concorrer à Câmara, de forma a poder ajudar e trabalhar a construção de um candidato depois que o STF desse seu veredicto. “Se esse campo que eu e muitos representamos chegar lá, não será a derrota do governo, será a vitória de uma agenda que moderniza o estado e a economia, a vitória da Câmara”, diz.

Ao mesmo tempo que elenca as pautas em curso e a sucessão para presidente da Câmara, Maia lembra ainda que, para 2022, se os campos da centro-esquerda e da centro-direita conseguirem se unir em torno de um nome têm tudo para soarem favoritos. E ele inclui nesse rol de Ciro Gomes (PDT) a João Dória (PSDB).

Quando ao presidente Jair Bolsonaro, ele menciona a questão adas vacinas como algo em que o governo pode perder o controle, uma vez que a população deseja as vacinas. A politica entra agora na fase de construção nos bastidores, algo que requer olho vivo e acompanhamento diário.

E, seja para perder ou ganhar, o não-candidato Maia é um personagem a ser acompanhado bem de perto nos próximos dois anos, porque, além de um nome para a Presidência da Câmara, estará dedicado à construção de uma candidatura de centro em oposição a Bolsonaro, caso o presidente não consiga agregar uma parcela expressiva desse campo político.

Empresários pressionam Congresso por Refis igual do DF

Refis
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O setor produtivo está na maior tensão, esperando uma resposta do governo federal sobre a prorrogação da validade das certidões negativas de tributos federais, que vencem este trimestre. Os empresários temem que, diante da recuperação da economia e com o fim do auxílio emergencial, o governo termine deixando esse tema cair no esquecimento.

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Enquanto a resposta não vem, o empresariado pressiona o Congresso para que haja um Refis da pandemia, nos moldes do que tem o Governo do Distrito Federal. Desde novembro, contribuintes em débito com o GDF podem regularizar suas contas. O governo federal ainda não adotou algo semelhante nesta reta final de 2020.

Saia justa para Ibaneis

Se na disputa para presidente da Câmara dos Deputados pintar um segundo turno apertado entre o PP de Arthur Lira e outro partido mais ligado a Rodrigo Maia, o governador do DF, Ibaneis Rocha, será chamado a liberar a secretária de Esportes, Celina Leão (PP-DF), para votar em Lira.

Entre o aliado e o partido

Só tem um probleminha: se o adversário de Lira for o presidente nacional do MDB e líder da bancada na Câmara, deputado Baleia Rossi, Ibaneis será pressionado pelo próprio partido a jogar no colo de Celina a decisão de se afastar da secretaria, com algo do tipo: se sair, não volta. Afinal, o suplente de Celina é Tadeu Filippelli, do MDB. Como ainda está cedo para saber qual o jeitão desse jogo, o governador não tem de decidir nada agora.

Questão de timing

Amigos de Rodrigo Maia garantem que ele dirá, na hora certa, que não será candidato a presidente da Câmara, ainda que o STF libere.

Vocês vão ter de me engolir

Diante da derrota do PT nas urnas, um grupo começou a vasculhar o estatuto para ver se há alguma brecha para troca de comando do partido. Não há. Gleisi Hoffmann continua no comando até 2023. Ou seja, vai conduzir as conversas para as eleições de 2022.

CURTIDAS

O importante é se exercitar/ O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, aproveitou o sábado para um stand up paddle no Lago Norte. “O Paranoá é incrível”, comentou o ministro à coluna.

Torcida geral/ A turma do governo torce para Josiel Alcolumbre, candidato a prefeito de Macapá, tanto quanto torceu para Carlos Bolsonaro, candidato a vereador no Rio de Janeiro. É que, se a família Alcolumbre sair derrotada, vai sobrar para o Planalto, da mesma forma que, se Carlos perdesse, alguém teria de arrumar uma ocupação para o rebento presidencial.

Por falar em filhos…/ Hoje, a maior preocupação do presidente é com o filho mais velho, o senador Flávio (foto). É que, mesmo com mais seis anos de mandato, a preocupação com o processo da rachadinha não deixa o senador trabalhar em paz.

História resgatada/ No ano comemorativo do centenário do senador Vasconcelos Torres, o Senado Federal lança o livro Vasconcelos Torres — o senador do povo e os desafios do seu tempo. As autoras, as professoras e doutoras Andrea Telo da Corte e Ismênia de Lima Martins, resgataram sua vida pública, sua liderança política no antigo Estado do Rio de Janeiro e seu envolvimento em assuntos que continuam atuais, em especial, meio ambiente, distribuição de renda e educação. Entre outros, destaca-se o Projeto da Criação da Universidade Federal Fluminense. O lançamento será em 9 de dezembro, às 10h, por meio de um debate realizado pela TV Senado e pelo canal do YouTube.

Bolsonaro manterá distância de Lira após notícia sobre “rachadinha”

Bolsonaro
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Diante das notícias que envolvem o deputado Arthur Lira (PP-AL) em rachadinhas (desvio de salários de servidores), na Assembleia estadual de Alagoas, o mínimo que os pepistas vão cobrar do governo é o benefício da dúvida que é dado ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente jair Bolsonaro.

Aliados de Lira dizem que o deputado já andou muito em sua pré-campanha para recuar agora, quando começa o jogo. Se desistir, sairá com cara de derrotado e condenado. A tendência de Bolsonaro, porém, é manter uma distância regulamentar.

Afinal, se Lira perder musculatura por causa das denúncias, o presidente sempre poderá dizer que não se envolveu diretamente na eleição congressual. No entorno dele, há quem diga que, desde que Rodrigo Maia (DEM-RJ) não saia vitorioso, está tudo certo para o governo. Se, no caso de Flávio, que é filho, Bolsonaro tenta manter uma certa distância, imagine com Lira, com quem apenas tem uma relação política.

Um nó para o Planalto

Há quem diga que o governo entrou cedo demais na candidatura de Lira a presidente da Câmara. Assim, se o DEM sacar mesmo a candidatura de Fernando Coelho Filho (PE), Bolsonaro estará numa saia justa. Fernando é filho do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e já foi ministro de Minas e Energia no governo Michel Temer.

Olha o nível

A forma como os deputados estão conduzindo a disputa para presidente da Câmara indica que será na linha do voto para derrotar o candidato A ou B, ou seus respectivos padrinhos, e não voto em favor de B ou A.

Vacina, o embate da hora

Bolsonaro e João Doria vão entrar no ano pré-eleitoral de 2021 numa guerra em torno da vacina contra covid-19, e as apostas são as de que os dois correm o risco de perder. O presidente, por causa da resistência ao imunizante. O governador, devido aos anúncios de vacinação em massa que ainda não está assegurada do ponto de vista técnico-científico.

Por falar em vacina…

A aprovação dos R$ 2 bilhões para vacinas contra a covid-19 no Congresso deixa deputados e senadores prontos para chamar o governo de incompetente, se a vacinação não funcionar a contento. Afinal, não vai poder dizer que foi por falta de autorização do Parlamento.

“Deputérica” é a &#@*?/ Se a sessão fosse presencial, com casa cheia, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) não conseguiria deixar o plenário da Câmara, ontem, depois de chamar as deputadas de “histéricas” e se vangloriar de criar o neologismo “deputéricas”. Algumas esperaram Nunes na saída do plenário, pois não sabiam que o discurso tinha sido feito por videoconferência.

Por falar em videoconferência…/ A última das excelências é fazer o pronunciamento de dentro do carro. Capitão Wagner (Pros-CE), por exemplo, parou o veículo num acostamento, na hora em que chegou a vez de falar. Um jovem, no banco de trás do carro, tratou de se esconder quando percebeu que aparecia no vídeo.

Etanol, a nova fronteira I/ Com o ESG (sigla em inglês para meio-ambiente, inclusão social e governança) cada vez mais forte no mundo, o etanol surge como uma saída mais prática para a questão energética no país, muito mais do que os carros elétricos europeus.

Etanol, a nova fronteira II/ “Na Europa, os carros elétricos pretendem levar a uma emissão de 62 gramas de CO2 por quilômetro rodado, enquanto o etanol está abaixo de 60 gramas, com 56 por quilômetro rodado” diz Evandro Guzzi, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), que hoje estará no CB.Agro, 13h15, na TV Brasília e nas redes sociais do Correio.

Deputado chama deputadas de “deputérias” e vai responder no Conselho de Ética

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Pelo menos parte da bancada feminina prepara uma representação contra o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que há pouco discursou no plenário virtual dizendo que, a partir de agora, chamaria as deputadas de “deputéricas”, “deputadas histéricas”, que “não respeitam minimamente o presidente da República”. ele mencionou ainda que elas “só criticam e ofendem”.

As deputadas, como, Sâmia Bonfim (PSol-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Flávia Arruda (PL-DF) e Érika Kokay (PT-DF) protestaram e avisaram que vão ao Conselho de Ética contra o que consideraram um apelido “ridículo, indecoroso e machista”, definiu Jandira. E avisou ao peselista: “Não vamos parar de nos posicionar. Vai ter que nos ouvir ainda que não goste”. As deputadas avisam ainda que, se o parlamentar quiser debater, que o faça no mérito dos projetos e da posição política da ala feminina do Congresso, não com comentários sexistas. “Não vamos aceitar nenhum tipo de machismo. Já temos que conviver com isso na rua. Não é possível que tenhamos que conviver também no Parlamento”, protestou Flávia Arruda.

Durante todo o dia, outras deputadas também entraram na sessão virtual para registrar sua indignação contra o comentário do deputado Bibo Nunes, que, em seu pronunciamento, ainda se vangloriava de ter criado um “neologismo”. Érika Kokay (PT-DF) mencionou que, durante toda a campanha essa violência de gênero esteve presente em candidaturas, como, Marília Arraes e Manuela D’Ávila. “Todas as vezes que mulheres se colocam e dizem que lugar de mulher é onde ela quiser e ocupam espaços que a lógica sexista, machista, reserva para os homens, elas são atacadas. Vimos aqui nesta sessão. A misoginia é crônica, engravatada, com sapatos reluzentes. Tentar caracterizar a firmeza da posição das mulheres como histeria. Os homens, quando são firmes, são chamados de convictos, combativos”, afirmou Érika. Citando Sócrates, ela completou: “A violência é sempre a arma dos fracos, daqueles que não conseguem debater ideias”. Joenia Wapichana (Rede-RR) e Perpetua Almeida também comentaram a fala de Bibo Nunes: “Quando um deputado vai à tribuna ofender as parlamentares, está ofendendo as mulheres do Brasil”, mencionou Perpétua.

Ao longo de toda a campanha municipal, muitas candidatas mulheres de vários partidos sentiram na pele o preconceito, nos mais diversos níveis, com ataques sexistas e racistas. Em Bauru, por exemplo, a prefeita eleita, Suéllen Rossim, do Patriotas, chegou a ser ameaça de morte por causa da sua cor. Em Porto Alegre, Manuela D’Ávila foi alvo de vários ataques sexistas na internet. A campanha pediu a suspensão de mais de 91 postagens mentirosas a respeito da candidata gaúcha. Em São Paulo, a deputada Joyce Hasselmann também foi alvo de ataques desse tipo. Agora, pelo visto, a bancada feminina chegou ao limite com os ataques.