Dilma e a Agricultura

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Por um triz

Por pouco, muito pouco, o lançamento do Plano Safra ontem não se transformou num protesto de agricultores dentro do do Palácio do Planalto. O motivo da discórdia era a liberação do pré-custeio do plantio, prometido para março deste ano. São R$ 300 milhões que o governo pretendia liberar apenas em julho, mas o combinado com o setor foi em junho. A negociação entre o Ministério da Agricultura e a área técnica do Ministério da Fazenda terminou quase meia-noite. Dilma Rousseff, mais uma vez, decidiu em prol dos agricultores e salvou a solenidade no Planalto.

Como seguro morreu de velho, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que também entrou no circuito a fim de evitar um impasse, anunciou aos produtores que incluirá o valor na medida provisória para evitar problemas quanto à liberação.

Dilma e a Igreja

Em busca de apoio para segurar a maioridade penal nos 18 anos, com aumento da penalidade, a presidente Dilma Rousseff vai procurar a Igreja Católica. Em breve, ela receberá dom Sérgio, o novo presidente da CNBB, para discutir esse tema e uma agenda em comum.

Valha-me, meu Santo Antônio!

Ok, leitor, você que não acredita em milagres pode até achar coincidência. Mas a presidente Dilma Rousseff tem a desculpa perfeita para faltar à abertura do Congresso do PT, em Salvador. Ela vai à reunião da União Europeia, em 11 de junho, justamente a data de início do congresso petista. “Se” comparecer ao congresso petista, dizem seus assessores, será para o encerramento, em 13 de junho, Dia de Santo Antônio, um sábado, quando muitos militantes petistas costumam voltar aos seus estados. Terá assim feito o milagre de evitar ouvir críticas diretas ao governo.

Do verde para o azul

Empreiteiras enroscadas na CPI da Petrobras vão apenas trocar de salão. Da Câmara, seguirão para o Senado, onde começará a funcionar a CPI da CBF. É que o principal foco das investigações será a construção dos estádios, onde a maioria das empresas está listada.

E Dilma mordeu a isca…

Tudo o que os presidentes da Câmara e do Senado queriam era ver o governo no córner por causa da legislação que eles planejam criar para as estatais. É a mais nova polêmica para tentar impor derrotas ao governo. E a presidente, dizem alguns, em vez de dizer que é preciso discutir esse tema, foi logo dando um chega para lá nos congressistas. Mais uma confusão criada para ocupar tempo e espaço.

CURTIDAS    

Dança das cadeiras/ Alguém vai sobrar quando a comitiva parlamentar for assistir ao primoroso balé russo apresentar o clássico Lago dos cisnes, no palco histórico do Teatro Bolshoi no dia 7, um domingo. São 26 cortesias e só a Câmara levou 27 pessoas. Do Senado, estão confirmados o casal Renan e Veronica Calheiros e um assessor. E eles viajam na quinta-feira. Não farão a parte israelense.

Parlatur I/ Antes do balé, a programação também será puxada. Na sexta-feira, as autoridades visitarão o mar da Galileia, onde Jesus caminhou e começou a pregar; Tiberiades, destino turístico da região, e ainda Nazaré.

Parlatur II/ No sábado, tem Jerusalém Oriental e Belém. E, às 18h, saem todos do hotel para o aeroporto, onde embarcam com destino a Moscou. Chegam à 1h da matina do domingo e às 11h já têm visita guiada ao Kremlin, almoço com autoridades russas, e uma programação que termina com o balé Bolshoi. Ufa! Se brincar, vai ter integrante da comitiva dormindo no Bolshoi!! Esse mico, não, excelências, por favor!!!!!Pensando bem…/ Explica-se por que Eduardo Cunha (foto) colocou as excelências para votar até tarde da noite, muitas vezes varando a madrugada. Haja fôlego para cumprir a agenda em Israel e Moscou! Espero que eles consigam manter o bom humor com tanta programação…

De saída / O senador Ricardo Ferraço, do Espírito Santo, está de saída do PMDB para o PSDB. Em conversa com o senador Aécio Neves (MG), Ferraço acertou os detalhes para a troca de legenda, com a perspectiva de concorrer ao governo estadual em 2018. Vai dar confusão com outros nomes que pretendem sair candidatos daqui a três anos.

STF, a última Fronteira

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O STF de cada um

Caminha silenciosamente na Câmara dos Deputados a ideia de fazer com que os integrantes da Casa tenham direito a indicar ministros do Supremo Tribunal Federal. O autor de uma das propostas de emenda constitucional em tramitação é o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), mesmo autor da emenda do “Parlashopping”.

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Há quem veja ali um dedo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas ele não é o único interessado. Uma parcela expressiva dos parlamentares, de um modo geral, não vê a hora de ter um ministro para chamar de seu. Quando a proposta chegar a plenário, certamente, será mais uma polêmica em pauta para chamar a atenção, deixando a Lava-Jato e outros temas em 

segundo plano.

Esquecida…

Enfronhados na reforma política que tende a se restringir ao fim da reeleição e resultar em muito barulho para poucas mudanças, os parlamentares vão deixando de lado algo para lá de urgente sob a ótica do governo: A prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), a ser feita via emenda à Constituição, que vence no fim do ano.

…e adormecida

O governo precisa da DRU para poder desvincular recursos amarrados a determinadas ações. Até agora, a Proposta de Emenda Constitucional apresentada em fevereiro pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE) continua na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Daqui a pouco, vem o recesso e não haverá tempo para mais nada. A PEC precisa ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado. Nesse clima política, se o governo continuar cochilando, há quem receie que a DRU tenha o mesmo fim da CPMF, durante o governo Lula. A contribuição foi rejeitada no fim do prazo.

A prova pós-feriado

Todos os partidos estarão atentos ao Congresso do PT, de 11 a 13 de junho. É que o encontro é visto pelos aliados como o teste de fogo de Dilma Rousseff e de Joaquim Levy. Se a presidente for vaiada em seu próprio partido ou se o Congresso petista pedir a cabeça do ministro da Fazenda, ficará difícil segurar a base aliada na defesa do governo.

PSB e PSDB

Se depender dos tucanos, o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), pode desistir de qualquer projeto de concorrer ao governo estadual em 2018. Ali, a fila de possíveis inquilinos para o Palácio dos Bandeirantes tem os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira. Para completar, o fim da reeleição, pode acabar com a possibilidade de França concorrer ao cargo.

Dicionário/ Na música, temos “caetanear” e “djavanear”. Na política, petistas de São Paulo criaram o “Jilmartatear”, numa referência ao secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto (foto). Significa verbalizar tudo o que todos estão pensando. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Tatto disse que “antes o PT ajudava a ganhar eleição, agora atrapalha”.

Autodefesa/ O deputado Edmar Arruda (PSC-PR) aproveitou a presença do ministro Nelson Barbosa na Câmara para cobrar diretamente o pagamento de obras do Minha Casa, Minha Vida. Ao mencionar a penúria das empresas, ele tascou: “Se não pagar, vai quebrar meio mundo, inclusive a minha empresa!”.

Massa de bolo/ O senador Romário (PSB-RJ) faz cara de paisagem para os ataques que tem recebido dos cartolas do futebol suspeitos de participação nas irregularidades detectadas na Fifa. A amigos, tem dito que, quanto mais eles o atacarem, mais a população apoiará a CPI.

Sossega leão/ Num gesto entendido pelos auditores fiscais como “de boa vontade”, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, participou na sexta-feira de um evento do Sindifisco Nacional em Brasília. Tentou acalmar a categoria, que recentemente, enviou a ele uma carta para registrar a irritação com a “persistente e preocupante política de desvalorização dentro do governo federal”. O azedume preocupa o Ministério da Fazenda. Ninguém quer os fiscais da receita em greve neste momento de queda na arrecadação.

Governo fecha o cerco ao PT

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Se correr, 

o bicho pega

… Se ficar, ainda há alguma perspectiva de futuro. Nesse sentido, Dilma Rousseff, o presidente do PT, Rui Falcão, e o líder do governo, Delcídio Amaral, dedicam as próximas horas a convencer os petistas a adotarem a máxima que, ruim com o governo nessa situação, pior é não ter nem 2016 nem 2018. E é isso que vai ocorrer, caso os congressistas insistam em votar contra o pacote. A tática do terrorismo eleitoral futuro funcionou em 2003, quando Lula assumiu e fez um forte ajuste, inclusive com muitas deserções no PT.

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Agora, embora o partido não tenha a mesma popularidade daquele ano, a ideia é semelhante e não haverá conversa: ou o PT vota o ajuste logo e tenta virar a página da crise em busca de um tempo melhor, ou vai continuar sangrando. Se votar logo, ainda tem tempo de recuperar. Caso contrário, o desastre será inevitável. É por aí que o governo levará o dia de hoje no quesito ajuste fiscal.

Vai que é tua, Temer!

Pela segunda vez consecutiva, a presidente Dilma Rousseff vai faltar à Marcha dos Prefeitos. A marcha termina justamente no dia em que ela voltará do México. No governo, há quem diga que essa missão cabe agora ao vice Michel Temer, presidente em exercício nessa semana parlamentar e articulador político do Poder Executivo.

Deixa que eu deixo

A marcha, menos de uma semana depois de anunciados os cortes, era tudo o que o governo precisava para se desgastar ainda mais nesses dias de discussão do ajuste fiscal. O ajuste, aliás, é a justificativa que o presidente em exercício deu ontem para não colocar a marcha na agenda. Temer anda atarefadíssimo.

Por falar em ajuste e cortes…

A ausência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao anúncio dos cortes tinha sido combinada no Planalto como forma de preservá-lo para a votação do ajuste fiscal no Senado esta semana. O efeito, entretanto, foi o inverso. Passou a ideia de que ele estava ainda mais enfraquecido.

Prioridade

Com a reforma política em pauta, o governo espera ter algum tempo para negociar na Câmara o projeto que acaba com desoneração de impostos para vários setores. Esse é considerado o próximo ponto polêmico na pauta da Casa, uma vez que o mexe com o bolso dos doadores de campanhas políticas.

Crédito/ O comando peemedebista era só sorrisos ontem. É que o Superior Tribunal Eleitoral (TSE) decidiu devolver R$ 39 mil aos cofres do partido, depois de considerar que não houve aplicação irregular dos recursos.

Débito/ Aliados do governo não conseguem esconder a irritação com a frase dita pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (foto), sobre o governo “ganhar de goleada” a votação do ajuste fiscal. O momento é de humildade.

Sem marola/ O governo não pretende mover um músculo em torno da reforma política. Diante de tanta confusão e divisão entre partidos aliados e o PT, e a perspectiva de fracasso de vários pontos da proposta, todos concordam que é melhor ganhar distância desse vespeiro.

Quem diria…/ Em 2013, quando das manifestações tomaram o país às vésperas da Copa das Confederações, Dilma investiu pesado numa proposta de reforma política. Agora, entretanto, tem tanto problema pela frente que esse assunto saiu da pauta do Poder Executivo.  

DILMA E LEVY

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Dilma e Levy

Dia desses, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tentou influenciar a política monetária, propondo à presidente um aumento dos juros dos financiamentos agrícolas. A presidente não topou e ainda deu um chega para lá no seu guardião da economia ao dizer que ele deve cuidar da política fiscal, não da política monetária. Diante do aviso de que a manutenção dos juros dos financiamentos aos produtores poderia gerar inflação, ainda que por um curto período, Dilma foi taxativa: “Eu preciso dinamizar a economia em algum lugar”.

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A presidente, pelo menos no que se refere ao setor agropecuário, não deixará Levy solto no salão. Isso, somado ao embate em torno dos cortes inferiores ao que havia sido projetado pela Fazenda, pode terminar deixando Levy numa situação insustentável. Ainda que alguns petistas estejam pedindo a cabeça do ministro, Dilma sabe que não pode entregá-la, sob pena de ver a economia migrar para o brejo de vez. Portanto, podem esperar: quem observa a cena palaciana com cuidado aposta que o próximo gesto da presidente será no sentido de tentar segurar e prestigiar seu ministro da Fazenda. Vamos ver.

Jogo zerado…

Nos últimos dias, houve quem aconselhasse o governo a deixar os cortes no Orçamento deste ano para depois de aprovado o ajuste fiscal. Agora, depois de anunciado o contingenciamento, a intenção de muitos congressistas aliados é trocar a aprovação do pacote pela liberação imediata das emendas parlamentares.

…E sem solução

Essas emendas não podem ser objeto de contingenciamento, nem o foram. O problema é que os políticos estão desconfiados de que, depois do anúncio de sexta, virá uma represa dessas verbas na boca do caixa, de forma a passar essas emendas aos restos a pagar no fim de 2015, que terminam, na visão mais otimista, liberados em 2016. Daí a cobrança antecipada das liberações. O governo já avisou que não tem recursos suficientes para atender a todos agora.

Marina do Rio

Que ninguém estranhe se a ex-senadora Marina Silva registrar domicílio eleitoral no Rio de Janeiro. Ela é uma das opções para disputar a prefeitura em 2016, ano das Olimpíadas. Não dá para esquecer que, em Londres, há quatro anos, Marina foi destaque ao entrar, na cerimônia da abertura, com a bandeira dos Jogos.

Gestos & acenos

O fato de o governo encaminhar a votação da “emenda do Parlashopping” a favor do desejo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi proposital e sob encomenda para tentar aplainar o terreno entre o Planalto e o presidente da Câmara. A ordem, dizem os palacianos, é ir a favor das PPPs, criadas pelo governo Lula. Se, lá na frente, a obra não sair por causa da carência de recursos diante de uma economia em crise, não será problema do governo.

CURTIDAS    

Descanse em paz/ Pelo menos para o Plano de Seguridade Social dos Congressistas, o ex-deputado José Janene está morto, sim. O repórter André Shalders descobriu que, na conta da Câmara, o ex-deputado deixou pensões para os três filhos: José Salomão Janene, José Mohamed Janene Júnior e José Ibrahim Janene. Os benefícios, de R$ 8,2 mil, são pagos, religiosamente, desde 14 de setembro de 2010, data oficial do falecimento do político do PP.

Valdemar circula…/ Desde que foi colocado em prisão domiciliar, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, do PR-SP, condenado no processo do mensalão, passou a morar num hotel em Brasília. Assim, pode descer para o lobby sem sair de casa.

…E frisa/ Em todas as conversas que tem tido, Valdemar lembra que o PR nada tem a ver com o petrolão, apenas com o mensalão. Sempre soa como quem diz: “Nosso pecado, já pagamos”.

Nome de peso/ O setor de TI baixou na Câmara a fim de lutar pela manutenção da desoneração que fez gerar empregos e ajudou a segurar a economia. À frente do grupo, está o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa. 

Unidos no desgaste

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Um por todos e todos por um

Os parlamentares enroscados na Lava-Jato têm trocado figurinhas nos últimos dias, dispostos a dividir estratégias e diluir o desgaste. Definiram, por exemplo, um critério para o quesito convocação para depor na CPI da Petrobras: ou a comissão chama todos, ou nenhum. A ideia ajuda a proteger o senador Edison Lobão, que passou pelo constrangimento de ver seu nome citado como investigado desde fevereiro por ocultação de patrimônio. Quem começar a defender essa convocação geral na CPI certamente será o porta-voz do grupo ali. Os integrantes da comissão mais aguerridos estão atentos a qualquer gesto em defesa dessa tese.

PMDB versus PMDB

O presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp, deflagrou um movimento contra o distritão defendido pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha foi avisado ontem de manhã.

Menos, bem menos

Se depender de Raupp, a reforma política se restringirá a três pontos: fim das coligações partidárias, teto para financiamento de campanha e fim da reeleição.

Foi o DEM!

Depois do empurrãozinho ao ajuste fiscal na Câmara, o oposicionista Democratas leva a culpa de tudo quanto é votação majoritária a favor do governo.  Ontem, mal Renan Calheiros abriu o painel com os 52 votos pró-Fachin e apenas 27 contra, alguns senadores comentavam que foi o DEM quem terminou ajudando ao placar pra lá favorável ao jurista.

A isca

Relator da MP nº 668, que aumenta impostos, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) acolheu diversas emendas de interesse dos parlamentares para tentar garantir a aprovação da proposta. Inclusive algumas que não têm nada a ver com o tema. O perigo é, na votação dos destaques, as excelências ficarem com as emendas que concedem benefícios, como a das cooperativas de leite, e rejeitarem em votações em separado, os artigos originais da MP.

CURTIDAS    

Cabo eleitoral/ O governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, desembarcou mais cedo em Brasília para ajudar a cabalar votos em prol de Luiz Edson Fachin para ministro do Supremo Tribunal Federal. Hoje, ele participa da reunião dos governadores com Renan Calheiros para discutir o pacto federativo.

Senador virtual/ Em viagem à Letônia, o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, queria votar por Skype, ontem, em favor de Luiz Fachin para o STF.  Não conseguiu. Seria a primeira vez em que Requião e Richa estariam do mesmo lado.

Depois da malhação de Lula…/ Mal terminou a votação de Luiz Edson Fachin para ministro do STF, o presidente do PSDB, Aécio Neves, deixou o plenário. Foi direto para uma academia da cidade, desopilar. A oposição está mesmo precisando de fôlego.

Tucanos no telão/ No plenário do Senado, entretanto, quem ficou viu um pedaço do programa do PSDB na tevê. Para irritação dos petistas, o painel de votação exibiu por engano um trecho do programa, bem na hora em que os tucanos exibiam um trecho de um discurso antigo de Dilma falando maravilhas da economia nacional.  

 

PP na porta

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Um mar de dificuldades para hoje
  Michel Temer madrugou, mas ainda não conseguiu fechar os votos em favor do ajuste fiscal para as votações desta noite. A reunião do Partido Progressista hoje às 15h vai além da simples análise da MP 664, que fixa regras para a pensão por morte. A ideia é discutir a saída da base governista. Os pepistas, que apoiaram Eduardo Cunha para presidente da Câmara contrariando a vontade do Planalto (leia-se Aloizio Mercadante), não gostaram das cobranças por causa da dissidência na MP 665, a das aposentadorias. Também juram que, apesar das promessas, não receberam os cargos que acalentaram como um sonho bom desde o ano passado. Seguem assim o caminho do PDT, que ainda disfarça, mas já abandonou o governo. O dia não está fácil. Vejamos os próximos movimentos.

A política depois do ajuste

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Mexeu geral…

Passadas as primeiras 24 horas depois da aprovação do texto-base de uma das medidas do ajuste fiscal, os parlamentares notaram que vem por aí um novo alinhamento político. Parte do DEM afinada ao prefeito de Salvador, ACM Neto, se aproxima do PMDB de Michel Temer, ao passo que um setor do PSB cria laços com o PSDB.

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Da parte de ACM Neto, essa proximidade, via Geddel Vieira Lima — um dos maiores adversários de seu avô, Antonio Carlos Magalhães —, significa uma tentativa de desenho para 2018. Quanto aos socialistas, a bancada do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, votou

contra a MP, reforçando elos oposicionistas com os tucanos.

…Como no passado

Outros gestos virão. Afinal, são essas votações econômicas que levam divergentes ao diálogo. A aliança que elegeu Fernando Henrique Cardoso presidente em 1994 começou quando da apresentação do Plano Real ao Congresso. O divisor de águas daquele ano se repete agora. Vale observar.

Próximo embate

Depois de terminada a votação do ajuste fiscal na Câmara, os deputados vão votar as propostas que eliminam o chamado fator previdenciário. E tudo porque, na avaliação de muitos, o líder do PT na Casa, Sibá Machado, errou. O assunto deveria ficar restrito à comissão especial, e a base mobilizada para derrotar a proposta ali. Mas Sibá aceitou discutir o tema no plenário, onde os ecos e a visibilidade são muito maiores. E o ajuste fiscal recém-aprovado estará em risco antes mesmo de concluída sua votação no Congresso.

Michel, o articulador

Além de receber os parabéns da presidente Dilma Rousseff pela aprovação do ajuste, Michel Temer era lembrado no Congresso como um dos grandes gestores da vitória. “Muitos votaram mais por ele do que pelo governo como um todo”, comentou um petebista.

DEM dividido

O deputado Mandetta (DEM-MS) ironizava ontem a votação do ajuste fiscal: “O clima ficou muito ruim. Vai ver que os nossos que votaram a favor estão atrás do Ministério do Trabalho”. Ele e outros apostam que, no Senado, o governo não terá tanta sorte com os votos dos democratas.

PCdoB constrangido

A maioria da bancada do PCdoB só votou a favor do ajuste fiscal depois que o presidente do partido, Renato Rabelo, voou até Brasília e deu uma ordem unida: votar a favor do ajuste é sinal de responsabilidade para com o país.

Ditado às avessas/ Sabe aquela história de que os últimos serão os primeiros? Pois é. Ontem, o ex-senador e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge inverteu a sabedoria popular: “Fui o primeiro relator da PEC e o último prejudicado”, comentou, durante a sanção da emenda constitucional que adia para 75 anos a aposentadoria de ministros de tribunais e desembargadores, vulgo PEC da Bengala. José Jorge completou 70 em novembro do ano passado e, por isso, deixou o TCU.

Só isso?/ Depois de conceder uma rápida entrevista ao portal IG em que acusou o governo de abusar do toma lá dá cá para aprovar o ajuste fiscal, o deputado Danilo Forte (foto), do PMDB-CE, foi abordado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros: “Vi sua entrevista. Você foi muito light!”. É… Pelo visto, Renan continuará hard.

 

Marcados/ Os deputados petistas que faltaram à sessão de votação do ajuste fiscal caíram em desgraça no Planalto. Entre eles, a deputada Érika Kokay (DF).

Deixe que digam, que pensem, que falem…/ A oposição e alguns aliados podem até reclamar, mas, no Planalto, o que importou foi o fato de a presidente Dilma e do vice Michel terem obtido na Câmara a vitória mais importante de seu segundo mandato até agora. Aos poucos, a presidente vai respirando.

Uma briga e suas consequências

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PMDB em cena

Considerada por muitos uma encenação muito benfeita para criar uma cortina de fumaça em torno dos problemas realmente sérios — desdobramentos da Lava-Jato e crise econômica —, a disputa entre os presidentes da Câmara e do Senado extrapolou os limites da terceirização. Agora, a briga dos peemedebistas ameaça o acordo fechado no Senado que permitiu a aprovação do projeto da biodiversidade. Pelo jeitão dos líderes, a ordem é desprezar as mudanças feitas pelo Senado e retomar o texto da Câmara. Essa será a confusão da curta semana no parlamento.

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O próximo round será a reforma política. Eduardo Cunha quer o parecer sobre o tema apresentado nesta quarta-feira. Tudo para aprovar um texto antes que Renan Calheiros venha com uma reforma “fatiada” no Senado, onde já passou o voto distrital para eleição de vereadores de cidades com mais de 200 mil eleitores.

Del Nero na lida

O novo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, estreou no meio político com um jantar na casa do líder do PTB, Jovair Arantes, No menu, a Medida Provisória nº 671, que trata da renegociação das dívidas dos clubes de futebol. A CBF vai tentar tirar o que chama de “jabutis” inseridos no texto e que nada têm ver com o pagamento das dívidas.

Ecos do passado recente

Um dos “jabutis” a que se referem aliados da CBF é a exigência de limites de mandatos para a confederação. A avaliação da entidade é a de que, se o governo deseja mandatos para os clubes que financiará, tudo bem. Mas que não se meta na CBF. A bancada da bola vê no texto o dedo do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Do jeito que a coisa vai, será mais uma frente de batalha para o governo.

PIL repaginado…

Quem acompanha atentamente as reuniões do governo avisa que a proposta de rodovias, ferrovias e aeroportos nada mais é do que aquele Programa de Investimento em Logística lançado em 2012 pela presidente Dilma. Se agora sair do papel, o contribuinte agradece.

…Vira argumento

Essas reuniões de fim de semana estão prontas para servirem de argumento para a presidente mostrar serviço no 1º de Maio nas redes sociais. Era preciso criar um algo mais, além da melhoria nos índices de emprego. Afinal, se o Copom elevar os juros na quarta-feira e as projeções de inflação continuarem preocupantes, a cesta de boas-novas para o trabalhador e o empresariado ficará reduzida.

CURTIDAS    

Heavy Metal/ Eduardo Cunha na bateria, Rogério Rosso na guitarra, Sérgio Reis viola e baixo, Silvio Costa no vocal. Tem gente no Congresso sonhando em reunir essa turma numa banda. O difícil vai ser colocar Silvio Costa, do PSC de Pernambuco, no mesmo palco que Eduardo Cunha. É bem capaz de o vocalista jogar o microfone na cabeça do baterista…

Dilma e o PSB/ O deputado Silvio Costa não perde uma oportunidade de tripudiar sobre os adversários. Ontem, bastou alguém lhe perguntar como seria a viagem da presidente Dilma Rousseff hoje a Pernambuco para ele sair com esta: “Ora, vamos ver como o governador (Paulo Câmara) vai se comportar. Ele tem dia que conversa com Lula, outro com FHC. Na semana passada, falou mal da Dilma. Um dia é oposição”.

E o Cid, hein?/ Ontem foi aniversário do ex-ministro Cid Gomes. Ele continua em busca de um partido para ampliar o tempo de tevê do Pros.

Enquanto isso, no Planalto…/ Em 10 dias, o vice-presidente Michel Temer completará um mês como articulador político do governo. Até aqui, conseguiu nomear Henrique Eduardo Alves ministro do Turismo e evitar novas CPIs. Falta o sucesso nas votações.  

PASADENA VOLTA A ASSOMBRAR DILMA

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“Pegadinha”

Quando o ex-ministro José Jorge, do Tribunal de Contas da União, responsabilizou os diretores da Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena, deixando de fora o Conselho de Administração (leia-se a presidente Dilma Rousseff) todos pensaram que ela estaria completamente livre de responder sobre aquela operação. Ocorre que não é bem assim. Os diretores da empresa à época, muitos dos quais com os bens indisponíveis, têm dito que fizeram tudo com aprovação do conselho. Assim, a situação do conselho voltará à baila no Tribunal.

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Significa que a presidente Dilma Rousseff poderá responder por essa compra, ainda que ela tenha dito há mais de um ano que o conselho havia aprovado o negócio porque confiara nos documentos da diretoria. Diante de um novo cenário, em que a Petrobras declara prejuízos assumidos por corrupção, Pasadena é um fantasma que ressurge para assombrar Dilma Rousseff. Amanhã, por exemplo, o ex-ministro José Jorge falará sobre esse tema na Associação Comercial de São Paulo.

Renan versus Eduardo, 2º round

A amigos que lhe perguntam como vai ser esse duelo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o comandante do Senado, Renan Calheiros, responde assim: “Essa fase de querer se afirmar como liderança eu já passei. Eduardo está nessa fase. Não vou bater boca com ele”. 

Pano de fundo 

A ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Supremo Tribunal Federal sobre doações de empresas a campanhas políticas, aquela que está com pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes, começa a ser vista como uma forma de auxiliar o PT a impor o financiamento público e, ao mesmo tempo, dar um ar de “anistia” ao petrolão. Diante desse novo contorno, não será surpresa se algum ministro mudar o voto quando o processo voltar ao plenário.

Em nome dos governadores

O PSB decidiu dar uma freada em seu viés oposicionista. Isso porque, avaliam alguns, a hora é de tentar ajudar os governadores Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal, e Paulo Câmara, de Pernambuco, e Ricardo Coutinho, da Paraíba.

Furnas na mira

O mundo político prestará atenção na reunião do conselho de Furnas nesta quarta-feira. Tudo porque circula entre os partidos que o ex-ministro da Aviação Civil Moreira Franco está cotado para uma vaga ali. O PMDB, entretanto, não pretende mexer com isso agora. Com o vice-presidente Michel Temer na coordenação política e Henrique Eduardo Alves recém-nomeado ministro do Turismo, a ordem entre os peemedebistas é esperar algum tempo antes de investir pesado sobre outros cargos de ponta para o partido. Primeiro, é preciso resolver os cargos nos estados. 

[FOTO2]

Slogan pronto/ Os parlamentares observam com um quê de curiosidade as ações do juiz Sérgio Moro (foto). Há quem diga que, no vazio político, ele pode repetir o ex-presidente Fernando Collor em 1989. Naquela época da redemocratização, com a população saturada dos políticos tradicionais, Collor ganhou fôlego com o “caçador de marajás”. Há quem diga que Moro pode fazer o mesmo como o “caçador de corruptos”.

Valor agregado/ Sérgio Moro tem acompanhado todos os depoimentos da CPI da Petrobras e confrontado com os que havia colhido anteriormente dentro do processo da Lava-Jato. Para quem achava que a CPI seria mais do mesmo, a atenção do juiz mostra que o colegiado tem sua utilidade.

Melhor de três/ Aqueles que têm algum poder para tentar baixar a poeira da guerra entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o da Câmara, Eduardo Cunha, são: José Sarney, Michel Temer e Valdir Raupp. Todos os demais personagens já estão nas torcidas de um ou de outro. 

Por falar em Eduardo Cunha…/ O presidente da Câmara não pretende mudar nem um milímetro o ritmo que estabeleceu na Casa. Ele sabe que colocará o prestígio na Casa em risco, se sair do script da independência em relação ao Planalto e ao Senado.

Ficha Limpa a perigo

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A esperança dos fichas sujas

Na conversa dos deputados com o juiz Sérgio Moro, em Curitiba, veio à tona a disposição de parte dos congressistas em acabar com o foro privilegiado. O juiz e as excelências visitantes são contra. A conclusão da conversa foi a de que mandar os processos de parlamentares para a primeira instância seria um prato cheio de ações sem-fim, ampliando infinitamente a possibilidade de recursos. Especialmente, se fosse para a comarca na qual o político processado fosse votado.

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Houve inclusive quem dissesse que, se a Ação Penal 470, vulgo mensalão, demorou oito anos no Supremo Tribunal Federal, qualquer outro processo levaria pelo menos 20 se tudo estivesse na primeira instância. Ou seja, se há algum tempo o foro privilegiado protegia, hoje ele é o mecanismo mais ágil para garantir o julgamento num tempo mais curto e, ao mesmo tempo, incluir logo o sujeito na chamada “ficha suja”. 


E os soltos?

Diante da dificuldade de ouvir já na semana que vem os executivos presos pela Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro deu a senha: Júlio Camargo, empresário da japonesa Toyo, e dois executivos da Camargo Corrêa estão soltos e ainda não prestaram depoimento à CPI. Eles têm muito a dizer. Devem ser os próximos  convocados.


Memória & desgaste

Júlio Carmago, para quem não lembra, é aquele que mencionou a interferência de José Dirceu para que a Toyo assinasse contratos com a Petrobras. A oposição gostou e se empolgou com a perspectiva de chamá-lo. É mais PT na roda da CPI. 


Questão de brio

A decisão da bancada do PSDB na Câmara em favor do pedido de impeachment está diretamente relacionada à vontade de mostrar ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que ele teria “extrapolado” ao dizer que não é o momento de mexer com esse tema. Uma boa parte dos deputados, inclusive o líder, Carlos Sampaio, quis mostrar ontem quem detém o controle do processo.


Dos males, o menor

O resultado positivo da criação de empregos em março fez reavivar no governo a vontade de comemorar o 1º de maio mantendo a tradição do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na tevê. Há uma sensação de que, se houver algum panelaço, será reduzido. Além disso, há quem diga não ser possível uma presidente que já enfrentou a ditadura ficar com medo do barulho da democracia.

CURTIDAS    Virou piada, mas…/ Entre quinta e ontem, Brasília ferveu com as “informações seguras” segundo as quais os investigadores da Lava-Jato colocariam o ex-ministro José Dirceu no xilindró. Indignados, os policiais desmentiram e reclamaram da divulgação das falsas notícias toda sexta-feira. Um deles disse ao repórter Eduardo Militão, do Correio: “Vamos lançar a campanha #quemdevenãodormeemcasanaquinta”, ironizou.

…Onde há fumaça …Há fogo/ Realmente, a PF fez duas operações policiais na sexta-feira. Na primeira, a “Caronte”, prendeu três pessoas acusadas de fraudes em licitações do PAC em Mato Grosso. Na segunda, a “Escudo” combateu contrabando, descaminho e outros crimes de fronteira. Nada de 

Lava-Jato e Dirceu, suspeito de usar suas consultorias para encobrir pagamentos de propinas de empreiteiras fornecedoras da Petrobras. 

Enquanto isso, em Curitiba…/ Os deputados ficaram satisfeitíssimos com a conversa do juiz Sérgio Moro. No fim, todos quiseram tirar fotos com ele. Em termos de sucesso com a população, Moro está para a Lava-Jato como Joaquim Barbosa esteve para o mensalão. No quesito recuperação de dinheiro, entretanto, o juiz paranaense está bem à frente. 

O contribuinte agradece.

E o Pizzolato, hein?/ Como se o desgaste do petrolão não bastasse, a extradição de Henrique Pizzolato trará de volta ao noticiário todas as agruras dos petistas com o processo do mensalão. Em tempos de partidos falando em impeachment, é mais uma colher de farinha para engrossar o pirão.