Autor: Denise Rothenburg
Depois das discussões desta manhã, primeiro dia do julgamento da presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo vai arguir daqui a pouco a suspeição do procurador Júlio Marcelo enquanto testemunha do processo. “As testemunhas têm que ser isentas e ele tem interesse no processo, foi militante político em favor da tese do impeachment. Não tem isenção para ser testemunha”, diz o ex-ministro, que aproveita o intervalo de almoço para conversar com alguns senadores da base aliada da presidente Dilma Rousseff.
O ex-ministro esteve com Dilma ontem, antes do ato no teatro dos Bancários, um evento que deixou a desejar em termos de público e, para completar, não contou com as estrelas do PT. A presidente acompanha o processo pela TV, no Alvorada. Assistiu pela manhã e deve prosseguir hoje à tarde. Ela assiste até para usar alguns elementos no discurso que fará na segunda-feira.
Em tempo: diante dos atrasos __ até agora nenhuma testemunha foi ouvida __, a expectativa dos senadores é de sessões no fim de semana.
A leitura política dos peemedebistas sobre a presença do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, na solenidade Agro+, ontem no Planalto, foi muito além dos simples laços de amizade que une o magistrado e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ambos de Mato Grosso. Deputados e senadores saíram do evento com a convicção de que Mendes não patrocinará nada que possa jogar o presidente em exercício, Michel Temer, no cadafalso.
Dois pedidos…
O Solidariedade, do deputado Paulinho da Força, conta com a criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Porém, a Frente Parlamentar de Agricultura (FPA) prefere um órgão sem status de ministério que faça a regularização dos assentamentos já concretizados, e do sistema fundiário, com muita assistência técnica, deixando a parte de cestas básicas para o Ministério do Desenvolvimento Social.
…Uma enrolação
O presidente em exercício, Michel Temer, não disse nem sim nem não à FPA. Afirmou apenas que a solução será discutida com os deputados que integram o grupo, considerado a mais poderosa organização suprapartidária do Congresso.
Eles e elas
Quem acompanha de perto a guerra entre as distritais Celina Leão e Liliane Roriz só tem um receio: que as duas terminem no fosso. Foi assim, quando da disputa entre os senadores Antonio Carlos Magalhães e Jader Barbalho nos idos de 2000. Um puxou o outro
para baixo.
O que dá cadeia
É bom o grupo de distritais afastados da Câmara Legislativa pensar duas vezes antes de esconder documentos: o ex-senador Delcídio do Amaral foi para a cadeia por tentativa de obstrução da Justiça. O mesmo ocorreu com José Roberto Arruda, que escapou da prisão quando do estouro da Caixa de Pandora, mas terminou preso, acusado de subornar testemunha.
Sem intermediários
Uma das questões de ordem que promete tomar um bom tempo hoje será sobre se os senadores podem ou não fazer perguntas diretamente à presidente afastada na segunda-feira ou terão que se dirigir ao presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, que, por sua vez, repetirá a questão para Dilma. A turma pró-impeachment prefere perguntar diretamente.
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Seguro morreu de velho/ O presidente em exercício, Michel Temer, só viajará para a China depois da exibição de seu pronunciamento pós-impeachment. Ainda que perca o seminário empresarial em Xangai, seu primeiro compromisso, seguirá o conselho de Ulysses Guimarães: “Não existe vácuo de poder”.
Sessão coruja I/ Os cálculos dos senadores preveem 48 horas só para a oitiva das oito testemunhas. Logo, a aposta é a de que haverá sessão no sábado. Para a última fase, fala dos senadores, da defesa e da acusação, a ordem é seguir madrugada adentro.
Sessão coruja II/ Rígido no quesito horário, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski (foto), passou boa parte das reuniões para definição do rito de impeachment, preocupado com a hora de encerrar as sessões. Rápido, um senador respondeu: “O senhor não se preocupe, que aqui o pessoal está acostumado a dormir tarde”. Para quem não se lembra, a aceitação do processo no plenário do Senado terminou 6h30 da matina. E a pronúncia, 2h40.
Dilma e Getúlio/ Aliados da presidente Dilma Rousseff ficaram atônitos quando o senador petista Lindbergh Farias leu a carta-testamento de Getúlio Vargas ontem no plenário, como forma de marcar os 52 anos da morte do ex-presidente. Otto Alencar, do PSD da Bahia, foi tirar satisfações: “Ei, que é isso? Num momento como esse? Ele cometeu suicídio! Você quer que a Dilma se mate?”
Nem o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, nem a viagem à China. O que tem tirado o sono do presidente em exercício, Michel Temer, é a falta de votações na Câmara dos Deputados. Esse sinal de apoio, de que a vida voltou ao normal na Casa, precisar ser dado, e logo. De preferência, com a aprovação da criação da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos. A avaliação tirada da reunião de ontem é a de que se os deputados não partirem logo para “demonstração inequívoca” de apoio ao governo, vai ficar difícil convencer o mercado de que Temer terá todo o respaldo para as polêmicas reformas que virão.
Área de risco
O governo está mapeando os pedidos do antigo “centrão” com vistas a tirar o poder de ação conjunta do grupo. Não por acaso, partidos como o PSC e o PR ganharam cargos do governo recentemente, conforme noticiou a coluna.
Tá combinado
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fará o papel do turrão, que não aceita mudanças em tudo o que propuser. E Temer, o conciliador, negociará tudo com os congressistas.
Laços de amizade
Quem conhece Leo Pinheiro e o ministro do Supremo Tribunal Federal Antonio Dias Toffoli assegura que os dois não eram próximos e atribui a citação ao nome do magistrado à vingança por não receber ajuda. Eles foram apresentados por Lula e José Dirceu — esses sim, muito amigos do empreiteiro que acaba de fechar delação premiada e citar Toffoli.
“Tenho o maior respeito por ela, não vejo por que constrangê-la ou ser constrangido. A esta altura do campeonato, a questão do impeachment está resolvida por algo entre 60, 61 votos”
Eduardo Braga (PMDB-AM), ex-ministro de Minas e Energia e senador
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E lá vem Maranhão!/ Alguém ainda se lembra daquele ex-presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (foto)? Pois é. Na semana que vem, quando, confirmado o placar do impeachment de Dilma Rousseff, Michel Temer embarcar para a China, e o deputado Rodrigo Maia assumir interinamente a Presidência da República, Maranhão retorna ao comando da Casa.
O segredo do sucesso/ Numa campanha curta, os políticos não têm mais dúvidas: nas grandes cidades, quem não tiver um tempo expressivo na tevê não terá fôlego eleitoral. É nisso que os adversários de Celso Russomanno apostam para deixá-lo fora de um segundo turno em São Paulo.
Ibope…/ Depois da delação de Leo Pinheiro, da OAS, e das menções ao ministro Antonio Dias Toffoli, as sessões do Supremo Tribunal Federal prometem atrair muito mais atenção do que o impeachment de Dilma, onde o placar já é considerado definido.
…e Poder/ O fato de Renan Calheiros ter ido a Dilma Rousseff apenas depois da viagem com Michel Temer ao Rio de Janeiro e sair do Alvorada direto para uma nova reunião com o presidente em exercício em São Paulo deixou a todos a certeza de que os dois peemedebistas se acertaram. Inclusive quanto ao Ministério do Turismo.
O comando da Aeronáutica decidiu excluir do Corpo de Graduados Especiais da Ordem do Mérito da Força os petistas José Dirceu e José Genoíno, condenados no escândalo do mensalão. A decisão, assinada pelo comandante Nivaldo Rossato, atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ato já está publicado no Diário Oficial da União. Dirceu perdeu o grau de Grande Oficial. E Genoíno, de Comendador.
Os petistas estão cansados de ouvir desaforos dos adversários. Por isso, todos os deputados do partido, candidatos a vereador e prefeito já foram comunicados que qualquer ataque relativo ao envolvimento de integrantes do partido na Lava-Jato deve ser respondido na mesma moeda. Como PMDB, PP, PSB, PSDB e outros tiveram sua parcela de citações no elenco de delatores, a aposta é a de que ninguém vai quero entrar nessa seara.
O que tira o sono deles
Autoridades dedicadas às investigações da Lava Jato prometem para a semana que vem a delação de executivos da Odebrecht. É a realidade de volta à cena, logo depois dos jogos Olimpícos.
Nomeações em alta
O Diário Oficial da União todos os dias sai recheado. Estão na fila para nomeação a diretora de Atendimento do INSS, Ana Nedja Mendes Júnior, indicada pelo PSC, e o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Infraero, Ricardo Oliveira, escolhido pelo PR. A ordem é resolver o que der antes do Congresso voltar ao trabalho a pleno vapor.
2013 revisitado
O meio político viu na carta da presidente Dilma Rousseff a mesma estratégia usada em 2013, quando ela apostou numa reforma política para responder às manifestações das ruas. Não surtiu efeito. Até os petistas consideraram que a carta veio tarde. O Congresso está em recesso branco e, no com tanta decisão olímpica na telinha, a população não prestou muita atenção.
Renan olímpico
O governo Michel Temer não conta com o voto de Renan Calheiros no processo de impeachment. E o motivo para isso é muito simples. O atual governo já tem os votos, sem precisar que o presidente do Senado deixe de lado a aura de distanciamento do processo.
“O que despertou no Brasil a possibilidade de sediar o maior evento do planeta foi o trabalho feito em Brasília, a primeira cidade da América do ?Sul a apresentar uma candidatura aceita pelo Comitê Olímpico Internacional, em 1992”
Do ex-governador Paulo Octávio, o maior entusiasta do projeto na década de 90
CURTIDAS
A carta? Ih!/ Comentário do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ao saber que a presidente afastada, Dilma Rousseff, havia divulgado uma carta à Nação: “Ah, é? Agora, vai a 64”. Referia-se ao número de votos pró-impeachment.
Jeito de debutante/ Candidato a prefeito de São Paulo, João Dória, seguiu a máxima de “Deus ajuda quem cedo madruga”. Às cinco da matina, estava na rua, em busca de votos. A ansiedade se justifica. Dos candidatos dos grandes partidos ele é o único estreante numa campanha majoritária.
Números de estreante/ Em conversas reservadas, os petistas reclamam que Fernando Haddad só está embolado porque não bateu bumbo sobre suas ações como prefeito. A maioria considera que a posição de desvantagem na largada não se deve aos problemas do partido e sim aos baixos investimentos em divulgação.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro…/ Já tem gente apostando que o prefeito Eduardo Paes ganhou fôlego para levar Pedro Paulo à prefeitura. Lá, a campanha só terá alguma visibilidade quando terminar a Olimpíada.
Esta Dilma comemorou/ Dona Dilma comemorou muito a medalha de prata da canoagem olímpica. Ela não é mãe do PAC e sim do atleta Isaquias Queiroz.
A disposição do governo federal em ajudar o governador Rodrigo Rollemberg a resolver a crise com a Polícia Civil esbarra no risco do efeito cascata: técnicos da Fazenda avisam que, se o presidente fizer qualquer concessão ao Governo do Distrito Federal, ainda que dentro dos valores que o governo local tem a receber, outros governadores farão fila no Planalto com a mesma finalidade. Isso sem contar os 505 deputados de outras unidades da Federação. E tem mais: se continuar esta onda de aumentos, sem reformas estruturais, periga outros estados entrarem na onda do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, de parcelamento de salário e benefícios. O momento é considerado o mais grave desde a redemocratização do país.
Governo refém
O desenho do governo Michel Temer foi concebido para deixar o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, voltado às ações internas e propostas de melhoria na gestão. Porém, a realidade é outra. Com a pulverização da política e as dificuldades do ministro Geddel Vieira Lima em atender a todos os pedidos, a agenda de Padilha está cada dia mais recheada de parlamentares. É o governo rendido ao Congresso Nacional.
Migração
Aos poucos, os governadores vão acabando com o tal regime estatutário de admissão de funcionários, que não tem FGTS, porém, garante aposentadoria integral e estabilidade no emprego. Em Goiás, por exemplo, a tendência tem sido buscar meios de contratar pelo regime CLT. É o jeito de tentar fazer com que a conta da Previdência feche mais à frente. De quebra, o governo estadual ainda joga para evitar a turma que, por causa da estabilidade, considera desnecessário se dedicar ao trabalho.
Por falar em conta…
Sexta-feira, 20h, Iate Clube de Brasília. Uma mulher de 44 anos, funcionária de um tribunal, comenta com uma amiga numa das lanchonetes do clube mais badalado de Brasília: “Tristeza, se a reforma da Previdência for aprovada, não poderei mais me aposentar aos 47”. Ou essa mentalidade muda, ou daqui alguns anos quem deseja se aposentar jovem assim vai terminar sem receber os proventos.
Melhor de três
2018 ainda está longe, mas os políticos começam a fazer as apostas sobre quem, dentro do PSDB, teria hoje mais empuxo de deixar o ninho para concorrer à Presidência da República. E, ao contrário do que se tornou senso comum, não é José Serra e sim Geraldo Alckmin. Isso porque, no PSB, o governador paulista acredita ser possível abarcar a maioria dos votos de centro-esquerda e centro-direita, deixando os adversários disputando as extremidades.
É o cara
O deputado Max Beltrão ainda é o nome para assumir o Ministério do Turismo. A nomeação, entretanto, só sai depois do impeachment, com a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Sinal de que o presidente em exercício não quer briga com Renan Calheiros (PMDB-AL).
Quem não deve…/ O senador Reguffe (foto), do PDT-DF, avisa que votará contra o reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal. “As pessoas esquecem que alguém vai ter que pagar por isso, e esse alguém é o contribuinte”, diz ele.
Aprovado/ Até os políticos que tachavam o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, de governista estão satisfeitos com a condução dos trabalhos do processo de impeachment. Ele passou no teste ao cortar a palavra tanto de Gleisi Hoffmann quanto de Álvaro Dias.
Por falar em teste…/ O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não terá vida fácil em 12 de setembro. Se o quórum for baixo, vão dizer que ele atuou para livrar Eduardo Cunha da cassação. A sorte de Rodrigo está lançada.
“Spa” do Luiz/ A ala da Papuda reformada por Luiz Estevão virou sonho de consumo daqueles detidos pela Lava-Jato. Valdemar Costa Neto, por exemplo, considera a de melhor padrão. Não é à toa que muitos tentam transferência para a penitenciária da capital.
Já passava das 21h30, quando o presidente em exercício, Michel Temer, telefonou para o governador Rodrigo Rollemberg a fim de desfazer qualquer clima ruim entre eles e estancar qualquer perspectiva de crise entre o governo federal e o GDF. Temer foi logo dizendo ao governador que não o considerava desleal, apenas não podia se comprometer em encontrar uma solução para a crise entre o governo local e a Polícia Civil, mas está disposto a ajudar na análise das alternativas que forem colocadas à mesa pelo GDF.
O telefonema foi provocado pelo post publicado no blog (leia os dois posts abaixo) a respeito da nota Rollemberg sobre o encontro entre ele e o presidente hoje no início da tarde, quando discutiram a crise da polícia civil. A última frase da nota de Rollemberg deu a entender que o presidente se comprometera a estudar alternativas, sem esclarecer que essas alternativas seriam apresentadas pelo próprio GDF. Foi o suficiente para que o assessor do presidente Tadeu Filippelli alertasse a Temer sobre o risco de a crise da polícia civil cair no colo do presidente.
No telefonema há pouco, Rollemberg disse a Temer que em nenhum momento pensou em jogar a crise no colo do governo federal. “Só tenho palavras de reconhecimento e apreço pelo presidente e gratidão pela forma como ele tem tratado os problemas da capital”, disse Rollemberg ao blog.
Desfeito o mal entendido, o governo do Distrito Federal passará o fim de semana em reuniões para tentar buscar uma solução. As dificuldades são de toda a ordem, porque qualquer concessão aos policiais civis levará outros setores a buscarem equiparação. Hoje, Rollemberg termina o dia com os canais de diálogo reforçados com o governo federal. Dos males, o menor está resolvido.
A propósito do post publicado abaixo, o Governo do Distrito Federal explicou que não houve intenção por parte do governador Rodrigo Rollemberg de jogar o problema salarial da Polícia Civil no colo do presidente em exercício, Michel Temer. Ao dizer na nota que “o presidente se comprometeu a estudar alternativas”, afirma a assessoria do GDF, Rollemberg se referiu a alternativas a serem apresentadas pelo governo local.
O GDF não tem recursos para resolver o problema e tem esperanças de receber do governo federal parte dos recursos que ao longo dos anos deveriam ter sido repassados ao governo local em várias contas e não foram pagos. Os cálculos desse passivo variam de R$ 200 milhões a R$ 1 bilhão. Se receber parte desses recursos, o governo local teria algum extra para negociar com os policiais. O problema, entretanto, é para o futuro. Nunca é demais lembrar que salário termina virando despesa permanente. O saldo do dia de hoje foi o de que, apesar dos atropelos, GDF e governo federal começaram a conversar. Aguardemos os próximos capítulos.
A nota divulgada há pouco pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, dizendo que o presidente Michel Temer “se comprometeu a estudar alternativas” para resolver a greve da Polícia Civil abriu uma crise entre o GDF e o governo federal. Temer, que soube da nota por intermédio de um telefonema do assessor especial Tadeu Filippelli, classificou a declaração do GDF como “desleal”. Em nenhum momento, segundo Filippelli, Temer se comprometeu a estudar alternativas, uma vez que a busca da solução para o impasse cabe ao governo local.
Temer recebeu Rollemberg no início da tarde desta sexta-feira, extra agenda, a pedido do governador. Ele ouviu o relato de Rollemberg sobre as reivindicações dos policiais em greve, entendeu o problema, mas, de acordo com Filippelli, teria sido muito claro ao dizer que Rollemberg buscasse a solução.
A praxe nesses casos, aliás, é o governo local, após entendimento com os setores interessados, enviar uma minuta de mensagem ao governo federal, que, aí sim, passa a discutir o assunto e, se for o caso, encaminhar ao Congresso Nacional para apreciação. Não foi isso que terminou relatado na nota oficial do GDF.
Eis a íntegra:
“O governador Rodrigo Rollemberg esteve reunido nesta sexta-feira (12) com o presidente da República em exercício, Michel Temer, para manifestar a preocupação em relação a reivindicação da Polícia Civil de isonomia com a Polícia Federal. O objetivo foi buscar soluções conjuntas.
Embora reconheça a legitimidade do pleito, o governador reiterou que o governo de Brasília não tem capacidade de arcar com esses valores sem a ajuda do Governo Federal. Além disso, há a preocupação com as outras forças de segurança, como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiro, que também desejam equiparação salarial com a Polícia Civil.
O presidente Michel Temer se comprometeu a estudar alternativas.”.
O que mais irritou Temer foi o fato de o governador jogar o problema no colo do governo federal, especialmente, na última frase. Temer vai apenas esperar o que vier de solução, a ser negociada entre o GDF e os policiais. Uma crise com o governo federal era tudo o que Rollemberg não precisava nesse momento.
Parlamentares que tiveram ajuda de Eduardo Cunha nas últimas eleições ou no período em que o deputado era presidente da Câmara avisaram que não pretendem dar o ar da graça no Congresso na data marcada para votação do processo de cassação do peemedebista: 12 de setembro. O freio do grupo é o doleiro Lúcio Funaro, preso na Papuda. Funaro, apontado como um dos operadores de Eduardo Cunha, era quem fazia a ponte com a turma. E mais: além de rico, é organizado, ou seja, tem registro dos próprios passos e de quem ajudou. Há, no meio político, quem tenha mais medo de Funaro do que de Sérgio Moro.
João Santana,
o retorno I
O marqueteiro João Santana e a mulher, Mônica, voaram no início da noite de quarta-feira de Brasília para Salvador sem serem incomodados pelos demais passageiros. Mais magro e sorridente, cumprimentou a maioria dos parlamentares a bordo. Mônica continua muito abatida.
João Santana,
o retorno II
A passagem do marqueteiro por Brasília e a presença de Lula na cidade esta semana não foram meras coincidências. Santana ajuda a bolar o discurso capaz de tirar o partido das cordas. Afinal, estão todos no mesmo barco.
Por falar
em João…
Os parlamentares que conversaram com ele consideram que o melhor para Dilma Rousseff neste momento seria transformar o documento que pretendia divulgar na última terça-feira, quando da votação da pronúncia em plenário, em carta de renúncia. Dilma, entretanto, resiste.
Duplo castigo
A pena do Almirante Othon Luiz Pinheiro será ainda maior que os 43 anos de cadeia. Ele está a um passo de perder o posto da Marinha.
Goiás 2018
Em visita ao Correio ontem, o governador Marconi Perillo (foto) não fez mistério em relação ao pré-candidato à sua sucessão: “O vice-governador (José Eliton) é o candidato natural”, diz ele. Hoje, José Eliton é o secretário de Segurança, um teste de fogo para qualquer um que tenha pretensões políticas.
Novo slogan…/ Sabe aquele lema “o Ministério da Saúde adverte…”? Pois é, no palácio onde o presidente em exercício, Michel Temer, despacha, a frase ficou assim: “O Planalto adverte: frases de ministro da Saúde fazem mal ao governo”.
…Velha lição/ Se tem algo que, em política, não se faz, dizem os especialistas em marketing político, é falar mal de mulher. Especialmente, quando o assunto é relacionar trabalho e gênero. Ricardo Barros, o boquirroto, tropeçou nos dois quesitos. Levou um puxão de orelha do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e periga ainda levar um carão
em casa.
Enquanto isso, na agenda presidencial…/ Michel Temer recebe o primeiro chefe de Estado nesse período de interinidade: o presidente da Armênia, Serj Sargsyan. Com direito à subida da rampa e tudo mais. Depois, o ministro de Relações Exteriores, José Serra, lançará a pedra fundamental da embaixada armênia.
Jucá está babando…/ Calma, pessoal, não é de raiva com a Lava-Jato ou com as balas perdidas. Isso, na visão dele, é parte do jogo. O que enlouqueceu o senador Romero Jucá foi o nascimento da primeira neta, Olívia, filha de Rodrigo Jucá. Agora, os senadores só o chamam de “vovô”.

