Reabertura do caso Flávio Bolsonaro preocupa Planalto

Planalto
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Assessores palacianos já se preparam para aumentar o estoque de comprimidos contra dor de cabeça. É que, ali, no QG das decisões governamentais, há a certeza de que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) será o mais exposto com a liberação do compartilhamento de dados pela Receita Federal e também da Unidade de Informações Financeiras (UIF), sucessora do Coaf. No papel de vice-presidente do Aliança pelo Brasil, Flávio Bolsonaro é hoje considerado peça-chave nos planos políticos de seu pai e tem sido voz ativa em defesa do governo no Senado.

Só o fato de reabrir a investigação já será motivo de desgaste, especialmente em ano eleitoral. O senador jurou a seus colegas no Senado que não tem relação com as movimentações do ex-assessor Fabrício Queiroz e negou qualquer participação em esquema de “rachadinhas” (quando os funcionários de um gabinete são obrigados a entregar parte do salário a outra pessoa). O presidente Bolsonaro, entretanto, promete seguir nas duas linhas, que adotou desde o início: a de que Flávio é investigado para tentar atingi-lo e a de que quem não deve, não teme.

E o governo “Dilmou”

Apesar da nota cautelosa da Febraban, a turma dos bancos não ficou nada satisfeita com o tabelamento de juros do cheque especial. Jamais esperava essa atitude de um governo que, no ano passado, criticou a presidente Dilma Rousseff por ela ter decidido baixar os juros na marra.

“Mata-mata”

É assim que muita gente atenta aos projetos do Congresso tem se referido às propostas de emendas constitucionais, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou ao Congresso, até dentro do próprio governo. Mata-mata é um quelônio ameaçado de extinção que habita a Amazônia. São grandes jabutis colocados para serem retirados.

O grande primo do jabuti

Um dos maiores quelônios no texto que Guedes enviou na PEC Emergencial é a redução de salários de servidores em 25%. Ainda que haja redução da jornada, a avaliação dos partidos que ajudam o governo é a de que não passa.

Moro, o próximo tema

Passado o julgamento do compartilhamento de dados e da segunda instância, o próximo grande tema no Supremo Tribunal Federal, que o Ministério Público e a Lava-Jato acompanham com uma lupa, é a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. O PT pressiona para que seja julgado este ano. No partido, há a certeza de que, se o STF julgar o atual ministro da Justiça, suspeito no caso Lula, o ex-presidente deixará de ser tratado como criminoso. Hoje, depois de duas condenações, por mais que Lula diga que é inocente, sempre haverá quem o considere culpado.

Depois do pré-sal…/ O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, passou por Londres, Milão, está em Moscou e segue ainda hoje para Berlim, a fim de encontrar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. A missão é apresentar as oportunidades de negócios no Brasil a megainvestidores estrangeiros. Entre quatro paredes, há quem diga que, depois da frustração com os leilões do petróleo, todo cuidado é pouco.

Quem manda/ O presidente Jair Bolsonaro pretende passar o ano-novo no Forte dos Andradas, no Guarujá, onde funciona o comando da brigada de artilharia antiaérea. Mas, quem vai decidir o destino da família para as festas de fim de ano, será a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que ontem invadiu a live do marido para comemorar 12 anos de casados.

Começou a desaceleração/ Passada a reunião do Mercosul em Bento Gonçalves na semana que vem, alguns integrantes do primeiro escalão devem tirar uns dias de férias. Entre eles, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

Nordestinos irados/ A citação em manchetes de sites de São Paulo a respeito do óleo venezuelano em praias do Rio de Janeiro virou notícia no WhatsApp, onde foi usada a expressão “óleo do Nordeste” chega ao litoral do Rio sem causar estrago ambiental. Ora, o óleo é venezuelano. #ficaadica para a turma de São Paulo.

Haddad vira quinta opção do PT de candidato à presidência

Fernando Haddad
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Com o ex-presidente Lula condenado em segunda instância mais uma vez, cresce entre os petistas a certeza de que a única saída para tornar Lula candidato é conseguir anular as condenações no Supremo. Há, inclusive, quem diga que o fato de o TRF-4 ter estipulado a pena de 17 anos pode ajudar. Afinal, criminosos mais perigosos que o petista já receberam penas menores.

E o plano B

Se Lula não puder ser candidato, será chamado o detentor da “senha 02”, hoje, nas mãos dos baianos — no caso do governador da Bahia, Rui Costa, ou o senador Jaques Wagner.

Haddad é 05

Depois dos baianos, segue a fila com os governadores do Ceará, Camillo Santana; e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que, embora não seja petista, é visto como uma boa opção. Depois de todos esses é que uma ala do PT inclui Fernando Haddad, o ex-prefeito de São Paulo.

Papai Noel, coelhinho da Páscoa, fada dos dentes…

O fato de os petistas colocarem Haddad com a senha número 05, dizem alguns, tem um objetivo: levá-lo a concorrer à Prefeitura de São Paulo. Assim, se perder, o partido ficaria em dívida com o candidato. Ahã.

Projeto de lei quer impedir que Dallagnol seja candidato

Deltan Dallagnol
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Os partidos de centro encontraram um meio de tirar os procuradores da Lava-Jato, juízes e policiais das eleições por, pelo menos, seis anos. Esse é o período de quarentena fixado no projeto do deputado Fábio Trad (PSD-MS) para que um procurador ou juiz possa disputar eleições depois de deixar o cargo. A proposta é bem-vinda pelo PSD, PP, PL e Solidariedade. A ideia é tentar votar ainda este ano.

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Para a eleição de 2020, a proposta, se aprovada, pode atingir, por exemplo, o procurador-geral de Justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar, pré-candidato a prefeito de Maceió. Para 2022, o maior alvo é Deltan Dallagnol, o procurador da Lava-Jato que sofreu uma advertência por declarações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

No caso das candidaturas a prefeito ou vereador, pode até gerar discussão, uma vez que falta menos de um ano para o pleito. Quanto aos procuradores que sonham com um vaga de deputado federal ou senador, há tempo de sobra para aprovação.

Deu motivo

Antes mesmo da punição a que foram submetidos ontem, os deputados do PSL aliados a Jair Bolsonaro já pensavam em ingressar no Tribunal Superior Eleitoral para pedir o mandato sob a alegação de descumprimento do programa do partido e de perseguição. Agora, vão acelerar esse processo.

Teste dos cassinos/ O deputado Eduardo Bismark (PDT-CE) aproveitou a votação do projeto clube-empresa, para os times de futebol adotarem gestão empresarial, e apresentou uma emenda para permitir a abertura de cassinos em áreas de resorts. “Eu não tenho esperanças de aprovação, mas assim, pelo menos, abrimos a discussão”, diz ele.

Se não correr, perde/ O Japão está abrindo cassinos agora e donos de hotéis que pretendiam investir nesse setor de jogos de azar no Brasil começam a se voltar para a Ásia: “Se não aprovarmos logo, vamos perder investimentos e empregos”, diz o deputado.

Acabou/ Os líderes reclamavam ontem, em conversas reservadas, que o episódio dos vetos foi a terceira quebra de acordo no Congresso este ano. Ou seja, não dá mais para confiar.

Depois da Aliança pelo Brasil…/ Por enquanto, os caciques das agremiações de centro dizem que a intenção deles ao lançar a campanha sobre as vantagens do Centro é apenas criar um movimento para mostrar a importância do grupo para o sucesso de um regime democrático como o brasileiro. Partido mesmo, unindo todas as legendas, há quem diga que só sai em 2021, e olhe lá.

Confiança quebrada no Senado

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O que era pra ser um dia de maratona de votações numa sessão conjunta do Congresso terminou em desconfiança generalizada por parte dos lideres partidários da Câmara em relação aos colegas de Senado. Havia um acordo para derrubada dos vetos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e, em vez de alguns senadores distribuírem a seus liderados as cédulas para votação dos vetos em bloco com o código de derrubada, distribuíram uma que continha a aprovação. Resultado: Mantidos os vetos à LDO, os lideres da Câmara derrubaram a sessão e, a votação dos projetos de lei de créditos suplementares ficou a ver navios assim como a dos vetos que não obtiveram consenso entre os partidos.

A raiva era tanta que, na Câmara, os líderes eram unânimes a afirmar que não tem mais conversa para votação de vetos em bloco. Quebrou-se em politica, uma matéria prima fundamental, que é o cumprimento de acordos. Agora, será veto a veto. Alguns senadores ainda tentaram justificar, dizendo que houve um erro na hora de distribuir as cédulas. Porém, em alguns partidos, o que houve mesmo foi irritação com o vai-e-vem das cédulas ao longo da noite de terça-feira. A irritação de alguns, somada à esperteza de outros, que achavam que poderiam simplesmente quebrara um acordo e prosseguir com a votação sairá caro é para o governo. Os lideres têm poucos dias para tentar restabelecer a confiança a fim de votar os créditos orçamentários ainda este ano. Dose para Leão.

Após polêmicas, Guedes precisará de um plano C

Paulo Guedes cintra
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Quem quer muitas coisas ao mesmo tempo corre o risco de ficar sem nenhuma ou restar apenas “a sobra”. É esse o raciocínio que começa a prevalecer no Congresso diante dos pacotes de emendas constitucionais enviados recentemente pelo governo — e inclui aí a reforma administrativa, que chegará em breve e que o governo adiou, dizem as más-línguas, com medo de manifestações em ano eleitoral. O ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi bem até a reforma previdenciária, erra feio nesta reta final de 2019. Fala de juros e ajuda o dólar a subir mais um pouco, fala de AI-5 e angaria nova lufada de má vontade do parlamento, gerando ainda mais instabilidade — o que afasta investidores.

Diante dos tropeços, a ideia que prevalece entre os líderes é aprovar, no início do ano que vem, a proposta considerada “emergencial” e discutir o restante de forma gradual. Ou seja, os congressistas não votarão nada a toque de caixa. Está claro que, se esse era o plano B do ministro da Economia, Paulo Guedes, está na hora de ele procurar um plano C.

PT em risco de isolamento

O documento que o PSB divulgará neste fim de semana, no Congresso, em que tratará da sua autorreforma, é uma espécie de aviso ao PT: ou o partido de Lula reconhece seus erros e busca os aliados com uma postura mais humilde, ou corre o risco de ficar falando de si para si. É que o PSB não se conforma com o fato de ter sido preterido, no passado, para dar lugar ao MDB, ao PP, ao PL e aos demais integrantes do chamado Centrão.

Witzel testa Bolsonaro

Ao pedir uma audiência ao presidente Jair Bolsonaro, o governador do Rio, Wilson Witzel, põe o capitão em xeque: se Bolsonaro não atender, deixará claro o uso político da Presidência da República, se não negar nada, estará ajudando o adversário de amanhã na corrida presidencial.

Memória

Para quem não se lembra, Bolsonaro acusou Witzel de vazar as tentativas de envolvimento de Carlos Bolsonaro com os suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. E, invariavelmente, diz que o governador do Rio só pensa na Presidência da República.

“Toda a crise da América Latina é de desigualdade. Se o Brasil não reduzir a desigualdade, será voo de galinha mesmo”

Elena Landau, economista

Publicação salgada/ O secretário-geral do Aliança pelo Brasil, Admar Gonzaga, tomou um susto quando foi pagar a publicação do estatuto do partido e a ata de fundação no Diário Oficial: R$ 20 mil. Como o partido ainda não tem recursos, o dinheiro saiu do bolso do advogado.

Balanço de mágoas/ A contar pelas declarações do general Santos Cruz à CPI das Fake News, Bolsonaro fechará o primeiro ano com uma coleção de ex-amigos. Até aqui, Gustavo Bebianno, Joyce Hasselmann, Alexandre Frota, Delegado Waldir, Luciano Bivar e por aí vai. Santos Cruz classificou “fritura” de ministros como “coisa de gente desqualificada”, que não sabe “administrar a política”.

Temer resgatado/ O ex-presidente Michel Temer, a cada dia, ganha um elogio aqui e ali. A economista Elena Landau foi direta ao comentar, no debate do Correio, que, graças ao governo dele, a equipe de Jair Bolsonaro não pegou uma situação pior. “Imagina se tivéssemos partido direto da situação do governo Dilma?”

Agenda social idem/ As bandeiras da inclusão social, que a esquerda sempre reivindicou, hoje gritam em todos os campos. “Toda a crise da América Latina é de desigualdade. Se o Brasil não reduzir a desigualdade, será voo de galinha mesmo”, disse Elena Landau.

E a segunda instância, hein?/ Alguém tinha esperanças de que isso seria resolvido nesta reta final de ano no Congresso? Ali, as coisas caminham lentamente e, se a população quiser pressa, que se manifeste, reclame e busque fazer valer a sua vontade. Essa é a beleza da democracia.

Governo apostará na polarização com o PT no balanço do primeiro ano

Polarização com o PT
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O governo do presidente Jair Bolsonaro começou a preparar os relatórios de balanço do primeiro ano de gestão. A reforma da Previdência entrará, mas não será o item principal. A ordem é dar destaque à conclusão de obras na área de infraestrutura e tudo o que o governo fez com menos recursos disponíveis em comparação ao tempo petista.

Assim, até na hora de apresentar os dados, o governo apostará na polarização com o PT, considerado o caminho mais seguro para manter a população que elegeu o presidente fiel ao Poder Executivo. Afinal, se deu certo na eleição, dará no governo.

Anvisa loteada?

O almirante Barra Torres será o presidente da Agência, mas as diretorias, avisam alguns líderes, devem ser reservadas ao MDB, que, aos poucos, vai se aproximando do governo. Já tem dois líderes, o do Senado, Fernando Bezerra Coelho, e o do Congresso, Eduardo Gomes. Falta o espaço no Executivo. E esse espaço virá.

Cedo demais

O PT só vai entrar no “Fora Bolsonaro” se os movimentos sociais seguirem essa linha. Por enquanto, essa bandeira está enrolada na gaveta.

Rua estreita

A reeleição de Gleisi Hoffmann para presidir o PT foi vista pelos partidos de esquerda e seus aliados como a certeza de que o partido do ex-presidente Lula vai continuar com o slogan Lula Livre, sem qualquer alteração de natureza programática. O risco é o partido falar de si para si mesmo, sem conseguir agregar mais votos para vencer os adversários.

Não é com eles…

Conforme a coluna antecipou, semana passada, a votação de hoje no Tribunal Superior Eleitoral nada tem a ver com o Aliança pelo Brasil, o novo partido de Bolsonaro. Eles não querem saber de assinatura digital para buscar as 500 mil assinaturas para fundação do partido. Querem, sim, a biometria, como foi dito pela coluna na última sexta-feira.

… e é demorado

O sistema biométrico de apoiamento ainda não está integrado ao sistema do TSE. E até isso ser feito, certamente, dizem alguns especialistas nesse ramo, a eleição de 2020 será coisa do passado.

Recordista/ A Medida Provisória 905, que trata dos novos tipo de contrato de trabalho para jovens de 18 a 29 anos, promete bater o recorde em pedidos de emendas. Só o deputado Túlio Gadelha (PDT-PE) apresentou 38 emendas ao texto.

Calligaris em Brasília/ O hospital Sírio-Libanês promove hoje palestra com o psicanalista italiano Contardo Calligaris, que se tornou famoso pela observação de dois fenômenos: a busca pela felicidade e a supervalorização da infância. No B Hotel, a partir de 19h30.

Eventos não faltam/ O Correio Braziliense promove mais um Correio Debate, no auditório do jornal, 14h30, “Desafios para 2020 – O Brasil que nos aguarda”, em parceria com o Sebrae, as faculdades Mackenzie, e Buser. O debate começa às 14h30. No meio da tarde, às 15h30, participação especial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que apresentará suas perspectivas para o próximo ano.

Trapaça na Pâtissier/ Trapaça, de Luís Costa Pinto, sobre os bastidores do governo Collor, tem lançamento especial hoje, no café Daniel Briand, na comercial da 104 Norte, a partir das 18h30.

Preocupação do governo é com a união do centro em 2020

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Os ataques de Lula contra Bolsonaro na convenção do PT não incomodaram os palacianos. Enquanto o ex-presidente tiver contas a acertar com a Justiça, o discurso para esse grupo está pronto e considerado fácil. Afinal, Lula foi preso, condenado, é acusado de ter bens que não estão em seu nome e por aí vai. O problema para o governo é o centro da política, que começa a sair da toca com nova roupagem, para se mostrar como o ponto de equilíbrio, do diálogo, capaz de tirar o melhor dos extremos hoje representados pelo bolsonarismo e pelo petismo. Esse centro, entretanto, ainda não se uniu. E por isso, a ordem no Planalto daqui para frente é trabalhar para que essa união não ocorra.

Juntos, PSDB, DEM, PP, PL, Cidadania, Solidariedade têm pelo menos 40% do eleitorado. Se esse contingente encontrar um líder, Bolsonaro terá de suar a camisa para um projeto de reeleição. Por enquanto, é só observar.

R$ 10 milhões para cada um

O governo retomou o pagamento das emendas parlamentares. A prioridade é concluir a liquidação dos R$ 10 milhões prometidos para cada deputado.

O problema é que as excelências juram ter recebido a promessa de outros R$ 10 milhões. E essas liberações estão muito lentas, sem perspectiva de conclusão para os próximos dias.

Dívida e política I

Em 2017, o governo abriu a possibilidade de renegociação de dívidas contraídas até 31 de dezembro daquele ano por parte dos produtores rurais do Nordeste, prejudicados por sucessivas adversidades climáticas. À época, o Banco do Nordeste (BNB) cumpriu a resolução. O Banco do Brasil, não. Agora, um projeto de lei uniu a bancada do Nordeste em torno dessa proposta. Assim, todos os bancos oficiais terão que cumprir.

Dívida e política II

O texto é assinado pelo deputado João Roma (Republicanos-BA) e tem o apoio dos nordestinos do PSL ao PT. A ideia é votar nessas quatro semanas que faltam para fechar o período legislativo.

E a sede?/ O Aliança pelo Brasil, do presidente Jair Bolsonaro, ainda não tem sede definida. Enquanto não decide, vai funcionando no escritório do secretário-geral da sigla, o advogado Admar Gonzaga.

Menos, Lula, menos/ O PSB tem encontro esta semana para discutir seu caminho. “O Lula despreza a nossa inteligência, ao dizer que quem não está com ele está a favor do Bolsonaro. Não vejo Lula nem Bolsonaro como meu líder. Essa polarização só interessa aos dois”, diz o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Aguardem novos capítulos I/ Por enquanto, Renan Calheiros não respondeu ao senador Major Olímpio, na última semana, quando eles discutiam o que Renan chamou de “ameaças de Olímpio a ministros do STF”. Mas quem conhece o grau de fervura do sangue alagoano garante que essa fleuma de Renan não vai durar muito.

Aguardem novos capítulos II/Nos corredores do Congresso, quando alguém pergunta a Major Olimpio sobre seu embate com Renan Calheiros na semana passada, o senador paulista responde: “Eu estou do lado de cá das algemas”.

Dilma estuda processar passageiro que a fotografou em voo

Dilma
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Quem posta…/ A ex-presidente Dilma Rousseff estuda processar o passageiro do voo da Emirates que a fotografou na classe Executiva, e divulgou as fotos nas redes sociais. O caso deve ficar a cargo do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

… que se prepare/ Amigos de Dilma consideram que é preciso dar uma lição em todos aqueles que divulgam imagens e informações sobre as pessoas públicas, sejam elas quem forem, sem checar o que houve de fato.

A ex-presidente estava na classe executiva, e não na primeira classe, conforme dizia o post que circulou nas redes sociais. Ela viajou para os Emirados Árabes a convite de Sultan bin Muhammad bin Saqr Al-Qasimi para o lançamento do grupo de trabalho Rights of Future Generations.

 

Novo partido de Bolsonaro desiste de assinatura eletrônica

Aliança pelo Brasil, novo partido de Bolsonaro
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A consulta sobre certificação digital feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para assinaturas de apoio à criação de novo partido, não interessa mais ao Aliança pelo Brasil, o novo partido do presidente Jair Bolsonaro. O sistema é considerado caro (são quase R$ 200 para se obter a certificação digital) e complicado para o cidadão comum.

O melhor mesmo, avaliaram os integrantes da legenda, é coletar as assinaturas uma a uma, com firma reconhecida em cartório, que é feita por menos de R$ 5, ou verificar junto ao TSE mais à frente se é possível a checagem via biometria. A intenção de alguns que trabalham pelo novo partido é, ao longo do processo de recolhimento das assinaturas, perguntar ao TSE se é possível conferi-las usando a mesma biometria que vale para a votação.

Hoje, 85% dos eleitores já têm as digitais cadastradas. Logo, dá para dispensar a burocracia cartorial. O próprio procurador eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, fez essa menção em seu parecer. Resta saber se haverá tempo hábil para aplicar ao novo partido.

O batismo de Tarcísio

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, não vai terminar o ano como unanimidade nacional. Elogiado até pelos adversários, é tido como alguém que errou a mão ao tentar impor um novo perfil ao Porto de Santos, para atender ao agronegócio, e provocou a ira dos moradores da cidade. Na próxima segunda-feira, a sociedade local vai se reunir para se contrapor ao desejo oficial anunciado de ampliar a atividade portuária a granel na área urbana próxima à praia.

O batismo de Tarcísio II

Sete universidades locais, incluindo o câmpus santista da Universidade Federal de São Paulo, os fóruns da cidadania de Santos e Guarujá, que compartilham o canal do porto, câmaras municipais de todas as cidades da Baixada Santista, empresários, concessionários, e todos os sindicatos ligados à atividade portuária, pretendem dizer ao governo federal que querem ser ouvidos e consultados.

Voos com escalas

Deputados federais e estaduais que querem ser candidatos no ano que vem vão esperar um pouquinho antes de seguir para o Aliança pelo Brasil. Alguns dispostos a sair do PSL desejam fazer escalas em legendas que já existem, antes de seguirem para o novo partido.

Meio-termo

O voto do ministro Alexandre Moraes, de que o acesso de dados da Receita para investigar criminosos não pode ser considerado inconstitucional, angaria simpatias entre juristas. Resta saber se será seguido pelos demais.

Nova referência/ Que Olavo de Carvalho que nada. Bolsonaro tem um novo Norte para o Aliança pelo Brasil: a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, falecida em 2013. Ela foi citada no discurso pelo presidente, quando mencionou que um país deve medir seu grau de desenvolvimento pelo número de pessoas que saem de programas sociais, e não por aqueles que precisam deles.

Às armas!/ Um quadro todo feito com cartuchos de balas de fuzis, de pistolas 9 mm, entre outras, com a frase “Aliança pelo Brasil” fez sucesso entre os aliados de Bolsonaro. O autor do quadro, Rodrigo Camacho, do Rio de Janeiro, saiu de lá com várias selfies e encomendas dos deputados.

Legalização dos cassinos volta à baila, mas reação dos evangélicos preocupa Bolsonaro

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Na conversa do presidente Jair Bolsonaro com deputados e senadores, ontem, no Planalto, a regularização dos cassinos no Brasil esteve entre os pratos principais. O líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), puxou o tema e mencionou algo que soa como música para os ouvidos da equipe econômica: a arrecadação desse setor pode render ao governo algo em torno de R$ 20 bilhões. Nada mal para um país que tem hoje R$ 19 bilhões para investimentos.

Bolsonaro não disse nem sim, nem não. Preocupado com a reação dos evangélicos, o senador Luiz do Carmo (MDB-GO) retrucou: “O senhor tem que ver a sua imagem, presidente”. Elmar foi direto: “Imagem de presidente é economia. Se vai para frente, imagem vai bem”. Se o presidente conseguir vencer a resistência evangélica, é aí que o governo tentará arrumar dinheiro extra para pagamento das contas.

Medidas na corda bamba I

O governo que se prepare: cresce no Congresso o desejo de devolver não só a medida provisória que extinguiu o DPVAT, como aquela que criou a carteira Verde e Amarela. A isso, junte-se a má vontade para aprovação de créditos suplementares ao Orçamento enquanto não houver uma definição sobre como os recursos serão distribuídos.

Reformas na corda bamba II

Pelo andar da carruagem, o governo não viverá uma boa quadra nesta reta final de 2019 no parlamento. Nada tem um mínimo consenso entre os partidos para andar em ritmo acelerado. Se sair o pacote anticrime, estará de bom tamanho.

Confusão total

Na Câmara, a prisão em segunda instância avançou uma casa, saiu da Comissão de Constituição e Justiça e vai para a Comissão Especial. No Senado, continua amarrada. Isso quer dizer que, por enquanto, não há acordo. E, ainda que uma Casa vote primeiro, terá que acertar com a outra e, de quebra, torcer para que o Supremo Tribunal Federal não acabe com a brincadeira logo em seguida.

Tem limite

A tendência do STF é estabelecer que apenas uma autorização judicial permita o uso de dados do antigo Coaf ou da Unidade de Inteligência Financeira. A dúvida de magistrados, entretanto, é se haverá alguma modulação no caso do ex-assessor Fabrício Queiroz.

Ingrato é pouco/ Bolsonaro não perde a chance de criticar o governador do Rio, Wilson Witzel. “Ele só pensa em disputar comigo. E olha que meu filho é que elegeu ele”, comentou o presidente com políticos.

Sem jeito…/ A reunião na sala do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estava no fim quando o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, se levantou e disse que precisava ir porque ia almoçar com Bolsonaro. No mesmo instante, voltou-se para o líder do DEM, Elmar Nascimento, e o do Solidariedade, Paulinho da Força: “Vamos?”

… mandou lembrança/ O constrangimento foi grande. Os outros, que não haviam sido convidados, ficaram meio sem graça. Depois o governo não entende por que o Congresso está se transformando num pote até aqui de mágoas.

Ciúmes de político/ Elmar e Paulinho saíram do almoço direto para a casa de Rodrigo Maia, onde estavam outros líderes. Ao chegarem lá, o presidente da Câmara foi direto: “Vocês já almoçaram com Bolsonaro, então nem vem”.