Agora é a prisão

Publicado em Política

A decisão tomada há pouco pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de acabar com a condução coercitiva de réus da Lava Jato vai expor muita gente à prisão temporária. A prisão foi adotada, por exemplo, na Operação Skala. Ali, foram presos o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi; o dono da Rodrimar, Antonio Celso Greco; o coronel João Baptista Lima Filho e o advogado José Yunes, além de uma empresária Celina Torrealba, do grupo Libra. A operação faz parte das investigações sobre o caso envolvendo suspeita de pagamento de propina no caso dos portos, que jogou luz sobre amigos do presidente Michel Temer.

A ideia do Ministério Público e da Polícia Federal naquele final de março, quando essas pessoas foram presas, era apenas levá-los a prestar depoimento,. ocorre que, as conduções coercitivas já estavam suspensas por uma liminar do ministro Gilmar Mendes. Quem deu entrada em ações contra as conduções coercitivas foi o Partido dos Trabalhadores e a Ordem dos Advogados do Brasil, que consideram a medida uma afronta ao direito do cidadão. O PT alega ainda que, em muitos casos, as pessoas sequer foram chamadas a prestar depoimento antes de serem levadas de forma coercitiva.

Nos bastidores da política, entretanto, tem muita gente achando que a emenda do STF pode piorar a vida de quem está na mira da Lava Jato, porque agora não há mais o meio-termo entre a liberdade e a prisão. Portanto, cenas como a do final de março, quando os amigos de Temer foram presos, devem se repetir. Mais um ingrediente para movimentar o ano eleitoral.