“A Lei Anticrime não está vigindo”, disse o repórter. Bobeou. Vigir não existe. A forma é viger. O dissílabo tem um defeitão. É intolerante. Detesta o a e o o. Só se conjuga nas formas em que essas vogais não aprecem depois do g. A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (eu vigo) não tem vez. Nem o presente do subjuntivo. Que eu viga? Uhhhh! Nas demais, o amigo só de alguns é regular. Conjuga-se como viver: vives (viges), vive (vige), vivemos (vigem), vivi (vigi), viveu (vigeu), vivemos (vigemos), viveram (vigeram); vivia (vigia); viveriam (vigeriam). A lei não está vigendo.
Complicado? A língua oferece mil outras possibilidades. Deixe o viger pra lá. Que tal vigorar? Ou entrar em vigor?