Tag: paralelismo
Dois pares formam 20-20. São duas dezenas no começo e duas no fim. A língua também tem seus casaizinhos. Fiéis, eles acreditam que, uma vez unidos, sempre unidos. Dois deles são pra lá de conhecidos. Trata-se das duplinhas de…a e da…à. Um a tem crase. O outro vem soltinho e feliz como pinto no lixo. Por quê? A razão é uma só: mania de imitação. […]
Imagine a cena. Paulo tem na mão meio copo de Coca-Cola. Luís tem meio copo de guaraná. Eles resolvem fazer uma combinação. Misturam a Coca com o guaraná. Dá uma bebida estranha. Ninguém sabe o que é. A única certeza é esta: a bebida não é Coca-Cola. Nem guaraná. Na língua também ocorrem misturas heterodoxas. São os cruzamentos. Distraídos, nós pegamos parte de uma estrutura. […]
O corpo fala. E dá lições. Uma delas: as partes que exercem função igual têm estrutura igual. No rosto, temos dois olhos, dois ouvidos, duas narinas. Um par exerce o mesmo papel que o outro. Os olhos veem. Os ouvidos ouvem. As narinas cheiram. Por exercerem a mesma função, o casalzinho tem a mesma forma. Um olho é do tamanho e da cor do outro. […]
“A busca será de 9h da manhã às 5h da tarde”, informou a tevê. Certo? Não. Faltou respeito às expressões casadinhas. Elas zelam pela harmonia do matrimônio. Adultério não é com elas. De mãos dadas, agem do mesmo jeitinho. O que acontece com um par acontece com o outro. Se um vem acompanhado de artigo, o outro também vem. Se não vem, o outro tampouco […]
A língua aprende a lição do corpo. No corpo, tudo o que existe aos pares tem harmonia. Temos duas orelhas, dois olhos, duas narinas, dois braços e duas pernas. Uma orelha é igual à outra, um olho igual ao outro, uma perna igual à outra. Eles são iguais porque têm funções iguais. A dos olhos é enxergar; a dos ouvidos, ouvir; a das narinas, cheirar, […]
Paralelismo não se observa só em enumerações. Ele pede passagem também em termos da oração. Se, por exemplo, um verbo pede dois objetos diretos, eles devem ter a mesma construção sintática. Misturar estruturas é pisar o paralelismo. Assim: Ele negou interesse no projeto e que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas. Ele negou dois fatos: a) interesse no projeto e b) […]
Cuidado com o e que. Só se pode empregar a duplinha quando houver o primeiro quê, claro ou subentendido: Ele negou que tivesse interesse no projeto e que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas. Na falta o primeiro quê, se aparecer e que, o paralelismo chora de dor: As pesquisas revelam grande número de indecisos e que pode haver segundo turno […]
A língua aprende a lição do corpo. No corpo, tudo o que existe aos pares tem harmonia. Temos duas orelhas, dois olhos, duas narinas, dois braços e duas pernas. Uma orelha é igual à outra, um olho igual ao outro, uma perna igual à outra. Eles são iguais porque têm funções iguais. A dos olhos é enxergar; a dos ouvidos, ouvir; a das narinas, cheirar, […]
“Aproveitando-se da localização privilegiada para observação, um mirante foi construído a 75 metros de altura e com capacidade para 150 pessoas”, escrevemos na pág. 24. O e sobra, não? Melhor: … um mirante foi construído a 75 metros de altura com capacidade para 150 pessoas.