Tag: conjugação
Na época do Natal, o coração fica molinho, molinho. Creches, asilos, instituições de caridade fazem a festa. Ao usá-lo, lembre-se da mudança. O hiato o/o exibia vistoso chapeuzinho. A reforma ortográfica o cassou. A duplinha ficou assim, sem lenço e sem documento: voo, perdoo, abençoo, coroo.
Presentear e cear pertencem ao vocabulário natalino. Ambos jogam no mesmo time. Cuidado com eles! Como passear, armam ciladas no presente do indicativo e do subjuntivo. O nós e o vós, orgulhosamente, esnobam o i. As outras pessoas carregam a vogalzinha com a resignação cristã: eu passeio (presenteio, ceio), ele passeia (presenteia, ceia), nós passeamos (presenteamos, ceamos), vós passeais (presenteais, ceais), eles passeiam (presenteiam, ceiam); […]
“A Lei Anticrime não está vigindo”, disse o repórter. Bobeou. Vigir não existe. A forma é viger. O dissílabo tem um defeitão. É intolerante. Detesta o a e o o. Só se conjuga nas formas em que essas vogais não aprecem depois do g. A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (eu vigo) não tem vez. Nem o presente do subjuntivo. Que eu […]
Competir joga no time de aderir: eu adiro (compito), ele adere (compete), nós aderimos (competimos), eles aderem (competem); eu aderi (competi), ele aderiu (competiu), nós aderimos (competimos), eles aderiram (competiram). E por aí vai.
Na subida do dólar, o Banco Central interveio. Com os cofres cheios de verdinhas, vendeu a moeda pra quem quis. Resultado: evitou que ela fugisse do controle. Com a medida, trouxe à cena o verbo intervir. E, com ele, a flexão que a moçada teima em complicar. Intervir conjuga-se como vir: venho (intervenho), vem (intervém), vimos (intervimos), vêm (intervêm); vim (intervim), veio (interveio), viemos (interviemos), […]
Rir é gozador. Ri de nós. Por causa do “eu rio”, as pessoas pensam que ele é defectivo, com falta de pessoas, tempos e modos. Nada disso. O boa-vida é completinho da silva. Mas é irregular. Eis o senhor rir. Ria com ele: eu rio, tu ris, ele ri, nós rimos, vós rides, eles riem; eu ri, ele riu, nós rimos, eles riram; que eu […]
Receita apreendeu R$ 3,8 milhões de viajantes em 20019. Eles transportam boladas de dinheiro ou obras de arte sem declarar. Resultado: caem nas malhas da fiscalização. O assunto é notícia. “Muitos tentaram, mas poucos reaviram os bens”, disse o repórter. Bobeou. Quem vê cara não vê formação. Reaver que o diga. À primeira vista, o verbinho tem pinta de derivado de ver. Mas é só […]
Olho vivo, moçada. Bloquear pertence à gangue do -ear. É o caso de passear, cear e frear. A turma arma ciladas no presente do indicativo e no presente do subjuntivo. É esta: em todas as pessoas, aparece o i. Só o nós e o vós dispensam a letrinha. Veja: eu bloqueio (passeio, ceio, freio), tu bloqueias (passeias, ceias, freias), ele bloqueia (passeia, ceia, freia), nós […]
A censura na Bienal do Rio fez vítimas. Entre elas, a língua. O presidente do Tribunal de Justiça do Rio foi um dos algozes. Na sentença que proferiu, escreveu: “… é mister que os pais sejam devidamente alertados, com a finalidade de acessarem previamente informações a respeito do teor das publicações disponíveis no livre comércio, antes de decidirem se aquele texto se adequa ou não […]
Se eu me abster? Se eu me abstiver? Na língua, a família está acima de tudo. Abster-se sabe disso. O danadinho é derivado de ter. Um e outro se conjugam do mesmo jeitinho, observadas as regras de acentuação: eu tenho (me abstenho), ele tem (se abstém), nós temos (nos abstemos), eles têm (se abstêm); eu tive (me abstive), ele teve (se absteve), nós tivemos (nos […]