Politicamente correto: sem exageros

Publicado em português

O politicamente correto é conquista de grupos organizados. O movimento negro, o movimento LGBT, o movimento feminista e tantos outros lutaram contra vocábulos e expressões que ofendem, agridem e reforçam preconceitos. Mas cuidado. Exagerar é proibido. Cabeleireiro é cabeleireiro, não hair stylist. Costureira é costureira, não estilista de moda (outra especialidade). Manicure é manicure, não esteticista de unhas. Empregada doméstica é empregada doméstica, não secretária do lar. Dona de casa é dona de casa, não do lar ou especialista em prendas domésticas. Cego é cego, mudo é mudo, surdo é surdo, surdo-mudo é surdo-mudo. Pessoa com deficiência nem sempre tem a precisão desses termos. Quando necessário, use-os sem constrangimento.

Curiosidade

O radialista Airton Medeiros estava entrevistando ao vivo a presidente de uma associação de cegos em programada da Rádio Nacional. Tratava-a de cega o tempo inteiro até receber um papelzinho com a recomendação de que a tratasse como “pessoa com deficiência visual”. Antes de obedecer à ordem, ele perguntou à própria se deveria continuar tratando-a de cega ou de deficiente visual. Ela aproximou as mãos do rosto dele até tocar os óculos. Então afirmou: “Deficiente visual é você, que usa óculos. Eu sou cega”.