João Marcelo não estudou. Preferiu ouvir música. A professora não o poupou. Foi o primeiro chamado para a prova oral. Olho no olho, ela perguntou: — João Marcelo, me diga dois pronomes. — Quem? Eu? — Parabéns. Nota 10.
Carmela Macedo escreve: “Fim de ano é época de presentes, que vão acompanhados de cartão. Na hora de escrever a mensagem, a dúvida bate. Aconteceu comigo. Comprei um livro e redigi esta dedicatória: `Espero que o livro possa contribuir…´ para ou com?” Contribuir para significa concorrer para chegar a determinado fim: Espero que o livro possa contribuir para seu sucesso. O luxo […]
Na época do Natal, o coração fica molinho, molinho. Creches, asilos, instituições de caridade fazem a festa. O verbo doar vira vedete. Em evidência, ele impõe cuidados. Na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, dobra o o. Com a reforma ortográfica, perdeu o chapéu. As demais pessoas nunca tiveram acento: eu doo, ele doa, nós doamos, eles doam.
Quem pede quer ser atendido. Pra não se frustrar, uma condição se impõe: ao pedir, construa o verbo com objeto direto de coisa e indireto de pessoa. Veja: Maria pediu uma bicileta (obj. direto) a Papai Noel (obj. indireto). A mãe pede ao filho (obj. indireto) que não abuse do bom velhinho (obj.direto). Cuidado, pidão. Só use pedir para se estiver expressa […]
Quer ter um texto enxuto? Siga a dica de George Simenon: “Corto adjetivos, advérbios e todo tipo de palavra que está lá só para fazer efeito”. Exemplo? Ei-lo: (Geralmente) faço meu (importante e indispensável) trabalho com o auxílio de (dedicados e competentes) empregados da empresa.
Era uma vez… Um macaco estava à toa. Pulava de galho em galho. Espiava o ninho das aves. Apanhava frutas maduras. Deitava-se nas folhas macias. Ufa! As horas passaram sem ele perceber. Mas a fome bateu. Não havia nenhuma bananeira por perto. Enquanto ele procurava alguma delícia, ops! Sentiu o cheiro bom da castanha assada. Correu em direção ao aroma gostoso. As castanhas estavam em […]
“Desde a tarde de ontem, o cartório eleitoral atualizou a condição política de Arruda”, escrevemos na pág. 27. Incoerência, não? O desde indica tempo estendido. O pretérito perfeito (atualizou), tempo acabado. Juntos, os dois brigam. Melhor: Na tarde de ontem, o cartório eleitoral atualizou a condição política de Arruda.
Você vai mandar cartão? Ou e-mail? Ou carta? Em qualquer caso, um cuidado se impõe. É a grafia correta das palavras. Olho vivo. Natal é nome próprio. Grafa-se com a inicial grandona. Ano-novo é vira-lata. Nome comum, escreve-se com letras pequeninas e hífen: Feliz Natal pra você e um ano-novo pra lá de generoso.
“Mudança pode começar a valer a partir do ano que vem”, escrevemos na pág. 5. Viu o pleonasmo? Começar é iniciar. A partir de também. Melhor ficar com um ou outro: Mudança pode começar a valer no ano que vem. Mudança pode valer a partir do ano que vem.