Cara a cara pede o acentinho indicador de crase? Não. Crase é como aliança no anular esquerdo. Indica o casamento de dois aa. O primeiro é a preposição a. O segundo, o artigo ou o pronome demonstrativo (a, aquele, aquela, aquilo): Vou à piscina. Vamos àquela cidade que você visitou. Referiu-se àquilo sem constrangimento. No caso de palavras repetidas, falta o artigo. Sem ele, adeus, […]
“A ex-presidente Dilma sabia de que parte da campanha foi financiada com caixa 2”, escrevemos na pág. 2. Ops! A gente sabe alguma coisa (não de alguma coisa). A preposição sobra. Melhor: A ex-presidente Dilma sabia que parte da campanha foi financiada com caixa 2.
Escrever é mandar recado. Ler é entender o recado. Do conceito, pinta o desafio. Como fazer o leitor entender o recado? São duas etapas. A primeira: ele tem de ler o texto. A segunda: tem de entendê-lo. Sem isso, o autor fracassa. Valha-nos, Deus! Vamos combinar? Ninguém quer jogar o esforço na lata do lixo. O jeito é dar um jeito. Se o leitor é […]
“Procuradoria da República investiga licitação em que proposta vencedora é R$ 75 milhões superior ao das empresas que perderam a disputa”, escrevemos na capa. Ops! Pisamos a concordância. Melhor: Procuradoria da República investiga licitação em que proposta vencedora é R$ 75 milhões superior à das empresas que perderam a disputa.
O hífen é castigo de Deus. Até o Senhor tem dúvidas no emprego do tracinho. Você, portanto, se enquadra na regra. Mas o Todo-Poderoso dá a cruz porque confia nas criaturas. Elas podem carregá-la. O sem, por exemplo, sempre pede hífen: sem-terra, sem-teto, sem-banco e, claro, sem-noção. Quanto à flexão, lembre-se. A duplinha é sem-sem-sem — sem masculino, sem feminino e sem plural: Ele […]
“O governo vai investir em propaganda voltada para os deputados e senadores nesse período de reforma da Previdência”, escrevemos na pág. 4. Período se refere ao tempo presente. É a vez do pronome este. Melhor: O governo vai investir em propaganda voltada para os deputados e senadores neste período de reforma da Previdência.
A maioria dos verbos são pessoais. Comuns, rotineiros e sem charme, conjugam-se em todas as pessoas. Veja, por exemplo, o laborioso trabalhar — eu trabalho, tu trabalhas, ele trabalha, nós trabalhamos, vós trabalhais, eles trabalham. Ufa! O haver joga em outro time. Diferente, quer ser especial. No sentido de ocorrer e existir, é impessoal. Na contagem de tempo também. Sem sujeito, só se conjuga na […]
“Ele garante que a licitação da organização que irá gerir um serviço é desnecessária”, escrevemos na pág. 16. Viu? Pisamos na indicação do futuro. Para falar do porvir, a língua admite duas formas. Uma: futuro simples (gerirei, gerirá, geriremos, gerirão). A outra: futuro composto, formada pelo presente do indicativo do auxiliar + infinitivo (vou gerir, vai gerir, vamos gerir, vão gerir). Melhor: Ele garante que […]
Em 13 de maio de 1888, o Brasil deu uma guinada na história. A princesa Isabel bateu ponto final na escravatura. Assinou a Lei 3.353, batizada de Áurea. Ao referir-se a ela ou a qualquer ato legal, lembre-se da pontuação. Antes de tudo, escolha uma ordem — crescente ou decrescente. Observe o emprego da vírgula: Crescente (do menor para o maior): art. 1º da Lei […]
Maio tem duas sílabas. Uma delas é formada pelo ditongo ai. Cuidado! Ditongo é casalzinho que fica sempre junto. Ao separar as sílabas, a duplinha fica assim: mai-o, mei-o, i-dei-a, as-sem-blei-a.