Gratidão substitui obrigado? É modismo

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É lugar-comum afirmar que a língua muda. Organismo vivo, está a serviço dos falantes. Eles, como a água que passa sob a ponte, nunca são os mesmos. Movimentam-se, misturam-se, transformam-se. Viva! Mas, por motivo que até Deus ignora, algumas deixam de circular. Ficam estagnadas. Resultado: viram moda. Depois, praga. O uso se intensifica por influência do rádio, da tevê, da internet. São os modismos, que […]

Erramos

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“No Brasil, já poderiam haver parcerias que favorecessem a doação de órgãos”, escrevemos na pág. 11. Viu? Esquecemos pormenor pra lá de importante. A impessoalidade é contagiosa. O verbo haver, impessoal, torna impessoal o auxiliar. Melhor: No Brasil, já poderia haver parcerias que favorecessem a doação de órgãos.

Sic: quando e como usar?

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 Sic. As três letrinhas querem dizer assim, desse jeitinho. Vêm entre parênteses depois de uma palavra com grafia incorreta, desatualizada ou com sentido inadequado ao contexto: Não há a menor condição de comparar o que nós fizemos em saneamento sobre (sic) qualquer aspecto. Com a latina sabida, damos este recado a quem interessar possa: o texto original é bem assim, por errado e estranho que […]

Fisiologismo: etimologia curiosa

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Só dá ela A palavra da moda? É fisiologismo. A etimologia mostra que o vocábulo vira casaca como candidatos mudam o discurso. Physiologia, quando nasceu, pertencia ao reino da biologia. Tratava (e trata) de atividades vitais como crescimento, nutrição, respiração. Depois, pisou terreno movediço. Passou a designar a prática de políticos que deixam o interesse público pra lá e partem para a busca de vantagens […]

Ainda continua? É pleonasmo

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“Quantas crianças ainda continuarão sem chegar à 8ª série?”, perguntou a deputada. Ops! Ela caiu na armadilha de pleonasmo pra lá de sofisticado. O ainda indica continuação. O continua também. Melhor aprender a lição dos mineiros. “Não saia”, diz o pai ao filho que se prepara pra noitada. “Se sair, não gaste. Se gastar, não pague. Se pagar, pague só a sua.” Poupemos. Fiquemos com […]

Clareza ao falar de tempo

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Em relação aos anos do século 20, é possível dizer algo como “na década de 80, surgiram muitas bandas de rock em Brasília”?  No caso, não se trata de correção. Gramaticalmente a frase merece nota mil. O xis da questão é a clareza. Não pode deixar dúvida o século a que o autor se refere. No exemplo, só pode ser o século 20 porque Brasília […]

Verbo declarativo faz a diferença

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Escrever é verbo transitivo direto. Escrevemos para alguém. Queremos que o leitor entenda nosso recado sem duplos sentidos. Primeiro passo: dizer com clareza o que precisa ser dito. Um dos cuidados é com o verbo declarativo. Ele tem tanta importância que, em caso de troca, pode mudar a informação. Compare:   Não mandei dinheiro pra Suíça, disse Cunha. Não mandei dinheiro pra Suíça, insistiu Cunha […]