Faz dois anos ou fazem dois anos? Na contagem de tempo, fazer é impessoal. Conjuga-se só na terceira pessoa do singular: Faz cinco anos que trabalho no banco. Faz duas horas que ele chegou. Fazia muitos anos que não ia ao Rio. Contágio Deve fazer dois anos que moro aqui? Devem fazer dois anos que moro aqui? Vai fazer duas horas que ele chegou? Vão […]
A curto prazo ou no curto prazo? A longo prazo ou no longo prazo? Os adjetivos curto e longo não cheiram nem perfumam. A presença deles é indiferente. Fica tudo como dantes no quartel de Abrantes (a prazo, a curto prazo, a longo prazo): Comprou o carro a prazo. Vai pagar a conta a longo, muito longo prazo.
“Melhor prevenir do que remediar”, pensaram os secretários de Segurança do Espírito Santo, de São Paulo e de Minas Gerais. Os três estão com a barba de molho. Temem que a intervenção no Rio promova fuga em massa dos bandidos fluminenses, que se bandeariam para os estados vizinhos. Pediram, por isso, reunião com o ministro da Justiça. Pintou uma questão. Os fora da lei atravessariam […]
Que drama! A Venezuela conjuga o verbo faltar. Falta comida, falta remédio, falta segurança. O povo não tem saída. Precisa deixar o país. O destino mais fácil é o Brasil. Quase 50 mil vizinhos atravessaram a fronteira. Entre eles, uma criança com sarampo. Ops! Acendeu-se a luz vermelha. A doença está erradicada de Pindorama. Um caso pode comprometer décadas de campanhas pra lá de bem-sucedidas. […]
“As pessoas esquecerão o que você disse, esquecerão o que você fez, mas nunca esquecerão o que você as fez sentir.”
Flagrante = evidente (injustiça flagrante) ou ato de ser surpreendido (apanhado em flagrante, flagrante de pedofilia). Fragrante = perfumado: flores fragrantes.
Substantivo usado como adjetivo, fantasma tem duas manhas. Uma: grafa-se sem hífen. A outra: flexiona-se no plural: trem fantasma, funcionário fantasma, navios fantasmas, contas fantasmas.
Atenção, navegantes. Suicidar-se é sempre pronominal. Quem conhece a origem do verbo acha estranho. O caprichoso vem do latim. É formado de sui (de si, a si) + cídio (matar). Significa matar a si mesmo. No duro, não precisaria do se. Mas o teimoso bate pé. Exige o pronome e não abre: eu me suicido, ele se suicida, nós nos suicidamos, eles se suicidam.
Há duas formas de indicar o porvir. Uma é o futuro simples (mandarei). A outra, o composto (vou mandar). Nada do pleonástico irei mandar ou do inexistente vou estar mandando.
“Escrever”, ensinam os manuais, “é 10% de inspiração e 90% de transpiração”. Em outras palavras: escrever dá trabalho. E como! A gente tem de planejar, escrever e burilar o texto. Sem preguiça. A redação nota 10 não nasce na primeira tentativa. Nem na segunda. Nem na terceira. A cada versão o autor conjuga o verbo melhorar. Corta daqui, enxerta dali, troca palavras, muda parágrafos de […]