1. Se o infinitivo tem j no nome, sempre que o gê soar, o j pede passagem: viajar (viajo, viaja, viajamos, viajam; que eu viaje, ele viaje, viajemos, viajem). 2. Se o infinitivo tem g no nome, sempre que o gê soar, o g ganha banda de música e tapete vermelho. Pra manter a pronúncia, se necessário, o g vira j: agir (ajo, age, […]
Quando formam substantivos ou adjetivos, as três letrinhas (sem) gozam da inseparável companhia do hífen: sem-teto, sem-terra, sem-justiça, sem-Deus, sem-limite, sem-celular, sem-banco. Fora isso, grafam-se como as demais preposições do universo de Camões, Pessoa ou Machado: Saiu sem pedir licença. Sem dinheiro, nada de compras. O crime se classifica em culposo ou doloso. O doloso é o cometido sem intenção de matar. Olho vivo. Sem […]
O acordo ortográfico cassou o hífen diante do não. Adeus, indesejado das gentes e das palavras. Doravante, sem elo, é um lá e outro cá. Assim: não agressão, não alinhamento, não conformismo, não fumante, não intervenção, não participação, não alinhado, não beligerante, não combatente, não conformista, não engajado, não intervencionista, não ferroso, não verbal, não viciado.
Viva! Hoje é a festa do cinema. Atores, atrizes, diretores, figurinistas, compositores & cia. talentosa disputam a estatueta que todos amam e todos desejam. O Oscar abre portas, turbina carreiras e engorda a conta bancária. A entrega Para chegar lá, os artistas firmam um pacto com os deuses da mitologia grega. E aguardam. Os vencedores recebem o troféu das mãos de Nike. A deusa da […]
Que tal um cineminha? Pra lá de legal, não? A fim de tornar o programa perfeito, uma condição se impõe: tratar o verbo assistir com engenho e arte. O trissílabo tem manhas. Pode ou não ser acompanhado de preposição: Assistir, soltinho, sem preposição, significa prestar assistência, ajudar, socorrer: O médico assiste os doentes. O governo assistiu os desabrigados pela chuva. A ONG assistirá crianças vulneráveis. […]
Muitas palavras começaram compridas e encolheram. No começo da vida, extra era extraordinário. Pronunciar palavra tão comprida? Ah, que preguiça. Entrou em campo a lei do menor esforço. A polissílaba se tornou dissílaba. Cinema, que virou cine, já foi cinematográfico. Cruz-credo! Imagine convidar o amado para ir ao cinematográfico. O amor, que é cego, mas não é surdo, bate asas e voa. A lei do […]
Você é louco por cinema? Então é cinéfilo. A palavra tem duas partes, ambas greguinhas. Uma é cinema (cine), que quer dizer movimento. A outra, philos, que significa amigo.
A história começou em 1911. O italiano Ricciotto Canudo, teórico e crítico de cinema, divulgou o Manifesto das Sete Artes. O documento tinha um objetivo claro: desconstruir a ideia de que o cinema era espetáculo para o povão. Impunha-se integrá-lo ao status das Belas Artes — música, pintura, escultura, arquitetura, poesia e dança. O cinema, para ele, era uma arte síntese das demais, seis no […]
Eta calos doloridos! Quatro pronúncias fazem a gente perder prestígio e enterrar amores. Ei-las: Recorde se pronuncia como concorde. A sílaba tônica é cor. Rubrica é paroxítona como fabrica. A sílaba fortona: bri. Ruim é dissílaba – ru-im. A sílaba tônica: im. O S de subsídio se pronuncia como o de subsolo.
Pleonasmos? Eis dois: pequeno detalhe e plano para o futuro. Todo detalhe é pequeno. Basta detalhe. Todo plano é para o futuro. Basta plano.