Tsunami mata 168 pessoas na Indonésia. Até agora. É possível que o número cresça. A imprensa dá a notícia, mas uns e outros tropeçam no gênero. Guarde isto: a grande onda que destrói territórios e rouba vidas é masculina sim, senhores: O tsunami não poupa adultos e crianças.
A semana foi cheia de surpresas. O ministro Marco Aurélio mandou soltar os condenados em segunda instância. O colega Lewandowski derrubou a medida provisória que adiava o aumento de salário dos servidores. Tudo sem aviso. Na calada do recesso. Repórteres, ao dar a notícia, foram unânimes. “Caiu como uma bomba”, disseram eles. Baita chavão. Surpresa é importante ingrediente do estilo. Chama a atenção e desperta […]
Os moradores de Barcelona estão em pé de guerra. Não querem, nem a pedido de Deus, a visita do primeiro-ministro. Mas, teimoso, o homem foi lá. Resultado: enfrenta multidões nas ruas. E traz às manchetes o verbo protestar e o substantivo protesto. Cuidado, muito cuidado com a preposição. Poderosa, ela muda o sentido da palavra: Protestar contra = insurgir-se: Os moradores de Barcelona protestam contra […]
Ops! Explosão de gás metano deixou 13 mortos na fronteira da Polônia. E nós com isso? No mundo conectado, tudo é notícia. E inspira dicas. No caso, a conjugação de explodir. O verbo barulhento é regular ou irregular? Modernamente, ele ganhou a primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Tornou-se regular: eu explodo, ele explode, nós explodimos, eles explodem; eu explodi, ele explodiu, nós […]
Fabrício Queiroz vai depor hoje. O Ministério Público do Rio quer que ele explique as movimentações atípicas descobertas pela Operação Furacão da Onça. O fato, claro, virou notícia. E trouxe ao cartaz o verbo depor. Guarde isto: o dissílabo exige a preposição em: Fabrício vai depor no Ministério Público. O acusado depôs na PF. Quem vai depor na CPI?
A palavra televisão tem duas partes. Uma é tele. Tele quer dizer de longe. A outra é visão. Visão significa imagem. Televisão é imagem de longe. O vocábulo tem irmãozinhos. O nome de todos começa com tele. Um deles é telefone — voz de longe. Outros: telepizza, teletáxi, telenovela, teleaulas, teleconferência.
Perséfone encantava a todos por sua alegria e beleza. Era filha de Zeus, o deus dos deuses, e de Deméter, a deusa da agricultura. Um dia, ela veio à Terra dar uma voltinha. Hades, o senhor dos mortos, a viu. Apaixonou-se na hora. Então, sem mais nem menos, o chão se abriu e engoliu a garota. Antes de desaparecer, ela soltou um grito desesperado. A […]
Deu a louca no Supremo? Parece. Primeiro foi a canetada do ministro Marco Aurélio. Depois, do ministro Lewandowski. Ambos tomaram decisão solitária. O primeiro mexeu com a bandidagem. O segundo, com o reajuste dos servidores, que aumenta a dívida do Estado. E daí? Melhor rir pra não chorar. E, pra não tropeçar na língua, vale dar uma olhadinha no verbo que espanta tristezas. A alegre […]
Na época de Natal, o coração fica molinho, molinho. Creches, asilos, instituições de caridade fazem a festa. O verbo doar vira vedete. Em evidência, ele atiça a memória. Traz à tona a reforma ortográfica, que cassou o chapeuzinho do hiato oo (voo, coroo, abençoo, perdoo): eu doo, ele doa, nós doamos, eles doam.
Havia muito poucos recursos? Havia muitos poucos recursos? Na locução muito poucos, o muito morre de preguiça. Não quer saber de feminino ou plural. Permanece invariável: Havia muito poucos recursos. Eram muito poucas as chances de conseguir bom emprego. Comprar poucos presentes? Põe poucos nisso. Vou comprar muito poucos presentes.