Verbo traiçoeiro

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    Eta verbo complicado! Advogados, jornalistas, políticos, estudantes, todos tropeçam nele. Ninguém escapa. Nem o Aurélio. Na primeira edição do dicionário, o mestre trombou na conjugação do danadinho. Mas, sabido, corrigiu a bobeira na segunda.   Explica-se a confusão. O adequar é daqueles verbos pra lá de especiais. Sovina, só se conjuga nas formas arrizotônicas. Em bom português: nas formas em que a vogal […]

Getúlio se suicidou

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        Viva! Eliane, Rúbem e Paulo conseguiram vencer nosso problema tecnológico e blogar comentários. Os três estranharam exemplo da nota “É pleonasmo?” Lá está: “Há mais de 50 anos, Getúlio se suicidou”.      Eles lembram a etimologia do verbo. Sui significa a si mesmo. Logo, não há jeito de suicidar outra pessoa. Só a si mesmo. Para que o se?     As criaturas […]

Cadê?

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  Ops! Olha a regência outra vez: “A mulher foi mantida sedada em um quarto fechado, onde só podia sair para tomar banho”, escrevemos na pág. 30. Cadê a preposição? Quem sai sai de algum lugar. Melhor: A mulher foi mantida sedada em um quarto fechado, de onde só podia sair para tomar banho.

A gangue do MARIO

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      Ninguém acredita. Mas lá está. Na capa do Jornal do Brasil, aparece a chamada “ONU media disputas pelo Ártico”. Os leitores bateram os olhos no texto. Desconfiaram do que viram. Tornaram a ler. Não havia dúvida. O redator desconhece a gangue do MARIO. Se tivesse sido apresentado ao grupo, teria dado passagem à forma medeia.   Ela é composta de cinco verbos. […]

É pleonasmo?

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      “Antes, não tinha dúvida. Mas, de tanto ouvir `há tantos anos atrás´, acabei questionado meus conhecimentos. Afinal, a duplinha há…atrás é pleonasmo?”, pergunta Rafael, intrigado com tantos tropeços na língua.     É. O há indica tempo passado. O atrás também. Usá-los na mesma oração é redundante como entrar pra dentro ou sair pra fora. Manda a norma culta escolher um ou outro: Cheguei […]

Mim não faz nem acontece

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    A conversa rolava solta. Grupinho de estudantes comentava questões do simulado aplicado no fim de semana. Uma delas referia-se ao emprego dos pronomes eu e mim. Apesar de simples, o assunto ainda pega a moçada pelo pé. A prova apresentou duas frases quase iguais. Qual delas merece nota mil?     a. Depois da reunião, fiquei na sala. O professor deixou um texto […]

Quem fala?

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      “Obrigado por permitirem que eu assuma a presidência da universidade”, disse Branca, a louríssima e peruíssima personagem da novela Duas Caras. Os membros do conselho se entreolharam, esboçaram um sorriso irônico e se retiraram. Fora da sala, fizeram a pergunta que não queria calar:   — Dona Branca mudou de time?   A desconfiança procede. “Obrigado” é coisa de homem. Mulher diz […]

Que desperdício!

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    “Professores com doutorado e mestrado e, além de tudo isso, você ainda pode concorrer a uma das 500 bolsas”, diz o anúncio da Faculdade JK veiculado pelas tevês. João Marcelo ouviu. Não acreditou nos ouvidos. Esperou o repeteco. Convenceu-se: o texto tem uma baita redundância. O além de indica adição. O ainda também. Que deperdício! Melhor ficar com um ou outro. Um: Professores com doutorado e mestrado e, […]

Perda de identidade

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  Sabia? Alguns aumentativos e diminutivos perderam a identidade. Em vez de indicar grau, passaram a designar outro ser. É o caso de portão, cartão, caixão (ataúde), florão (ornato de arquitetura). E por aí vai.   Galinho é diminutivo de galo. Dele nasceu o feminino galinha. Quer tratar a senhora do galinheiro com carinho? Chame-a de galinhazinha. Ela adora. Cacareja que só.